domingo, 2 de dezembro de 2012

A Votação na ONU


 
Por: Deborah Srour

Nesta última quinta-feira vimos o líder da considerada ala “moderada” da OLP - que também é presidente da Autoridade Palestina - Mahmoud Abbas, pronunciar um discurso digno do Hamas perante as Nações Unidas pedindo o reconhecimento da Palestina como estado observador não-membro.
A comunidade internacional, incluindo países europeus importantes, votou a favor e hoje a Palestina, junto com o Vaticano, são os dois únicos estados observadores não membros da ONU.
Em prosseguimento à sua política de erradicação da história judaica em Israel e de apossamento da identidade judaica, Abbas se apresentou perante a Assembléia Geral como um judeu que acabara de sair do campo de concentração.
E depois de ter roubado os símbolos judaicos do “direito de retorno” e de “Jerusalém” como capital eterna do povo judeu, ele agora se apossou do dia 29 de novembro. Nesta data, 65 anos atrás, a Assembléia Geral da ONU aprovou a Resolução 181 aprovando o plano de partilha que reconheceu o direito dos judeus a um estado em sua terra ancestral. Aquela fora uma grande vitória moral para os judeus saídos do Holocausto e aos judeus perseguidos em países árabes.
Segundo Dore Gold, ex-embaixador de Israel na ONU a organização não tem base jurídica para “criar” estados. Mesmo assim, jornalistas mundo afora, incluindo do The New York Times repetem esta mentira. Estados são criados quando seus líderes declaram sua independência e depois recebem o reconhecimento de outros países.
Resoluções da ONU não têm força de lei. São só recomendações. A Resolução 181, por exemplo, incluiu uma delineação de fronteiras dos dois estados mas elas foram substituídas pelas linhas de armistício de 1949. A resolução também recomendava que Jerusalém se mantivesse como um corpo separado o que nunca aconteceu.
Os palestinos têm todo o interesse em dar a impressão de que as Resoluções da ONU têm força de lei, inclusive a 181. Abbas não só pediu para a Palestina ser recebida como estado observador mas procurou ter as fronteiras de um futuro estado palestino definidas segundo as linhas de armistício de 1949, mesmo que isto esteja fora da jurisdição da Assembléia Geral. O termo “território palestino pré-1967” esteve mencionado várias vezes na resolução.
Confiante de que a aprovação estava no bolso, o tom e as palavras que Abbas escolheu não só foram pouco reconciliadoras, mas foram tiradas diretamente do vocabulário usado pela esquerda radical, dos que negam o Holocausto e dos anti-semitas declarados. Termos como “agressão” e “abusos israelenses”, “crimes de guerra”, “limpeza étnica”, “apartheid” e “racismo” foram abundantemente usados.
Nenhuma menção, é claro, aos homens-bomba, aos massacres de Itamar, Otniel, e da família Hatuel; ou aos últimos 12 anos de bombardeamento vindos de Gaza. Nenhuma menção aos 1.530 israelenses mortos desde os acordos de Oslo.
Nenhuma palavra também sobre reformar as Cartas Magnas do Hamas e da Fatah (da qual Abbas também é presidente) que rejeitam categoricamente o direito dos judeus de manterem um estado em qualquer parte da Terra de Israel.
Em seu discurso Abbas não mencionou nem uma vez “o povo judeu” ou o “Estado Judeu”. Das 6 vezes que ele mencionou “Israel” foi para falar sobre sua "política de agressão", exigir dela uma solução para os chamados refugiados palestinos, uma referência sobre suas prisões e duas vezes Abbas falou sobre a criação do estado judeu definida por ele como a “catástrofe”. Esta é a pessoa que diz ter a mão estendida para um acordo de paz.
Nenhuma vez Abbas mencionou qualquer conquista de instituições palestinas ou algo positivo que justificasse seu reconhecimento porque até hoje mendiga para pagar suas contas. Para ele seu direito a um estado deriva da negação a um estado aos judeus.
A recusa de Abbas e dos palestinos em negociarem com Israel prova uma verdade categórica: eles nunca se satisfarão com um estado em parte da Terra Santa.
Amanhã alguém poderá propor na ONU a revocação da Resolução 181 e a rejeição do Estado Judeu. Esta proposta certamente receberia a maioria dos votos na Assembléia Geral, o que demonstra a decadência moral da comunidade internacional de hoje.
Abbas não criou um estado e ele sabe disso. No dia 30 nada havia mudado na Judéia, na Samária ou em Gaza. Abbas também sabe que esta ação é uma grave violação aos acordos de Oslo que proíbem qualquer ação unilateral.
Então porque Abbas teria escolhido empurrar este processo à frente, arriscando seu relacionamento e a ajuda financeira dos Estados Unidos? Primeiro porque esta foi uma promessa que ele fez aos palestinos e é o que ele quer deixar como seu legado histórico pessoal. Seu nome para sempre ligado com o reconhecimento do estado palestino. Segundo, agora a “Palestina” poderá ter acesso à Corte Penal Internacional. Hoje ele pode ameaçar levar os líderes de Israel e do seu exército para serem julgados como criminosos de guerra.
A resposta de Israel até agora foi anunciar que autorizará a construção de residências na Área E-1 que fica entre Jerusalém e Maale Adumim. São apenas 12 km² que os árabes desesperadamente querem para que num futuro acordo a comunidade de Maale Adumim de 40 mil judeus seja evacuada. Com esta construção a comunidade estará conectada a Jerusalém e esta contiguidade impossibilitará uma evacuação.
Mas se Abbas realmente se valer da Corte Penal Internacional, então Israel poderá responder mais forçosamente, talvez anexando áreas vitais como os blocos de assentamentos, os locais de significância religiosa como o Túmulo de Raquel, de José e dos Patriarcas e as áreas de segurança do exército.
Esta última quinta-feira foi um dia de vergonha para a ONU e de desonra para a Europa. A França, Itália e Espanha votaram com Abbas. A Alemanha, a Holanda, a Inglaterra e outros 9 países se abstiveram. Isto prova sua volta a antigos hábitos: de sacrificar os judeus em prol de alguma missão mais nobre de paz e estabilidade.
A lição de 73 anos atrás não foi aprendida. Por suas ações a Europa, novamente, só encontrará instabilidade e guerra.
 
Fonte: http://deborahsrour.blogspot.com.br/2012/12/a-votacao-na-onu-02122012.html
 

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