terça-feira, 25 de outubro de 2011

A OBRA FOI CONCLUIDA, E AGORA O QUE FAZER?

Texto Básico: Neemias 7:1-73

1. Sucedeu mais que, depois que o muro fora edificado, eu levantei as portas; e foram estabelecidos os porteiros, e os cantores, e os levitas.
2. Eu nomeei a Hanani, meu irmão, e a Hananias, maioral da fortaleza, sobre Jerusalém, porque era homem fiel e temente a Deus, mais do que muitos;
3. e disse-lhes: Não se abram as portas de Jerusalém até que o sol aqueça; e, enquanto assistirem ali, fechem as portas, e, vós, trancai-as; e ponham-se guardas dos moradores de Jerusalém, cada um na sua guarda e cada um diante da sua casa.
4. E era a cidade larga de espaço e grande, porém pouco povo havia dentro dela; e ainda as casas não estavam edificadas.
5. Então, o meu Deus me pôs no coração que ajuntasse os nobres, e os magistrados, e o povo, para registrar as genealogias. E achei o livro da genealogia dos que subiram primeiro e assim achei escrito nele:
6. Estes são os filhos da província, que subiram do cativeiro, os transportados, que transportara Nabucodonosor, rei de Babilônia; e voltaram para Jerusalém e para Judá, cada um para a sua cidade;
7. os quais vieram com Zorobabel, Jesua, Neemias, Azarias, Raamias, Naamani, Mardoqueu, Bilsã, Misperete, Bigvai, Neum e Baaná...

INTRODUÇÃO

Tão logo os muros e as portas ficaram prontos e depois de estabelecidos os porteiros, os cantores e os levitas em seus postos, Neemias entregou a administração da cidade a seu irmão HANANI e a HANANIAS, ambos homens espirituais e capazes de assumir aquela responsabilidade.
O principio bíblico na escolha de obreiros para a obra de Deus é o de indicar aqueles que são perseverantes na fidelidade a Deus e à sua Palavra e que demonstram um santo temor quanto a evitar o pecado e suas consequências.

1. Agora, a Cidade precisa de Proteção (Ne 7:1-4). Para proteger a cidade contra os adversários que a rodeavam, Neemias tomou algumas medidas práticas. Essas medidas são princípios para nós ainda hoje:
a) Colocou as pessoas certas nos lugares certos (7:2). Neemias era o governador, um homem de grande tino administrativo. Ele conseguiu tirar a cidade dos escombros, mesmo sob fortes pressões externas e internas num tempo recorde. Agora que os muros estão levantados, é preciso proteger a cidade. Neemias precisa fazer nomeações. Quais são os critérios que ele vai usar? Que tipo de gente ele vai nomear? Neemias nomeia dois homens pela dignidade do caráter bem como pela grande competência.
b) Escolheu homens que buscavam os interesses dos outros mais do que os seus próprios (7:2). Hanani era irmão de Neemias. Ele voltou com os exilados na época de Esdras. Ao perceber a ruína de Jerusalém, ele vai a Susã encontrar-se com Neemias. Ele é a ponte entre o caos da cidade e a sua restauração. Ele leva a Neemias o retrato da cidade: falta de proteção, falta de justiça, pobreza e opróbrio. Hanani era um homem corajoso e abnegado. Havia uma cerrada oposição ao redor e um decreto do rei contrário à reconstrução da cidade (Ed 4.16). Ele expõe sua própria vida, porque é um homem que pensa nos outros mais do que em si mesmo.
c) Escolheu homens que tinham valores absolutos (7:2). Hananias tinha três características: Primeiro, ele era um homem fiel a Deus - "...temente a Deus" - e com o espírito muito semelhante ao de Neemias. Quem teme a Deus não teme os perigos nem os desafios, não vive atrás de elogios nem se desanima por causa das críticas, não se corrompe nem busca holofotes. Havia fortes pressões internas e externas e só um homem temente a Deus podia cuidar da cidade. Segundo, ele era um homem fiel aos seus irmãos -"Hananias era homem fiel...". Ele tinha valores absolutos; não se deixava corromper; era homem íntegro, honesto, digno de confiança. Terceiro, ele era um homem experimentado - “... e Hananias, maioral do castelo, sobre Jerusalém". Hananias já tinha demonstrado fidelidade nas pequenas coisas. Ele podia comandar porque tinha aprendido também a obedecer. Ele foi graduado na escola da humildade.
d) Tomou medidas firmes para proteger a Cidade de Deus. Três expedientes foram tomados por Neemias: Primeiro, cuidou das portas (7:3). Não adianta ter muros levantados se não vigiarmos as portas. Por elas as pessoas entram e saem. Devemos ser guardiões da cidade de Deus. O apóstolo Paulo exortou os presbíteros de Éfeso a se acautelarem a respeito dos lobos que querem entrar e dos homens pervertidos que querem sair arrastando consigo os discípulos (At 20:29,30). Segundo, protegeu os muros (7:3). Mesmo depois de trancadas as portas, os guardas precisavam proteger a cidade como sentinelas sobre os muros (Is 62:6,7). Os ladrões não passam pelas portas. Eles são salteadores (João 10:1). Terceiro, pôs vigia na Cidade (7:3). Os vigias deviam guardar a cidade, defronte da sua casa. Cada um precisa velar pela sua própria família. Devemos tomar conta dos nossos porque, do contrário, não podemos tomar conta da Igreja de Deus (1Tm 3:5).

