segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Aula 06 - NEEMIAS LIDERA UM GENUINO AVIVAMENTO

Texto Básico: Neemias 8:1-18
E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação [...] E leu nela [...] desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e sábios; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei”(Ne 8:2,3).

INTRODUÇÃO
Os capítulos 8 a 10 de Neemias descrevem um dos maiores avivamentos do Antigo Testamento e apontam vários instrumentos fundamentais para um avivamento e renovação espirituais; são eles: a Palavra de Deus(8:1-8), a oração(8:6), a confissão de pecados(cap.9), um coração quebrantado e contrito(8:9), renúncia às práticas pecaminosas da sociedade contemporânea(9:2) e renovação do compromisso de andar segundo a vontade de Deus e de fazer da Palavra de Deus a nossa regra de fé e prática(10:29). Ressalte-se que não há possibilidade alguma de avivamento espiritual sem que se tenha o devido cuidado e a prioridade no ensino da Palavra de Deus. Os avivamentos ocorridos no Antigo e no Novo Testamento, bem como ao longo da história da Igreja, só tiveram resultados duradouros quando começaram e prosseguiram sob o ensino da Palavra de Deus.
Nesta aula, estudaremos o avivamento ocorrido em Israel sob a liderança de Neemias. Tal avivamento só foi possível porque houve o ensino e a compreensão da Lei do Deus Jeová. Aliás, a restauração da autoridade da Palavra de Deus sobre o povo foi a maior reforma que Neemias implementou em Jerusalém; sem essa restauração, Jerusalém seria absolutamente vulnerável.
Lamentavelmente, em nossos dias, vivemos a predominância de uma concepção sem qualquer base bíblica, qual seja, a de que avivamento se confunde com prevalência de manifestações sobrenaturais e que o crente avivado é aquele que participa de tais ambientes, onde pouco ou nenhum espaço é dado ao ensino da Palavra de Deus. No entanto, quando abrimos a Bíblia Sagrada, não vemos um só caso de avivamento que não esteja centrado, baseado, fundamentado no ensino das Escrituras. Portanto, Avivamento sem o ensino e a prática das Escrituras Sagradas é apenas movimento passageiro que não dá frutos.
I. O POVO SE AJUNTOU NA PRAÇA PARA OUVIR A LEITURA DA LEI
E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel”(Ne 8:1). O avivamento do povo de Israel teve inicio mediante um autêntico retorno à Palavra de Deus e um esforço decisivo para a compreensão da sua mensagem (Ne 8:8).
1. Reunidos para ouvir a Lei. Uma das principais evidências de um avivamento bíblico entre o povo de Deus é a grande fome de ouvir e ler a Palavra de Deus. No primeiro dia do sétimo mês, todo o povo se reuniu para uma convocação solene, a Festa das Trombetas (cf Lv 23:24,25), que simbolizava o ajuntamento de Israel dentre as nações gentílicas. Esdras subiu numa plataforma especialmente construída para a ocasião e, ao lado de treze levitas, leu por várias horas o que havia no Livro da Lei de Moisés. O povo demonstrou profundo respeito pela Palavra de Deus (ler 8:5,6), à medida que os levitas mencionados no versículo 7 do capitulo 8 forneciam explicações sobre o que estava sendo dito (Ne 8:8). Uma vez que o aramaico substituiu o hebraico após o cativeiro, era necessário explicar ao povo muitas palavras hebraicas presentes nas Escrituras.
Citando o rev. Hernandes Dias Lopes, o ajuntamento do povo para ouvir a Palavra de Deus naquela ocasião tem quatro características distintas que devem servir de modelo para a igreja contemporânea:
a) Foi espontâneo (8:1). Deus moveu o coração do povo para reunir-se para buscar a Palavra de Deus. Eles não se reuniram ao redor de qualquer outro interesse. Hoje o povo busca resultados e não a verdade; coisas materiais e não a Deus; benefícios pessoais e não a Palavra de Deus. Querem as bênçãos de Deus, mas não o Deus das bênçãos. Têm fome de prosperidade e sucesso, mas não têm fome da Palavra.
b) Foi coletivo (8:2,3). Todo o povo, homens e mulheres, reuniram-se para buscar a Palavra de Deus. Ninguém ficou de fora. Pobres e ricos, agricultores e nobres, homens e mulheres, jovens e crianças. Eles tinham um alvo em comum: buscar a Palavra de Deus. Precisamos ter vontade de nos reunir não apenas para ouvirmos cantores famosos ou pregadores conhecidos, mas reunirmo-nos para ouvir a Palavra de Deus. O centro do culto é a pregação da Palavra de Deus.
c) Foi harmonioso (8:1). "Todo o povo se ajuntou como um só homem" (8:1). Não havia apenas ajuntamento, mas comunhão. Não apenas estavam perto uns dos outros, mas eram unidos de alma. A união deles não era em torno de encontros sociais, mas em torno da Palavra de Deus.
d) Foi proposital (8:1): "[...] e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o Senhor tinha prescrito a Israel" (8:1). O propósito do povo era ouvir a Palavra de Deus. Eles tinham sede da Palavra. Eles tinham pressa de ouvir a Palavra. Não era qualquer novidade que os atraía, mas a Palavra de Deus.
Séculos depois desses acontecimentos e vivendo em culturas e línguas completamente deferentes, os pregadores e professores bíblicos de hoje tem uma tarefa muito maior para explicar as Escrituras Sagradas. Esse método de Esdras e dos levitas tem sido abençoado por Deus ao longo dos séculos e continua a ser um instrumento eficaz para levar os cristãos à maturidade espiritual. Pregações textuais e temáticas podem, com frequência, ser inspiradoras e úteis, porém seus benefícios espirituais não se comparam aos resultados alcançados por ministérios semelhantes ao de Esdras. Abençoados são os cristãos que tem o privilégio de ouvir pregações expositivas sobre as Escrituras.
2. O povo estava atento à leitura da Lei“E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei”(Ne 8:3). De pé sobre um púlpito de madeira, durante sete dias, seis horas por dia, Esdras leu o livro da lei(8:3,18). O povo permaneceu desde a alva até ao meio-dia, sem sair do lugar (8:7), com os ouvidos atentos. Não havia dispersão, distração nem enfado. Eles estavam atentos não apenas ao pregador, mas sobretudo ao livro da lei. Não havia esnobismo nem tietagem, mas fome da Palavra. Eles queriam Pão do Céu, a Verdade de Deus. Só o Pão nutritivo da Verdade pode saciar a fome daqueles que anseiam por Deus.
3. O culto de doutrina. Nestes nossos dias, é de se notar um certo "fastio" ou cansaço da congregação concernente à forma com que alguns líderes expõem a Palavra de Deus. Em muitos santuários, há líderes que apresentam a Palavra de Deus sem o devido preparo, sem se preocuparem em estudar de forma correta as Escrituras e sem aplicá-la à vida de seus ouvintes. O resultado desse descaso por parte desses líderes é a baixa assiduidade aos cultos de doutrina e ensino, onde deveria a igreja estar reunida para aprender a Palavra de Deus. Esses líderes responsabilizam o povo como que se este fosse o vilão que despreza a Palavra, mas na verdade, tais líderes é que deixaram de apresentar a Palavra de Deus como Palavra que transforma o ser humano. Quando a Palavra é ministrada e ensinada com unção, o povo não sente "fastio" dela, pois Deus sempre tem algo novo a nos trazer por meio das Escrituras. Em Neemias lemos que os líderes leram a Lei de Deus, explicaram o sentido dela e à medida que era lida, era entendida (Ne 8:8). O que faz diferença em nossa vida é o que aprendemos.
II. O ENSINO BÍBLICO
Ensinar é explicar o texto. A mensagem é baseada na exegese, ou seja, tirar do texto, o que está no texto. Não podemos impor ao texto nossas idéias; isso é eisegese.
O avivamento liderado por Neemias e Esdras foi marcado por oração e adoração, mas principalmente pelo ensino da Palavra de Deus. O livro da Lei foi lido e explicado, de forma que o avivamento chegou. Desde o Antigo Testamento, sempre vemos que os momentos de avivamento do povo de Deus são caracterizados por uma busca da lei do Senhor, por uma renovação no interesse e na observância das Escrituras. Todo e qualquer movimento que menosprezar a Palavra de Deus, que não der espaço ao estudo e ao ensino da Palavra, não é um verdadeiro avivamento espiritual, mas um movimento místico, que se misturará facilmente com manifestações sobrenaturais de procedência maligna.
Infelizmente, vivemos dias difíceis, dias em que muitos dentre os crentes se dizem ser, como nos afirmam as Escrituras, terão comichões nos ouvidos e não sofrerão mais a sã doutrina (2Tm 4:3), ou seja, não quererão se dobrar aos ensinos da Palavra de Deus e o distorcerão, a fim de poderem praticar os seus pecados, construindo para si doutores que justifiquem seus pecados e iniquidades. São dias difíceis, mas nós, que conhecemos a Palavra, que fomos ensinados na boa doutrina, sabendo que estas coisas iriam mesmo acontecer, só devemos ser cautelosos e, sobretudo, submissos aos ensinos do Senhor, pois a doutrina é essencial à vida cristã. As Escrituras devem guiar a Igreja, sempre! A primeira tentação do diabo no Éden não foi sobre sexo ou dinheiro, mas suscitar dúvidas acerca da Palavra de Deus.
1. Homens preparados para o ensino -E Jesua, e Bani, e Serebias, e Jamim, e Acube, e Sabetai, e Hodias, e Maaséias, e Quelita, e Azarias, e Jozabade, e Hanã, e Pelaías, e os levitas ensinavam ao povo na Lei; e o povo estava no seu posto”(Ne 8:7).
Vemos aqui neste versículo que Neemias e Esdras designaram instrutores para ensinar a Palavra de Deus em todas as cidades de Judá. Até os levitas que serviam no Templo foram envolvidos neste mister (11:1). Estes líderes tinham plena consciência de que a base do avivamento espiritual é o ensino da Palavra de Deus e a sua obediência.
Para cumprir a tarefa do ensino da Palavra, é preciso, em primeiro lugar, que a Igreja se veja dotada de homens e mulheres preparados para ensinar. Um dos grandes problemas que temos visto nas igrejas locais da atualidade é o despreparo das pessoas para ensinarem a Palavra de Deus. Quando falamos em preparo, não estamos nos referindo à escolaridade ou ao conhecimento secular de alguém, mas, sobretudo, ao seu conhecimento bíblico, à sua capacidade de manejar bem a Palavra da Verdade (1Tm 2:15).
Atualmente temos visto que, à medida que a escolaridade nas igrejas evangélicas sobe o conhecimento bíblico decresce. É válido ressaltar que décadas passadas, grande parte dos obreiros das Assembléias de Deus era composta de pessoas iletradas, semi-alfabetizados, mas tinham profundo conhecimento bíblico; atualmente, estamos repletos de obreiros dotados de diplomas universitários, mas que, biblicamente, são completamente analfabetos. O que é isto? É falta de estudo da Palavra de Deus!
O descaso com as Escolas Bíblicas Dominicais por parte de muitos pastores e dirigentes de igrejas locais, eles próprios eternos ausentes destas reuniões, leva, muitas vezes, à entrega das classes a pessoas despreparadas, que mal sabem para si, que dirá para os outros. Estamos muito longe do modelo bíblico, em que os apóstolos, apesar de serem os principais nomes da igreja, tomavam para si a responsabilidade do ensino da Palavra(cf At 6:2,4), ensino este que era prioritário, tanto que a primeira coisa que Lucas faz notar na igreja primitiva é de que eles “perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At 2:42).
2. O líder deve ser apto para ensinar. Entre os crentes sempre há a necessidade de ensino e esta oportunidade não deve de forma alguma ser negligenciada pelo líder; ele deve procurar aproveitá-la ao máximo possível. O apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo afirma que o verdadeiro líder deve estar apto para ensinar (1Tm 3:2). Ele deve ensinar a outros e treinar líderes (Tt 1:9). Neemias 8:13 indica que depois do trabalho de massas do dia anterior, Esdras promove uma oficina intensiva de estudo da Palavra para os líderes.
A maior necessidade da igreja é de homens que conheçam, vivam e ensinem a Palavra de Deus com aptidão. O ensino da Palavra de Deus é a tarefa mais importante que existe no mundo. As pessoas não buscam alguém para lhes contar bonitas experiências, mas procuram um fiel e apto expositor das Escrituras.
3. A Bíblia é a Palavra de Deus. Esta é a definição canônica mais curta da Bíblia. Tudo o que Deus tem preparado para o homem, bem como o que Ele requer do homem, e tudo o que o homem precisa saber espiritualmente da parte dEle quanto a sua redenção e felicidade eterna, está revelado na Bíblia. Tudo o que o homem tem a fazer é tomar a Palavra de Deus e apropriar-se dela pela fé.
Todos os cristãos genuínos reconhecem que a Bíblia é a Palavra de Deus porque ela mesma, diversas vezes, o afirma. “Assim diz o Senhor”, por exemplo, é uma expressão que aparece dezenas de vezes no Antigo Testamento. E mais, o cumprimento exato de tudo quanto nela está desde os primórdios da história da humanidade é a prova irrefutável de que ela é, sem sombra de dúvida, a Palavra de Deus, a revelação de Deus aos homens. Muitos têm tentado, ao longo dos séculos, levantar-se contra o divino Livro, mas todos têm fracassado em seu intento de calá-lo ou desacreditá-lo, precisamente porque não se trata de uma obra feita pela mente, vontade ou imaginação humana, mas tem sua origem, sua concepção e o zelo pelo seu cumprimento diretamente em Deus.
Podemos afirmar que a Bíblia é a Palavra de Deus entre outros motivos, porque: (1) A própria Bíblia faz menção da sua inspiração; (2) O Espírito Santo testifica em nosso íntimo que ela é a Palavra de Deus; (3) Nenhum outro livro apresenta tantos testemunhos a respeito da transformação de uma pessoa; muitas conversões foram feitas por meio da leitura da Bíblia, demonstrando o poder da Palavra; (4) A unidade da Bíblia: seus sessenta e seis livros apresentam a pessoa de Jesus Cristo; o Antigo Testamento falava da vinda do Messias e as suas profecias se cumpriram no Novo Testamento; o próprio Jesus destacou ser Ele o tema do Antigo Testamento (Mt 5:17; Lc 24:27:44; João 5:39; Hb 10:7).
Certas características escritas na Bíblia a levaram ser considerada o “Livro de Deus”:
* Ela é pura -"Toda palavra de Deus é pura; ele é escudo para os que nele confiam." (Pv 30:5).
* Ela é valiosa - "Aceitai o meu ensino, e não a prata, e o conhecimento, antes do que o ouro escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que jóias, e de tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela."(Pv 8:10-11).
* Ela é a verdade – “As tuas palavras são em tudo verdade desde o princípio, e cada um dos teus justos juízos dura para sempre”(Sl 119:160).
* Ela é eterna - "Para sempre, ó Senhor, está firmada a tua palavra no céu" (Sl 119:89).
* Ela é imutável - "A palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada"(1 Pe 1:25).
* Ela é profética - "porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”(2 Pe 1:21).
* Ela é perfeita e fiel - "A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos simples” (Sl 19:07).
* Ela é Lâmpada – “Lâmpada para os meus pés é a Tua Palavra e Luz para o meu caminho”(Sl 119:105).
Se a Bíblia não fosse a inspirada Palavra de Deus, por que tantas pessoas arriscaram suas vidas, para preservar as Escrituras? Por que Deus levantou inúmeras pessoas para traduzir a Bíblia e esses servos não se importaram de sacrificar suas vidas para que a Palavra fosse conhecida? Eles tinham plena confiança de que valia a pena dar sua vida por um livro, não por um livro qualquer, mas pela inspirada e inerrante Palavra de Deus! Nenhum livro fala ao coração humano como este!
III. O ENTENDIMENTO DA PALAVRA GEROU O AVIVAMENTO
Então, todo o povo se foi a comer, e a beber, e a enviar porções, e a fazer grandes festas, porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber”(Ne 8:12).
Por meio de Esdras e dos levitas, vemos o que deve acontecer sempre que a Palavra de Deus for ministrada aos fieis. Muitos dos que voltaram do exílio, já não entendiam o hebraico, uma vez que o seu idioma era agora o aramaico. Por isso, quando as Escrituras eram lidas em hebraico, um grupo de homens dedicados fazia a interpretação para o aramaico, de tal maneira que os fiéis pudessem compreendê-las e aplicá-las à sua vida. Deste modo, o povo se regozijou “porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber”(8:12). A explicação era lógica, para que todos entendessem. O reavivamento não foi um apelo às emoções, mas um apelo ao entendimento.
Citando o rev. Hernandes Dias Lopes, a pregação fiel das Escrituras atinge as três áreas vitais da vida humana:
1. Atinge o intelecto (8:8).
A pregação é dirigida à mente. O culto deve ser racional. Devemos apelar ao entendimento (8:2,3,8,12). O povo que conhece a Deus é forte e ativo (Dn 11:32).
2. Atinge a emoção (8:9-12). Esse fato pode ser provado por duas reações do povo ao ouvir a exposição da Palavra:
a) A primeira reação foi choro pelo pecado (8:9). A Palavra de Deus produz quebrantamento, arrependimento e choro pelo pecado. O verdadeiro conhecimento nos leva às lágrimas. Quanto mais perto de Deus você está, mais tem consciência de que é pecador e mais chora pelo pecado. O emocionalismo é inútil, mas a emoção produzida pelo entendimento é parte essencial do cristianismo. E impossível compreender a verdade sem ser tocado por ela.
b) A segunda reação foi a alegria da restauração (8:10). As festas deviam ser celebradas com alegria (Dt 16:11,14). A alegria tem três aspectos importantes: (1) Uma origem divina - "A alegria do Senhor". Essa não é uma alegria circunstancial, momentânea, sentimental; é a alegria de Deus, indizível e cheia de glória. (2) Um conteúdo bendito — Deus não é apenas a origem, mas o conteúdo dessa alegria. O povo regozija-se não apenas por causa de Deus, mas em Deus: Sua graça, Seu amor, Seus dons. É na presença de Deus que há plenitude de alegria. (3) Um efeito glorioso — "A alegria do Senhor é a nossa força"(8:10). Quem conhece essa alegria não olha para trás como a mulher de Ló. Quem bebe da fonte das delícias de Deus não vive cavando cisternas rotas. Quem bebe das delícias de Deus não sente saudades do Egito. Essa alegria é a nossa força. Foi essa alegria que Paulo e Silas sentiram na prisão. Essa é a alegria que os mártires sentiram na hora da morte. Era “a alegria do Senhor”. Aleluia!
3. Atinge a vontade (8:11,12). Isso pode ser provado por duas decisões tomadas pelo povo depois de ouvir a Palavra: Primeira, obediência a Deus (8:12). O povo obedeceu à voz de Deus e deixou o choro e começou a regozijar-se. Segunda, solidariedade ao próximo (8:12). O povo começou não apenas a alegrar-se em Deus, mas a manifestar seu amor ao próximo, enviando porções àqueles que nada tinham. Não podemos separar a dimensão vertical da horizontal no culto.
CONCLUSÃO
Concluindo esta aula afirmamos que não há avivamento autêntico e genuíno sem que se recorra às Escrituras. Qualquer movimento espiritual que dispense o estudo das Escrituras, que dispense a meditação na Palavra do Senhor, que se faça de reuniões onde há muita oração, muito louvor, muito sobrenaturalismo, muito “reteté” e nenhuma ou pouquíssima exposição da Palavra de Deus é algo que não tem origem em Deus e que não pode produzir vida espiritual alguma. Para que tenhamos um verdadeiro avivamento, para que nos santifiquemos e nos tornemos fortes espiritualmente, é mister que sejamos iluminados e a única luz que existe é a Palavra de Deus (Sl 119:105). Portanto, se quisermos igrejas avivadas, comecemos pela Palavra de Deus. Sem ela, não pode haver avivamento.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal
Revista Ensinador Cristão – nº 48.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico Beacon - CPAD
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA
Hernandes Dias Lopes – Neemias -o líder que restaurou uma naç
ão.

