segunda-feira, 28 de março de 2011

Aula 01 - QUEM É O ESPÍRITO SANTO

Texto Base:João 14:16,17,26; 6:13-15

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre”(João 14:16)


INTRODUÇÃO

Um dos ensinos básicos das Escrituras, que o autêntico cristão nunca pode desconsiderar, é o de que o Espírito Santo é uma das Pessoas da Trindade, ou seja, é uma das Pessoas que formam o Único e Soberano Deus e, como tal, é uma Pessoa, jamais uma força ou influência. Ele habita no coração dos servos do Senhor Jesus. Ao estudarmos sobre este sublime assunto devemos ter plena reverencia, santo temor e oração, tendo em mente que se trata de um assunto bastante difícil, haja vista que o Espírito Santo nada fala de si mesmo(João 16:3). O eterno Deus, o Pai, revela muito de si mesmo nas páginas Sagradas; de igual modo, o Filho. Mas o divino Espírito Santo, não. Daí tratar-se este assunto de um insondável mistério, do qual devemos nos acercar primeiramente pela fé em Cristo(Rm 3:27). Ao concluirmos esta aula estaremos hábeis para descrever os atributos do Espírito Santo e defender a sua Divindade. Teremos, outrossim, a convicção de que não devemos nos apossar-nos dEle; e, sim, permitir que Ele se aposse de nossa alma, de nosso coração e de nosso corpo;de que somos o seu templo e santuário. Também, que as Escrituras nos ensinam que o Espírito Santo é uma Pessoa, é Deus e que não pode ser deliberadamente rejeitado pelo crente, pois isso é considerado um pecado imperdoável (Hb 10:29;Mt 12:31).

I. A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO

1. A doutrina do Espírito Santo. A doutrina do Espírito Santo é também chamada de Pneumatologia, que trata de sua deidade, seus atributos, obras e operações. O termo vem de pneuma(gr. “o ar”, “o vento”), cognato do verbo pnéo, “respirar, “soprar”, “inspirar”. Significa, na Bíblia, principalmente o espírito humano, que, como o vento, é invisível, imaterial, dinâmico, potente. Mas pneuma(hb.ruach) diz respeito também ao Espírito de Deus, a terceira Pessoa da Trindade.[1]

Quanto aos atos e operações do Espírito Santo no Novo Testamento, na igreja, como Parácleto divino prometido pelo Pai, bem como prometido e enviado pelo Filho, essa parte da doutrina da Pneumatologia é comumente denominada Paracletologia. Algumas seitas apresentam o Espírito Santo como sendo uma influência impessoal, uma força ou uma energia. Entretanto, a Palavra de Deus nos revela que o Espírito Santo é uma pessoa, pois menciona atitudes e ações do Espírito que somente uma pessoa pode ter. Ele possui uma mente, vontade e emoções, que são características de uma pessoa e não de uma influência ou força. Em atos 10:19,20, como denotação característica de uma pessoa, o Espírito Santo chama a Si mesmo de “Eu” – “E, pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito: Eis que três varões te buscam. Levanta-te, pois, e desce, e vai com eles, não duvidando; porque eu os enviei”. Segundo o pr. Antonio Gilberto, “para o crente e a igreja, a doutrina do Espírito Santo é altamente prioritária e indispensável, uma vez que o próprio título ‘Espírito Santo’ denota regeneração, recriação, vivificação, dinamismo, espiritualidade (João 6:63; Tt 3:5). O mesmo título denota santidade, santificação(‘Santo’)”.

2. O Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. O Espírito Santo da atual dispensação é o mesmo que atuou no Antigo Testamento. Qual a diferença, então? No Antigo Testamento, se usufruía apenas individualmente (1Sm 10:6; 16:13); agora, temos o Espírito Santo (1Co 7:40; Gl 3:5; 1João 4:13; 1Ts 4:8). No Antigo Testamento, o Espírito habitava no meio do povo (Ag 2:5), ou estava sobre alguém (Nm 11:17; Is 59:21); agora, está dentro de ou em nós (Ez 36:27; João 14:17). Antes, eram usados indivíduos (como Saul, Davi, etc.); agora, ele usa um povo (1Co 6:19; Ef 2:22; Ap 3:6). No Antigo Testamento, era temporário (Nm 11:25); agora, em caráter permanente (João 16:7).