2. Agora, a Cidade precisa Crescer (7:4-69). Não bastam boas e sólidas estruturas físicas, a cidade agora precisa crescer. A cidade era espaçosa, mas havia poucos moradores. Jerusalém parecia uma cidade fantasma. Os espaços vazios na cidade facilitavam emboscadas do inimigo. Havia muito espaço em Jerusalém. A cidade de Deus agora precisava crescer.
a) Mas não a qualquer preço (7:4). Neemias procurava novos moradores para a cidade, mas não convinha permitir a entrada de pessoas não genuinamente judias. Neemias faz um censo. O povo não é apenas uma grande multidão, mas uma assembleia de adoradores. Eles são o povo de Deus, uma geração santa, que vive para adorar a Deus. Mas eles devem adorar a Deus de acordo com os princípios da Palavra de Deus. A adoração era a razão de ser de Jerusalém e não os muros ou as casas. Deus e não o homem deveria ser o centro da cidade.
O pragmatismo com a sua numerolatria está em voga hoje. Muitos pregadores abandonaram a pregação bíblica para alcançar um número maior de pessoas. Pregam o que o povo quer ouvir e não o que ele precisa ouvir. Pregam para agradar e não para conduzir ao arrependimento. Pregam sobre cura e prosperidade e não sobre salvação. Desta forma, multidões estão entrando para a igreja sem conversão. A Palavra de Deus tem sido deixada de lado para atrair as pessoas e isso é um mal.
b) Mas não sem organização (7:5-69). Neemias demonstra grande organização e zelo. Ele divide as 42.360 pessoas por famílias, lugares e profissões. O crescimento não pode ser desordenado. Como, então, ele foi feito? Primeiro, por famílias (7:5-24); essa lista representa os chefes de clãs regionais, antigos chefes do povo. Segundo, por cidades (7.25-38); os filhos de Gibeom, de Belém, de Anatote, de Bete-Azmavete, etc, até os filhos de Jericó. Vemos aqui como cada cidade deu os seus varões ilustres para o serviço da nação. Terceiro, por lista de sacerdotes (7:39-42); Israel tinha um profundo respeito e cuidado com os ancestrais. A linha sacerdotal desde que instituída por Moisés ainda mantinha-se intacta. Quarto, por lista de levitas (7;43-45); apenas 341 levitas regressaram a Judá, quando o número deveria ser de milhares. Esdras registra o seu empenho para trazer os levitas (Esdras 8;15-20). Entre os levitas estavam os cantores e os porteiros. Quinto, por lista dos servidores do templo (7;46-56); esses cuidavam dos tesouros do Templo, no que concernia o sustento dos sacerdotes. Sexto, por lista dos servidores de Salomão (7:57-60); eram usados em serviços seculares e pesados, como rachadores de lenha, puxadores de água. Finalmente, por lista dos que perderam a linhagem (7:61-65); foram considerados imundos e não puderam exercer o sacerdócio.
c) Pela participação de cada um de acordo com a sua função (7:5-69). Cada um devia exercer o seu trabalho de acordo com o chamado de Deus, de acordo com sua vocação: os sacerdotes, os levitas, os servidores do Templo, os servos de Salomão. Cada um conhecia a sua vocação e desempenhava o seu trabalho.
O crescimento da Igreja exige a participação de todos. Todos são importantes. Neemias tanto chama pelo nome os líderes, os sacerdotes, quanto também os servos. Cada um de nós tem um trabalho especial a realizar para o crescimento da Igreja. Os dons são diversos, mas o corpo é o mesmo. Há uma diversidade de dons, mas uma unidade de propósito. Nesse projeto, somos parceiros e não rivais. Trabalhamos todos para a glória de Deus e a expansão do seu Reino.
d) Mas não sem o sacrifício dos princípios bíblicos (7:64). Neemias compreendia que o sacerdócio não podia ser exercido por alguém que não fosse da descendência de Arão: "[...] nenhum estranho, que não for da descendência de Arão, se chegue para acender incenso perante o Senhor; para que não seja como Coré e o seu grupo, como o Senhor tinha dito a Moisés" (Nm 16:40). Se o sacerdócio estiver corrupto, sua influência finalmente destruirá a fibra moral e espiritual do povo. Um sacerdócio puro é fundamental se o povo quer ter um relacionamento correto com Deus. Neemias era governado por princípios bíblicos. Foram os princípios bíblicos que o livraram dos laços de uma falsa profecia; agora são os princípios bíblicos que o livram de corromper o sacerdócio.
Isso tem uma profunda aplicação hoje. Muitos pastores não podem provar que pertencem ao povo de Deus. Nem todos os de Israel são verdadeiros israelitas. Muitos daqueles que sobem aos púlpitos evangélicos não dão prova de novo nascimento. Alguns deles estão comprometidos com falsas doutrinas. Destilam não o néctar da verdade, mas alimentam o povo com o absinto da heterodoxia e a palha de doutrinas de homens. Outros ainda espalham a partir das cátedras e dos púlpitos o mais letal veneno da heresia, pisoteando a verdade e devorando como lobos o rebanho. Esses náufragos na fé, mentores de enganos, casam-se com falsas doutrinas e corrompem o sacerdócio.