sábado, 29 de outubro de 2011

"HALLOWEEN", O "DIA DE TODOS OS SANTOS" E O "DIA DE FINADOS, O QUE ISTO TEM EM COMUM?

Em 43 d.C., os romanos dominaram os celtas e governaram sobre a Grã-Bretanha por cerca de 400 anos. Assim, os conquistadores passaram a conviver com os rituais dos celtas.

Durante séculos, a Igreja Católica Romana celebrava "O Dia de Todos os Mártires" em 13 de maio. O papa Gregório III (papado de 731-741), porém, dedicou a Capela de São Pedro, em Roma, a "todos os santos" no dia 1º de novembro. Assim, em 837, o papa Gregório IV introduziu a festa de "Todos os Santos" no calendário romano, tornando universal a sua celebração em 1º de novembro. A partir de então deixou-se de celebrar o "Dia dos Mártires" em maio.

Na Inglaterra medieval esse festival católico ficou conhecido como "All Hallows Day" ("Dia de Todos os Santos"). A noite anterior ao 1º de novembro era chamada "Hallows Evening", abreviada "Hallows’ Eve" e, posteriormente, "Halloween".


Mais de um século após instituir o "Dia de Todos os Santos", a Igreja Católica, através da sua Abadia de Cluny, na França, determinou que o melhor dia para se comemorar o "Dia dos Mortos" era logo após o "Dia de Todos os Santos". Assim, ficou estabelecido o "Dia de Finados" no dia 2 de novembro.


Para a Igreja Católica, a noite de "Halloween", o "Dia de Todos os Santos" e o "Dia de Finados" são uma só sequência e celebram coisas parecidas – a honra e a alma dos mortos! O catolicismo tenta fazer o "cristianismo" e o paganismo andarem de mãos dadas!

[...]

O profeta Isaías nos adverte: "Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso, não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva" (Isaías 8.19-20). Meu querido leitor, a opção é sua: consultar aqueles que tagarelam e consultam mortos e adivinhos ou confiar no que diz a Lei do Senhor.


A Bíblia é clara na opção que devemos seguir: "Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR, teu Deus, os lança de diante de ti. Perfeito serás para com o SENHOR, teu Deus" (Deuteronômio 18.10-13).

[...]

Que Deus nos livre do mal. Amém!

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Extraído do endereço:


"OS FATOS SOBRE HALLOWEEN"

No dia 31 de outubro muitas pessoas irão participar de festas de "Halloween", popularmente chamado de "Dia das Bruxas" no Brasil. Mas essa festa aparentemente inocente tem estreita ligação com práticas ocultistas, mesmo que muitos não percebam isso.

Sua origem data de tempos antigos, quando os druidas (magos de origem celta) realizavam cerimônias de adoração ao "deus da morte" ou ao"senhor da morte" em 31 de outubro. Isso acontecia na cerimônia "Samhain" durante o festival de inverno, na qual eram oferecidos sacrifícios humanos. Essa prática ancestral foi sofrendo alterações com o passar do tempo. A Igreja Católica posteriormente tentou cristianizar o "Samhain ", declarando o1º de novembro como o Dia de Todos os Santos e o 2 de novembro com o Dia de Finados, sendo que em ambas as datas os mortos eram lembrados.

Nos Estados Unidos essa festa é muito comum e tem forte apelo comercial, sendo também tema de vários filmes de horror. A imagem de crianças vestidas com fantasias "engraçadinhas" de bruxas, fantasmas e duendes, pedindo por doces e dizendo "gostosuras ou travessuras". Há algum tempo, o Brasil tem se deixado influenciar por muitos aspectos que não fazem parte de sua cultura e tem celebrado essa festa em escolas, clubes e até em shopping centers.

Diante dessa realidade, devemos nos questionar: Halloween está relacionado às práticas ocultistas modernas?

Mesmo que hoje em dia Halloween seja comemorado de uma maneira inocente por muitos jovens, ele é levado a sério pela maioria das bruxas, membros do movimento neo-pagão e ocultistas em geral. Antes de continuarmos, devemos destacar que a associação histórica e contemporânea do Halloween com o ocultismo causaram uma espécie de "efeito híbrido" na maior parte da sociedade, de modo que a comemoração do Halloween não é, necessariamente, uma prática totalmente inocente. Ao ler vários relatos sobre o Halloween, pode-se ficar impressionado com o grande número de práticas de superstições e de adivinhação envolvidas com ele. Algumas das superstições e todas as práticas estão relacionadas com o ocultismo.

É preocupante o quanto as superstições podem controlar ou dirigir a vida de uma pessoa de maneiras terríveis. Mais ainda, as verdadeiras práticas de adivinhação sempre trazem conseqüências. Na verdade, desde as décadas finais do século dezenove, o Halloween tem sido lembrado como um período "para se usar amuletos, lançar maldições e se fazer adivinhações"[1]. Como já dissemos, isso está relacionado aos antigos druidas, pois o "Samhain" marcava o início de ano novo, o que resultou num interesse em adivinhações e previsões sobre o que o próximo ano traria.