Vejamos algumas manifestações do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento:

a) No Antigo Testamento. Embora muitos achem que o Espírito tenha começado a agir apenas depois da ascensão de Jesus, na verdade ele sempre atuou de forma poderosa em toda a história bíblica, inclusive nos dias do Antigo Testamento. Nesse período, o Espírito Santo muitas vezes capacitou pessoas para serviços especiais. Ele capacitou Josué com habilidades de liderança e sabedoria(Nm 27:18; Dt 34:9), e deu poder aos juizes para libertar Israel de seus opressores(observe como o Espírito do Senhor “veio sobre” Otoniel - Juizes 3:10, Gideão - Jz 6:34, Jefté –Jz 11:29 e Sansão – Jz 13:25; 14:6, 19; 15:14). O Espírito Santo veio poderosamente sobre Saul a fim de levantá-lo para a batalha contra os inimigos de Israel(1Sm 11:6), e quando Davi foi ungido rei, “o Espírito do Senhor se apossou” dele daquele dia em diante(1Sm 16:13),capacitando-o para cumprir a tarefa de realeza para a qual Deus o havia chamado. Também, o Espírito Santo dotou Bezalel com talentos artísticos para a construção do tabernáculo e de seu equipamento(Ex 31:3; 35:31) e com capacidade para ensinar essas técnicas para os outros(Ex 35:34). O Espírito Santo também protegeu o povo de Deus e capacitou-o para vencer seus inimigos. Por exemplo, Deus colocou seu Espírito no meio deles à época do êxodo(Is 63:11,12) e, mais tarde, após seu retorno do exílio, pôs seu Espírito no meio deles para protege-los e guarda-los do medo(Ag 2:5). Em fim, em todo o Antigo Testamento vemos a manifestação irrefutável do Espírito Santo de Deus.

b) No Novo Testamento. Neste período da graça o Espírito Santo tem se manifestado não mais de forma individual e eventual, mas em todo corpo de Cristo (a igreja) e de forma atuante. O Espírito Santo é o Paracleto da Igreja. Esta não pode viver sem Aquele. No início da Igreja, o Espírito Santo capacitou os discípulos de Jesus para vários tipos de ministério. No primeiro Pentecostes após a Assunção de Cristo, quase 120 pessoas foram batizadas com o Espírito Santo(Atos 1:15). Jesus lhes tinha prometido: “... mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas...”(Atos 1:8).

A primeira operação do Espírito Santo, na atual dispensação, diz-nos Jesus, ao anunciar a Sua vinda a Terra, seria o convencimento do pecador: "E, quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo" (João 16:8). O Espírito Santo atua sobre a alma do pecador, a fim de que ela possa se arrepender dos seus pecados e decidir aceitar a Cristo como Seu único e suficiente Salvador. Quando isto ocorre, temos a primeira operação que foi atribuída ao Espírito Santo nesta dispensação: o novo nascimento. Ao nascer de novo, o crente recebe o batismo pelo Espírito Santo(1Co 12:13), ou seja, ele é batizado no corpo de Cristo – a Igreja, unindo-o a este corpo; fazendo com que ele seja um só com os demais crentes.

Há vários exemplos específicos da atividade do Espírito Santo concedendo poder aos primeiros cristãos para operar milagres à medida que eles proclamavam o evangelho (note Estevão em At 6:5,8; e Paulo em Rm 15:19; 1Co 2:4). Mas o Espírito Santo deu também grande poder à pregação da igreja primitiva de modo que, quando os discípulos eram cheios do Espírito Santo, proclamavam a Palavra com grande coragem e poder(At 4:8,31;6:10; 1Ts 1:5; 1Pe 1:12). Em geral, podemos dizer que o Espírito Santo fala por meio da mensagem do evangelho à medida que ela é proclamada de maneira eficaz ao coração das pessoas.

O Novo Testamento termina com um convite do Espírito Santo e da igreja, que juntos chamam as pessoas à salvação(ler Ap 22:17). Na realidade, não só na pregação da mensagem do evangelho, como também na leitura e no ensino das Escrituras, o Espírito Santo continua a falar ao coração das pessoas a cada dia(veja Hb 3:7 e 10:15, onde o autor cita uma passagem do Antigo Testamento e diz que o Espírito Santo está agora falando aquela palavra aos leitores).

Assim como aconteceu no início da Igreja, o Espírito Santo continua a capacitar os seus servos na atualidade. Isso ocorrerá até o dia do arrebatamento da Igreja.

