quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

PARA O ANO QUE COMEÇA










“Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico” (Sl 100.1-2).
O ano velho terminando, o ano novo começando, vamos nos perguntar: Como deverá ser minha vida com Deus neste novo ano? Quais serão minhas prioridades? O que o Senhor espera de mim? Para acharmos as respostas, voltemos ao Salmo 100: “Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico” (vv.1-2).
– O Salmo 100 não começa dizendo apenas “Celebrai ao Senhor”, mas: “Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras”.
– Ele não diz apenas “Servi ao Senhor”, mas: “Servi ao Senhor com alegria”.
– Não está escrito somente “apresentai-vos diante dele”, mas: “apresentai-vos diante dele com cântico”.
Neste momento, tomemos a decisão de crescer na gratidão ao Senhor, ganhando almas para Jesus. Não vamos apenas servi-lO neste novo ano, mas servir a Ele com alegria. Além disso, não nos apresentemos simplesmente diante dEle, mas cheguemos à Sua presença “com cântico”.

“Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras”













Chama a atenção quantas vezes somos conclamados na Bíblia a louvar e adorar ao Senhor. A Escritura deixa bem claro quem deve louvar e adorá-lO, quem deve celebrar com júbilo ao Senhor:
– Seus santos: “Salmodiai ao Senhor, vós que sois seus santos, e dai graças ao seu santo nome” (Sl 30.4).
– Israel : “Casa de Israel, bendizei ao Senhor; casa de Arão, bendizei ao Senhor; casa de Levi, bendizei ao Senhor; vós que temeis ao Senhor, bendizei ao Senhor” (Sl 135.19-20).
– Os gentios: “Louvai ao Senhor, vós todos os gentios, louvai-o, todos os povos” (Sl 117.1).
Até os céus, a terra e os montes devem exaltá-lO: “Cantai, ó céus, alegra-te, ó terra, e vós, montes, rompei em cânticos” (Is 49.13). No mesmo versículo encontramos a razão de todo esse júbilo: “porque o Senhor consolou o seu povo e dos aflitos se compadece.” A Bíblia fala de mais razões para louvar a Deus, por exemplo: “Louvai ao Senhor, porque ele é bom; cantai louvores ao seu nome, porque é agradável” (Sl 135.3). Ou: “Exaltado seja o Deus da minha salvação” (Sl 18.46). “Por causa da sua misericórdia... Por isso te glorificarei entre os gentios e cantarei louvores ao teu nome” (Rm 15.9). Ou pensemos nas tantas vezes em que Sua bondade infinita é louvada e exaltada em cânticos: “Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua misericórdia dura para sempre” (Sl 106.1; 107.1; 118.1; 136.1; etc.).
“Cantai, ó céus, alegra-te, ó terra, e vós, montes, rompei em cânticos” (Is 49.13).
Inúmeras pessoas, inclusive muitos cristãos, infelizmente, esquecem de louvar e agradecer, de celebrar com júbilo ao Senhor! Mas o louvor a Deus não deve ser expresso apenas através de palavras. O próprio Senhor Jesus exorta os crentes a viverem uma vida santificada para que os outros, aqueles que nos observam, possam louvar ao Senhor: “Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16). E Pedro escreve em sua primeira epístola: “mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação” (1 Pe 2.12). Se a nossa vida for um testemunho autêntico do poder renovador de Deus, então outros serão levados a entoar conosco o louvor a Deus. Vamos juntos, neste ano que começa, fazer com que o louvor ao Senhor ecoe de nossas vidas de maneira renovada! Se vivermos de acordo com nossa elevada vocação, coisas grandiosas acontecerão!

“Servi ao Senhor com alegria!”










Não devemos simplesmente servir ao Senhor; vamos fazê-lo “com alegria” (Sl 100.2). Isso significa levar Filipenses 2.14 a sério: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas”. “Murmuração” é reclamar, é demonstrar falta de vontade e reagir negativamente. Servir ao Senhor “com alegria” significa servi-lO sem murmurar, sem reclamar, sempre de boa vontade.
Talvez alguém pergunte: “Quando acontece alguma coisa comigo, como posso saber o que vem do Senhor, o que resulta das circunstâncias ou o que procede das pessoas que me cercam?” Se respondêssemos essa pergunta de maneira direta e imediata, certamente consideraríamos sempre como vindas do Senhor aquelas coisas que nos agradam. Então tudo seria muito fácil, não teríamos o menor problema em servi-lO com alegria, sem murmurar e sem reclamar. Mas muitas vezes não é simples separar o que vem de Deus daquilo que procede de homens ou das circunstâncias. Por quê? Porque no final das contas tudo vem dEle! Nem sempre Deus é o causador direto do que se passa conosco, mas Ele permite que as coisas aconteçam em nossas vidas. Se aceitarmos essa verdade e eliminarmos toda a murmuração de nosso coração, perseverando nessa atitude, então estaremos servindo ao Senhor com alegria!
Louvar e agradecer: muitos cristãos, infelizmente, esquecem de fazê-lo.
Paulo escreveu a um grupo de escravos em Éfeso: “Quanto a vós outros, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne com temor e tremor, na sinceridade do vosso coração, como a Cristo” (Ef 6.5). Esses escravos, ao se submeterem à autoridade de seu senhor, não estavam submetendo-se apenas a ele mas também a seu Mestre celestial. E a maneira como exerciam seu serviço demonstrava que estavam servindo ao próprio Senhor com alegria, da maneira como Paulo o definiu: “como a Cristo’. O mesmo vale para nós: ”Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças” (Ec 9.10). E: “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens” (Cl 3.23). É assim que servimos ao Senhor “com alegria”!

“Apresentai-vos diante dele com cântico”









O próprio Senhor Jesus demonstra o que isso significa: “Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado” (Lc 10.21). Jesus havia se apresentado diante de Seu Pai para trazer-lhe Sua gratidão e Seu louvor, e Seu coração se rejubilava de alegria. Como havia surgido essa alegria tão grande? Será que se tratava de uma simples emoção que tomou conta dEle? Não, não foi o que aconteceu. Está escrito: “naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo...”.
Em 1 Tessalonicenses 5.19 lemos: “Não apagueis o Espírito”. Muitas vezes o Espírito Santo anseia por nos levar a um intenso júbilo espiritual, especialmente quando Ele consegue realizar sua maior obra, que Cristo descreve como sendo: “Ele (o Espírito Santo) me glorificará” (Jo 16.14). Justamente nesses momentos, quando o Espírito está despertando em nós uma grande alegria pela pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo, quando está glorificando ao Filho diante de nossos olhos espirituais, não deveríamos impedi-lO de realizar Sua obra em nós, não deveríamos abafá-lO, mas permitir que esse júbilo, essa alegria intensa tenha livre acesso a nossos corações. Muitos talvez se sintam constrangidos e procurem sufocar as manifestações de intensa alegria que o Senhor nos concede, por temerem que elas possam vir de uma fonte que não é pura. Naturalmente precisamos ter cuidado para não cair em um cristianismo só de sentimentos, como infelizmente tem acontecido com muitas igrejas. Mas existe realmente essa grande alegria no Espírito, esse júbilo de que Jesus nos deu o exemplo: “Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo...”. Essa “exultação” significa, no texto original, “um júbilo intenso, que nos leva a demonstrar alegria, a cantar e a expressar nossa intensa satisfação, nosso profundo deleite. Jesus não exultou apenas em Suas emoções, pois Sua alegria era gerada pelo Espírito Santo.
“Louvai ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua misericórdia dura para sempre” (Sl 106.1).
Que neste início de ano o Salmo 100 sirva de impulso para que nos apresentemos ao Senhor com cântico. Vamos fazê-lo? Vamos gravar profundamente em nossos corações essa conclamação? Não esqueçamos: um júbilo produzido pelo Espírito Santo glorifica e alegra nosso Senhor! (Marcel Malgo - http://www.apaz.com.br)

domingo, 26 de dezembro de 2010

ATOS – A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO ATRAVÉS DA IGREJA

Texto Base: Atos 1:1-5

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”(Atos 1:8).

INTRODUÇÃO

Atos dos Apóstolos” (ou mais corretamente: “Atos do Espírito Santo”, pois, do começo ao fim, ele é o registro de seu advento e atividade) é um registro histórico preciso da Igreja Primitiva. Mas também é um livro teológico, com lições e exemplos vivos da obra do Espírito Santo, das relações da Igreja e sua organização, das implicações da graça e da lei do amor. É também um trabalho apologético, que ajudou a construir um forte alicerce para a fé cristã ao demonstrar o cumprimento das afirmações e promessas de Cristo [1]. Se não fosse por Atos, não teríamos nenhuma informação acerca da Igreja Primitiva e haveria uma enorme lacuna entre a vida de Jesus nos evangelhos e as epístolas. Além de servir de ponte entre a vida de Cristo e a vida segundo o exemplo de Cristo enunciada nas epístolas, também faz a transição entre o judaísmo e o cristianismo, entre a lei e a graça.

CONTEXTO

Atos dos Apóstolos é um livro que pulsa com vida e ação. Nele, vemos a operação do Espírito Santo ao formar a Igreja, conferindo-lhe poder e expandindo seu alcance. É o registro impressionante de como o Espírito Soberano usou os instrumentos mais improváveis, superou os obstáculos mais formidáveis, empregou os métodos menos convencionais e obteve os resultados mais extraordinários.
Atos retoma a narrativa dos evangelhos e, com suas descrições dinâmicas e comoventes, nos conduz pelos anos turbulentos da infância da Igreja. É um registro do período importante de transição no qual a Igreja do Novo Testamento começou a se livrar dos velhos costumes do judaísmo e apresentar suas características distintivas como uma nova comunidade na qual judeus e gentios constituem um só corpo em Cristo. Por esse motivo, Atos dos Apóstolos foi chamado apropriadamente de relato do “desmame de Isaque”.
Ao lermos esse relato, sentimos um pouco da empolgação espiritual que se manifesta quando Deus opera. Ao mesmo tempo, percebemos a tensão quando Satanás e o pecado se opõem e procuram frustrar a operação divina.
O apóstolo Pedro desempenha um papel fundamental nos doze primeiros capítulos ao pregar o evangelho com ousadia à nação de Israel. A partir do capítulo 13, Paulo ocupa o primeiro plano como o apóstolo zeloso, inspirado e incansável que levou o evangelho aos gentios.
Atos dos Apóstolos abrange um período de aproximadamente trinta anos. Como disse J. B. Phillips, em nenhum período semelhante da história humana “um grupo tão pequeno de pessoas exerceu um impacto tão grande sobre o mundo a ponto de seus inimigos se referirem a ele, com lágrimas de raiva nos olhos, como ‘esses que têm transtornado o mundo’” [2].
O livro de Atos termina de modo repentino com Paulo em Roma aguardando julgamento perante César. Mesmo com o resultado do referido julgamento ainda pendente, o livro termina de modo triunfante, estando Paulo prisioneiro, porém cheio de ânimo e sem impedimento para pregar e ensinar acerca do reino de Deus e do Senhor Jesus(Atos 28:31) [3].

