sábado, 16 de janeiro de 2010

AULA 04 - A GLÓRIA DAS DUAS ALIANÇAS

Aula 04
A GLÓRIA DAS DUAS ALIANÇAS
Leitura Bíblica: 2Corintios 3:1-18
24/01/2010

“Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece”(2Co 3:11)

INTRODUÇÃO

No texto básico desta aula, Paulo mostra aos corintios a diferença da aliança feita entre Deus e a nação de Israel, dada por Moisés, e a aliança trazida pelo Senhor Jesus Cristo, onde o Santo Espírito atua no coração do ser humano. Em cada aliança existem responsabilidades e direitos, mas a Nova Aliança é em tudo superior a primeira. Foi Deus quem tomou a iniciativa de fazer as alianças, a antiga e a nova: a Antiga no Sinai e a Nova em Sião. A Antiga Aliança é a tentativa de o homem fazer o seu melhor para agradar a Deus, mas a Nova Aliança é Deus fazendo tudo por nós. A Antiga Aliança foi entregue aos israelitas por intermédio de Moisés; a Nova Aliança foi entregue a humanidade mediante a pessoa de Jesus Cristo. A Antiga Aliança é a aliança da lei; a Nova Aliança é a aliança da graça. A Antiga Aliança tinha em seu conteúdo a sentença de morte sobre o culpado; a Nova Aliança tem em seu conteúdo a justificação e a salvação do culpado. A Antiga Aliança revelou o ministério da morte; a Nova Aliança revelou o ministério da vida e da graça. Paulo nos ensina que a Antiga Aliança nunca foi um caminho para a salvação, pois Deus já havia predito uma Nova Aliança com Israel. Somente a Nova Aliança é capaz de oferecer perdão e um novo coração. A Nova Aliança não estaria registrado em pedras, mas gravada nos corações de judeus e gentios que crêem em Cristo como Senhor e Salvador. A aliança pode ser rejeitada ou aceita por quem a ouve, mas nunca alterada. A humanidade pode aceitar Jesus ou rejeitá-lo, mas nunca poderá alterar ou colocar como válida outra forma de ser salva de seus pecados.


I – PAULO JUSTIFICA SUA AUTORECOMENDAÇÃO(3:1,2)