II. A ASSEIDADE DO ESPÍRITO SANTO

1. A asseidade e existência do Espírito Santo.

a) A asseidade do Espírito Santo. A asseidade do Espírito Santo, também chamada de sua independência, é aquela virtude segundo o qual Deus existe por si próprio, tendo o fundamento e fonte eterna de seu ser em si mesmo, não sendo causado ou dependente de nenhum ser fora de si, e sendo, portanto, o ser absoluto e puro, que é também perfeitamente auto-suficiente, assim como são o Pai e o Filho. Nessa virtude ele é totalmente diferente da criatura, pois é o Criador, junto com o Pai e Filho(Gn 1:2). Ele é; a criatura existe. Ele é Eterno; a criatura é infinda.

b) A preexistência do Espírito Santo. A natureza e os atributos do Espírito Santo caracterizam-no como o ‘Espírito Eterno’, não tendo princípio e nem fim de existência (Hb 9:14). Só Deus é eterno, pois só Deus não tem princípio nem fim e, por isso, é o princípio e o fim (Ap.1:8; 22:13). Se é dito que o Espírito é Eterno, temos que Ele é Deus. Sendo Deus, o Espírito Santo sempre esteve presente em todas as ações divinas em relação ao ser humano, a começar da sua criação. Como vemos na declaração divina de Gn 1:27, na criação do homem toda a Trindade esteve envolvida. “Façamos o homem conforme à Nossa imagem, conforme à Nossa semelhança", ou seja, há o emprego do verbo no plural ao mostrar que o Deus que decidiu a criação do homem era um único Deus, mas dotado de uma pluralidade de pessoas.

c) O Espírito Santo não se confunde nem com o Pai, nem com o Filho. Ao investigarmos a doutrina da deidade do Santo Espírito, devemos observar que o Novo Testamento ensina a unicidade da divindade (1Co 8:4; Tg 2:19) e, no entanto, revela a distinção de pessoas na divindade: o Pai é Deus (Mt 11:25; João 17:3; Rm 15:6; Ef 4:6); o Filho é Deus (João 1:1,18; 20:28; Rm 9:5; Hb 1:8; Cl 2:9; Fp 2:6; 1João 5:20); o Espírito Santo é Deus (At 5:3,4; 1Co 2:10,11; Ef 2:22). O Pai, o Filho e o Espírito Santo são claramente distinguidos um dos outros na Bíblia (João 15:26; 16:13-15; Mt 3:16,17; 1Co 13:13), de tal forma que as três pessoas não se confundem umas com as outras. São três benditas e santíssimas pessoas que compõem apenas uma divindade. Portanto, na unidade da divindade há uma trindade de pessoas, da qual o Espírito Santo é o Executivo. Conquanto as evidências bíblicas acerca da divindade do Espírito Santo sejam irrefutáveis, ainda insurge no meio dos crentes sutis ensinamentos que buscam confundir os incautos de que, embora o Espírito Santo seja uma Pessoa Divina, Ele se confunde ou com o Pai, ou com o Filho. Assim, o Espírito Santo seria ou o Pai ou o Filho, mas não uma “terceira” Pessoa. Tal ensinamento, tanto quanto os que negam a personalidade e/ou a divindade do Espírito Santo, não pode ser aceito pelos servos de Deus. O Espírito Santo, embora seja um com o Pai e com o Filho, é uma Pessoa distinta, que não Se confunde com nenhuma das outras duas.

O texto da Bíblia que é mais utilizado pelos falsos mestres para demonstrar suas teorias falsas é o de João 14:18:” Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós”. Dizem eles que, segundo este texto o Espírito Santo nada mais seria do que o próprio Jesus que teria retornado para conviver com a Igreja, ainda que de forma invisível e incorpórea. Afinal de contas, dizem estes hereges, “o Senhor disse que não nos deixaria órfãos, mas “voltaria para nós”. Entretanto, esta expressão não tem a ver com uma volta da Pessoa de Cristo para o convívio da Igreja, como durante o ministério terreno, mas, sim, com o Seu retorno por intermédio do Espírito Santo. O Espírito tornaria Jesus presente, fazendo-nos lembrar dos Seus ensinos, do Seu exemplo, levando-nos à comunhão com o Pai e o Filho, por meio de uma vida de santificação, de oração e de meditação na Palavra do Senhor. Assim, por meio do Espírito, sentimos a presença de Jesus, enquanto não chega o dia do arrebatamento, quando aí, sim, passaremos a ter a presença pessoal do Filho, semelhante e até mais profunda que a que havia entre Jesus e Seus discípulos durante o Seu ministério terreno. [2]