I. AUTORIA, DATA E TEMA

1. Autoria
. Três evidencias em Atos apontam para a autoria de Lucas. Em primeiro lugar, no inicio do livro, o escritor se refere de forma especifica a uma obra anterior, também dedicada a Teófilo. Lucas 1:1-4 mostra que o terceiro evangelho é o relato em questão. O estilo, a visão compassiva de mundo, o vocabulário, a ênfase apologética e vários outros detalhes constituem vínculos importantes entre as duas obras. Se não fosse pelo desejo de colocar o evangelho de Lucas com os outros dois evangelhos sinóticos, sem dúvida ele apareceria lado a lado com Atos, como ocorre com 1 – 2 Coríntios.
Em segundo lugar, o texto de Atos deixa claro que o autor foi um companheiro de viagem de Paulo. As passagens escritas na primeira pessoa do plural (Atos 16:10-17; 20:5-21:18; 27:1-28:16) mostram que o autor estava presente nos acontecimentos registrados.
Por fim, ao eliminar os companheiros de Paulo mencionados pelo autor na terceira pessoa e também os companheiros que não acompanharam Paulo nas seções redigidas na primeira pessoa do plural, a única possibilidade viável é Lucas [4].
2. Data de composição. Apesar de a data de alguns dos livros do Novo Testamento não ser essencial, ela é mais importante em Atos, em que encontramos a primeira história da Igreja.
Existem argumentos convincentes de que Lucas concluiu Atos logo depois que a história narrada no livro chegou ao fim, ou seja, durante a primeira prisão de Paulo em Roma.
É possível que Lucas estivesse planejando escrever mais uma obra (mas, ao que parece, não era essa a vontade de Deus). Isso explica por que ele não menciona os acontecimentos ocorridos entre 63 a 70 d.C., que tiveram um impacto devastador sobre os cristãos. As seguintes omissões, porém, sugerem uma data mais antiga: a perseguição intensa de Nero aos cristãos na Itália depois do incêndio de Roma (64 d.C); a guerra entre judeus e romanos(66-70 d.C); o martírio de Pedro e Paulo(final da década de 60) e a destruição de Jerusalém, o acontecimento mais traumático de todos para judeus e cristãos hebreus. Assim, é mais provável que Lucas tenha escrito Atos enquanto Paulo estava preso em Roma, por volta de 62 ou 63.d.C. [5].
3. Tema. Podemos assim resumir o tema central dos “Atos dos Apóstolos”: A propagação triunfal do Evangelho através da Igreja pelo poder do Espírito Santo.

II. O CONTEÚDO DE ATOS DOS APÓSTOLOS

O conteúdo do livro
de Atos começa onde o Evangelho de Lucas termina: com o período pós-ressurreição e a ascensão de Jesus Cristo.
Há quem considere o conteúdo do livro de Atos como se pertencesse a uma outra era bíblica e não como o padrão divino para a igreja e seu testemunho durante todo o período que o Novo Testamento chama de “últimos dias”(Atos 2:17). O livro de Atos não é simplesmente um compêndio de historia da igreja primitiva; é o padrão perene para a vida cristã e para qualquer congregação cheia do Espírito Santo.
Os crentes devem desejar, buscar e esperar, como norma para a Igreja atual, todos os fatos vistos no ministério e na experiência da igreja do Novo Testamento(exceto a redação de novos livros para o Novo Testamento). Esses fatos são evidentes quando a Igreja vive na plenitude do poder do Espírito Santo. Nada, em Atos e no restante do Novo Testamento, indica que os sinais, maravilhas, milagres, dons espirituais ou o padrão apostólico para a vida e o ministério da Igreja cessariam, repentina ou de uma vez, no fim da era apostólica [6].
Arthur T.Pierson, assim descreve de forma comovente: “Igreja de Cristo! Os relatos desses Atos do Espírito Santo nunca foram completados. Esse é o livro que não possui fim, pois está à espera de novos capítulos a serem acrescentados no ritmo e na medida em que o povo de Deus confirma o bendito Espírito na sua santa cadeira de comando” [7] .
Atos dos Apóstolos” fragmenta-se em três principais momentos: o derramamento do Espírito Santo; a vida comunitária da Igreja Primitiva em Jerusalém; e a expansão da Igreja entre os gentios. No desenvolvimento desse processo, o Espírito Santo protagoniza o papel de condutor essencial do caminho missionário da Igreja. Sob Sua ação, a Igreja caminha poderosa, testemunhando acerca de Jesus Cristo de Nazaré [8].
Novas igrejas estão sendo continuamente fundadas. Pela fé em Jesus Cristo e através do poder do Espírito Santo, a Igreja cristã pode ser um agente de mudanças. À medida que enfrentamos novos problemas, encontraremos no livro de “Atos dos Apóstolos” importantes soluções.

III. O PROPÓSITO DE ATOS DOS APÓSTOLOS

Lucas tem pelo menos quatro propósitos ao narrar os começos da Igreja.
1. Narrar a expansão da Igreja (At 1:1-15). “Atos” demonstra que o evangelho avançou triunfalmente das fronteiras estreitas do judaísmo para o mundo gentio. Para que isso ocorresse foi necessária uma dispersão dos crentes que estavam em Jerusalém para que a mensagem de Jesus se espalhasse. Nem sempre o crescimento da Igreja se deu em ocasiões em que a pregação e o culto eram propícios, e esse foi o caso dos crentes de Jerusalém, que precisaram ser perseguidos para cumprir o mandamento do Senhor.
2. Revelar a missão do Espírito Santo na vida e no papel da Igreja e enfatiza o batismo no Espírito Santo como a provisão de Deus para capacitar a Igreja a proclamar o evangelho e a dar continuidade ao ministério de Jesus. O autor do livro de Atos, Lucas, registra três vezes, expressamente, o fato de o batismo no Espírito Santo ser acompanhado de enunciação em outras línguas (2:1-4; 10:44-47; 19:1-6). O contexto destas passagens mostra que isto era normal no princípio da Igreja, e que é o padrão permanente de Deus para ela . [9]
3. Justificar os Atos dos Apóstolos. Quando lemos o livro de Atos passamos a entender a forma com que os discípulos agiram, e o contexto em que agiram. Os apóstolos do Senhor se viram diante de diversas situações, como perseguição religiosa e política, a mão de Deus sendo estendida aos gentios – inclusive dando-lhes o batismo com o Espírito Santo, a conversão de perseguidores como Paulo e milagres confirmando a participação da mão de Deus na criação da Igreja. Conhecendo esses fatos, entendemos a forma com que os primeiros desafios foram vencidos e de que forma as estratégias usadas pelos apóstolos podem ser usadas em nossos dias também [10].
4. Estimular os crentes. A história pode servir de inspiração para as pessoas que dela se servem. Nós, crentes do século 21, podemos ler o livro de Atos e perceber o cuidado de Deus para com seu povo. Entenderemos que o fator “perseguição” não é novo para o povo de Deus, e que mesmo em uma situação assim, Deus estende sua mão para que o Evangelho cresça e seu nome seja glorificado. Nossa motivação reside aqui: da mesma forma que os primeiros discípulos agiram, confiando no Senhor, temos esse precedente para dar prosseguimento à obra de Deus [11].

CONCLUSÃO

Ao ler o livro de Atos, coloque-se no lugar dos discípulos: identifique-se com aqueles que foram cheios do Espírito Santo e experimente a emoção de ver milhares de respostas à mensagem do evangelho! Sinta o comprometimento demonstrado pelos que dedicaram cada talento de seu tesouro a Cristo. Ao ler Atos, perceba a ousadia e a coragem que o Espírito Santo concedia aos crentes do primeiro século que, mesmo diante do sofrimento e da morte, aproveitavam todas as oportunidades para falar de seu Senhor crucificado e ressuscitado. Então, decida ser uma versão deste século daqueles homens e mulheres de Deus! [12].

Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Notas:
[1] – Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal.
[2] William Macdonald - Comentário Bíblico Popular.
[3] – Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal.
[4[ William Macdonald - Comentário Bíblico Popular.
[5] William Macdonald - Comentário Bíblico Popular.
[6] Bíblia de Estudo Pentecostal.
[7] John Stott – A mensagem de Atos.
(8) LBM – CPAD - Orientação Pedagógica.
[9] Bíblia de Estudo Pentecostal.
[10] Revista Ensinador Cristão nº 45.
[11] Revista Ensinador Cristão nº 45.
[12] Bíblia de Estudo –Aplicação Pessoal.

LIÇÕES DO 1º TRIMESTRE DE 2011


No 1º Trimestre de 2011 estaremos estudando, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o tema: “Atos dos Apóstolos: Até aos confins da terra”.

As lições serão comentadas pelo pastor Claudionor de Andrade. Os assuntos serão os seguintes:
1. Atos - A Ação do Espírito Santo Através da Igreja.

2. A Ascensão de Cristo e a Promessa de Sua Vinda.

3. O Derramamento do Espírito Santo no Pentecostes.

4. O Poder Irresistível da Comunhão na Igreja.

5. Sinais e Maravilhas na Igreja.

6. A Importância da Disciplina na Igreja.

7. Assistência Social, Um Importante Negócio.

8. Quando a Igreja de Cristo é Perseguida.

9. A Conversão de Paulo.

10. O Evangelho Propaga-se Entre os Gentios.

11. O Primeiro Concílio da Igreja de Cristo.

12. As Viagens Missionárias de Paulo.

13. Paulo Testifica de Cristo em Roma.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Aula 13 - SE O MEU POVO ORAR

Texto Base: 2 Crônicas 7:11-18
“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra”(2Cr 7.14).

Caros professores da Escola Bíblica Dominical, e demais seguidores deste blog, esta é a última aula deste 4º trimestre de 2010. Os momentos que passamos juntos estudando a Palavra de Deus foram mui gratificantes. Primeiro, porque Deus preservou a nossa vida diante de tantos conflitos, quer espiritual, quer moral, e, fortificados pela comunhão com Deus, marchamos, convictos da vida eterna em Cristo Jesus, rumo à pátria celestial. Segundo, porque aprendemos que a oração é o meio fundamental para mantermos a comunhão com Deus e decifrarmos qual a sua vontade para determinadas pretensões nossas. Terceiro, aprendemos que a humildade, o respeito, a reverencia e a submissão, são virtudes chaves para adentrarmos a sala do Trono de Deus. Portanto, cada um de nós deve refletir acerca da nossa vida de oração, e estar cônscio da importância do diálogo entre a teoria e a prática. Após essas treze aulas, espera-se que ao menos nossa vida devocional seja modificada. Afinal, de nada adiantará aprendermos a orar, se não orarmos.


INTRODUÇÃO

Neste trimestre estudamos acerca da oração. Vimos diversas vezes exemplos de pessoas que oraram e obtiveram resposta às suas orações. Vimos também exemplos de pessoas que negligenciaram a oração e as conseqüências desse ato. Nesta lição, veremos a recomendação de Deus no tocante à oração para o seu povo. Quando da dedicação do Templo de Jerusalém, no reinado de Salomão, o Senhor fez promessas, porém a concretização dessas promessas foi condicionada à obediência a Ele (2Cr 7:14). Por extensão, aplica-se, também, à Igreja, o novo povo de Deus da dispensação da graça(1Co 10:32). Para a Igreja Jesus diz mais: “...Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”(Ap 2:10).
Vivemos um instante na Igreja em que uma das frases mais ouvidas é “receba a bênção” ou, simplesmente, “receeeeba”, como se as promessas e as bênçãos divinas fossem uma questão tão somente de se pôr à disposição para ser servido pelo Senhor, que, pateticamente, é reduzido à condição de simples “servo”, “almoxarife”.
Somente aqueles com um senso de relacionamento pessoal (‘chamado pelo Seu nome’) que tratam o relacionamento com Deus seriamente (‘humilharem-se’) recorrerão ao Senhor por ajuda sobrenatural.
Para alcançar as promessas de Deus é preciso estar dentro dos pré-requisitos estabelecidos na Palavra de Deus, sendo uma delas, a obediência à sua lei moral, como consequência do reconhecimento e aceitação de Cristo como Senhor e Salvador.
Que possamos compreender o significado e a profundidade de cada uma das promessas do Altíssimo, pois elas são infalíveis: “... nem uma só palavra caiu de todas as suas boas palavras que falou pelo ministério de Moisés, seu servo" (1Rs 8:56).