A origem do Halloween data de tempos antigos, quando os druidas (magos de origem celta) realizavam cerimônias de adoração ao "deus da morte" ou ao"senhor da morte" em 31 de outubro.

No Halloween se cria (e ainda á assim em certos lugares) que seguir um ritual em particular pode fazer com que a imagem do seu futuro cônjuge apareça atrás de você: "Muitas crenças surgiram sobre como invocar a imagem do futuro esposo ou esposa de alguém. As garotas criam que caso alguém ficasse diante do espelho, comendo uma maçã, à meia-noite, a imagem de seu futuro esposo apareceria de repente diante dela. Se nenhuma imagem aparecesse, isso significava que a garota ficaria solteirona".[2]

No sul dos Estados Unidos há um costume baseado na crença dos druidas de que o desespero de uma vítima de sacrifício humano podia revelar previsões para o futuro. "Punha-se fogo numa tigela com álcool, e atirava-se no fogo ‘oferendas’ tais como figos, cascas de laranja, passas, castanhas e tâmaras envoltas em papel alumínio. A garota que tirasse a melhor das oferendas do meio do fogo iria conhecer seu futuro esposo dentro de um ano".[3]

A preocupação com tais atividades pode ser vista na seguinte declaração do Livro Americano dos Dias (American Book of Days): "Vários meios de adivinhação do futuro eram usados no Halloween e os resultados eram aceitos com toda seriedade"[4]. Em outras palavras, quando estamos lidando com tentativas sérias de adivinhar o futuro – seja em relação ao futuro em geral, ao futuro cônjuge, ou sobre a vida e a morte - as conseqüências na vida das pessoas podem ser muito maiores do que simples brincadeiras.

Hoje em dia outras práticas ocultistas estão presentes no Halloween. Em New Orleans o "Museu do Vodu apresenta normalmente um ritual de Halloween no qual as pessoas podem ver rituais de vodu reais"[5]. Na cidade de Salem, estado de Massachusetts, um festival de Halloween acontece de 13 a 31 de outubro incluindo uma mostra de parapsicologia. [6]

Na bruxaria moderna o Halloween também é considerado uma noite especial. Um livro conhecido sobre o movimento neo-pagão relata o seguinte sobre esses dias importantes de celebração da bruxaria: "As grandes cerimônias de sabbat são: o ‘Samhain’ (Halloween), o Ano-Novo celta (nesses dias acredita-se que os portais entre os mundos estão enfraquecidos, e então ocorrem contatos com os ancestrais), ‘Oimelc’ (1º de fevereiro, festival da purificação de inverno)... ‘Beltane’ (1º de maio, o grande festival da fertilidade)... diferentes linhas da bruxaria... tratam esses festivais de maneiras diversas. Mas quase todas as linhas celebram pelo menos o ‘Semhain’ e o ‘Beltane’"[7]. Algumas bruxas tiram o dia de folga de seu trabalho para comemorarem essa data especial para elas, enquanto outras chegaram a tentar o fechamento das escolas para a comemoração desse grande sabbat.

Muitos grupos satânicos também consideram o Halloween uma noite especial, em parte porque ele "tornou-se o único dia do ano em que se acredita que o diabo possa ser invocado para revelar os futuros casamentos, problemas de saúde, morte, colheitas e o que acontecerá no próximo ano"[8]. Na verdade a bruxaria e o satanismo têm certas semelhanças [9]. Mesmo que sejam coisas distintas, e mesmo que se dê legitimidade às declarações do movimento neo-pagão que desdenha o satanismo, devemos lembrar o claro ensino bíblico de que o diabo é a fonte de poder por trás da bruxaria e de todas as formas de ocultismo[10]. A ex-bruxa Doreen Irvine declara: "a bruxaria negra não está distante do satanismo... Praticantes da bruxaria negra têm um grande poder e não devem ser subestimados... Eles podem até exumar covas recentes e oferecer os corpos em sacrifício à Satanás".[11]

Na bruxaria moderna o Halloween também é considerado uma noite especial.

Além disso tudo, o costume de pedir balas e doces fantasiados de bruxas, vampiros, fantasmas, etc., que é comum nessa festa, está relacionado com os espíritos dos mortos na tradição pagã e até católica. Por exemplo, para os antigos druidas "os espíritos que se acreditava andarem de casa em casa eram recepcionados com uma mesa farta para um banquete. No final da refeição, os habitantes da cidade fantasiados e com máscaras representando as almas dos mortos iam em procissão até os limites da cidade para guiar os fantasmas para fora".[12] As máscaras e fantasias usadas no Halloween podem ser relacionadas também com a tentativa de certas pessoas de se esconderem para não serem vistas participando de cerimônias pagãs ou ,como no xamanismo e em outras formas de animismo, mudar a identidade de quem as usa para que possa se comunicar com o mundo espiritual. As fantasias podem ser usadas também para afugentar espíritos maus.

Depois de fazermos essas considerações sobre o assunto, tendo em vista que o Halloween está associado a práticas de bruxaria e ocultismo, devemos analisar qual deve ser nossa atitude em relação a essa festa, que mesmo sendo vista secularmente como um passatempo tem implicações sérias.

Devemos nos perguntar: Que princípios bíblicos devem ser usados para discernir esse assunto?

As Escrituras nos dizem que o homem espiritual julga todas as coisas e que no futuro irá também julgar os anjos. Então somos competentes o suficiente para julgar assuntos triviais agora (1 Coríntios 2,15; 6.3). Se julgarmos todas as coisas e retermos o que é bom, abstendo-nos de toda forma de mal, estaremos cumprindo com nossa obrigação (1 Tessalonicenses 5.21,22). Então vamos examinar esse assunto para chegarmos a uma posição bíblica sobre o Halloween.

Se na celebração de Halloween existem atividades envolvendo práticas genuinamente ocultistas, as Escrituras são claras em afirmar que devem ser evitadas. Tanto o Antigo como o Novo Testamento fazem referência às práticas de bruxaria, encantamentos, espiritismo, contatos com os mortos, adivinhações e assim por diante – e todas essas coisas estão potencialmente ligadas ao Halloween.

"Não vos voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos; não os procureis para serdes contaminados por eles. Eu sou o SENHOR, vosso Deus" (Levítico 19.31).

"Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; ... Porque estas nações que hás de possuir ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o SENHOR, teu Deus, não permitiu tal coisa" (Deuteronômio 18.10,11,14) .

Se na celebração de Halloween existem atividades envolvendo práticas genuinamente ocultistas, as Escrituras são claras em afirmar que devem ser evitadas.

"[Rei Manassés de Judá] queimou seus filhos como oferta no vale do filho de Hinom, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro, praticava feitiçarias, tratava com necromantes e feiticeiros e prosseguiu em fazer o que era mau perante o SENHOR, para o provocar à ira" (2 Crônicas 33.6).

Em nenhum lugar na Bíblia vemos essas coisas como sendo aceitáveis diante de Deus. À luz desses versículos, ninguém pode argumentar logicamente que a Bíblia apóia tais práticas. (John Ankerberg e John Weldon - http://www.chamada.com.br)

Notas
1. Becky Stevens Cordello, Celebrations (Butterick Publishing, 1977) p.112.
2. Joseph Gaer, Holidays Around the World (Boston: Little Brown & Co, 1955) pp. 155-156.
3. George William Douglas, The American Book of Days p.543
4. Douglas p.539
5. Sue Ellen Thompson and Barbara W. Carlson, Holidays, Festivals and celebrations of the World Dictionary (Detroit, MI: Omnigraphics Inc, 1994) p.132
6. Jennifer DeCoursey "Monster Events for Marketers" Advertising Age, Oct, 16, 1995, pp.1,40., p.41
7. Margot Adler, Drawing Down the Moon: Witches, Druids, Goddess-worshipers and other Pagans in America Today (New York: The Viking Press, 1979) P.108.
8. Father Andy Costello, "Sin is a Boomerang" U.S. Catholic, Nov 1992, p.38
9. A ênfase é divergente, das bruxas na natureza e do satanismo em Satanás, existem também certas diferenças nos rituais, etc. Essas divergências não podem ofuscar as semelhanças quanto ao poder, desenvolvimento parapsicológico, visão anti-cristã do mundo, uso de espíritos, uso do mal, e assim por diante.
10. Qualquer estudo bíblico sério sobre demonologia revelará que Satanás é o poder por trás das falsas religiões, da bruxaria, da idolatria e do ocultismo.
11. Doreen Irvine, Freed from Witchcraft (Nashville: Thomas Nelson, 1973) pp. 94-95.
12. Robert J. Myers Celebrations: The Complete Book of American Holidays (Garden city, new York: Doubleday & Co. 1972, p.259



Fonte: http://www.chamada.com.br/mensagens/halloween.html

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

VATICANO EXIGE A CRIAÇÃO DE UMA AUTORIDADE PÚBLICA MUNDIAL QUE SE ATENHA "AOS PRINCÍPIOS DE SOLIDARIEDADE"

Mateus 13:14 – “.... (quem lê, entenda)....


O Vaticano pediu nesta segunda-feira[dia 24/10/2011] uma reforma urgente do sistema financeiro e a criação de uma autoridade pública mundial que tenha poder e competência universal e se atenha "aos princípios de auxílio e solidariedade". O pedido está no documento "Por uma reforma do sistema financeiro e monetário internacional na perspectiva de uma autoridade pública com competência universal", apresentado pelo cardeal Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz.
No documento, o Vaticano também defende a taxação de transações financeiras. A Santa Sé assegura que o liberalismo econômico "sem regras e sem controles" é uma das causas da atual crise econômica e denuncia a existência de mercados financeiros fundamentalmente especulativos, prejudiciais para a economia real, especialmente em países mais fracos.
No texto de 41 páginas, o Vaticano diz que a economia mundial está cada vez mais dominada pelo utilitarismo e materialismo e caracterizada por uma expansão excessiva do crédito e de bolhas especulativas que geraram crise de solvência e confiança. O documento se inspira na encíclica de Bento XVI "Caritas in veritate" (Caridade na verdade), e defende que a atual crise financeira pôs em evidência comportamentos egoístas e de cobiça coletiva.
Para o Vaticano, a raiz da crise não é somente de natureza econômica e financeira, mas sobretudo de natureza moral. Já sobre a Autoridade Pública Mundial, o Vaticano afirma que seria necessária por causa da crescente interdependência entre os estados. Ela não poderia ser imposta pela força, mas deveria ser expressão de um acordo livre e compartilhado.
O documento também ressalta a necessidade de reformar o sistema monetário internacional e criar um organismo "que atue como um Banco Central Mundial", para regular o fluxo e o sistema dos intercâmbios monetários. Segundo o texto, o Fundo Monetário Internacional perdeu sua capacidade de garantir a estabilidade das finanças mundiais.
Já sobre a taxação às transações financeiras, o Vaticano sugere "alíquotas equitativas que contribuam na criação de uma reserva mundial, para sustentar a economia dos países afetados pela crise e a reparação de seus sistemas monetários e financeiros". No documento, o Vaticano assinala que os estados devem ceder de forma gradual e equilibrada uma parte de suas atribuições nacionais a uma Autoridade Mundial.
"Hoje se vê como surrealista e anacrônico que um estado considere que pode conseguir de maneira autárquica o bem de seus cidadãos. A globalização está unificando os povos, levando-os a um novo 'estado de direito' em nível supranacional, a um novo modelo de sociedade internacional mais unida, respeitosa com a identidade de cada povo", assinalou.

FONTE: http://economia.ig.com.br/criseeconomica/vaticano-pede-reformas-no-sistema-financeiro/n1597314999734.html



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A MANIFESTAÇÃO DO ANTICRISTO

Filhinhos é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos; por onde conhecemos que é já a última hora.(...) E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo” (1João 2:18; 4:3).

Todas as nações, com exceção de Israel, pertencem a um sistema mundial de governo que tem como característica principal a rebelião contra Deus, a tentativa de estabelecer um modo de vida independente de Deus. A comunidade única pós-dilúvio foi destruída por causa deste sentimento.Esta rebeldia tem se perpetuado ao longo da história da humanidade e atingirá o seu máximo esplendor mediante o governo do Anticristo, esta personagem que é anunciada nas Escrituras como sendo o mais ímpio e iníquo governante que já houve sobre a Terra e cuja manifestação coincidirá com o início do juízo de Deus sobre o planeta.