CONCLUSÃO

A conduta de Neemias nos ensina alguns princípios importantes: Primeiro, é necessário treinar pessoas para exercera liderança; Hanani e Hananias eram homens que aprenderam com Neemias e foram fiéis a ele, por isso estavam preparados para ocupar postos de liderança no meio do povo de Deus. Segundo, precisamos de líderes abertos à direção de Deus (7:5); Neemias era um homem de oração e também um homem da Palavra, por isso podia discernir com clareza a orientação de Deus na sua vida. Terceiro, precisamos de uma liderança espiritual adequada; não abra mão dos princípios de Deus; não relativize as Escrituras; não aceite o ministério de um sacerdócio ilegítimo. Amém!
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A maior parte desta postagem foi adaptada do Livro “Neemias – O líder que restaurou uma nação”(Rev. Hernandes Dais Lopes. Hagnos).

2 comentários:

  1. Caro colega Augusto Branco, o seu comentário não tem nenhuma vinculação com esta postagem. Mas, aproveito a oportunidade para lhe dizer que a genuína doutrina cristã refuta com vigor qualquer ensinamento que contradiz os princípios de Deus exarados na Bíblia Sagrada.
    Os preceitos e objetivos da Maçonaria não são compatibilizados com os da Igreja formada por Jesus Cristo e, portanto, não é possível que alguém venha a pertencer a ambas as instituições.
    Quem pertence à Maçonaria crê num Deus distante, na plena independência do homem em relação a este Deus, na possibilidade da evolução espiritual e tranquilidade de consciência pelo próprio mérito humano, bem assim na existência de uma moral e ética pura deduzida das próprias leis da Natureza, de uma filosofia, de uma sabedoria apreendida única e exclusivamente pela razão humana. Todas estas crenças contrariam totalmente o que ensinam as Escrituras Sagradas e, mais, retornam à velha proposta de Satanás no jardim do Éden, onde o diabo conseguiu convencer o primeiro casal de que eles poderiam “ser iguais a Deus, sabendo o bem e o mal”. É este “saber”, que a Maçonaria chama de “luz” que se busca nesta instituição, ou seja, uma vez mais se acredita na mentira satânica que levou o homem à queda.
    Desta feita, vemos que a ritualística maçônica contraria os ensinos da sã doutrina e, por isso, não pode ser adotada por quem se diz salvo na pessoa de Jesus Cristo. Não conseguimos entender, embora respeitemos, aqueles que pensam de modo diferente, pois há denominações que, expressamente, admitem que seus membros integrem a Maçonaria. Contudo, preferimos adotar postura diametralmente oposta, pois não vemos como conciliar a doutrina bíblica com a filosofia maçônica.
    Luciano

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