AS PROMESSAS DE DEUS SÃO CONDICIONAIS - “SE O MEU POVO ORAR

Na famosa oração de dedicação do Templo, Salomão pediu ao Senhor que atendesse as súplicas do seu povo, quando ele pecasse e fosse exilado: “Ouve tu desde os céus, e perdoa os pecados de teu povo de Israel, e faze-os tornar à terra que tens dado a eles e a seus pais” (2Cr 6:24,25). Claro que isto requereria arrependimento, uma mudança de coração, pelo qual o rei orou fervorosamente (6:37-39).
Em seguida, o Senhor apareceu de noite a Salomão para conceder-lhe bênçãos adicionais (2Cr 7:12-18) juntamente com uma advertência (2Cr 7: 19-22; cf 1Rs 9:1-9). As suas palavras a Salomão foram uma breve resposta aos pontos principais da oração de consagração do rei. Deus assegurou-lhe que tinha ouvido(1Rs 9:3; cf 8:28-30) e confirmou que o seu nome estava no Templo, que teria a sua atenção contínua. O Senhor novamente declarou que a obediência era a condição para a continuidade do trono de Davi(1Rs 4:5; cf 8:24-26). Aqui está o severo aviso de que a desobediência irá certamente resultar em cativeiro em uma terra estrangeira, e na destruição do Templo. Os próprios estranhos entenderiam que a causa de tal ruína seria a deslealdade de Israel do seu Deus(1R 9:6-9). Portanto, a obediência ou a santidade da vida é a chave para que Israel cumpra o propósito que Deus tem para a nação, como um povo; a sua desobediência não será tolerada de maneira alguma.
Portanto, obedecer aos mandamentos de Deus, amá-lo e agradá-lo são condições prévias indispensáveis para termos resposta às orações. Tiago ao escrever que a oração do justo é ouvida por Deus, refere-se tanto à pessoa que foi justificada pela fé em Cristo, quanto à pessoa que está a viver uma vida reta, obediente e temente a Deus (Tg 5:16-18; Sl 34:13,14). O Antigo Testamento acentua este mesmo ensino.
Deus tornou claro que as orações de Moisés pelos israelitas eram ouvidas por causa do seu relacionamento obediente com o Senhor e da sua lealdade a Ele (ver Êx 33:17). Por outro lado, o salmista declara que se abrigarmos o pecado em nossa vida, o Senhor não atenderá as nossas orações – “Se eu atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá”(Sl 66:18). Eis a razão principal por que o Senhor não atendia as orações dos israelitas idólatras e ímpios – “Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue”(Is 1:15). Mas se o povo de Deus arrepender-se e voltar-se dos seus caminhos ímpios, o Senhor promete voltar a atendê-lo, perdoar seus pecados e sarar a sua terra – “e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra”(2Cr 7.14).
Vejamos a seguir uma análise sucinta destas promessas condicionais de Deus ao seu povo Israel, que é aplicado a todos nós que fazemos parte da Igreja do Senhor.
1. O povo de Deus. “se o meu povo, que se chama pelo meu nome”. Após a destruição da humanidade pelo dilúvio, formou-se uma única nação por parte dos descendentes de Noé, mas esta comunidade logo se revoltou contra Deus, que dividiu esta nação única através da confusão das línguas (cf Gn 11:1-9), findando-se, assim, a chamada dispensação do governo humano.
Em virtude deste juízo, Deus resolve formar um povo, a partir de Abraão, para trazer a salvação à humanidade(Gn 12:1-3). Perceba-se que a formação deste povo não significa, em absoluto, predileção ou acepção de pessoas, mas visa criar um povo que pudesse ser a demonstração do amor de Deus a todas as nações.
Israel falhou nesta iniciativa de testificar de Deus a todas as nações, notadamente ao rejeitar o Messias (cf João 1:11), abrindo-se, então, uma oportunidade aos gentios para que recebessem a Deus através de Jesus Cristo(João 1:12,13; Rm 9:30-33,10:11-25).
Vive-se o momento da dispensação da Graça aos gentios, da oportunidade para que todos aceitem a Cristo como Salvador(Mt 24:14; 28:19;Mc 16:15; Lc 24:47;At1:8; Ap 5:9,10).
Mediante o perdão divino, passamos a pertencer ao povo de Deus, independentemente de nossa vida anterior, do que tenhamos vindo a fazer(Os.2:23). Não há qualquer maldição hereditária, qualquer reminiscência, qualquer pecado que tenha perdurado, pois o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado (1João 1:7).
a) “Se o meu povo”. A resposta do Senhor começa com uma condicional: “Se”. Não é incomum Deus, em sua Palavra, trazer promessas condicionais, que dependem de uma atitude por parte do homem. Deus estava pronto para ouvir seu povo, mas este deveria estar pronto para dar o passo em direção ao Senhor. O povo deveria buscar ao Senhor para que a resposta divina chegasse a eles.
b) “Que se chama pelo meu nome”. O povo de Israel era chamado o povo de Deus. Infelizmente, por diversas ocasiões, o povo se rebelou contra o Senhor e esqueceu a quem pertencia, e essa atitude trouxe diversos julgamentos da parte de Deus. Ser chamado pelo nome do Senhor exige grande responsabilidade, pois requer ser um exemplo. Não bastava orar; era preciso ter compromisso com o Deus que os tirou da escravidão.
2. Condições para cumprimento das promessas de Deus. O castigo que Deus envia ao seu povo nos tempos de declínio moral, indiferença espiritual e de parceria com o mundo é a seca, a esterilidade e a peste(2Cr 7:13). A promessa de Deus, embora originalmente feita a Israel, é de igual modo aplicável ao povo de Deus em qualquer época, desde que este povo, uma vez sob castigo divino, satisfaça as seguintes condições para um avivamento espiritual e restauração do santo propósito e benção de Deus para seu povo(cf At 3:19):
a) “Humilhar-se”. Deus aceita o coração quebrantado, que se vê na dependência dele para receber o perdão de seus pecados e manter a comunhão. Pessoas com coração altivo não são aceitas pelo Senhor. Quando se imaginava que bastava a pessoa apresentar-se ao Senhor com animais para serem mortos, Deus usa o salmista e diz: “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus”(Sl 51:17). Portanto, o povo de Deus deve reconhecer as sua faltas, manifestar tristeza pelo seu pecado e renovar seu compromisso de fazer a vontade de Deus. Humilharmo-nos diante de Deus e da sua Palavra, importa em reconhecer nossa pobreza espiritual(2Cr 11:16; 15:12,13,15; 34:15-19; Sl 51:17; Mt 5:3).
b) “Orar”. O povo de Deus deve clamar com fervor, pedindo-lhe misericórdia. Deve depender totalmente dele e confiar nele para a sua intervenção. A oração deve ser fervente e perseverante até Deus responder do Céu(cf Lc 11:1-13;18:1-8; Tg 5:17,18).
c) “Buscar a minha face”. Pode parecer redundante esta fala do Senhor, mas lembremo-nos de que muitas pessoas não buscam o Senhor em oração. Jesus contou a parábola do fariseu e do publicano, e nela mostrou a possibilidade de uma pessoa orar, mas não buscando ao Senhor: “O fariseu, estando em pé, orava consigo...”(Lc 18:11). O fariseu não estava orando a Deus: ele orava de si para si mesmo. E esse é o tipo de oração hipócrita. Sua oração não ia além do templo, não chegava à presença de Deus. Sabe por quê? Porque se tratava de uma oração vazia, egoísta, vaidosa, hipócrita, cheia de arrogância, exaltação e pedantismo religioso. Ora, nós sabemos que Deus não ouve a oração feita com arrogância.
O publicano, pelo contrário, via muito bem a si mesmo e só tinha olhos para os seus pecados. Não tinha nenhuma pretensão, mas apenas a convicção de que era pecador. Esse homem humilde e convicto do seu estado de pecador estava arrependido diante de Deus. Seu único pedido era por piedade, ou seja, por perdão. E Deus ouviu o pecador arrependido e o perdoou. O publicano saiu do templo perdoado e justificado.
O povo de Deus deve, portanto, com dedicação, humildade, temor e tremor buscar a Deus de todo o coração e ansiar pelo seu perdão e pela sua presença.
d) “E se converter dos seus maus caminhos”. A oração exige de nós que tornemos a fazer aquilo que agrada a Deus. O povo deve se arrepender com sinceridade, abandonar pecados específicos e todas as formas de idolatria, renunciar o mundanismo e chegar-se a Deus; pedindo misericórdia, perdão e purificação(2Cr 29:6-11; 2Rs 17:13; Jr 25:5; Zc 1:4; Hb 4:16).
Orar é importante, como também ter um coração quebrantado e buscar a face do Senhor, mas não podemos permanecer no pecado. É preciso ter uma atitude de conversão, de mudar de caminho, de não cometer os erros que vimos fazendo.
3. Deus cumpre suas promessas. “Então, eu ouvirei... perdoarei... Sararei”. Quando são cumpridas as quatro condições acima da parte de Deus, para o avivamento e renovação espiritual do seu povo, cumpre-se também a tríplice promessa divina do avivamento:
a) Deus ouvirá a oração do seu povo“eu ouvirei dos céus”. Deus desviará a sua ira do seu povo, ouvirá o seu clamor angustiado e atenderá a sua oração(2Cr 7:15). Noutras palavras, a primeira evidência de um reavivamento é Deus começar a ouvir, do Céu, a oração e respondê-la, e a manifestar compaixão pelo seu povo(Sl 85:4-7; 102:1,2,13; Jr 13:3; Jl 2:12,13,18,19).
b) Deus perdoará o seu povo“e perdoarei os seus pecados”. Deus purificará o seu povo dos seus pecados e restaurará entre eles o seu favor, presença, paz, verdade, justiça e poder (cf Sl 85:9-13; Jr 33:7,8; Os 10:12; 2Co 6:14-18).
c) Deus sarará o seu povo e sua respectiva terra – “e sararei a sua terra”. Deus promete restaurar a comunhão por meio do perdão dos pecados, e na sequência, restaurar a ordem social e física na nação, derramando novamente chuvas (isto é, favor e bênçãos físicas) e o Espírito Santo (isto é, despertamento espiritual entre o seu povo e entre os perdidos, cf. Sl 51:12,13; Os 5:14; 6:3,11; Jl 2:28-32).
Esse é o resultado de se buscar ao Senhor da forma que Ele deseja e aceita: a garantia de que Deus estará inclinado às orações que forem feitas a Ele, desde que cumpra as condições por Ele estabelecidas, como as que foram mencionadas acima. Portanto, busquemos a presença do Senhor continuamente, a fim de que o nosso Deus, segundo as suas riquezas, supra todas as nossas necessidades em glória, por Cristo Jesus (Fp 4:19).
CONCLUSÃO
A oração de Salomão pelas bênçãos de Deus tinha sido condicional. A resposta do Senhor foi dada nas mesmas condições. Não importa quão profundo seja o problema trazido pelo pecado; existe uma promessa segura de Deus: “se o meu povo, que se chama pelo nome.... e sararei a sua terra(2Cr 7:14). Mas, o povo de Deus deve caminhar em obediência às suas leis ou será rejeitado.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Revista Ensinador Cristão – CPAD nº 44. Guia do leitor da Bíblia. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald. Através da Bíblia – Lucas – John Vernon McGee.




segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

PAZ DE JESUS CRISTO NO NATAL



“Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens”(Lucas 2:14).