A manifestação do anticristo está relacionado com o Arrebatamento da Igreja e a Grande Tribulação. Sendo nós pré-tribulacionistas, cremos que a manifestação do Anticristo acontecerá logo após o Arrebatamento da Igreja. Buscamos esta certeza no ensino de Paulo, quando diz: ”E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado; E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda”(2Ts 2:6-8). Vejamos uma pequena análise deste texto:

E agora, vós sabeis o que o detém...”. O mundo pode ser comparado a uma grande represa. Existe um poder que detém a força das águas, existe uma sólida e inquebrável barreira que não permite a ação livre e desenfreada de Satanás. Ele, pela sua influência “agita as águas”, mas não pode fazer com que elas se transformem numa grande e tempestuosa corrente arrastando tudo para o mar da eternidade e para a perdição eterna. É certo, contudo, que essa barreira que contém a fúria das águas, não será destruída pelo inimigo, mas, será removida, de acordo com o plano divino.

Somente há um que, agora, resiste”. Para resistir o poder de Satanás, e é ele que irá ungir o Anticristo, tem que ser alguém maior e mais forte do que ele. Este alguém, para nós, não é outro, senão, o Espírito Santo, que tem em si mesmo a Onipotência. Ele, o Espírito Santo é aquele que “agora, resiste”. Há quem sustente ser a Igreja, porém, podemos afirmar que a Igreja, sem o Espírito Santo, não tem nenhum poder, em si mesma.

E, então, será revelado o iníquo”. Este “iníquo” que será revelado não é outro senão o próprio Anticristo, aquele que “cuidará em mudar os tempos e a lei”(Dn 7:25). A expressão “iníquo” está ligado à iniquidade, ao desrespeito às leis. Ele estará acima das leis, será senhor absoluto, sem qualquer reconhecimento aos direitos individuais e à equidade. Paulo, referindo-se ao Anticristo, diz: “...esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça...”(2Ts 2:9-10).

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO ANTICRISTO
Será um grande líder mundial, apresentando-se como se fosse Deus(Dn 11:36; 2Ts 2:3,4); será um orador famoso.

Será um personagem habilitado pelo diabo para operar o mal numa escala jamais vista ou imaginada. Ele será pior que Nero, Stalin, Hitler e Mussolini; ele não se submeterá a Deus e nem aos homens.

Será um cientista em política, suas mãos manusearão as forças do invisível. Será um mago nas finanças, um gênio militar. Os homens sentir-se-ão orgulhosos em estar sob o seu comando(Dn 7:20; Ez 28:3; Ap 6:2; 13:4; 17:17).

A DOUTRINA DO ANTICRISTO
A doutrina do anticristo
terá como tônica não o amor, mas a força, o poder. O anticristo mostrará a sua suposta deidade através de poder, sinais e prodígios de mentira. Assim agindo e ensinando, o anticristo, que, assim como o falso profeta, fará maravilhas e sinais diante de todos os homens, conquistarão a esmagadora maioria dos homens, que passarão a adorar o anticristo em função dos sinais e maravilhas realizadas.

A doutrina do anticristo promoverá a idolatria e a sensualidade. As práticas idolátricas dos pagãos serão restabelecidas. O anticristo será adorado, mas, a exemplo do que ocorria na Roma antiga, não será proibida a adoração a outros deuses e a outras divindades, nem muito menos cerceada qualquer prática ocultista, que, ao revés, será incentivada, pois, como sabemos, a missão do anticristo é substituir Deus pelo diabo como objeto de adoração. Nesta recuperação de práticas pagãs, certamente ressurgirá a prostituição cultual e todas as práticas sexuais que acompanhavam os rituais dos antigos deuses da fertilidade, o que será considerado natural, já que, naqueles dias, a doutrina do anticristo defenderá a libertinagem sexual e a promiscuidade, vez que a moral das Escrituras Sagradas será considerada ultrapassada e negadora da própria humanidade.

A doutrina do anticristo defenderá que o homem é o centro do universo, que todos os homens são pequenos deuses e têm condição de evoluir, a partir do instante em que seguem os exemplos dos “espíritos iluminados”, dos “espíritos mais adiantados”. Esta ideia, que hoje é propagandeada pela Nova Era, é o cerne, a essência da doutrina do anticristo. Este “humanismo” nada mais é que o desejo que o diabo já incutiu na mente do primeiro casal(Gn 3:4,5): a falsa proposta de o homem ser igual a Deus e, nesta busca, tornar-se escravo do diabo. O anticristo defenderá esta ideia, pois, diz-nos a Bíblia, levantar-se-á contra tudo o que se refere a Deus(2Ts 2:4).

O anticristo se apossará do templo de Jerusalém e o transformará em um local de culto à sua pessoa. Entrará no templo, será adorado como um deus(2Ts 2:4), sentar-se-á num trono para ser adorado e, depois, ali deixará a sua imagem(Ap 13:15), que será continuamente adorada a partir de então. Jerusalém transformar-se-á num centro de adoração do anticristo e, com este gesto, o anticristo quererá destruir a religião judaica, assimilando-a à religião mundial por ele criada. Este gesto será, sem dúvida, uma demonstração de vitória desta religião mundial, porquanto Jerusalém é uma cidade considerada sagrada pelas três maiores religiões monoteístas do mundo (judaísmo, cristianismo e islamismo).
Como consequência deste gesto, os sacrifícios que tinham sido retomados pelos judeus no templo serão interrompidos (Dn 9:27) e, uma vez mais, os judeus ficarão privados de sua vida religiosa completa. Será, então, o instante em que se iniciará a violenta perseguição do anticristo contra os judeus e o desejo de sua completa destruição da face da Terra. Mas será mesmo em Jerusalém, quando Israel estiver a ponto de ser totalmente dizimado, que o Senhor Jesus voltará triunfantemente, para libertar Israel e estabelecer o milênio.

O SEU FIM
No auge da sua atuação e poderio absoluto e arbitrário, Jesus voltará com poder e grande glória(Mt 24:30; Ap 19:11-18). Então, Ele destruirá o Anticristo pelo “assopro da sua boca” e o “aniquilará pelo esplendor da sua vinda”. O intento principal do Anticristo é a destruição de Israel, mas será salvo miraculosamente por Jesus Cristo(Zc 12:9; 14:2-5). O Senhor o lançará no Inferno, juntamente com o falso profeta. Neste momento o inferno será inaugurado. O inferno está vinculado ao julgamento dos ímpios e, portanto, somente será inaugurado quando do início deste julgamento, o que se dará a partir do final da Grande Tribulação, quando ali serão lançados vivos o Anticristo e o Falso Profeta (Ap 19:20), seguindo-se-lhes, mil anos depois, o diabo e seus anjos (Ap 20:10) e, posteriormente, os homens que forem condenados no juízo final (Ap 20:15).

“… A fera do mal vai chegar, em breve aderida será, mas nós aguardamos novo céu e uma nova terra, em breve com Jesus deixaremos a terra. A Igreja sobre o mal triunfará” (João Batista SILVÉRIO. O milênio. Faixa 1. Grupo Shalom Especial15 anos. CD. GSCD 1.005).

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A OBRA FOI CONCLUIDA, E AGORA O QUE FAZER?

Texto Básico: Neemias 7:1-73

1. Sucedeu mais que, depois que o muro fora edificado, eu levantei as portas; e foram estabelecidos os porteiros, e os cantores, e os levitas.
2. Eu nomeei a Hanani, meu irmão, e a Hananias, maioral da fortaleza, sobre Jerusalém, porque era homem fiel e temente a Deus, mais do que muitos;
3. e disse-lhes: Não se abram as portas de Jerusalém até que o sol aqueça; e, enquanto assistirem ali, fechem as portas, e, vós, trancai-as; e ponham-se guardas dos moradores de Jerusalém, cada um na sua guarda e cada um diante da sua casa.
4. E era a cidade larga de espaço e grande, porém pouco povo havia dentro dela; e ainda as casas não estavam edificadas.
5. Então, o meu Deus me pôs no coração que ajuntasse os nobres, e os magistrados, e o povo, para registrar as genealogias. E achei o livro da genealogia dos que subiram primeiro e assim achei escrito nele:
6. Estes são os filhos da província, que subiram do cativeiro, os transportados, que transportara Nabucodonosor, rei de Babilônia; e voltaram para Jerusalém e para Judá, cada um para a sua cidade;
7. os quais vieram com Zorobabel, Jesua, Neemias, Azarias, Raamias, Naamani, Mardoqueu, Bilsã, Misperete, Bigvai, Neum e Baaná...

INTRODUÇÃO

Tão logo os muros e as portas ficaram prontos e depois de estabelecidos os porteiros, os cantores e os levitas em seus postos, Neemias entregou a administração da cidade a seu irmão HANANI e a HANANIAS, ambos homens espirituais e capazes de assumir aquela responsabilidade.
O principio bíblico na escolha de obreiros para a obra de Deus é o de indicar aqueles que são perseverantes na fidelidade a Deus e à sua Palavra e que demonstram um santo temor quanto a evitar o pecado e suas consequências.

1. Agora, a Cidade precisa de Proteção (Ne 7:1-4). Para proteger a cidade contra os adversários que a rodeavam, Neemias tomou algumas medidas práticas. Essas medidas são princípios para nós ainda hoje:
a) Colocou as pessoas certas nos lugares certos (7:2). Neemias era o governador, um homem de grande tino administrativo. Ele conseguiu tirar a cidade dos escombros, mesmo sob fortes pressões externas e internas num tempo recorde. Agora que os muros estão levantados, é preciso proteger a cidade. Neemias precisa fazer nomeações. Quais são os critérios que ele vai usar? Que tipo de gente ele vai nomear? Neemias nomeia dois homens pela dignidade do caráter bem como pela grande competência.
b) Escolheu homens que buscavam os interesses dos outros mais do que os seus próprios (7:2). Hanani era irmão de Neemias. Ele voltou com os exilados na época de Esdras. Ao perceber a ruína de Jerusalém, ele vai a Susã encontrar-se com Neemias. Ele é a ponte entre o caos da cidade e a sua restauração. Ele leva a Neemias o retrato da cidade: falta de proteção, falta de justiça, pobreza e opróbrio. Hanani era um homem corajoso e abnegado. Havia uma cerrada oposição ao redor e um decreto do rei contrário à reconstrução da cidade (Ed 4.16). Ele expõe sua própria vida, porque é um homem que pensa nos outros mais do que em si mesmo.
c) Escolheu homens que tinham valores absolutos (7:2). Hananias tinha três características: Primeiro, ele era um homem fiel a Deus - "...temente a Deus" - e com o espírito muito semelhante ao de Neemias. Quem teme a Deus não teme os perigos nem os desafios, não vive atrás de elogios nem se desanima por causa das críticas, não se corrompe nem busca holofotes. Havia fortes pressões internas e externas e só um homem temente a Deus podia cuidar da cidade. Segundo, ele era um homem fiel aos seus irmãos -"Hananias era homem fiel...". Ele tinha valores absolutos; não se deixava corromper; era homem íntegro, honesto, digno de confiança. Terceiro, ele era um homem experimentado - “... e Hananias, maioral do castelo, sobre Jerusalém". Hananias já tinha demonstrado fidelidade nas pequenas coisas. Ele podia comandar porque tinha aprendido também a obedecer. Ele foi graduado na escola da humildade.
d) Tomou medidas firmes para proteger a Cidade de Deus. Três expedientes foram tomados por Neemias: Primeiro, cuidou das portas (7:3). Não adianta ter muros levantados se não vigiarmos as portas. Por elas as pessoas entram e saem. Devemos ser guardiões da cidade de Deus. O apóstolo Paulo exortou os presbíteros de Éfeso a se acautelarem a respeito dos lobos que querem entrar e dos homens pervertidos que querem sair arrastando consigo os discípulos (At 20:29,30). Segundo, protegeu os muros (7:3). Mesmo depois de trancadas as portas, os guardas precisavam proteger a cidade como sentinelas sobre os muros (Is 62:6,7). Os ladrões não passam pelas portas. Eles são salteadores (João 10:1). Terceiro, pôs vigia na Cidade (7:3). Os vigias deviam guardar a cidade, defronte da sua casa. Cada um precisa velar pela sua própria família. Devemos tomar conta dos nossos porque, do contrário, não podemos tomar conta da Igreja de Deus (1Tm 3:5).