Antes de estudarmos a distinção entre as duas alianças destacaremos neste primeiro tópico a continuação da defesa de Paulo diante dos ataques dos falsos apóstolos. Eles acusavam Paulo de ser um impostor. Diziam que ele não era um apóstolo legitimo. Ao mesmo tempo, para acicatar Paulo, esses obreiros ostentavam diante da igreja de Corinto, cartas de recomendação, enquanto Paulo não as portava.
Os três primeiros versículos do capítulo três são versículos de transição e constituem uma ponte entre a última parte do capítulo dois, que estudamos na aula anterior, e o restante do capítulo três. Eles apresentam a defesa que Paulo faz do seu ministério apostólico; ou seja, dele mesmo, do seu trabalho e da sua mensagem. A apostolicidade de Paulo, sua integridade, suas cartas, suas palavras e conduta estavam em jogo. É diante dessa situação que Paulo mais uma vez apresenta sua defesa. Ele diz: Porventura, começamos outra vez a recomendar-nos a nós mesmos? Ou necessitamos, como alguns, de cartas de recomendação para vós ou de recomendação de vós? Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens, porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.
1. A recomendação requerida(3:1). Paulo inicia o capitulo três com uma pergunta: Porventura, começamos outra vez a recomendar-nos a nós mesmos? As palavras “outra vez” não sugerem que ele se havia recomendado em alguma ocasião anterior. Indicam apenas que ele havia sido acusado de faze-lo e, agora, antevê a repetição dessa acusação. Paulo pergunta novamente: Ou necessitamos, como alguns, de cartas de recomendação para vós ou de recomendação de vós? Para certos comentaristas, a palavra alguns é uma referência aos falsos apóstolos de 2:17 que chegaram a Corinto com cartas de recomendação, talvez de Jerusalém. É possível, ainda, que ao deixar Corinto, eles tenham levado cartas de recomendação daquela igreja.
Na igreja primitiva, era comum cristãos que viajavam de um lugar para outro levar cartas desse tipo. O apóstolo não desestimula tal prática, mas afirma com certa sutileza que a única coisa que esses falsos apóstolos possuíam para recomenda-los eram as cartas que levavam consigo. Se não fosse por elas, não teriam nenhuma credencial para apresentar. Os crentes para quem Paulo e seus companheiros pregavam já eram como uma carta de recomendação. Uma vida transformada pelo evangelho é um argumento irresistível, irrefutável e irrevogável em favor da verdade. A vida transformada dos crentes de Corinto era a carta de recomendação de Paulo(1Co 6:9-11).
2. Paulo defende sua autorecomendação. Os judaizantes que foram a Corinto questionaram a autoridade apostólica de Paulo. Negaram que ele era, verdadeiramente, um servo de Cristo. Talvez tenham gerado dúvidas entre os coríntios a fim de que estes exigissem uma carta de recomendação do apóstolo Paulo da próxima vez que ele fosse visitá-los. Paulo pergunta se precisará de tal carta. Acaso não tinha ido a Corinto quando ainda eram idólatras pagãos? Não os havia levado a Cristo? O Senhor não havia colocado seu selo sobre o ministério do apóstolo dando-lhe almas preciosas em Corinto? Eis a resposta: os próprios coríntios eram a carta de Paulo, escrita em seu coração, mas conhecida e lida por todos os homens. Nesse caso, não havia necessidade de uma carta escrita com pena e tinta. Os corintios eram fruto do ministério de Paulo e objeto de sua afeição. Além disso, eram conhecidos e lidos por todos os homens, ou seja, sua conversão se tornara conhecida em toda a região. Quem via os cristãos de Corinto podia perceber que sua vida tinha sido transformada, que eles haviam deixado os ídolos e se voltado para Deus, e que estavam vivendo de forma separada. Comprovavam, portanto, o ministério divinamente autorizado de Paulo, logo desnecessário seria qualquer tipo de recomendação por escrito.
3. A mútua e melhor recomendação(3:1). Necessitamos, como alguns, de cartas de recomendação para vós ou de recomendação de vós? Neste questionamento, Paulo apela para uma reciprocidade que havia entre ele e a igreja, a qual dispensava a recomendação de Jerusalém requerida por alguns opositores do seu ministério, uma vez que ele o havia desenvolvido entre os corintios. Nem os corintios precisavam de recomendação escrita, porque dizia: “Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens”.
O mundo nem sempre lê as Escrituras, mas ele está sempre nos lendo. Somos uma carta aberta diante dos holofotes do mundo. Nossa vida é um outdoor de Deus estampado diante dos olhos do mundo. Somos como uma cidade iluminada no alto de um monte. Nossa vida é uma espécie de megafone de Deus aos ouvidos da história. Cada cristão é uma propaganda de Cristo. Nós somos o quinto evangelho lido pelo mundo. Cada crente é uma espécie de tradução do Evangelho.
Enquanto as cartas de recomendação usadas pelos inimigos de Paulo eram escritas com tinta, a epístola de Paulo era escrita pelo Espírito de Deus vivo e, portanto, era de natureza divina. A tinta pode desbotar, ser apagada e destruída, mas aquilo que o Espírito de Deus escreve no coração humano é eterno.
Com estes termos, Paulo afirma que a recomendação do seu ministério é simplesmente o caráter evidente dos próprios coríntios. Eles são como uma carta escrita pelo próprio Cristo, tendo Paulo como o escriba ou mensageiro.


II – A CONFIANÇA DA NOVA ALIANÇA(3:4-11)