Esta foi a alegre mensagem das multidões de anjos aos pastores quando Jesus nasceu. Essa paz prometida foi uma expressão da boa vontade de Deus para com os homens.
Apesar da inefável mensagem dos anjos, não existe paz na Terra! Em todas as camadas das sociedades em todas as nações há uma demonstração de falta de paz: há guerras entre nações, guerras no seio das famílias, guerras dentro do próprio homem, até guerras entre denominações religiosas e entre “evangélicos”. Todavia, há uma paz real, verdadeira e possível de ser alcançada pelo homem: a paz de Cristo, o Príncipe da Paz(Is 9:6,7). Esta paz começa a ser gerada dentro do ser humano, pelo Espírito Santo, logo após a conversão, ou logo após o homem aceitar o Senhor Jesus como seu único e suficiente Salvador. Assim sendo, a paz não é um estado de ausência de conflitos, como tem entendido o mundo desde as eras mais antigas, mas o resultado da restauração da comunhão entre Deus e o homem por intermédio de Cristo Jesus.
Em que consiste, então, essa Paz? Certa vez foi oferecido um prêmio à pessoa que pintasse o melhor quadro representativo da paz. Houve dois que pareciam superiores. Um retratava uma paisagem de verão; um riacho corria tranquilamente através de verdejante campina; nem a mais leve brisa agitava as árvores; o céu estava claro; duas reses pastavam à sombra de grande carvalho; uma borboleta colorida voava de flor em flor; pássaros pousavam nos galhos. Todos que viam este quadro consideravam-no um quadro perfeito da paz. Mas o prêmio foi conferido ao artista que pintou em sua tela um agitado oceano furioso, com relâmpagos cruzando o espaço; mas ao lado do rochedo, protegido por pequena escarpa, se podia ver uma gaivota branca em seu ninho; as ondas furiosas arremetiam contra seu retiro, mas ela não sentia nenhum temor; contemplava tranquilamente tudo, sabendo que estava segura em seu refúgio – isso é Paz real.
Desta feita, Paz não quer dizer estar num lugar onde não há qualquer barulho, problema, ou trabalho duro. Paz quer dizer estar no meio de todas essas coisas e ainda assim estar tranquilo no seu coração. Este é o significado da paz real. Esta é a Paz perfeita que Cristo nos dá. Ela é uma condição da alma e do espírito e independe das circunstâncias. Sua origem é o próprio Deus. Ela permanece mesmo em meio ao perigo e circunstâncias contrárias. Isaías declara: “Tu conservarás em perfeita paz aquele cuja mente está firme em Ti; porque ele confia em Ti”(Is 26:3).
A perfeita paz da alma dada pelo Deus Criador dos céus e da terra, é tão eficiente que o apóstolo Paulo disse o seguinte a respeito dela: “de todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados, somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos” (2Co. 4:9). Não há poder no mundo capaz de romper ou anular os efeitos da paz que Deus nos dá em Seu Filho, Cristo Jesus.
Se você está perguntando: “O que eu faço para obter esta paz na minha alma?” Deus declara que a questão não é o que você precisa fazer, mas sim em quem você deve confiar. A paz na alma é resultado de uma vida de intimidade e submissão ao Senhor Jesus Cristo. A Bíblia nos diz que a paz de Deus está ligada à fé em Jesus, portanto: “justificados pela fé, temos paz com Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo”(Rm 5:1).
A paz de Deus é um bem que ninguém consegue comprar porque só Jesus pode pagar o preço exigido. É dessa paz que falam as multidões de anjos em Lucas 2:14. Todavia, depende muito de nós nos apropriarmos dessa oferta de Deus, de valorizarmos esse grandioso gesto de boa vontade de Deus para conosco, de permitirmos que a paz anunciada no Natal se torne realidade em nossas vidas. Não a paz representada pelo gorjear matinal dos pássaros... Mas representada na cruz de Cristo. Não a paz manifesta no cicio crepuscular das águas... Mas manifesta na ressurreição de Jesus. Não a paz existente no hálito gélido das montanhas... Mas no Gólgota. Não a paz fundamentada nos diplomatas das nações...Mas fundamentada no embaixador entre Deus e os homens - Jesus Cristo.
Que neste Natal agradeçamos a Deus por Jesus Cristo, que trouxe Paz aos nossos corações -"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. Não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize" (João 14.27).