2. Agora, a Cidade precisa Crescer (7:4-69). Não bastam boas e sólidas estruturas físicas, a cidade agora precisa crescer. A cidade era espaçosa, mas havia poucos moradores. Jerusalém parecia uma cidade fantasma. Os espaços vazios na cidade facilitavam emboscadas do inimigo. Havia muito espaço em Jerusalém. A cidade de Deus agora precisava crescer.
a) Mas não a qualquer preço (7:4). Neemias procurava novos moradores para a cidade, mas não convinha permitir a entrada de pessoas não genuinamente judias. Neemias faz um censo. O povo não é apenas uma grande multidão, mas uma assembleia de adoradores. Eles são o povo de Deus, uma geração santa, que vive para adorar a Deus. Mas eles devem adorar a Deus de acordo com os princípios da Palavra de Deus. A adoração era a razão de ser de Jerusalém e não os muros ou as casas. Deus e não o homem deveria ser o centro da cidade.
O pragmatismo com a sua numerolatria está em voga hoje. Muitos pregadores abandonaram a pregação bíblica para alcançar um número maior de pessoas. Pregam o que o povo quer ouvir e não o que ele precisa ouvir. Pregam para agradar e não para conduzir ao arrependimento. Pregam sobre cura e prosperidade e não sobre salvação. Desta forma, multidões estão entrando para a igreja sem conversão. A Palavra de Deus tem sido deixada de lado para atrair as pessoas e isso é um mal.
b) Mas não sem organização (7:5-69). Neemias demonstra grande organização e zelo. Ele divide as 42.360 pessoas por famílias, lugares e profissões. O crescimento não pode ser desordenado. Como, então, ele foi feito? Primeiro, por famílias (7:5-24); essa lista representa os chefes de clãs regionais, antigos chefes do povo. Segundo, por cidades (7.25-38); os filhos de Gibeom, de Belém, de Anatote, de Bete-Azmavete, etc, até os filhos de Jericó. Vemos aqui como cada cidade deu os seus varões ilustres para o serviço da nação. Terceiro, por lista de sacerdotes (7:39-42); Israel tinha um profundo respeito e cuidado com os ancestrais. A linha sacerdotal desde que instituída por Moisés ainda mantinha-se intacta. Quarto, por lista de levitas (7;43-45); apenas 341 levitas regressaram a Judá, quando o número deveria ser de milhares. Esdras registra o seu empenho para trazer os levitas (Esdras 8;15-20). Entre os levitas estavam os cantores e os porteiros. Quinto, por lista dos servidores do templo (7;46-56); esses cuidavam dos tesouros do Templo, no que concernia o sustento dos sacerdotes. Sexto, por lista dos servidores de Salomão (7:57-60); eram usados em serviços seculares e pesados, como rachadores de lenha, puxadores de água. Finalmente, por lista dos que perderam a linhagem (7:61-65); foram considerados imundos e não puderam exercer o sacerdócio.
c) Pela participação de cada um de acordo com a sua função (7:5-69). Cada um devia exercer o seu trabalho de acordo com o chamado de Deus, de acordo com sua vocação: os sacerdotes, os levitas, os servidores do Templo, os servos de Salomão. Cada um conhecia a sua vocação e desempenhava o seu trabalho.
O crescimento da Igreja exige a participação de todos. Todos são importantes. Neemias tanto chama pelo nome os líderes, os sacerdotes, quanto também os servos. Cada um de nós tem um trabalho especial a realizar para o crescimento da Igreja. Os dons são diversos, mas o corpo é o mesmo. Há uma diversidade de dons, mas uma unidade de propósito. Nesse projeto, somos parceiros e não rivais. Trabalhamos todos para a glória de Deus e a expansão do seu Reino.
d) Mas não sem o sacrifício dos princípios bíblicos (7:64). Neemias compreendia que o sacerdócio não podia ser exercido por alguém que não fosse da descendência de Arão: "[...] nenhum estranho, que não for da descendência de Arão, se chegue para acender incenso perante o Senhor; para que não seja como Coré e o seu grupo, como o Senhor tinha dito a Moisés" (Nm 16:40). Se o sacerdócio estiver corrupto, sua influência finalmente destruirá a fibra moral e espiritual do povo. Um sacerdócio puro é fundamental se o povo quer ter um relacionamento correto com Deus. Neemias era governado por princípios bíblicos. Foram os princípios bíblicos que o livraram dos laços de uma falsa profecia; agora são os princípios bíblicos que o livram de corromper o sacerdócio.
Isso tem uma profunda aplicação hoje. Muitos pastores não podem provar que pertencem ao povo de Deus. Nem todos os de Israel são verdadeiros israelitas. Muitos daqueles que sobem aos púlpitos evangélicos não dão prova de novo nascimento. Alguns deles estão comprometidos com falsas doutrinas. Destilam não o néctar da verdade, mas alimentam o povo com o absinto da heterodoxia e a palha de doutrinas de homens. Outros ainda espalham a partir das cátedras e dos púlpitos o mais letal veneno da heresia, pisoteando a verdade e devorando como lobos o rebanho. Esses náufragos na fé, mentores de enganos, casam-se com falsas doutrinas e corrompem o sacerdócio.

CONCLUSÃO

A conduta de Neemias nos ensina alguns princípios importantes: Primeiro, é necessário treinar pessoas para exercera liderança; Hanani e Hananias eram homens que aprenderam com Neemias e foram fiéis a ele, por isso estavam preparados para ocupar postos de liderança no meio do povo de Deus. Segundo, precisamos de líderes abertos à direção de Deus (7:5); Neemias era um homem de oração e também um homem da Palavra, por isso podia discernir com clareza a orientação de Deus na sua vida. Terceiro, precisamos de uma liderança espiritual adequada; não abra mão dos princípios de Deus; não relativize as Escrituras; não aceite o ministério de um sacerdócio ilegítimo. Amém!
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A maior parte desta postagem foi adaptada do Livro “Neemias – O líder que restaurou uma nação”(Rev. Hernandes Dais Lopes. Hagnos).

domingo, 23 de outubro de 2011

Aula 05 - A CONSPIRAÇÃO DOS INIMIGOS CONTRA NEEMIAS

Texto Básico: Neemias 6:1-9
Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?”(Ne 6:3b)