1. A suficiência que vem de Deus. No estudo do tópico anterior, percebemos que Paulo fala com bastante segurança sobre seu apostolado e sobre o ministério do qual o Senhor o havia incumbido. Desta feita, podemos perguntar: “Como o apóstolo ousa falar de tais coisas com tanta convicção? A resposta está no versículo 4: “E é por Cristo que temos tal confiança em Deus”. A defesa do apostolado pode dar a impressão de que Paulo estava louvando a si mesmo, mas aqui ele nega que seja esse o caso. Declara que sua certeza é por intermédio de Cristo, ou seja, é uma confiança que não sucumbe sob o exame minucioso divino. Paulo não deposita nenhuma confiança em si mesmo nem em suas aptidões, mas por intermédio de Cristo, e na obra que Cristo havia realizado na vida dos corintios, encontra a comprovação da realidade de seu ministério. A notável mudança ocorrida na vida dos corintios recomendava o apóstolo.
Depois de tratar das suas próprias credenciais e qualificações ministeriais, Paulo dá início ao relato do ministério propriamente dito. Ele mostra nos versículos seguintes que a Nova Aliança (o evangelho) é superior a Antiga Aliança(a lei); e mais confiante. Seus críticos mordazes em Corinto eram judaizantes e, portanto, procuravam misturar a lei com a graça. Ensinavam aos cristãos que eles deviam observar determinadas partes da lei de Moisés a fim de serem plenamente aceitos por Deus. Tendo essa situação em mente, o apóstolo demonstra em seguida como a Nova Aliança é superior à Antiga, porque veio mediante a pessoa de Jesus Cristo, que consumou todas as coisas da Antiga Aliança, em um único ato sacrifical(Hb 7:27; 12:24; 1Pe 1:2).
2. A distinção entre as duas alianças(3:6). Está escrito em Hb 8:8, 9: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que com a casa de Israel e com a casa de Judá estabelecerei uma Nova Aliança(ou novo concerto), não segundo a Aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito. Podemos dizer que a Nova Aliança nos apresenta aspectos bem diferentes da Antiga Aliança.
A Antiga Aliança era o código legal que havia sido transmitido por Deus a Moisés. Nela, as bênçãos eram condicionadas pela obediência. Era uma aliança de obras. Nesse acordo entre Deus e a humanidade, se o ser humano fizesse a sua parte, Deus faria a parte dele. Uma vez que dependia do ser humano, porém, essa aliança não tinha poder de produzir justiça.
A Nova Aliança é o evangelho. Nela, Deus assume o compromisso de abençoar a humanidade pela graça e por intermédio da redenção em Cristo Jesus. Todos os aspectos da Nova Aliança dependem de Deus, e não do ser humano. Logo, a Nova Aliança tem poder de realizar aquilo que era impossível à Antiga Aliança.
Como foi dito, a Antiga era uma Aliança de obras. Era material. Era externo. A sua materialidade foi mostrada através de leis e preceitos escritos e que precisavam ser cumpridos à risca, se o povo quisesse ser abençoado por Deus. A não observância de tais preceitos conduziria a nação, e, conseqüentemente, o cidadão individual às maldições transcritas pela lei. A lei era "seca". Obedecendo, o homem era feliz; desobedecendo caia em desgraça! Porém, como sabemos, o povo de Deus não cumpriu a sua parte, até mesmo devido a intransigência da própria lei, incapaz de ser observado pelo homem pecador. A lei em si mesmo era santa, proclamada por um Deus Santo, mas não podia ser guardada, observada pelo homem pecador. Se a justificação do pecador era possível somente ao guardar os preceitos legais, isto se tornou impossível, pois o homem não cumpriu a sua parte em razão de sua natureza pecaminosa herdada de Adão. O mero ouvir dos preceitos legais não poderia levar o homem a qualquer lugar, mas sim a uma postura de obediência irrestrita aos mandamentos escritos - "Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados"(Rm 2.13).
Já na Nova Aliança, a lei foi escrita não em tábuas de pedra, mas nos corações daqueles que o aceitaram, mediante o lavar regenerador do sangue do Cordeiro. Estas condições foram anunciadas por Deus através de seus profetas: Jeremias (Jr 31.33-34); (Ez 36.26-27).
Portanto, a Nova Aliança é melhor do que a Antiga(cf Rm 7) porque perdoa totalmente os pecados dos que se arrependem(Rm 8:12), transforma-os em filhos de Deus(Rm 8:15,16), dá-lhes novo coração e nova natureza para que possam, espontaneamente, amar e obedecer a Deus(Hb 8:10), os conduz a um estreito relacionamento pessoal com Jesus Cristo e o Pai(Hb 8:11) e provê uma experiência maior em relação ao Espírito Santo(Rm 8:14,15,26).
3. A ‘letra” que mata(3:6) – “o qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica”. A interpretação mais comum para essa declaração é: Se tomarmos apenas as palavras explícitas e literais das Escrituras e procurarmos obedecer-lhes ao pé da letra sem o desejo de ser obedientes ao espírito da passagem,tais palavras nos farão mal, e não bem. Os fariseus são um exemplo disso. Eram dizimistas extremamente meticulosos,mas não demonstravam misericórdia e amor para com os outros(Mt 23:23). Aqui neste versículo, a letra diz respeito à lei de Moisés, e o espírito, ao Evangelho da graça de Deus. Ao afirmar que a letra mata, Paulo se refere ao ministério da lei. A lei condena todos aqueles que não guardam seus preceitos sagrados. “Pela lei vem o conhecimento do pecado”(Rm 3:20). “Todos quantos, pois,são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas escritas no livro da lei, para praticá-las”(Gl 3:10). Deus jamais teve a intenção de usar a lei como meio de dar vida. Antes, ela foi criada para trazer conhecimento e convicção do pecado. Aqui, Novo Testamento(ou Nova Aliança) é chamada de espírito. Representa o cumprimento espiritual dos tipos e sombras da Antiga Aliança. O Evangelho realiza aquilo que a lei exigia,mas não tinha poder de produzir.

III – A GLÓRIA DA NOVA ALIANÇA(3:7-18)

Durante a peregrinação de Israel no deserto, Moisés mantinha contato regular com o Senhor, na tenda da congregação. Sempre que Moisés entrava para falar com o Senhor, sua face começava a brilhar, refletindo a glória da presença de Deus. Quando ele saía, tinha que cobrir seu rosto para que o povo não cegasse com o fulgor. O brilho começava a desvanecer gradativamente, mas os israelitas não o percebiam por causa do véu que Moisés usava. Quando ele retornava à tenda da congregação, sua face começava a luzir, novamente, com a glória do Senhor. Este evento histórico, registrado em Êxodo 34:33-35, é a base para os comentários de Paulo em 2 Coríntios 3:7-18.
1. A superioridade da Nova Aliança sobre a Antiga Aliança(3:7-12). A Antiga Aliança é chamada de ministério da morte, gravado com letras em pedras. Trata-se, sem dúvida, de uma referência aos Dez Mandamentos, os quais ameaçavam de morte quem não os guardasse(Ex 19:13). Paulo não diz que não houve glória na entrega da lei. Sem dúvida, quando Deus entregou os Dez Mandamentos a Moisés no Monte Sinai, houve manifestações momentosas da presença e do poder divino(Ex 19). Na verdade, depois que Moisés passou algum tempo com Deus, seu rosto começou a brilhar, refletindo o esplendor de Deus. Assim, os filhos de Israel não puderam fitar a face de Moisés, por causa da glória do seu rosto. O resplendor era intenso demais para ser fitado continuamente. Em seguida, porém, Paulo acrescenta um comentário importante: a glória da face de Moisés era desvanecente. Isso significa que tal resplendor não era permanente, mas apenas uma glória passageira. Em termos espirituais, a glória da antiga aliança também era temporária. A lei possuía a função claramente definida de revelar o pecado. Era gloriosa pelo fato de constituir uma demonstração das exigências santa de Deus. No entanto, foi dada apenas até o tempo de Cristo, pois ele é o cumprimento da Lei para justiça de todo aquele que crê(Rm 10:4). Era uma sombra, enquanto Cristo é a substância. Era uma imagem de coisas melhores por vir que se concretizaram no Salvador do mundo.
A nova aliança é superior também porque ela ainda permanece, enquanto a glória da antiga aliança desvaneceu. Essa superioridade é bastante notável: “Porque também o que foi glorificado, nesta parte, não foi glorificado, por causa desta excelente glória”(3:10). Embora, em certo sentido, a lei tenha sido glorificada, quando comparada com a Nova Aliança a lei não resplandece. O versículo expressa uma forte comparação e afirma que, se as duas alianças forem colocadas lado a lado, o brilho de uma excederá em muito o da outra, ou seja, a Nova Aliança sobrepujará a antiga. A glória superabundante da Nova Aliança faz, de certo modo, a Antiga parecer não ter glória nenhuma. Quando o sol brilha com toda a sua força, não há nenhuma outra glória no céu. Assim como a lua e as estrelas desvanecem quando o sol levanta, assim a glória da Antiga Aliança empalideceu quando a Nova Aliança raiou em Cristo. Uma vez que sua glória foi suplantada, a Antiga Aliança não é mais nossa lei.
2. A glória com rostos desvendados(3:13-16,18). Este texto destaca comparações e contrastes entre nós e Moisés. Na Antiga Aliança, somente Moisés teve permissão de ver a glória do Senhor. Na Nova Aliança, todos nós temos o privilégio de contemplar a glória do Senhor. Depois de falar com o povo, Moisés teve de cobrir o rosto com um véu, mas nós podemos ter o rosto desvendado. Como Moisés, nosso rosto é transformado e começa a luzir com a glória do Senhor. Isto não é físico, em nosso caso, mas representa a radiante transformação espiritual que experimentamos. Cada cristão, em certo sentido, repete as experiências de Moisés.
Todo cristão hoje contempla o Senhor. Nos dias do Sinai, somente Moisés viu-o. O povo, por causa da culpa do pecado, era incapaz de contemplar o Senhor, ou de ver o resplendor da face de Moisés. Agora que a culpa dos pecados do cristão foi perdoada por Cristo, ele pode contemplar a glória de Deus na face de Cristo (4:6) e ansiosamente antever a contemplação final da glória do Senhor no céu (João 17:24).