Luciano Lourenço

domingo, 19 de dezembro de 2010

MARIA - MÃE DE JESUS - UMA MULHER DÍGNA DE SER IMITADA


INTRODUÇÃO
Quero, por ocasião da comemoração do natal de Jesus Cristo, falar de uma mulher que merece estar no pedestal. É claro que se ela estivesse viva ela diria: “longe de mim tal merecimento”. Mas para falar de Maria, mãe de Jesus, eu digo como Paulo: “Dai a cada um o que lhe é devido:.... a quem honra, honra”(Rm 13:7).
Maria é uma mulher digna de ser imitada não só pelas mulheres, mas por todos os cristãos de todos os tempos: por sua humildade, coragem, abnegação, fervor e fidelidade a Deus. Ela foi uma mulher que esteve pronta a correr todos os riscos para realizar a vontade de Deus. Vejamos a seguir algumas características importantes dessa mulher maravilhosa.
1. Maria uma mulher escolhida por Deus para ser a mãe do Senhor Jesus. Ser a mãe do Messias era o desejo de qualquer mulher israelita. O povo esperava um Messias da linhagem de Davi, porém um Messias ditatorial, guerreiro, libertador, déspota, invencível, mas nunca jamais imaginaram vir o Messias de alguma cidade da Galiléia, a Galiléia dos Gentios (Mt 4:15), principalmente de uma família pobre de Nazaré. O povo de Jerusalém desdenhava os judeus da Galiléia e dizia que eles não eram puros em virtude do seu contato com os gentios. Eles especialmente desprezavam os habitantes de Nazaré (João 1:45,46), mas Deus, em sua graça, escolheu uma jovem pobre, da pequena cidade de Nazaré, na pobre região da Galiléia, para ser a mãe do Messias prometido. Essa escolha teve sua origem na graça de Deus e não em qualquer mérito dela. Deus não chama as pessoas porque são especiais, mas elas se tornam especiais porque Deus as chama.
Quando o anjo aparece a Maria, pela primeira vez, quando da escolha para ser a mãe do Salvador ele diz; “...Salve, agraciada; o Senhor é contigo”(Lc 1:28). Agraciada significa favorecida, não merecedora, pois graça significa favor não merecido. Observe, também, que a mensagem do anjo estava na criança, e não em Maria. O Filho seria grande, não ela(Lc 1:31-33). O nome da criança resumia o propósito do seu nascimento. Ele seria o Salvador do mundo(Lc 1:31; Mt 1:21). O anjo revela a Maria que a concepção seria um milagre. Disse-lhe o anjo: “Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso o que há de nascer será chamado santo, Filho de Deus”(Lc 1:35).
O Deus Filho tornou-se humano por meio de uma concepção milagrosa, operada pelo Espírito Santo no ventre de Maria. O Deus infinito, o Criador do universo, tornou-se um pequeno embrião humano no ventre de Maria. Dentre muitas jovens ricas daquela época e de famílias que moravam em Jerusalém, escolheu uma humilde e simples jovem da mais humilde e desprezível cidade dos termos de Israel. Considero isso um privilégio! “...porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração”(1 Sm 16:7).
2. Maria, uma mulher disponível para Deus - “Disse então Maria. Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1:38). O anjo chamou Maria de “favorecida”, porém, ela preferiu um termo bem mais humilde: serva. Não serva de Gabriel, de José ou de homem algum, mas do próprio Senhor. Essa atitude de Maria resume toda a sua filosofia de vida. Maria se coloca nas mãos de Deus para a realização dos propósitos de Deus. Ela é serva. Ela está pronta. Ela se entrega por completo, sem reservas ao Senhor. Ela está pronta a obedecer e oferecer sua vida, seu ventre, sua alma, seus sonhos ao Senhor. Ela está disponível para Deus. Ela está pronta a sofrer riscos, a desistir dos seus anseios em favor dos propósitos de Deus. Ela está pronta a ser uma sócia de Deus, não uma igual com Deus, mas uma serva. Ela diz: “cumpra-se em mim conforme a tua palavra”. Estes termos mostram que ela estava disponível para Deus. De todos os úteros da terra, o seu útero foi escolhido para ser o ninho que ternamente acalentaria o Filho de Deus feito homem. A serva de Deus, Maria, se apresenta, bate continência ao Senhor dos Exércitos e se coloca às suas ordens.
3. Maria, uma mulher disposta a correr riscos para fazer a vontade de Deus – “... cumpra-se em mim segundo a tua palavra”(Lc 1:38). Para fazer a vontade de Deus há um preço a cumprir. Sempre foi assim ao longo da história da igreja àqueles que ergueram a bandeira de obediência ao Senhor Deus. Maria arriscou tremendo reveses em sua vida quando se propôs em fazer a vontade do Senhor: ser a Mãe do Salvador do mundo, o Messias.
a) Risco de censuras do povo. Ao aparecer grávida na cidade de Nazaré Maria estava exposta às mais aviltantes censuras, haja vista que o anjo apareceu somente a ela, e não ao povo de um modo geral. Imagine explicar uma gravidez, não explicável, para sua família!. Maria passou um tempo da sua vida sob uma nuvem de suspeita por parte da família e dos vizinhos.
b) Risco de ser abandonada pelo seu noivo, José, por não acreditar em sua gravidez milagrosa. Já que assumiu o compromisso de obedecer a Deus, como enfrentar o homem que amava e lhe dizer que estava grávida e que ele não seria o pai? Certamente, não foi fácil! Mas ela estava disposta a sofrer o desprezo e a solidão. Na verdade, José não acreditou em Maria, pois resolveu abandoná-la(Mt 1:19). Mas o anjo apareceu para ele e lhe contou a verdade e ele creu na mensagem do anjo e nas palavras de Maria(Mt 1:20). A Bíblia não registra nenhuma palavra direta de José. Ele simplesmente obedeceu.
c) Risco de ser apedrejada em público. O risco de Maria ser apedrejada era enorme, pois esse era o castigo para uma mulher adúltera. Como ela já estava comprometida com José(Mt 1:19), ele poderia, com base nos ditames da Lei Mosaica, mandar apedrejá-la. A Lei era enfática: “Se houver moça virgem desposada e um homem a achar na cidade, e se deitar com ela, trareis ambos à porta daquela cidade, e os apedrejareis até que morram: a moça, porquanto não gritou na cidade, e o homem, porquanto humilhou a mulher do seu próximo. Assim exterminarás o mal do meio de ti”( Dt 22:23,24).
Percebe-se que Maria dispôs-se a pagar um alto preço por sua obediência ao projeto de Deus. Maria era uma jovem pobre, agora grávida, com o risco de ser abandonada pelo noivo e apedrejada pelo povo. Mas ela não abre mão de ir até o fim, de lutar até a morte, de sofrer todas as estigmatizações possíveis para cumprir o projeto de Deus.
4. Maria, uma mulher feliz porque creu em Deus – “Bem-aventurada aquela que creu que se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas”(Lc. 1:45). Bem-aventurada quer dizer muito feliz. Maria não foi considerada feliz porque foi pedida em casamento por um milionário da região, nem por ser considerada a moça mais bonita de Nazaré, nem por ser a mais simpática da região, não. Isabel chama-a de muito feliz porque ela creu em Deus. Maria mesmo reconheceu que por ser a mãe do Salvador, ela seria considerada uma mulher muito feliz por todas as gerações(Lc 1:48).
5. Maria, uma mulher disposta a andar com Deus, mesmo diante das crises que a rodeavam. Maria, uma serva de Deus que merece ser imitada e respeitada. Nada poderia abalar sua fé, nem mesmo as piores crises. Tudo suportou por amor a Deus.
a) A crise do desabrigo. Após andar 130 quilômetros a pé ou de jumento, de Nazaré até Belém, ela dar à luz uma linda criança, o seu primogênito, o Filho do Altíssimo, o Verbo que se fez carne. Bem, o Filho do Altíssimo deve ter nascido em berço de ouro, por ser também da linhagem do rei Davi! Não, todos sabemos que ele nasceu numa humilde manjedoura, rodeados de animais, e num local não muito cheiroso. Se ela duvidou de Deus? Não, claro que não! Maria, além de uma mulher exemplar, ela era uma serva do Senhor, plenamente submissa a Ele. Ela não duvidou de Deus, não lamentou, não murmurou, nem se exaltou. Não reivindicou seus direitos, nem exigiu tratamento especial. Ela dá à luz ao seu filho sem um lugar propício, sem um médico ou parteira. Ela está sozinha com o seu marido, sem luzes, sem holofotes, sem cuidados, sem proteção humana.
b) A crise do desterro. Por força de um intento maligno do rei Herodes em matar o seu filho, Maria foge para o Egito. A crise agora foi ainda mais cruenta: era a crise de se sentir sem lugar certo para morar. Maria está enfrentando a crise de sentir-se desterrada, perseguida, ameaçada. Vão para um lugar onde serão ninguém, onde todos os vínculos importantes estarão ausentes. Ela é humilde o bastante para fugir. Corajosa o suficiente para enfrentar os perigos do deserto. Ela caminha sintonizada pelas mãos da Providencia Divina. Ser mãe do Messias em vez de trazer-lhe status, glória e honra traz-lhe solidão, perseguição, desterro. Ela obedece à voz do anjo que imperativamente disse: “...permanece lá até que eu te avise...”(Mt 2:13).
c) A crise da discriminação social. Após o retorno do Egito, Maria foi morar em Nazaré da Galiléia, juntamente com José e Jesus. Nazaré era considerada como subúrbio do fim do mundo. Era um dos maiores covis de ladrões e prostitutas da época. O comentário geral era que de Nazaré não saía nada de bom (João 1:46). Era uma região sem vez, sem voz, sem representatividade. Era um lugar de péssima reputação. Mas é lá nesse caldeirão de terríveis iniquidades, nessa região da sombra da morte, que o Filho de Deus vai crescer para ser o Salvador do Mundo. É como se Deus estivesse armando a sua barraca nas malocas mais perigosas da vida. O Filho de Deus, o Rei dos reis, deveria ser chamado não de cidadão da gloriosa Jerusalém, mas de Nazareno, termo pejorativo, sem prestigio.
6. Maria, a mãe privilegiadarecebeu nos braços o Filho de Deus – o seu próprio Salvador e Senhor. Imagine ser mãe de um ser que foi preexistente a tudo e a todos. A Bíblia notifica e reivindica esse fato. Jesus é preexistente a todas as coisas – “Ele é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas”(Cl 1:17). Maria se torna mãe do seu Salvador e Senhor, isto é um fato, que pode ser visto com clareza, à luz das Escrituras:
a) O anjo disse a Maria que o seu filho seria o Filho do Altíssimo (Lc 1:32). Jesus, como Filho de Deus foi preexistente à sua mãe. Ele é o Pai da eternidade (Is 9:6). Ele é o Criador do Universo(Gn 1:1; João 1:3). Maria é mãe da natureza humana do Verbo eterno e divino(João 1:1). Quando o catolicismo romano proclama Maria “mãe de Deus”, deixa de perceber a incongruência lógica e teológica dessa afirmação, haja vista que Jesus é preexistente à Maria. A simples afirmação de que Maria é mãe de Deus despoja-O de seus atributos exclusivos de eternidade e divindade, pois se Deus teve mãe, Ele teve inicio, e se teve inicio, não é eterno, e se não é eterno, não pode ser Deus.
b) Os anjos proclamaram em Belém que o filho de Maria era o Salvador, o Messias e o Senhor – “É que vos nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor”(LC 2:11). Os anjos não fizeram nenhuma menção a Maria, mais disseram que tinha nascido o Salvador e Senhor, o Cristo esperado, o Senhor e Salvador de Maria e de todo o ser humano. Essa noticia dos anjos não foi dada no Templo, mas nas Campinas. Não foi dada aos sacerdotes, mas aos humildes pastores de ovelhas. Os anjos disseram que tinha nascido o Cristo, o Senhor. Seu trono está firmado para sempre, não terá fim(Lc 1:33). Todos os reinos dos povos cairão, mas seu reinado será estabelecido para sempre.
7. Maria, e o dia de seu maior sofrimento. Quando da apresentação de Jesus no Templo, em cumprimento aos ditames da Lei( Lc 2:27), Simeão, um ancião de Jerusalém, disse à Maria que “uma espada transpassará a tua alma”(Lc 2:35). É claro que Maria não entendeu nada do que se dizia de Jesus naquele momento, apenas se admirava do que se dizia de Jesus(Lc 2:33). Mas, trinta e três anos após cumpriu-se esta profecia, lá na cruz do calvário. Foi um dia negro da história da humanidade e, principalmente, na vida de Maria, contudo, um dia mais glorioso da história da humanidade. Era um dia de contrastes: Jesus morria, Jesus vencia; Jesus era humilhado, Jesus era glorificado; Ele era cercado de ódio por todos os lados, mas transbordando de amor por todos os poros.
Ao pé da cruz, está Maria sofrendo indescritivelmente ao ver seu filho primogênito morrendo sem sangue, exausto, sem forças. Ali, uma espada traspassou a sua alma. A espada era invisível, mas não o seu efeito. Na cruz, Jesus confia sua mãe a João, seu discípulo amado. Diz o trecho bíblico em João 19:26, 27: “ Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis ai teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa”. Ali na cruz, Jesus revelou seu amor cheio de cuidado por sua mãe. Ali, Jesus ensina que os filhos precisam cuidar dos pais. Jesus, o fez porque José já havia morrido e seus irmãos não acreditavam nEle(João 7:5), e além do mais, João era sobrinho de Maria.
8. Maria, a discípula de Jesus. Maria só despertou-se para seguir realmente a Jesus, após a sua morte e ressurreição, mais precisamente após a sua ressurreição. Por seus irmãos não crerem em Jesus(João 7:5), apesar dos milagres que Ele operava na Galiléia(João 7:3), Maria, certamente, duvidava que Jesus fosse o Messias, é tanto que ela e seus outros filhos foram prender a Jesus, achando que Ele estava “fora de si”(Mc 3:20), por estar há muito tempo sem comer. Com as multidões sempre o pressionando, Jesus não tinha sequer tempo para alimentar-se. Maria e seus filhos estavam preocupados com Jesus, mas não entendiam o seu ministério. Mas, após a sua ressurreição toda a sua família, inclusive Maria, tornou-se discípulos de Jesus. Com certeza, eles estavam dentre os quinhentos que Jesus aparecera (1Co 15:6). É tanto que Maria e os irmãos de Jesus estavam entre aqueles que aguardavam, em oração, a promessa do derramamento do Espírito Santo, no cenáculo (cf At 1:14). É a última vez que Maria aparece na Bíblia. Fechou sua passagem pela Bíblia com chave de ouro: recebeu o Batismo com o Espírito Santo e tornou-se uma discípula de Jesus revestida de poder. Observe bem que no cenáculo, Maria tomou o seu lugar com os outros cristãos que aguardavam a promessa do Batismo com o Espírito Santo. Ela não estava separada dos demais e nem acima deles. Ela estava na companhia daqueles que eram seguidores do Senhor Jesus. A Bíblia não diz que Maria recebeu uma porção especial do Espírito. Ela não foi mais cheia que os demais, não. Na verdade, seu lugar doravante foi discreto. Seus filhos, Tiago e Judas, são mencionados e escreveram livros da Bíblia, mas Maria não é citada mais, nem pelos apóstolos, nem pelos seus próprios filhos. O propósito dela não era estar no centro do palco, mas trazer ao mundo Aquele que é a Luz do mundo, o único digno de ser adorado e obedecido.
CONCLUSÃO
Ao longo da sua vida, por sua limitada humanidade, Maria não entendeu todos os aspectos do ministério do seu Filho, mas, sempre soube o seu papel e o desempenhou com discrição, jamais buscando ocupar um lugar central na vida e ministério de Jesus. Os evangelhos não denunciam nenhuma posição de destaque que coloque Maria acima de qualquer pessoa. Ela não foi, em momento algum, o centro das atenções. O realce maior que se dá a essa mulher extraordinária é a posição de serva do Senhor, tomando como destaque o único mandamento que ela deixou: “Fazei tudo o que ele vos disser”(João 2:5).
Que Deus nos ajude a imitar a essa bem-aventurada mulher, e jamais colocá-la num pedestal que nunca Deus a colocou, nem ela jamais aceitaria, mas imitando seu exemplo como humilde serva de Deus. Amém!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

PARA DEUS NADA É IMPOSSÍVEL


Texto Base: Lucas 1:28-37

A concepção virginal de Jesus é um fato que a Bíblia nos apresenta com grande clareza. Temos, aqui, um registro completo da concepção virginal de Cristo apresentado pelo médico Lucas:


E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres(v. 28).
E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e considerava que saudação seria esta(v. 29).
Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus(v. 30),
E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus(v.31).
Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai(v.32),
e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim(v. 33).
E disse Maria ao anjo: Como se fará isso, visto que não conheço varão?(v. 34).
E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus(v.35).
E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril(v.36).
Porque para Deus nada é impossível(v.37).
Disse, então, Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela”(v.38).

No verso 28 do capítulo 1 do Evangelho segundo escreveu Lucas, temos a saudação do anjo Gabriel a Maria: “E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres”. Agraciada quer dizer que Deus a escolheu para ser o veiculo por meio do qual traria o salvador ao mundo. É fácil ouvirmos alguém dizer que a mulher pecou primeiro e trouxe o pecado. Mas a Palavra de Deus diz que a mulher trouxe também o Redentor. Perceba que não foi o homem, mas a mulher.
No verso 29 do referido capítulo encontramos a primeira reação de Maria ao anúncio do anjo. Ela perturbou-se muito e pôs-se a pensar no significado dessa saudação. Quando o sobrenatural toca no que é natural, produz perplexidade, produz temor.
Nos versos 30 a 33 do mesmo capítulo, Gabriel transmite toda a mensagem à mãe de Jesus. Anuncia que Maria havia achado graça diante de Deus e que seria usada como instrumento divino para trazer ao mundo o Filho do Altíssimo. Que grande privilégio! Gabriel, então, descreve quem seria esse bebê que iria nascer:
1. Seu nome seria Jesus
2. Seria chamado Filho do Altíssimo.
3. Seria Alguém reconhecido como Filho de Davi.
4. Seria Alguém da linhagem real.
5. Seria Alguém que reinaria para sempre. O seu reinado não teria fim.
6. Ele seria Santo.
7. Seria chamado Filho de Deus.
No versículo 34 vemos a reação de Maria: “Como se fará isso?”
Essa foi uma boa pergunta. E ela apresentou a razão para o questionamento: “visto que não conheço varão?”, isto é, “eu nunca tive relação sexual com homem algum. Como posso dar à Luz?”.
Então, no versículo 35, Gabriel descreve como tudo aconteceria: o Espírito Santo teria papel fundamental, o poder do Deus Altíssimo a envolveria com a sua sombra e Maria ficaria grávida.
Vemos, aqui, que o menino que nasceria era divino, Filho de Deus, no sentido de ser da mesma natureza divina de Deus. Ele não seria filho de José, noivo de Maria. Não seria filho de algum homem, como tão claramente mostra aqui o anjo e o autor sagrado (Lucas).
O nascimento de Jesus foi, portanto, independente de qualquer homem. A semente humana é pecaminosa, nenhum homem pode procriar um ser que seja santo. Todos os homens são pecadores. Davi, o rei salmista quando falou a respeito do seu próprio nascimento, disse: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe”(Sl 51:5). Quando a pessoa nasce, já possui a contaminação pelo pecado. Já nasce com o vírus do pecado.
Então, para que Jesus nascesse, teve de ser gerado de Deus, por meio do Espírito Santo. Esse é o motivo por que dizemos que Ele foi gerado por obra e graça do Espírito Santo.
Jesus é chamado de Filho de Deus. Ele é Deus de Deus, nascido em forma de homem, isto é, Deus encarnado. É o Verbo que se fez carne. Todos os evangelistas e apóstolos afirmaram igualmente esta verdade que foi profetizada amplamente pelos profetas divinos.
Gabriel conta a Maria o que estava acontecendo com Isabel, como tinha concebido João Batista, e a encoraja, dizendo: “Porque para Deus nada é impossível”(v. 37). Para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas. Todavia, nada é impossível para Deus, de acordo com a vontade dEle. Quando Ele planeja ou resolve fazer algo, então isso não lhe é impossível. A Bíblia não diz que nada é impossível a Deus quando desejamos ou planejamos que Deus faça alguma coisa. Não! Não é isso! Se o que desejamos também é o que Deus deseja, então não é impossível a Deus. Não é o que eu digo nem o que eu desejo que Ele tem de fazer ou atender. O que queremos pode ser exatamente aquilo que Ele não quer fazer e, portanto, Ele não fará.
Temos visto hoje muitas igrejas ensinando que é preciso determinar, decretar, reivindicar, ordenar, tentando obrigar a Deus a fazer o que a pessoa quer. Há até aqueles que ficam decepcionados quando Deus não lhes satisfaz os desejos ou caprichos. É realmente triste quando isso acontece. Nada é impossível para Deus. Mas isso não quer dizer que fará tudo quanto você e eu queremos, ou tudo quanto desejamos. Nem sempre o que queremos é o que Deus quer.
E o texto finaliza mostrando a atitude humilde e submissa de Maria: “Disse, então, Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela”(v. 38).
Sua disposição é a mesma de Maria? Ela estava pronta para servir como instrumento de Deus. Suas palavras, no versículo 38, demonstram que tipo de mulher era ela. Suas três atitudes são exemplos para nós: humildade (“eis aqui a serva do Senhor”); disposição (“que se cumpra em mim”) e submissão (“conforme a tua palavra”). Será que temos essas mesmas atitudes diante de Deus ou preferimos decretar, ordenar, reivindicar e determinar? Lembre-se sempre de quem é o Senhor e de quem é o servo! Nós somos servos! Deus é o Senhor!. Para Deus nada é impossível, todavia devemos estar dentro da vontade de Deus, continuamente, haja vista que Ele é soberano. Amém!


Luciano de Paula Lourenço

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Aula 12 - QUANDO O CRENTE NÃO ORA



Então, aqueles homens israelitas tomaram da sua provisão e não pediram conselho à boca do SENHOR”(Js 9:14).


INTRODUÇÃO
Um dos maiores problemas na vida cristã é a ausência de oração por parte de um cristão. É necessário que ele esteja ciente dos efeitos adversos na vida de quem é relapso nessa área. O crente que não ora: não cresce espiritualmente (Os 6:3); Deus não está em primeiro lugar em sua vida (Mt 6:33); não é submisso ao Senhor (Rm 8:28); não reconhece a Deus em todos os seus caminhos (Pv 3:6); não aprende a confiar no Senhor (Sl 118:8). Portanto, não se pode conceber a comunhão com Deus sem que haja diálogo com Ele, pois consultar ao Senhor em oração mostra o nosso grau de dependência dEle.
I. QUANDO O HOMEM ORA, MAS NÃO OBEDECE
Muitos oram, mas não obedecem ao Pai. Veja o caso do profeta Jonas; ele tinha uma vida de comunhão com o Senhor, porém quando recebeu de Deus uma difícil tarefa, recuou e procurou fazer a sua própria vontade. Decidiu, por conta própria, ir para outro lugar, longe da presença do Senhor (Jn 1:3). É de se esperar que um homem chamado por Deus dependa exclusivamente dEle para realizar o trabalho proposto. Todavia, como Jonas, muitos decidem por si mesmos o que fazer e o modo como fazer. Esquecem-se de buscar a direção do Senhor que os chamou, pois querem seguir a sua própria vontade.
A desobediência de Jonas quase causou a morte de todos no navio, por causa da tempestade que Deus mandou. O pior é que ele era cônscio disso. Ele sabia que a tempestade era por sua causa, por isso, não hesitou em dizer: “lançai-me ao mar”. Jonas tentava fugir da presença de Deus (Jn 1:12). Deus permitiu que Jonas fosse engolido por um grande peixe para aprender a respeito da obediência. Depois de um grande sofrimento, no auge do aperto, nas entranhas do grande peixe, voltou-se para Deus, arrependeu-se, clamou por misericórdia. E o Senhor que é grande em misericórdia, e está sempre disposto a perdoar, ouviu sua oração (Jn 2:1-9). Jonas foi perdoado, socorrido e voltou ao Plano de Deus, para fazer a Sua Vontade
Devemos parar e refletir: “O que é necessário acontecer em nossa vida para que venhamos a obedecer a Deus e ter uma vida de oração?” Não sejamos como Jonas! Pois a desobediência a Deus pode trazer sofrimentos a nós e àqueles que estão próximos. Portanto, obedeçamos à Palavra de Deus.
Outro caso que merece uma reflexão é do rei Uzias, de Judá. O resumo de seu reinado está no capítulo 26 de 2 Crônicas. No verso 5, encontramos que “enquanto buscou ao Senhor, Deus o fez prosperar”. Este é o segredo para a prosperidade: buscar ao Senhor. No verso 16, encontramos a informação de que Uzias não soube lidar com a prosperidade: “mas, quando ele se havia tornado poderoso, o seu coração se exaltou de modo que se corrompeu, e cometeu transgressões contra o Senhor, seu Deus”. O final da história de Uzias bem retrata o montante de prejuízos que a rebeldia contra Deus pode acarretar para a vida de um crente: “Assim, ficou leproso o rei Uzias até o dia da sua morte…”. Louvado seja o nosso Deus que nos oferece alertas como este na Sua Palavra. Deixe que o Espírito Santo utilize esta mensagem para “vacinar” sua vida contra esta “síndrome”.
II. DEIXANDO DE BUSCAR A DIREÇÃO DE DEUS
1. Josué.
Após a conquista da cidade de Ai, um grupo de moradores da cidade de Gibeão vai ao acampamento dos hebreus e pede que lhes seja feito um tratado de paz(Josué 9:1-15). Os gibeonitas sabiam perfeitamente que jamais derrotariam Israel, então a única alternativa era dolosamente esconderem sua identidade e tentar um concerto com os israelitas. Deu certo para eles, porém, foi péssimo para o povo de Israel, pois infringiu uma determinação do Senhor: lançar fora da terra prometida todos os moradores de Canaã(Dt 7:1-6), inclusive os gibeonitas, que eram heveus(9:1,7), descendentes de Cão-filho de Noé(Gn 10:6-20).
A astúcia dos gibeonitas foi bem elaborada. Eles usaram roupas, odres e sandálias velhas, dando a entender que fizeram uma viagem desgastante e que seus provimentos não tinham mais condição de serem consumidos, devido à passagem de tempo entre a saída deles de sua terra e o encontro com os hebreus. Isso comoveu o coração de Josué e dos príncipes dos filhos de Israel, pois os “viajantes” disseram que vinham por causa do nome do Senhor e das notícias que haviam recebido sobre os acontecimentos no Egito, e também aos reinos que ficaram do outro lado do Jordão. Eles sabiam que o mesmo lhes sucederia e queriam uma aliança com os hebreus. Os israelitas não enxergaram a trapaça. Assim, sem orar e buscar a direção divina, fizeram um concerto com os gibeonitas. Depois da promessa ter sido feita e o tratado ratificado, surgiram os fatos: os lideres de Israel foram enganados. Deus dera instruções especificas para que os israelitas não fizessem tratado algum com os habitantes de Canaã(Ex 23:32; 34:12; Nm 33:55; Dt 7:2; 20:17,18).
Como estrategista, Josué sempre buscou a Deus antes de conduzir suas tropas a qualquer batalha. Mas aquele tratado de paz com os gibeonitas pareceu inocente, e Josué e os lideres tomaram esta decisão sem consultar ao Senhor. Ao deixarem de buscar a de Deus e apressar-se com seus próprios planos, tiveram que lidar com pessoas desonestas e uma aliança desajeitada. Cremos que Deus permitiu tal situação para mostrar a Josué e ao povo que não tomassem determinadas decisões sem que antes consultassem a Ele. Essa decisão imprudente trouxe os cananeus para dentro de Israel, e os judeus continuaram pelas gerações que se sucederam convivendo com as consequências daquela aliança(Js 9:27). Além disso, o povo de Deus precisou entrar em guerra para honrar o pacto que havia feito fora da direção do Senhor, a fim de proteger aqueles que os haviam enganado (Js 10:6-11).
Satanás sempre usou duas táticas para combater o Povo de Deus e cada crente, individualmente. Ora ele lança mão do ataque externo, pelo emprego da força, ora ele usa o ataque interno, através de suas sutilezas. Pela força, quase sempre é seu método preferido. Através das perseguições, lutas, dificuldades. Ele gosta de ver um crente sofrer. Porém, ele sabe que esse processo não leva a muitos bons resultados. Então ele procura usar a inteligência, e ele é mestre na arte das sutilezas. Com estas, para ele, tem dado melhores resultados, porque sendo a sutiliza a arte de agir sem ser notado, ou de conseguir um objetivo sem ter que revelar a verdadeira intenção basta apenas uma insinuação ou despertamento da curiosidade da possível vitima, principalmente àqueles crentes incautos, que não estudam a Palavra de Deus. É no momento da distração, como aconteceu com Josué e os príncipes de Israel no episódio com os gibeonitas, ou mesmo quando os fiéis da Igreja estão imaturos no conhecimento da Palavra de Deus, como aconteceu com a Igreja de Colossos, que ele mais opera para introduzir seus ardis. O povo que quer, realmente, servir a Deus, as igrejas “Evangélicas” que querem ser Evangélicas por dentro, não apenas ter uma placa por fora com o nome de Evangélica, e estarem preparadas para as sutilezas de Satanás, precisam, hoje, como nunca, da direção de Deus e do conhecimento da sua Palavra.
2. Davi. Davi foi reconhecido por Deus como um grande homem - conforme diz a Bíblia: “o homem segundo o coração de Deus”(Atos 13:22). Todavia, como qualquer outro ser humano, cometeu muitas falhas, que feriram a santidade de Deus. Dentre as que a Bíblia relata, destacamos para explicar este item, o pecado da autodeterminação, do orgulho, da arrogância e da falta de confiança em Deus, quando do recenseamento do povo de Israel e de Judá(2Sm 24:1-25). Davi não consultou ao Senhor quando resolveu fazer aquele censo. Talvez ele quisesse orgulhar-se do seu poderio militar. A reação de Joabe, o comandante do exército de Davi, resistindo à ordem do rei, faz-nos entender que o recenseamento tinha uma motivação reconhecidamente pecaminosa e, portanto, traria juízo contra Israel (1Cr 21: 3).
Quando o recenseamento foi concluído, Deus castigou Israel, e Davi reconheceu que a culpa era dele (1Cr 21.7,8). Ele caiu em si e declarou: “Muito pequei no que fiz” (2Sm 24:10). Então, clamou ao Senhor pedindo-lhe seu perdão.
Deus permitiu que Davi escolhesse entre três castigos (1Cr 21:9-12): três anos de fome na terra da Palestina; três meses fugindo dos seus adversários; ou três dias de praga em Israel. Davi escolheu a terceira opção e, em um só dia, “setenta mil homens de Israel morreram” (2Sm 24:15; 1Cr 21: 14). Ao ver o anjo destruidor sobre Jerusalém, Davi suplicou então que o Senhor deixasse a sua mão cair sobre ele, que era o único responsável pelo que estava ocorrendo. Ao verificar o autêntico arrependimento de Davi, o anjo destruidor ordenou que Davi oferecesse um sacrifício, e a praga cessou (1Cr 21: 18,27).
Como bem disse o pr. Eliezer de Lira e Silva, “quando um homem não busca a direção de Deus, coloca-se em situações bastante desagradáveis e perigosas causando prejuízo a outras pessoas”.
3. Sara. Sara, que dantes era conhecida como Sarai, vendo que não gerava filhos a Abrão, a despeito da promessa feita(Gn 15:4), ao fim de dez anos em que estavam em Canaã, usando de um direito que possuía enquanto mulher, seguindo o costume de seu tempo, dá a Abrão a sua escrava egípcia Agar, a fim de que ele tivesse, com ela, um filho. Sara não orou buscando a direção de Deus ao prover um filho para Abrão através de Agar, sua serva. Essa precipitação de Sara causou-lhe uma série de problemas desde o início (Gn 16:5). Sem dúvida, foi o maior erro de Sara, erro este que se apresenta todos os dias como fatal e fonte de sofrimento e dor, pois foi graças a esta atitude de Sarai que tivemos o surgimento dos árabes, que se constituem, na atualidade, nos maiores inimigos dos judeus.
Sarai achou que poderia usar os “costumes dos povos”, os “costumes do mundo” para atingir o propósito do Senhor. Negou, assim, na prática, o seu próprio nome, esquecendo-se que “Yahweh é príncipe” e, portanto, enquanto Senhor de todas as coisas, tem o controle de tudo, não precisando de “mãozinhas” humanas. Lamentavelmente, são muitos os que, na atualidade, por pura incredulidade (que foi o problema de Sarai), acham que Deus precisa de uma “ajudazinha” para fazer cumprir a Sua Palavra. O resultado disto é só tormento e embaraço, nada mais.
O que faltou na sugestão de Sara a Abrão foi a consulta a Deus, a correspondência entre o consenso dos cônjuges e a vontade do Senhor. É este o sentido, aliás, da enigmática expressão de Salomão, a respeito do “cordão de três dobras” (Ec 4:12). No casamento, indispensável e necessário é o diálogo entre os cônjuges, para que sejam tomadas decisões corretas e consistentes, mas o diálogo é insuficiente, pois deve ser acompanhado da consulta à vontade de Deus. Quando cônjuges vão ao altar e pedem orientação a Deus, tudo dará certo, não se terá como quebrar facilmente a estrutura e os fundamentos do lar. Há cordão de três dobras em seus casamentos, queridos irmãos casados?
III. BUSCANDO CONSELHOS EM OUTRO LUGAR
1. Acazias.
Este rei foi o sucessor imediato do seu pai, o iníquo rei Acabe, esposo da cruel Jezebel. Ele seguiu as mesmas iniqüidades dos seus pais, fazendo pecar o povo de Israel - “E Acazias, filho de Acabe, começou a reinar em Samaria, no ano dezessete de Josafá, rei de Judá; e reinou dois anos sobre Israel. E fez o que era mau aos olhos do Senhor; porque andou nos caminhos de seu pai, como também nos caminhos de sua mãe.... E serviu a Baal, e se inclinou diante dele, e indignou ao Senhor, Deus de Israel, conforme tudo quanto fizera seu pai”(1Rs 22:52-54).
Certa feita, Acazias caiu do alto de sua casa em Samaria e ficou doente. Devido à demora de sua recuperação, levou-o a recorrer a Baal-Zebube, deus de Ecrom, a quem mandou perguntar se sararia de sua doença (2Rs 1:2). A palavra Baal-Zebube significa literalmente “Baal das moscas”, o deus que supostamente havia afastado as doenças que atraiam os insetos. Não está explicado porque Acazias desejava dirigir essa pergunta ao deus de Ecrom, embora a falta de fé em Deus por parte do rei esteja claramente implícita nas palavras de Elias: “Mas o Anjo do SENHOR disse a Elias, o tesbita: Dispõe-te, e sobe para te encontrares com os mensageiros do rei de Samaria, e dize-lhes: Porventura, não há Deus em Israel, para irdes consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom?” (2Reis 1:2,3).
Elias ficou profundamente perturbado pela escolha de Acazias de procurar a Baal, e não a Deus. Como é que ele podia ignorar que aquela divindade era um deus sem sentido e impotente? Só havia, portanto, uma única mensagem de Deus para Acazias a respeito da recuperação de sua saúde: “certamente morrerás”(2Rs 2:16).
Aqui está demonstrada a cegueira e a tolice de todos aqueles que procuram uma alternativa diferente para servir a Deus.
2. Saul. Saul, no final de sua vida, em vez de abandonar os seus maus caminhos, afundou-se ainda mais no lamaçal do pecado. A Bíblia diz em 1Samuel 28:7 que Saul procurou uma necromante, isto é, uma mulher que consultava os mortos, porque ele estava ansioso por uma palavra do Senhor, que viesse por intermédio do profeta Samuel, já falecido. Dantes, Deus condenou veementemente essa prática demoníaca: “Quando, pois, algum homem ou mulher em si tiver um espírito de necromancia ou espírito de adivinhação, certamente morrerá; serão apedrejados; o seu sangue será sobre eles”(Lv 20:27). Mesmo assim, Saul foi imprevidente, desobedeceu ao Senhor de forma deliberada e consciente, o que caracteriza apostasia. Mais uma vez, pode-se depreender o profundo abismo no qual o homem sem Deus cai, de modo que aceita buscar conselhos em qualquer lugar, inclusive de agentes do inferno. Horóscopos, espiritismo, adivinhações, isso tudo é condenado pela Palavra de Deus (Dt 18.9-14; Lv 19.26,31; 20.6).
Os espíritas têm usado esta passagem para justificar que houve a comunicação com o espírito de Samuel. Enganam-se, pelos seguintes motivos: (1) Deus não iria favorecer uma prática por Ele próprio condenada, em função da qual condenou Saul, conforme Deuteronômio 18:10-12, e 1Crônicas 10:13-14; (2) Se Samuel fora enviado por Deus - o espiritismo ensina que Deus só se comunica com os homens através dos bons espíritos - teria cumprido com prazer sua missão, e não teria dito a Saul: "Por que me inquietaste, fazendo-me subir"? (3) O espírito maligno que se incorporou na pitonisa (médium) mentiu ao profetizar que no dia seguinte Saul e seus filhos morreriam (1Sm 28:19). A morte de Saul não ocorreu no dia seguinte, e somente três de seus filhos morreram (1Sm 31:2, 6; 1Cr 10:2, 6). Os outros filhos, Is-Bosete (2Sm 4:7), Armoni e Mefibosefe (2Sm 21:8) não foram mortos na batalha contra os filisteus.
"Assim morreu Saul (primeiro rei de Israel) por causa da sua infidelidade ao Senhor. Não guardou a palavra do Senhor, e até consultou uma adivinhadora, e não buscou ao Senhor, pelo que ele o matou, e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé"(1Cr 10:13.14).
A obstinação em persistir na iniquidade, e a recusa à direção do Espírito Santo, nos priva do socorro divino. De nada adianta invocar a Deus, sem abandonar nossos maus caminhos.
3. Roboão. Roboão nasceu um ano antes do seu pai Salomão assumir o trono de Israel, quando ele era muito jovem ainda. Sua mãe era uma amonita chamada Naamá. Embora de início fosse aparentemente aceito por todo o povo como o legítimo sucessor de Salomão no trono, ele não havia sido ungido rei por um profeta em nome do Senhor como os reis anteriores.
O povo sentia que tinha sido tratado opressivamente por Salomão e, quando Roboão chegou, exigiu primeiro que Roboão prometesse aliviar a sua carga como condição para se submeter a ele. Roboão pediu o prazo de três dias para deliberar o assunto, e foi consultar os velhos e sábios conselheiros do seu falecido pai. Estes lhe disseram que, se agradasse ao povo fazendo a sua vontade, ganharia a sua lealdade para sempre.
Roboão desprezou seu conselho e foi consultar os jovens que haviam crescido com ele e o serviam. Estes sabiam o que ele queria e o incentivaram a dar uma resposta dura ao povo. Roboão se agradou do conselho insensatos de seus amigos(1Rs 12:8) e, terminado o prazo, com o povo reunido diante dele com Jeroboão, ele declarou que, ao invés de atender ao que o povo pedia, ele exigiria muito mais ainda dele do que Salomão.
Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos, reagiu, dizendo: “Que parte temos nós com Davi? Não há para nós herança no filho de Jessé! Às vossas tendas, ó Israel! Cuida, agora, da tua casa, ó Davi! Então, Israel se foi às suas tendas” (1Reis 12:1-16).
Esse ato imprudente de Roboão causou grandes perdas ao reino de Israel. Ele se dividiu em duas partes: uma parte (Judá e Benjamim), sob o comando de Roboão; outra parte(10 tribos), sob o comando de Jeroboão. Ele que poderia governar 12 tribos ficou só com duas, além de ter provocado um rumor de guerra e perigos de morte para si e para os outros (1Rs 12:12-17).
Depois da divisão entre Judá e Israel, o povo de Deus, antes unido, começou a seguir caminhos diferentes. Esse é o resultado maléfico quando o líder do povo de Deus não anda nos caminhos do Senhor e não obedece aos seus mandamentos. A bênção e o sucesso acompanham aqueles que se dirigem pelos bons conselhos. Quem os despreza afronta a si mesmo com males que podem ser irrecuperáveis.
CONCLUSÃO
A falta da oração e da busca constante pela vontade de Deus leva o homem a uma vida que prejudica a si próprio e aos que o rodeiam, principalmente se este homem é um líder, como foi no caso Josué, que foi enganado pelos gideonitas. Muitos de nós, cristãos, deixamos de consultar ao Senhor em alguma circunstancia em que, se o fizéssemos, escaparíamos de problemas antecipadamente. É o caso da pessoa que muda de igreja ou emprego sem saber se Deus está de acordo com aquela mudança. É o caso da moça que se casa com rapaz sem consultar ao Senhor, e depois passa lutas com um marido sem temor a Deus. Sabedor de todas as coisas, Deus deseja auxiliar-nos – conforme sua vontade – advertindo-nos sobre caminhos que não devemos trilhar. Portanto, devemos orar e depender do Senhor para receber orientações para nossas vidas. Que o Senhor, em sua infinita misericórdia, nos dê forças espirituais para estar sempre aos seus pés, em oração, buscando sua direção para nossa vida. Ele está sempre disposto a ouvir e atender àquele que o busca de coração - “E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração”(Jr 29:13).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão – CPAD nº 44. Guia do leitor da Bíblia. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald. Através da Bíblia – Lucas – John Vernon McGee.



sábado, 11 de dezembro de 2010

DIA DA BÍBLIA – SEGUNDO DOMINGO DE DEZEMBRO



“Lâmpada para os meus pés é tua Palavra e luz para o meu caminho”(Salmo 119:105).

Segundo a história o dia da Bíblia surgiu em 1549, na Grã-Bretanha, quando o bispo Crammer incluiu no livro de orações do rei Eduardo VI um dia especial para que a população intercedesse em favor da leitura do Livro Sagrado. A data escolhida foi o segundo domingo do advento que antecedem o Natal. Foi assim que o segundo domingo de dezembro tornou-se o dia da Bíblia. Hoje o dia da Bíblia é comemorado em cerca de 60 Paises, porém, em alguns deles a comemoração é no segundo domingo de setembro, numa referencia ao trabalho do tradutor Jerônimo, na Vulgata, conhecida tradução da Bíblia para o Latim. No Brasil, o dia da Bíblia começou a ser comemorado pelos primeiros missionários evangélicos, vindo da Europa e dos Estados Unidos, a partir de 1850. Todavia, a liberdade religiosa aos cultos protestantes era muito restrita, o que impedia as manifestações públicos dos evangélicos. Contudo, a partir de 1880, esta liberdade foi crescendo e o movimento evangélico, juntamente com o dia da Bíblia, foi-se popularizando. Pouco a pouco, as diversas denominações evangélicas institucionaram a tradição do dia da Bíblia.
A comemoração do dia da Bíblia foi fortalecida com a fundação da Sociedade Bíblica do Brasil, em junho de 1948. Em dezembro desse mesmo ano, aconteceu uma das primeiras comemorações públicas do dia da Bíblia, em São Paulo, junto ao monumento do Ipiranga. No Brasil, o dia da Bíblia é comemorado, oficialmente. A comemoração do dia da Bíblia foi oficializada através da lei nº 10.335, de 19 de Dezembro de 2001, promulgada pelo então presidente da Republica Fernando Henrique Cardoso. Esta lei oficializou a tradição de se comemorar, no Brasil, o dia da Bíblia, no segundo domingo de Dezembro.

A BÍBLIA SAGRADA É A PAVRA DE DEUS

A Bíblia é a Palavra de Deus. Ela mesma assim se define e o cumprimento exato de tudo quanto nela está desde os primórdios da história da humanidade é a prova irrefutável de que ela é, sem sombra de dúvida, a Palavra de Deus, a revelação de Deus aos homens. Muitos têm tentado, ao longo dos séculos, levantar-se contra o Divino Livro, mas todos têm fracassado em seu intento de calá-la ou desacreditá-la, precisamente porque não se trata de uma obra feita pela mente, vontade ou imaginação humana, mas tem sua origem, sua concepção e o zelo pelo seu cumprimento diretamente em Deus.
No Salmo 68:11, é dito textualmente que “O Senhor deu a Palavra”. Em Hebreus 1:1, o escritor afirma que o Senhor falou antigamente aos pais pelos profetas de muitas maneiras e uma destas maneiras foram as Escrituras, que compunham “a lei e os profetas” (Mt.7:12; 22:40), lembrando-se que “a lei” foi escrita por Moisés (Dt 31:24), sendo ele próprio, Moisés, um profeta (Dt 34:10). Mas o escritor aos hebreus não diz que eram divinas apenas as Escrituras que são o Antigo Testamento, mas, também, afirma que passou Deus a falar pelo Filho, que é o Verbo de Deus (João 1:1). Ora, o Filho já era revelado por intermédio das Escrituras do Antigo Testamento (João 5:39) e continuou a sê-lo através do Novo Testamento, que é o registro determinado pelo Espírito Santo para tudo quanto Jesus ensinou (João 14:26; 2Pedro 3:16,17), Palavra esta que é a verdade e nossa fonte de santificação (João 17:17), pois, desde a antiga aliança, o Senhor utilizava do escrito para memória do que havia dito (Ex 17:14a).
Não se tem, portanto, dúvida alguma de que a Bíblia provém diretamente de Deus, é a revelação do próprio Deus ao homem e, por isso, estamos diante da Palavra de Deus. É interessante notar que nenhum outro livro sagrado das diversas religiões que existem sobre a face da Terra tem esta qualidade. Embora se digam sagrados e frutos de revelações, jamais tais livros se apresentam como sendo a revelação do próprio Deus ao homem, como tendo origem no próprio Deus.
Aquele que não crê na Bíblia não crê na existência de Deus, pois ela é a prova segura da existência do Criador Onipotente. Se Deus não existe a Bíblia não tem valor algum, logo Davi, Salomão, Pôncio Pilatos, e mesmo o imperador romano Cezar, que dominava o mundo na época de Jesus também não existiram, assim como Babilônia, Etiópia, reino da Pérsia e outros paises cujos nomes estão inseridos na Bíblia seriam lendas. Como negar tudo isso? Isso seria negar também a existência dos árabes e judeus. Isso é possível? Não! Não é!
São muitas as provas da veracidade da Bíblia e entre elas destacamos a existência de Israel como nação entre as demais nações na terra. Israel viveu na diáspora por quase dois mil anos, reinos lutaram para exterminá-lo, mas Israel sobreviveu e retornou à sua terra conforme a promessa bíblica. Será que já se viu na terra coisa semelhante? Nem o seu idioma desapareceu, nem seus costumes, nem a sua fé religiosa, com todo esse tempo espalhados entre as nações conseguiram manter a integridade nacional, não é isso um milagre? Não precisamos de mais provas, porque o que a Bíblia diz se cumpre! Nela está escrito que Israel voltaria à sua terra e Israel voltou. Será que há duvidas?
Nada pode ser colocado ao lado e, muito menos, acima da Bíblia Sagrada. Ela deve ser a única regra de fé e de prática. As heresias e falsas doutrinas sempre apresentam outros “escritos”, outras “revelações”, que buscam “complementar” as Escrituras, mas tudo deve ser sumariamente rejeitado, pois só à Sua Palavra o Senhor engrandeceu. Jesus foi bem incisivo ao afirmar que somente a Palavra de Deus permanece para sempre (Mt 24:35; Lc 21:33; 1Pedro 1:23,25).
Nos dias difíceis em que vivemos, precisamos tomar cuidado para que nada seja igualado à Palavra de Deus. A Bíblia Sagrada deve ser a nossa única regra de fé e de prática. Até mesmo as manifestações espirituais devem ser julgadas à luz da Palavra de Deus (1Co 14:29,32 combinado com João 7:24). Nestes dias, somente quem se agarrar à Palavra do Senhor poderá resistir até o dia do arrebatamento da Igreja!

Luciano de Paula Lourenço

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O FOFOQUEIRO









O que é um fofoqueiro? Fofoqueiro é um covarde de duas caras que nunca olha de frente para a pessoa que ele está tentando assassinar através de suas palavras. O fofoqueiro é uma pessoa cruel porque espalha mentiras e meias verdades, usando expressões como “o que dizem por aí é que...”, sem qualquer comprovação. O fofoqueiro pode ser um membro de igreja, estar presente em qualquer círculo social ou até mesmo ser encontrado entre os círculos mais íntimos de amigos e familiares. O fofoqueiro destrói amizades, divide igrejas e devasta lares.
Qualquer líder, seja de uma igreja, uma empresa ou comunidade, tem alguém fingindo ser leal. Davi teve Absalão, que morreu pendurado numa árvore. Jesus teve Judas, que se enforcou. Paulo teve Demas, que amou mais o mundo e abandonou o apóstolo. Deus teve Satanás, o traidor que estava próximo de Deus.
Realmente, fofoca e difamação são instrumentos de Satanás, os quais ele tem usado ultimamente no afã de dividir o povo de Deus. Satanás sabe que o estímulo ao conflito entre os irmãos fará com que nos mantenhamos ocupados com as lutas entre nós e esqueçamos de guerrear contra ele.
A Bíblia nos adverte claramente sobre o envolvimento com fofocas: "O mexeriqueiro revela o segredo, portanto não te metas com quem muito abre seus lábios" (Pv 20:19). Deus advertiu o povo de Israel da seguinte maneira: “Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não te porás contra o sangue do teu próximo. Eu sou o Senhor. Não aborrecerás a teu irmão no teu coração [...] mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor”(Lv 19:16-18). E no Salmo 101:5, Deus diz: “Aquele que difama o seu próximo às escondidas, eu o destruirei”. Deus é de opinião que pessoas fofoqueiras não o reconhecem, estando entregues aos seus pensamentos corrompidos. Ele equipara pessoas difamadoras com aqueles que não merecem confiança, como assassinos e aborrecedores de Deus.
O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo adverte: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem”(Ef 4:29).
Jesus solenemente nos avisou de que as pessoas darão conta por cada palavra frívola que pronunciamos - “Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no Dia do Juízo”(Mt 12:36). Porque as palavras que as pessoas pronunciam são uma medida padrão de sua vida, elas formarão uma base para a condenação ou absolvição. Quão grande será a condenação para os “fariseus” destes últimos dias pelas palavras vis e desdenhosas que falam contra aqueles que defendem com sinceridade o Evangelho do Senhor. “Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado”(Mt 13:37).
Frequentemente, não levamos a sério a ordem de Deus para controlar nossa língua. O escritor da epistolo de Tiago, inspirado pelo Espírito Santo, exorta: "Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a sua língua, antes enganando o próprio coração, a sua religião é vã" (Tiago 1:26). É pelo uso da língua que o homem “tropeça em palavras”- “... Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo”(Tiago 3:3). “Tropeçar em palavras” pode significar cometer erros com o mal uso da língua, falta de auto-controle, ou temperança. Esta é a causa pela qual muitos “crentes” estão com suas vidas “enroladas”. Poderiam ter usado a língua para falar com Deus, em oração, em gratidão e em intercessão pelo seu próximo, mas, preferiram usá-la como juizes, e tropeçaram. O Apostolo Pedro adverte: “Porque quem quer amar a vida, e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano”(1Pe 3:10). Como você está usando sua língua? Se você é um crente fiel, então você tem o poder do auto-controle sobre sua língua, porque uma das virtudes do Fruto do Espírito é temperança(Gl 5:22).
Portanto, os danos que um fofoqueiro pode causar são imensuráveis em termos de reputações destruídas e corações despedaçados. Então, não espalhe fofocas sobre outras pessoas, principalmente na Web, como, infelizmente, temos observado na blogosfera evangélica. Ao contrário, proclame o poder salvador do sangue de Jesus, seu poder curador e a esperança que sua presença traz às nossas vidas.
Estas seis coisas aborrece o SENHOR, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, e língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente, e coração que maquina pensamentos viciosos, e pés que se apressam a correr para o mal, e testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos”(Pv 6:16-19).

Por: Luciano de Paula Lourenço