INTRODUÇÃO
A reconstrução dos muros de Jerusalém provocou forte reação dos inimigos. Eles usaram todos os meios possíveis, inclusive a conspiração, a fim de paralisar a Obra de Deus. Eles fizeram acusação falsas, subornaram falsos profetas para impressionar (6:10), infiltraram espiões no meio dos trabalhadores (6:19), armaram ciladas para fazer mal a Neemias(6:2); em fim, fizeram de tudo para impedir a reforma da cidade. Porem, Neeemias não se deixou intimidar pela fúria dos inimigos, pois sabia que a Obra era de Deus. A liderança sempre tem um custo; o caminho da liderança não é uma estrada aplainada por comodidade nem forrada de tapetes vermelhos. O líder, muitas vezes, é alvo de contradições, orquestrações e sórdida perseguição; não importa quão íntegro seja um líder, ele será perseguido. Na esfera da Igreja isso acontece, também, e com muita mais frequência. O cristianismo não é um paraíso de férias; aqui não é o Céu; aqui há lutas constantes, por isso precisamos trabalhar de olhos bem abertos.
I. A FALSIDADE DOS ADVERSARIOS
“Sucedeu mais que, ouvindo Sambalate, Tobias, Gesém, o arábio, e o resto dos nossos inimigos que eu tinha edificado o muro e que nele já não havia brecha alguma, ainda que até este tempo não tinha posto as portas nos portais. Sambalate e Gesém enviaram a dizer: Vem, e congreguemo-nos juntamente nas aldeias, no vale de Ono. Porém intentavam fazer-me mal.”(Ne 6:1,2).
1. Os muros foram levantados. Conquanto os muros estivessem levantados, as portas ainda não tinham sido restauradas. Desta feita, a cidade ainda estava vulnerável. As portas vazias e abertas eram a última esperança do inimigo em deixar a obra no meio do caminho. No afã de impedir a conclusão da Obra, os inimigos se aliam contra o povo de Deus com incansável persistência e diferente táticas e estratégias. Vejamos algumas estratégias do inimigo para paralisar a obra de Deus. Foram muitas, mas citaremos apenas três:
a) O inimigo tentou distrair os obreiros (6:2). O inimigo não desiste, ele ainda dá a sua última cartada. Ele faz um plano para distrair os obreiros e desviá-los da obra no meio do caminho. O diabo ataca de maneira especial aqueles que estão na metade do caminho. O meio do caminho é um lugar perigoso. O inimigo tem alcançado grandes vitórias, fazendo muitos obreiros parar no meio da obra. Quantos que depois de fazer grande parte da obra caem nas ciladas do diabo e fazem o jogo do inimigo! Por isso, continue avançando, trabalhando. [1]
b) O inimigo procurou dialogar com os obreiros (6:2). O inimigo nunca é tão perigoso como quando parece amigável e chama você para um diálogo. A sutileza da serpente é mais perigosa do que o rugido do leão. Os inimigos agora querem conversar com Neemias. O problema de Neemias é que esses inimigos tinham aliados dentro de Jerusalém, tanto na classe dos nobres quanto na classe dos sacerdotes. Uma das artimanhas mais sutis do adversário é infiltrar-se no meio do povo de Deus e conquistar aliados em seu meio. Neemias, porém, não dialogou com o inimigo. Jesus também não dialogou com o diabo. Jesus não nos mandou dialogar, mas pregar. Identificação é viver onde as outras pessoas vivem, não como elas vivem. Jesus se identificou, mas não transigiu. O diabo tentou dialogar com Jesus, mas Ele nunca sentou com o diabo numa mesa de conferência. [1]
c) O inimigo intentou fazer mal aos obreiros - “Vem, e congreguemo-nos juntamente nas aldeias, no vale de Ono. Porém intentavam fazer-me mal”(6:2). Os inimigos queriam se encontrar com Neemias num lugar muito distante de Jerusalém: no vale do Ono, que ficava na fronteira de Samaria e Asdode. Visto que essa região era hostil a Neemias (4:7), o plano cheirava traição. Eles tramaram uma espécie de cambalacho para matarem Neemias. Porém, Neemias compreendeu que o propósito dos inimigos não era um tratado de paz. Eles queriam fazer mal a ele, queriam matá-lo. Um dos projetos do inimigo é paralisar a obra, fazendo mal aos obreiros, pois destruindo os obreiros, a obra fica estagnada.
O discernimento espiritual foi a arma de defesa usada por Neemias contra esse novo ataque dos inimigos. Ele discerniu que por trás de tamanha camaradagem, havia uma intenção maligna. Precisamos vigiar e estar apercebidos. Precisamos discernir tanto o rugido do inimigo, quanto sua voz mansa e sedutora.
2. A resposta sábia e firme de Neemias. Neemias manteve-se firme no seu objetivo de reconstruir os muros, não permitindo que nem amigos, nem inimigos desviassem a sua atenção da obra, até que a terminasse. Ele respondeu a Sambalate, com sabedoria e firmeza, da seguinte forma: “E enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco? E da mesma maneira enviaram a mim quatro vezes; e da mesma maneira lhes respondi”(Ne 6:3,4). Uma grande visão, unida a uma fé inabalável, leva a efeito a realização do propósito de Deus para nossa vida e para nossa geração.
Esta resposta de Neemias nos remete a três importantes lições:
a) Ele não perdeu o foco de sua missão
– “Estou fazendo uma grande obra”. Neemias sabia a importância do que estava fazendo. Quantas vezes os obreiros de Deus se deixam seduzir por coisas menores, por vantagens do mundo e abandonam o seu posto. Os líderes autênticos colocam as coisas mais importantes em primeiro lugar. Eles enxergam todas as coisas, mas se concentram nas coisas importantes. Eles investem seu tempo naquilo que traz o maior retorno. Charles Spurgeon dizia para os seus alunos: "Filhos, se a rainha da Inglaterra vos convidar para serdes embaixadores em qualquer lugar do mundo, não vos rebaixeis de posto, deixando de serdes embaixadores do Céu”. Hoje, vemos muitos pastores deixando o ministério para serem vereadores, deputados ou senadores da República. Trocam o seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas. Isso é um equívoco e uma troca infeliz. Muito embora a vocação civil também seja uma sacrossanta vocação, aquele que Deus chamou para o ministério não deve desviar sua atenção com outros afazeres, ainda que dentre os mais nobres.
b) Ele foi previdente – “[...] de modo que não poderei descer”(Ne 6:3). Neemias sabia que a intenção do inimigo era fazer-lhe mal (6:2). O vale de Ono localizava-se a aproximadamente 32 quilômetros a nordeste de Jerusalém. Se Sambalate e Gesém conseguissem convencer Neemias a encontrá-los ali, poderiam fazê-lo cair em uma emboscada pelo caminho.
Ir ao vale de Ono significava descer, pois Jerusalém estava edificada sobre um monte. O inimigo quer que nós desçamos e que desistamos do plano de Deus em nossas vidas; pode acreditar nisso. Mas o desafio é continuar, nunca descer, nunca ceder, jamais retroceder. Quando o Senhor Jesus estava pregado na cruz, os escribas e sacerdotes zombavam dEle e diziam: “Desça agora da cruz o Cristo, o rei de Israel, para que vejamos e creiamos…”. Mas Jesus não desceu, porque estava fazendo a grande Obra que redundaria em nossa salvação. Pouco tempo depois Ele disse: “Está consumado”, isto é, a Obra que vim realizar está pronta, o plano da salvação do mundo está feito.
Neemias e Jesus não desceram, para que nós todos que amamos a Deus possamos prosseguir firmes na esperança de estarmos com Ele para sempre.
Mas, nem todos se comportam assim; tendem a descer, mesmo que alguém os alerte do perigo que lhe poderá incorrer. Foi o caso de Sansão, ele desceu; desceu para Gaza. Gaza simboliza lugar de conflito, de perigo, de decadência; é um lugar onde somos tentados a fazer aquilo que sabemos que não devemos.
Descer para Gaza foi uma decisão errada que Sansão tomou. Agindo assim, entrou em decadência espiritual, perdeu a comunhão com Deus. Agindo assim, perdeu a visão; um líder sem visão não conquista, por que não sabe onde anda, nem aonde quer chegar. Agindo assim, Sansão perdeu a liberdade; ele foi levado à fortaleza do inimigo, amarrado (Juízes 16:21); isso significa liderança completamente anulada; o líder autêntico não pode ter seu ministério anulado, amarrado. Sanção perdeu completamente a posição que Deus tinha dado a ele. O diabo está interessado em que você perca aquilo que Deus lhe concedeu. A pergunta de Dalila ecoa até hoje: em que consiste a sua grande força? Sansão não protegeu seu segredo, não preservou o poder que estava nele, agiu como se não precisasse mais de Deus.
Portanto, quando o inimigo da obra de Deus quiser fazer acordo tenhamos cuidado, sejamos previdentes, diga para ele que não pode descer; dê-lhe uma resposta firme e contundente como a de Neemias: “Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?”(Ne 6:3).
c) Ele não perdeu tempo com o inimigo“por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?” (6:3). Neemias não desperdiçou tempo com o inimigo; investiu todo o seu tempo fazendo a obra. O obreiro de Deus precisa saber três coisas importantes: Primeiro, saber que está fazendo uma grande obra. Você está envolvido numa obra de consequências eternas; você é cooperador de Deus; você está trabalhando na implantação do Reino de Deus. Os reinos deste mundo vão cair, mas o Reino vai durar para sempre. Segundo, saber que a obra requer atenção exclusiva. Neemias diz que não pode parar; o que está fazendo não só é grande, mas vital e sumamente importante. Terceiro, saber que a obra é prioritária; logo, não há tempo a perder. Neemias não vai deixar o que é mais importante e urgente para atender a algo de menor valor. Um soldado não pode se distrair com negócios deste mundo. Quem coloca a mão no arado, não pode olhar para trás. [1]
Infelizmente, hoje, muitas igrejas estão perdendo o foco, estão descendo da sua posição espiritual para o vale do movimento emergente liberal, que trata questões como aborto e homossexualismo como demandas culturais, ao invés de práticas pecaminosas(ler Lv 18:32; 20:13). Além disso, em muitas igrejas locais, “pecados como o adultério, roubo e subornos são vergonhosamente tolerados”. Isso mostra que essas igrejas estão de fato “descendo ao vale de Ono”, estão fazendo acordo com o inimigo (Satanás).
É imperioso que o líder cristão tenha um comportamento diferente do que não é cristão, pois somente o cristão genuíno está a se conduzir conforme a vontade de Deus, conforme a regra determinada por Deus. Não é possível que alguém seja considerado verdadeiro servo de Deus se não tiver este comportamento diferente, pois somos um povo separado e de boas obras (1Pe 2:9; Tt 2:11-14). É somente através deste comportamento que poderemos levar os homens a glorificar a Deus (Mt 5:13-16).
II. SUBORNO E A FALSA PROFECIA