2. Atributos incomunicáveis do Espírito Santo. A natureza divina do Espírito Santo encontra-se explícita e implícita na Palavra de Deus, ou seja, não só o texto sagrado diz abertamente que o Espírito Santo é Deus, como também confere atributos e características ao Espírito Santo que indicam que Ele é Deus, já que se trata de qualidades exclusivas da Divindade.

a) O Espírito Santo é onisciente, ou seja, sabe todas as coisas -“Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus” (1Co 2:10,11). O apóstolo Paulo ensina-nos que só quem sabe as coisas que Deus sabe é o Espírito Santo. Ora, Deus sabe todas as coisas e, portanto, o Espírito Santo, se sabe o que Deus sabe, também sabe todas as coisas. Se o Espírito sabe todas as coisas, é onisciente e só Deus é onisciente, de forma que o que o texto está a nos dizer é que o Espírito Santo é Deus.

b) O Espírito Santo é onipresente, ou seja, está em todos os lugares ao mesmo tempo (cf Sl 139:7-10). O salmista diz-nos que não há como fugir da presença do Espírito do Senhor, pois Ele está em todos os lugares. Ora, só Deus pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo, pois isto é um atributo que Lhe é exclusivo. Se o Espírito Santo está presente em todos os lugares, como diz o salmista, esta é uma outra maneira de as Escrituras nos revelarem que o Espírito Santo é Deus.

c) O Espírito Santo é onipotente, ou seja, tem todo o poder (Lc 1:35,37; 1Co 12:11). Nos dois textos mencionados, é dito que o Espírito Santo faz coisas impossíveis ao homem, pois nada Lhe é impossível, como também que ele opera todas as coisas, conforme a Sua vontade. Os dois textos mostram, assim, que não há limite para a operação do Espírito Santo, que pode fazer tudo o que quiser. Ora, isto nada mais é que onipotência, que é outro atributo exclusivo da divindade. Assim sendo, temos que o Espírito Santo é Deus.

III. A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO

De acordo com o pastor Antonio Gilberto, personalidade “é o conjunto de atributos de várias categorias que caracterizam uma pessoa”. O que nos leva a entender que o Espírito Santo é uma pessoa? O fato do Espírito sentir, perceber o que se passa na vida do crente. Um objeto não tem essa capacidade. Meu relógio não sente quando meu pulso está falhando, mesmo estando atado a ele. Entretanto, uma pessoa tocando em meu pulso poderá afirmar: ele não está passando bem. Somente uma pessoa tem essa capacidade. Assim, o Espírito Santo é uma pessoa que ama, entristece e sofre. Ele fala, age e opera funções de uma pessoa. Algumas seitas apresentam o Espírito Santo como sendo uma influência impessoal, uma força ou uma energia. Entretanto, a Palavra de Deus nos revela que o Espírito Santo é uma pessoa, pois menciona atitudes e ações que somente uma pessoa pode ter. Ele possui uma mente, vontade e emoções, que são características de uma pessoa e não de uma influência ou força.

Vejamos algumas provas, dentre muitas que existem na Bíblia Sagrada:

1. O Espírito tem emoções - "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção" (Ef 4:30). Somos admoestados a não entristecer o Espírito Santo, retratando, portanto, que Ele possui as emoções de uma pessoa. Ele sofre quando pecamos e se entristece com as manifestações do nosso pecado. Uma força, um "fluir" nunca pode ficar triste, somente uma pessoa. Mas o Espírito Santo não só Se entristece, mas também sente alegria, tanto que faz com que as pessoas sintam a Sua alegria, a começar pelo próprio Senhor Jesus (Lc 10:21) e, depois, dos discípulos (1Ts 1:6).

2. O Espírito Santo tem ciúmes - " Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?"(Tg 4:5). Quando traímos a Deus através dos nossos pecados, contradições, negações da fé, amasiamentos com o mundo, o Espírito de Deus sente ciúmes, como o marido, quando a mulher adultera e vice-versa. Ele sente ciúmes do adultério moral (impureza), espiritual (idolatria), econômico (amor ao dinheiro) e político (paixão e esperanças políticas mais acentuadas em relação ao programa humano que ao Reino de Deus). O Espírito Santo não é simplesmente alguém que entra em nós e depois sai. Ele vem e fica. Além disso, Ele não está presente para energizar-nos a vida. Não. Ele é uma pessoa com a qual mantemos relações pessoais.