Diferente de Moisés, nosso rosto não deve ser vendado. A luz de Cristo dentro de nós não deve ficar escondida; antes, outros devem ver a glória do Senhor refletida em nossa 'face', em nosso caráter. Somos diferentes de Moisés no fato que a glória de Moisés desvaneceu, e a nossa deve intensificar "de glória em glória".
3. A liberdade do Espírito e a nossa permanente transformação(3:17,18). Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. Mas todos nós, o rosto desvendado, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.
A liberdade do Espírito - “[...] onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade[...]”. A liberdade que vem de Cristo é, acima de tudo, libertação da condenação e escravidão do pecado(Rm 6:6-14) e do domínio total de Satanás(Cl 1:13). A liberdade proporcionada por Cristo não é uma liberdade para o crente fazer o que quer, mas para fazer o que deve(Rm 6: 18-23). A liberdade espiritual nunca deve ser usada como justificativa para conflitos(Tg 4:1,2; 1Pe 2:16-25). A liberdade cristã deixa o crente livre para servir a Deus(1Ts 1:9) e ao próximo(1Co 9:19). Agora somos servos de Cristo, vivendo para agradar a Deus, pela graça(Rm 5:21; 6:10-13).
“[...] Mas todos nós, o rosto desvendado, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor[...]”. O espelho é a Palavra de Deus. Na Bíblia, encontramos o Senhor revelado em todo o seu esplendor.Ainda não o vemos face a face, mas apenas espelhado na Palavra. Observe que é glória do Senhor o que contemplamos. Paulo não está enfatizando a beleza moral de Jesus como homem aqui na Terra, mas sua glória presente como Filho exaltado à destra do Pai.
A nossa permanente transformação – “somos transformados de glória em glória”. Na Antiga Aliança, colhemos escravidão, morte e condenação, mas na Nova Aliança somos convertidos, libertos e transformados progressivamente na imagem de Cristo. O véu é retirado do coração não apenas no ato da conversão, mas o processo da santificação é um contínuo remover de máscaras.
Deus não apenas nos destinou para a glória, mas está empenhado em nos transformar à imagem do Rei da glória(Rm 8:29). O projeto eterno de Deus é nos transformar à imagem de Cristo e esculpir em nós o caráter de Cristo. O plano de Deus é que aqueles que foram convertidos a Cristo e foram libertos pelo Espírito Santo alcancem o pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo(Ef 4:13). A transformação na imagem do Senhor não acontece num certo ponto do tempo, mas trata-se de um processo contínuo. O termo de glória em glória enfatiza sua natureza progressiva.
Sob a Antiga Aliança, somente Moisés subiu ao monte e teve comunhão com Deus, mas sob a Nova Aliança todos os cristãos têm o privilégio de desfrutar a comunhão com o Senhor. Por meio de Cristo, podemos entrar no Santo dos Santos(Hb 10:19,20); e não precisamos escalar montanha.


CONCLUSÃO

A Nova Aliança, ao contrário da Antiga Aliança, é eterna. O Senhor disse: “Farei com eles aliança de paz; será aliança perpétua” (Ez 37.26). Depois de servir ao seu propósito, o pacto mosaico tornou-se sem efeito. As palavras “velho” e “envelheceu” em Hebreus 8.13, mostram que o pacto mosaico, ou seja, a Antiga Aliança, estava esgotado, perdendo as forças e prestes a ser dissolvido. Através de Sua morte, Cristo tornou-se o Mediador da Nova Aliança, e possibilitou a reconciliação de todos aqueles que confiam em Sua obra redentora. Glórias a Deus!
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no site: www.adbelavista.com.br
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de estudo DAKE. O novo dicionário da Bíblia. Revista o Ensinador Cristão. Guia do leitor da bíblia – 2Corintios. 2Corintios – Rev. Hernandes Dias Lopes. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdnald. Guia do Novo Pacto - pelo Pr. José Antônio Corrêa.

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