E, entrando eu em casa de Semaías, filho de Delaías, o filho de Meetabel (que estava encerrado), disse ele: Vamos juntamente à Casa de Deus, ao meio do templo, e fechemos as portas do templo; porque virão matar-te; sim, de noite virão matar-te. Porém eu disse: Um homem, como eu, fugiria? E quem há, como eu, que entre no templo e viva? De maneira nenhuma entrarei. E conheci que eis que não era Deus quem o enviara; mas essa profecia falou contra mim, porquanto Tobias e Sambalate o subornaram"(Ne 6:10-12).
1. Profeta a serviço do inimigo. O pior inimigo é aquele que se esconde atrás da religião, aquele que se diz nosso irmão, que é profeta (falso profeta, claro), e vem disfarçado com palavras lisonjeiras e com propostas sedutoras, como estas do falso profeta Semaias. O inimigo de Neemias, agora, está trajado com vestes sacerdotais; ele não está mais do lado de fora, mas dentro dos muros. Os muros foram levantados, mas o inimigo ficou do lado de dentro dos muros. Ele não tem mais a cara de um demônio, mas de um santo. Ele não parece mais um ímpio blasfemo, mas um sacerdote piedoso. Quando o diabo fica piedoso e esconde seus dentes de leão, é melhor você se precaver. Cuidado com os lobos vestidos com pele de ovelha.
Agora, o inimigo usa o falso profeta para:
a) A sedução teológica.
O inimigo não desiste, sua arma agora é a sedução teológica, a mais perigosa e sutil das tentações; porque advém de pessoas que estão infiltradas em nosso meio, que se dizem “profetas”, que demonstram conhecer a Bíblia. O diabo conhece a Bíblia, mas ele a torce e a usa para seduzir, para tentar; foi assim com Eva no Éden; foi assim que ele conseguiu interromper a jornada espiritual de muitas pessoas. Ele queria interromper a Obra de Jesus, só que se deu mal, muito mal. O primeiro livro dos reis de Israel registra um episódio em que um profeta foi capaz de rejeitar riquezas e glórias por fidelidade a Deus, mas não conseguiu escapar da sedução teológica. Ele morreu porque acreditou que o profeta velho que lhe falava em nome de Deus era verdadeiramente um enviado de Deus (1Rs 13:1-32).
Já que o inimigo não conseguiu levar Neemias à mesa do diálogo, quer agora trancá-lo dentro do Templo. Só que o conhecimento bíblico de Neemias o salva! Ele percebe que Semaías é um falso profeta porque a sua mensagem não era coerente com as Escrituras (Dt 13:1-5). Na verdade, Semaías queria que Neemias cometesse o pecado da profanação. Ele queria corromper Neemias, sugerindo a ele um pecado espiritual: esconder-se no Templo, mesmo não sendo um sacerdote (cf Nm 18:7). O rei Uzias ficou leproso por desrespeitar o Templo (2Cr 26:16). Se Neemias tivesse se trancado no Templo, possivelmente teria perdido sua vida, sua honra e sua causa. Se Neemias tivesse atendido a essa falsa profecia, teria incorrido no desagrado de Deus e caído na desaprovação do povo. Sua liderança estaria arruinada, e estariam todos vendidos ao inimigo.
Esse tipo de traição a Deus e ao seu reino, por falsos crentes, que se dizem profetas, é uma das piores aflições que os fiéis servos de Deus, às vezes, tem que suportar (ver At 20:28-31; 2Co 11:26). Muitos obreiros têm se desviado da sua fidelidade a Deus porque dão ouvidos àqueles que falam em nome de Deus, mas torcem as Escrituras. Falam em nome de Deus, mas estão a serviço do inimigo usando a Bíblia para tentar e não para edificar.[1]
b) A falsa profecia para impressionar“...virão matar-te”. O falso profeta faz ameaças assustadoras. E ainda coloca um tom de urgência, de gravidade, de pressa: “sim, de noite virão matar-te”(Ne 6:10). A principal arma do diabo é a mentira. Ele amedronta as pessoas. Ele intimida os fracos. Ele faz ameaças assustadoras. Muitos, por não conhecerem a Deus, vivem amedrontados pelo diabo. Quem teme a Deus não tem medo do inimigo. Neemias temia a Deus, por isso nunca se acovardou diante das bravatas do inimigo (5:15).
c) A falsa profecia para obter lucro – “mas essa profecia falou contra mim, porquanto Tobias e Sambalate o subornaram”(6:12). Muitos profetas de Jerusalém falavam mentiras para se locupletarem; Semaias era um deles. Ele deixa de ser boca de Deus para ser arauto de Satanás. Em vez de pregar a Palavra, ele usa a Palavra para ganhar dinheiro e enganar. Ele prostituiu o seu ministério e vendeu sua consciência. Há muitas pessoas, hoje, profetizando em nome de Deus, guiando os indoutos com sonhos, visões e revelações em desacordo com as Escrituras. São falsos profetas que nunca foram enviados por Deus, que torcem a Palavra de Deus e fazem errar os imprudentes. Não são poucos os ministros que têm mercadejado a Palavra de Deus numa volta vergonhosa às indulgências da Idade Média. Há pastores que inescrupulosamente têm feito da igreja uma empresa familiar, do púlpito um balcão de comércio, do templo uma praça de barganha, do evangelho um produto e dos crentes consumidores.[1]
Aqueles que torcem a Palavra de Deus, negando sua inerrância e suficiência e usando-a para fins lucrativos, são falsos profetas. Precisamos nos acautelar, pois Deus está contra eles(ver Ez 13:17-23).
2. Nobres ao lado dos adversários.Também, naqueles dias, alguns nobres de Judá escreveram muitas cartas, que iam para Tobias, e as cartas de Tobias vinham para eles”(Ne 6:17). Conforme este texto, os nobres foram desleais, pois estavam mantendo boas relações com os inimigos do povo, escrevendo e recebendo cartas de Tobias; eles queriam desestabilizar Neemias e amedrontar o povo. Todavia, Neemias sabia que o principal objetivo das cartas era amedrontá-lo(6:19). Além de desleais e traidores, os nobres eram, também, delatores (6:19), pois se tornaram espiões e informaram os inimigos acerca de Neemias. Tobias sabia de tudo o que estava acontecendo. O muro estava pronto, mas eles queriam agora destruir o líder do povo de Deus. “Neemias, porém, agindo sempre com muita prudência, não se perturbava, pois conhecia os ardis do inimigo da Obra de Deus”. Assim devemos proceder.
3. Os falsos profetas de hoje. Nestes tempos pós-modernos, muitas igrejas locais estão proliferadas de obreiros corrompidos e distanciados da verdade, como os falsos profetas e profetizas da época de Neemias(Ne 6:14); e o crente precisa estar informado sobre este fato. Jesus adverte que nem toda pessoa que professa a Cristo é um crente verdadeiro e que, hoje, nem todo escritor evangélico, missionário, pastor, evangelista, professor, diácono e outros obreiros são aquilo que dizem ser. Muitos desses obreiros “exteriormente pareceis justos aos homens”(Mt 23:28); aparecem “vestidos como ovelhas”(Mt 7:15); podem até ter uma mensagem firmemente baseada na Palavra de Deus e expor altos padrões de retidão; poderão realizar milagres, ter grande sucesso e multidões de seguidores(ver Mt 7:21-23); 24;11,24; 2Co 11:13-15). Todavia, esses homens são semelhantes aos falsos profetas dos tempos antigos (ver Dt 13:3; 1Rs 18:40; Ne 6:12; Jr 14:14; Os 4:15), e aos fariseus do Novo Testamento, cujas vidas eram “cheias de iniquidade e de hipocrisia”(Mt 23:28). Que o Senhor, por sua misericórdia, levante homens e mulheres aptos a defender a Igreja contra os falsos profetas desses últimos dias (Mt 24:11,24; 2Pe 2:1).
III. A CONCLUSÃO DA OBRA
1. Termina a construção do muro
. Depois de muita oração, jejum, planejamento, trabalho, pressões de fora e ataques de dentro, ouve-se o hino da vitória triunfal: "Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco dias do mês de Elul, em cinqüenta e dois dias"(Ne 6:16). Elul é o sexto mês do calendário judaico, correspondente a última metade de agosto e a primeira metade de setembro.
Essa foi uma vitória da determinação e da singeleza de propósito. A construção dos muros terminou: porque Deus estava com o seu povo(Ne 2:20;4:15,20); porque o povo tinha um dirigente corajoso, dedicado e decidido, Neemias, que dependia exclusivamente de Deus como sua proteção e fonte de poder(Ne 5:14-19; 6:3,9); porque o povo se dispôs a trabalhar(Ne 4:6) e a seguir seu líder, dedicando-se com denodo à tarefa, até completá-la. Sem esforço não há grandes realizações para Deus.
2. Os inimigos temeram. A conclusão dos muros foi um golpe evidentemente duro na moral dos inimigos de Judá. O verso 16 do capítulo 6 traz uma descrição interessante de como Deus agiu em prol do construtor após os muros terem sido reconstruídos: "E sucedeu que, ouvindo-o todos os nossos inimigos, temeram todos os gentios que havia em roda de nós, e abateram-se muito em seus próprios olhos, porque reconheceram que o nosso Deus fizera esta obra". Deus não apenas abençoara a obra feita por ele, mas colocou um grande abatimento nos inimigos de Israel.
Neemias podia atrair para si os louros da vitória; podia aproveitar o momento para se promover aos olhos do povo. Mas ele reconhece aquilo que até os inimigos são obrigados a confessar: a conclusão da obra é resultado da intervenção de Deus(6:16). A força é de Deus, o livramento vem de Deus e a glória deve ser dada a Deus.[1]
3. Não desista. Neemias resistiu a todas as investidas do inimigo, porque sabia que a Obra era de Deus e que Ele não o abandonaria. Não espere tempos calmos para fazer a obra. Termine o que Deus lhe confiou apesar dos problemas e dos inimigos. Não desista! Entretanto, depois da vitória, não podemos baixar as armas. O muro está concluído, mas a luta continua. Paulo diz: "[...] e depois de vencerdes tudo, permanecei inabaláveis" (Ef 6:13).
CONCLUSAO
Neemias triunfou sobre os inimigos e tirou a sua nação do opróbrio por três marcas: Primeira, seu caráter. O que Neemias era diante de Deus o firmou como líder diante do povo. A vida do líder é a sua maior arma e o nome do líder é o seu maior patrimônio. Quando se perde o caráter, sacrificam-se ideais, transige-se com a verdade e busca-se as vantagens a qualquer preço. Segunda, sua coragem. Neemias não tinha medo de morrer, só tinha medo de pecar. Nada, nem ninguém o demovia de sua determinação porque sua coragem o ajudou a transformar problemas em oportunidades e provações abertas em triunfos pessoais. Terceira, sua confiança. Ele enfrentou toda a oposição porque tinha consciência do seu chamado e convicção de que Deus estava do seu lado naquela empreitada. Sua confiança em Deus livrou-o de ser uma estrela ou de viver debaixo das botas do inimigo.[1] Tem você confiado inteiramente em Deus? Este é o segredo da vitória: obedecer a Deus e nEle confiar inteiramente. “E em ti confiarão os que conhecem o teu nome; porque tu, SENHOR, nunca desamparaste os que te buscam”(Sl 9:10). “Uns confiam em carros, e outros, em cavalos, mas nós faremos menção do nome do SENHOR, nosso Deus”(Sl 20:7).[1]
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal
Revista Ensinador Cristão – nº 48.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico Beacon - CPAD
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA
[1] Hernandes Dias Lopes – Neemias -o líder que restaurou uma nação
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domingo, 16 de outubro de 2011