3. O Espírito Santo raciocina (Rm 8:27) - “E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos”. Neste texto, as Escrituras dizem que o Espírito Santo examina os corações, ou seja, examinar é raciocinar, é calcular, é emitir juízos. Uma força jamais pode calcular, jamais pode examinar, só uma pessoa pode fazê-lo.

4. O Espírito Santo fala(Atos 8:29) - "Então disse o Espírito a Filipe: aproxima-te desse carro e acompanha-o...". Aqui, percebemos que o Espírito Santo é um Ser que fala. Ora, uma força não pode falar, mas uma Pessoa, sim. Tanto é certo que o Espírito Santo fala que, em At 13:2, isto é explicitamente mencionado, como também em 1Tm 4:1 e Hb 3:7, bem assim em todas as cartas que Jesus enviou às igrejas da Ásia Menor (Ap 2:7,11,17,29; 3:6,13,22), como num instante em que se fazia a revelação a João das coisas que brevemente hão de acontecer (Ap 14:13).

5. O Espírito Santo ouve (Jo.16:13) – “Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir”. Aqui a Bíblia diz que o Espírito Santo dirá aquilo que tiver ouvido. Portanto, é um ser, é uma Pessoa, pois tem capacidade de ouvir e não é um simples ouvir, mas um ouvir que retém e que discerne o que se ouve para depois o anunciar.

6. O Espírito Santo ensina (João 14:26) – “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”. Observe o final do versículo: “...e vos fará lembrar...” - Quando Jesus diz que o Espírito Santo nos faria lembrar de tudo quanto o Senhor Jesus nos tem dito, está a nos revelar uma face maravilhosa deste Professor e Mestre que é o Espírito Santo. O Espírito Santo não só é um Mestre (algo que uma força não pode ser, como o vimos), como também é um Mestre dedicado, um Professor comprometido com os Seus alunos.

7. O Espírito Santo tem vontade – “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer” (1Co 12:11). Neste texto, é dito que o Espírito Santo reparte, como quer, os dons espirituais entre os crentes, ou seja, tem vontade, tem autodeterminação, algo que jamais uma força pode ter, mas tão somente uma pessoa. Em Atos 2:4, também é dito que os discípulos falavam línguas estranhas conforme a concessão que lhes dava o Espírito Santo, ou seja, quem determinava qual língua e quando deveria ser ela falada era o Espírito, algo que uma força jamais poderia realizar. Diferente não foi no chamado Concílio de Jerusalém, onde o Espírito Santo deu o Seu parecer a respeito da discussão a respeito da observância da lei de Moisés (At 15:28).

CONCLUSÃO

Concluindo, podemos dizer que o Espírito Santo não é simplesmente uma influência benéfica ou um poder impessoal. É uma Pessoa, assim como o Pai e o Filho o são. Ele é chamado Deus (At 5:3,4) e Senhor (2Co 3:18). Quando Isaías viu a glória de Deus (Is 6:1-3), escreveu: “Ouvi a voz do Senhor... vai e diz a este povo” (Is 6:8-9). O apóstolo Paulo citou essa mesma palavra e disse: “Bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías dizendo: vai a este povo” (At 28:25, 26). Com isso, Paulo identificou o Espírito Santo com Deus. Ele faz parte da Santíssima Trindade. O Espírito é chamado “Espírito de Deus” (Rm 8.9); “Espírito do Pai” (Mt 10:20); “o Espírito de Cristo” (Rm 8.9; 1Pe 1.11); “o Espírito de Jesus” (At 16.7), indicando assim que Ele os representa e também age por Eles; quando o Espírito Santo opera, o Cristo vivo está presente (João 14:18). ------

Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com/


Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento)

Bíblia de Estudo Pentecostal. Revista Ensinador Cristão – nº 46.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Teologia Sistemática – Atual e Exaustiva – Wayne Grudem

[1] Antonio Gilberto – A doutrina do Espírito Santo – Teologia Sistemática

[2] Caramuru Afonso Francisco - A Divindade do ESPÍRITO Santo.

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