Aula 04 - COMO ENFRENTAR A OPOSIÇÃO À OBRA DE DEUS

Texto Básico: Neemias 4:1-9
Porém nós oramos ao nosso Deus e pusemos uma guarda contra eles, de dia e de noite, por causa deles”(Ne 4:1-9).

INTRODUÇÃO
Durante todo o período de reconstrução, Neemias e o povo enfrentaram situações de oposição: quando Neemias teve permissão e recursos para voltar para Jerusalém, a oposição ficou profundamente perturbada (Ne 2:9,10); quando o povo declarou sua intenção de reconstruir os muros, a oposição zombou dele e o desprezou (2:18,19); quando o povo de fato começou a reconstruir os muros, a oposição “ardeu em ira, e se indignou muito, e escarneceu dos judeus” (4:1); quando o povo continuou a reconstruir os muros, a oposição ficou muito irada e conspirou atacá-lo e criar confusão (4:6-8); e, por fim, quando o povo concluiu a reconstrução dos muros, a oposição fingiu aceitar, mas queria prejudicá-lo (6:1-9). Satanás não dá trégua! Durante toda a Obra de Deus ele vai fazer oposição; destruir faz parte da essência do seu caráter(ler João 10:10). Isto nos remete à realidade de que a vida cristã é uma guerra contínua; é uma batalha sem trégua. É impossível realizar a Obra de Deus sem oposição. Vejamos nesta aula quão variados foram os métodos do inimigo para tentar paralisar a obra e como Neemias reagiu a cada investida.
I. OPOSIÇÃO FERRENHA
Sambalate
(governador de Samaria), Tobias (da nobreza dos amonitas) e Gesém (o árabe – possível rei de Quedar, segundo descobertas arqueológicas), tentaram de todas as maneiras tirar Neemias do projeto que estava comprometido. Todos estavam engajados na oposição à obra de Deus. Também, os arábios (sul), os amonitas e os asdoditas (4:7) se uniram a estes para se oporem ao povo de Deus. Houve uma orquestração maligna contra o povo de Deus.
Além da pressão externa dos arábios, dos amonitas e dos asdonitas, houve momentos em que a imensidão da tarefa quase subjugou os judeus. Diante das enormes pilhas de escombros, a força e o entusiasmo do povo começaram a se esvaziar (4:10). Como não bastasse, os judeus que moravam fora de Jerusalém trouxeram notícias de um ataque iminente. Neemias rapidamente colocou o povo por detrás do muro e entregou armas aos trabalhadores, encorajando-os com as palavras: “lembrai-vos do Senhor[...] e pelejai” (ler Ne 4:7-14).
Ainda hoje, sempre que a Igreja de Deus se levanta para fazer a obra de Deus, o inferno se agita, o mundo se levanta e há uma conspiração contra ela de todas as forças aliadas. Diversas passagens bíblicas mostram que Satanás e seus demônios tentam impedir o avanço dos que são fiéis a Deus. Vamos citar apenas algumas:
* Zc 3:1: "Deus me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor e Satanás estava à mão direita dele, para se lhe opor".
* Dn 10:12-13: "Então me disse: Não temas Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e por causa das tuas palavras é que eu vim. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias (...)".
* 1Ts 2:18: "Por isto quisemos ir até vós (pelo menos eu Paulo, não somente uma vez, mas duas), contudo Satanás nos barrou o caminho".
Precisamos entender uma coisa: Satanás faz oposição à obra de Deus, mas seu poder para isto é limitado pelo próprio Senhor. Lembra-se da história de Jó? Deus permitia a ação do Diabo, mas sempre lhe determinava os limites.
1. A ira dos adversários - “E sucedeu que, ouvindo Sambalate que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito...”(4:1). A restauração de Jerusalém provocou a ira dos adversários. Sambalate, o líder opositor, mobilizou seu exército e procurou incitar o povo contra os judeus (4:2; ler 4:7). Esses inimigos não queriam a restauração do povo de Deus. Enquanto Jerusalém estava debaixo de opróbrio, eles estavam calmos, mas bastou a disposição para a reforma e eles se agitaram e se levantaram com grandes insultos. Da mesma forma, hoje, os nossos inimigos não ficam sossegados quando alguém luta pela Igreja e se levanta para reconstruir a casa de Deus. Onde o povo de Deus busca restauração, avivamento, ocorre a fúria do inimigo.
2. A falsa acusação – “O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e Gesém, o arábio, zombaram de nós, e desprezaram-nos, e disseram: Que é isso que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei?”(Ne 2:19). Sambalate e Tobias rotularam a reconstrução dos muros de Jerusalém como uma rebelião contra o rei Artaxerxes e não uma reforma, provavelmente ameaçando denunciar os construtores como traidores. Mas Neemias tinha uma resposta para eles que revelava não apenas a sua própria determinação de realizar o trabalho até à sua conclusão, porém mais significativamente a sua fé em Deus, que tinha o poder de ajudá-lo a executar o trabalho para o qual o próprio Senhor o havia chamado.
3. A resposta à insinuação caluniosa. Neemias confiou em Deus, e recusou dar ouvidos às falsas acusações dos inimigos. Sempre prudente e sábio, respondeu-lhes: “O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos...”(Ne 2:20).
A confiança em Deus é o maior incentivo à obra. Isso sugere poderosa proteção: "O Deus dos céus..." (2:20). Isso sugere também providencial vitória: "[...] é quem nos fará prosperar[nos dará êxito –ARA]" (2:20). Quem confia em Deus não teme os adversários, não se rende diante de suas ameaças e falsas acusações.
Sem a ajuda de Deus, o nosso trabalho é vão - "Se o Senhor não edificar a cidade, em vão trabalham os que a edificam" (Sl 127:1). A Obra de Deus é feita não por força nem por violência, mas pelo Espírito de Deus (Zc 4:6). Jesus disse: "Sem mim, nada podeis fazer" (João 15:5). Paulo pergunta: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Rm 8:31). "Maior é aquele que está em nós do que aquele que está no mundo”(1João 4:4).
A vitória vem de Deus, mas nós precisamos empunhar as ferramentas de trabalho e as armas de combate. É preciso se dispor e reedificar. A soberania de Deus não anula a responsabilidade humana. Neemias foi contundente diante da oposição: “... nos levantaremos e edificaremos...”.
Quando o muro de Jerusalém foi terminado em cinquenta e dois dias, até mesmo os inimigos dos judeus tiveram de reconhecer que essa obra fora concluída com a ajuda de Deus (cf Ne 6:15,16). Deus sempre cumpre a sua parte quando os fiéis cumprem a sua, com fé perseverante.
Aprendemos aqui que o verdadeiro líder não se deixa desencorajar por ataques pessoais injustos; o verdadeiro líder se preocupa com a causa em que está envolvido; o líder de Deus não se cansa enquanto não vê a obra das suas mãos concluída.
II. O ESCÁRNIO DOS ADVERSÁRIOS
Os inimigos usaram a ridicularização para tentar dissuadir o povo de realizar a obra de Deus. Usaram os meios mais diabólicos para causar desespero e desânimo no povo de Deus.
1) Eles usaram a arma do escárnio - “E sucedeu que, ouvindo Sambalate que edificávamos o muro [...] escarneceu dos judeus(4:1). A obra de Deus sempre foi alvo de zombaria e escárnios. Constantemente, os féis de Deus enfrentam este tipo de agressão, pelo fato de, a cada dia, procurarem viver uma vida de retidão entre os que não conhecem a Deus. Podemos lembrar aqui alguns exemplos de escárnios e zombarias:
a) Escarneceram do próprio Senhor. Jesus estava iniciando sua dolorosa caminhada rumo à cruz. “E, despindo-o, o cobriram com uma capa de escarlate. E, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e, em sua mão direita, uma cana; e, ajoelhando diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, Rei dos judeus! E, cuspindo nele, tiraram-lhe a cana e batiam-lhe com ela na cabeça. E, depois de o haverem escarnecido, tiraram-lhe a capa, vestiram-lhe as suas vestes e o levaram para ser crucificado”(Mt 27:28-31).
Satanás, usando pessoas, utiliza a zombaria para atacar o Senhor de maneira vil. O Senhor era de fato rei, porém seu reino não era terreno (João 18:36). Aproveitando a situação, o inimigo tentou humilhá-lo, através do escárnio e da violência! Contudo, o diabo não conseguiu afastá-lo de seu objetivo que foi a morte na cruz pelos nossos pecados. O "justo morreu pelos injustos, para levar-nos a Deus" (1Pe 3:18).
b) Escarneceram da palavra de Paulo - “E, como ouviram falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra vez”(At 17:32).
Todos nós conhecemos o ardor missionário de Paulo. O contexto deste versículo nos mostra o apóstolo pregando no areópago, um centro de convenções na cidade de Atenas. Neste lugar, havia altares para os mais diversos deuses. Ali ele aproveitou o momento e, partir de um altar eregido ao "Deus desconhecido", mostrou-lhes o caminho da salvação. Porém quando fala sobre a questão da ressurreição dos mortos, o clima de curiosidade foi transformado num clima de zombaria! O desprezo tomou conta dos presentes, que não queriam mais ouvi-lo.
c) Pedro e Judas nos falam dos escarnecedores dos últimos dias:
2Pe 3:3:
“sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências”.
Jd 18: “os quais vos diziam que, no último tempo, haveria escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências”.
Como povo do Deus vivo, não podemos perder de vista o fato de que sempre houve e sempre haverá escarnecedores da obra de Deus. Todavia, tanto Pedro, como Judas nos alertam que esta artimanha diabólica tenderá a crescer nos últimos dias. Estes escarnecedores terão um estilo próprio e escorados em suas tendências carnais pecaminosas, investirão contra os servos de Deus e sua obra.
2) Eles tentaram diminuir a auto-estima do povo de Deus, chamando-o de fraco“...Que fazem estes fracos judeus?” (Ne 4:2). A força de um povo é constatada pelas suas atitudes que, na verdade, são reflexos da ação do seu líder, ou seja, a ação do líder determina a reação de um povo. Um líder fraco enfraquece a forte gente; um líder forte fortalece a fraca gente, e esta é uma realidade bíblica. Se Neemias tivesse demonstrado fraqueza naquele momento de escárnio e zombaria, o povo tinha recuado e a liderança de Neemias estaria arruinada.
Entre os pastores da Palestina contava-se uma historia interessante e autodidática. Certo pastor de ovelhas, no seu pastoreio diário, cumpria uma rotina de caminhada e, nesta caminhada, no inicio da tarde, chegava com suas ovelhas ao pasto que considerava ele ser o melhor, um extenso gramado a beira de um raso e calmo rio.
Certo dia, ao analisar minuciosamente o comportamento do rebanho, percebeu que mesmo parecendo, ele não estava fazendo o melhor por suas ovelhas. Erguendo então os olhos, vislumbrou alem do rio um pasto muito melhor e decidiu fazer as ovelhas atravessarem o rio a fim de alcançarem melhor pasto. Enfileirou-as e as instigava a atravessarem. Entretanto, a fila não andava, pois não havia ovelha que ousasse entrar nas correntes mansas e rasas do rio.
Então o pastor pensou e decidiu: “Vou colocar a mais robusta e saudável no inicio da fila. Assim, ao fazê-la atravessar, todas as outras a seguirão. Não adiantou, o rebanho não andou. Insistindo nisto varias vezes, sem êxito, se irritou e disse consigo mesmo: eu vou atravessar, e quem quiser o melhor me seguirá!”. As ovelhas o observaram atentamente.
O pastor empunhou o cajado com firmeza, olhou fixamente a outra margem e entrou nas rasas e mansas águas do rio e para sua surpresa, nenhuma das ovelhas deixou de atravessar. Até aquelas que ele julgava serem as mais fracas seguiram-no; e todas atravessaram e alcançaram o melhor pasto.
Moral da história: se o líder quer que o povo faça, basta-lhe apenas dar o exemplo, agindo corretamente, pois a ação do líder determina a reação do povo.
Quando lemos o livro de Josué e sua trajetória de virtuosa liderança nos capítulos 3 e 4, na travessia do rio Jordão, nós compreendemos que as ações de Josué são determinantes. Ele levantou de madrugada, foi com os sacerdotes o primeiro a pisar nas águas transbordantes do Jordão. Parou no meio do rio e, enquanto o povo a pés enxutos atravessava, Josué ordenou que dali de perto das plantas dos pés dos sacerdotes se tirassem doze pedras para com elas erigir um monumento para memorial(ver Js 4:3).
Em toda a historia de Josué você não o encontra se lamentando, se lastimando, desanimado, cabisbaixo ou coisa parecida. Desde Êxodo 17, nós o vemos lutando e no final de sua carreira, o encontramos dizendo: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor!” (ler Js 24:15).
3) Eles tentaram atacar o culto a Deus – “...Permitir-se-lhes-á isso? Sacrificarão?” (Ne 4:2). Esta é uma tática corriqueira de Satanás. Quando ele vê que o povo de Deus está em comunhão, em consagração a Deus, fará de tudo para desfazer isso; por isso o povo de Deus precisa estar sob alerta e discernente com relação aos ardis de Satanás.
4) Eles tentaram desunir o povo de Deus. Percebendo Sambalate, o líder dos opositores, que o povo de Deus estava unido, indagou: ”Acabá-lo-ão num só dia? Vivificarão dos montões do pó as pedras que foram queimadas?”(Ne 4:2).
A desunião e a divisão entre o povo de Deus é uma das armas principais de satanás, talvez a mais usada contra a Igreja do Senhor. Atualmente, o adversário de nossas almas tem conseguido causar grande prejuízo à obra de Deus porque consegue criar, no meio do povo de Deus, o espírito de divisão, o ânimo da competição, gerando brigas, disputas e lutas entre quem deveria ser irmão. Este espírito faccioso tem origem diabólica (Tg 3:15,16), gerando tão somente perversão e animosidade. Fujamos, pois, de tal comportamento, buscando estar debaixo da mão potente de Deus, em comunhão com Ele e com o Príncipe da Paz, pois temos paz com Deus (Rm 5:1) e, enquanto depender de nós, devemos ter paz com todos os homens(Rm 2:13), o que significa termos, sempre, paz com os irmãos (1Ts 5:13).
5) Eles zombaram do povo de Deus, ridicularizando o valor e a consistência do seu trabalho – “... Ainda que edifiquem, vindo uma raposa, derrubará facilmente o seu muro de pedra”(4:3). O mundo continuamente despreza os padrões morais do cristão e zomba da sua dedicação a Cristo.
O desprezo e a zombaria atacam nossas emoções e pode provocar reações das mais diversas, como ira, ódio, agressão, etc. Porém, não podemos nos deixar levar por estes sentimentos, pois é isso que Satanás mais quer: o desequilíbrio. Nossa confiança e nossa resposta devem ser as mesmas de Neemias: “o Deus dos céus nos ajudará e por fim vindicará os justos” (Ne 2:20).
Apesar de todos esses ardis dos inimigos do povo de Deus, Neemias não vacilou; em vez de trocar insultos, se revestiu da maior arma: a oração (4:4,5). A oração é a coisa mais prática que podemos fazer nos momentos que os inimigos escarnecem de nós, zombam de nós, criticam-nos. Todavia, ela não é um substituto da ação. Neemias faz uma oração imprecatoria por duas razões: Primeiro, porque os inimigos estavam provocando a própria ira de Deus. Segundo, porque os inimigos estavam desprezando o próprio povo de Deus. A oração nos capacita a dar vazão ao que sentimos e nos capacita a olhar o problema da perspectiva de Deus. Quando oramos, nossa ira e nossos ressentimentos se dissipam. Revestido desta arma, Neemias recobrou o ânimo para trabalhar (4:6): “Assim, edificamos o muro, e todo o muro se cerrou até sua metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar”.
Esse procedimento de Neemias nos traz duas belas lições: Primeiro, quando formos escarnecidos por causa de nossa fé ou criticados por fazermos o que sabemos ser correto, recusemo-nos a responder da mesma maneira ou a tornarmo-nos desencorajados; digamos a Deus como nos sentimos e lembremo-nos de que a promessa dEle está conosco; isto nos dará encorajamento e força para continuarmos. Segundo, Não fomos chamados para contar os inimigos nem temê-los; fomos chamados para fazer a obra de Deus apesar da oposição. Concentremo-nos, pois, em Deus e na sua obra e não teremos tempo para sermos distraídos pelas críticas do inimigo.
III. A GUERRA CONTRA OS EDIFICADORES
1. Os inimigos se uniram(Ne 4:7,8).
Ao perceberem que a zombaria e o escárnio não surtiram quaisquer efeitos sobre Neemias e seus comandados, os inimigos ficaram tremendamente irados -"...iraram-se sobremodo..."(4:7). Então, formaram uma grande coligação e ensaiaram uma guerra contra o povo de Deus – "...coligaram-se todos, para virem guerrear contra Jerusalém e fazer confusão ali"(4:8). A confusão é tão perigosa quanto a violência do inimigo.
O inimigo tenta infiltrar-se para intimidar e desestabilizar o povo; seu objetivo é paralisar a obra. A confusão visava a distrair o povo e tirar os seus olhos do foco. Eles queriam não apenas causar confusão, mas matar os judeus (4:11), obtendo, assim, o seu verdadeiro objetivo: paralisar a obra (4:11).
Esta é uma tática diabólica que assusta, mete medo! Muitos desistem dos planos de restauração, quando a resistência atinge este nível ameaçador. Porém, olhando para o texto bíblico, podemos perceber como Neemias orientou seu povo a não se intimidar com as ameaças, mas preparou-se para um possível ataque. Ele usou duas armas infalíveis contra Satanás: a oração e a vigilância(Ne 4:9).
2. Oração e vigilância.Porém nós oramos ao nosso Deus e pusemos uma guarda contra eles, de dia e de noite, por causa deles”(Ne 4:9). Estas foram as armas que Neemias enfrentou a pressão e o ataque dos inimigos.
a) A oração –Porém nós oramos ao nosso Deus...”.Neemias era um homem prático, um administrador por excelência. Ele tinha a capacidade de fazer as perguntas certas, de contatar as pessoas certas, de mobilizar essas pessoas, levantar seu ânimo e desafiá-las para uma grande obra. Mas Neemias sabia que o sucesso da obra de Deus depende também e, sobretudo, de oração. Esse grande líder sabia que fé (oração) e obra (puseram guarda) andam juntas. A oração não é um substituto da ação. Não podemos enfrentar os inimigos sem o socorro de Deus, sem a ajuda do céu.
b) Vigilânca“...pusemos uma guarda contra eles, de dia e de noite, por causa deles”. Neemias era um sujeito prático. Ele não era uma dessas pessoas de quem algumas vezes dizemos que são tão religiosas que não têm qualquer utilidade terrena. Ele mantinha os seus pés no chão. Ele sabia como organizar e atuar. Mas ele decidiu que, enquanto orava e trabalhava, deveria haver uma sentinela que vigiasse dia e noite, e que cada seção do muro deveria ser guardada pela vigília de um homem atento ao inesperado ataque do inimigo.
Portanto, não basta orar, é preciso vigiar. É preciso manter os olhos abertos. É preciso existir estreita conexão entre o céu e a terra, confiança e boa organização, fé e obras. É preciso estar atentos aos ardis, laços e ciladas do inimigo. Muitos caem porque deixam de vigiar.
O crente vigilante é um crente que não só se precavém do mal e das astutas ciladas do diabo, como também anuncia a todos quantos estão à sua volta do perigo que estão a correr, que dá notícia da realidade, da verdadeira situação em que o mundo se encontra. Um cristão sincero e verdadeiro jamais se cala diante do momento delicado e importante que estamos vivendo, pois é consciente de que o servo de Deus, que é feito conhecedor do cumprimento das profecias bíblicas e da proximidade da vinda do Senhor bem assim de que estamos no final da dispensação da graça, não será tomado por inocente se se calar (ler Ez 33:1-11). Por isso, o Senhor tem levantado, no meio da Sua Igreja, homens e mulheres que, com intrepidez e eloquência, têm sacudido o mundo com a mensagem que ficou um tanto quanto abafada ao longo da história da Igreja: Jesus breve virá!
Em fim, o crente vigilante é aquele que não dorme. Dormir, como vemos na parábola das dez virgens, tem o significado de ter distraído a atenção para as coisas desta vida, descuidar da presença de Deus nas nossas vidas. As virgens loucas não tinham azeite em suas lâmpadas, ou seja, tiveram a sua atenção desviada para as coisas desta vida e se descuidaram de ter o Espírito Santo em seu interior, o que acontece quando nós O entristecemos (Ef 4:30). Portanto, não dormir significa não deixar faltar o azeite, o que acontece quando fazemos a vontade do Senhor, quando seguimos a sua direção, quando nos inclinamos para as coisas do Espírito (Rm 8:5-9).
Amém?
CONCLUSÃO
Em cada época existem aqueles que odeiam o povo de Deus e tentam impedir a realização dos seus propósitos. Ao tentar realizar a obra de Deus, alguns se oporão e outros até mesmo desejarão que você não consiga realizá-la. Saber que Deus é o idealizador e o patrocinador de seu ministério é o melhor incentivo para prosseguir, mesmo diante da oposição. Deus é mais forte do que todos os seus adversários. Se confiarmos nele, teremos bom êxito no trabalho. “Meus irmãos, não vos maravilheis, se o mundo vos odeia”(1João 3:3).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico Popular (Antigo e Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal
Revista Ensinador Cristão – nº 48.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico Beacon - CPAD
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA