sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A IGREJA E SUA MULTIPLICAÇÃO


EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTINUADA

 

1º Trimestre/2013


Tema do trimestre: “Igreja– Missão e Crescimento”
 
Subsídio para a lição 5 da revista "Educação Cristã Continuada"
 
Leitura Básica: Atos 8:4-8

 E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais”” (At 5:14)

 

INTRODUÇÃO


Ao verificarmos o livro de Atos, chegamos à conclusão de que o crescimento é uma característica presente na Igreja, desde o seu princípio no dia de Pentecostes, quando, após a pregação de Pedro, quase três mil almas se converteram (At 2:41) e também após o milagre da cura do coxo da porta Formosa do Templo (At 4:4), quando o aumento do número de salvos foi para aproximadamente cinco mil. Por seguidas vezes, Lucas registra o crescimento como uma marca da igreja. Deste modo, não se pode negar que o crescimento é um elemento que deve constar dos objetivos e alvos de todos quantos estão a fazer a obra do Senhor, visto que o trabalho do Espírito Santo produz, sim, aumento do número de pessoas convertidas a Cristo Jesus, não havendo como se impedir que isto se verifique, pois se trata de um trabalho divino, trabalho este que ninguém pode impedir (Is 43:13).

As Escrituras são claras ao mostrar que a obra de Deus foi feita para crescer, e que esse crescimento é verificado tanto interno como externamente. Quanto ao crescimento interno, refere-se à melhoria da qualidade de vida espiritual de uma igreja; os cristãos crescem em sua adoração a Deus, no estudo da Palavra de Deus, no cuidado pelo próximo, no fruto do Espírito, na vida de oração, e de muitas outras maneiras. Quanto ao crescimento externo: por expansão, por extensão e por pontes. (1) Crescimento por expansão, inclui o ato de alcançar novas pessoas, de fora [do mundo] para a comunhão da igreja [o Reino de Deus], quer por conversão, quer por reconciliação com Deus e Sua igreja; (2) Crescimento por extensão, este é um sinônimo da implantação de novas igrejas; os novos convertidos são reunidos em novas igrejas; e (3) Crescimento por pontes, este crescimento também diz respeito à implantação de novas igrejas, mas neste caso, as igrejas são em outras culturas; é o que se chama de Evangelismo Transcultural.

I. A IGREJA DE CRISTO


1. Igreja: O que Significa? Igreja é um edifício construído com pedras vivas - ”Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo”(1Pe 2:5). Estas pedras vivas são chamadas santos e são membros da família de Deus - “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito” (Ef 2:19-22).

A palavra grega traduzida como “igreja” significa, literalmente, “chamado para fora”; refere-se a um grupo de pessoas chamadas para saírem do pecado no mundo e servirem ao Senhor. A igreja não é nenhum tipo de instituição ou objeto impessoal. É um corpo constituído de componentes vivos. Como um organismo vivo, a igreja pode sentir medo (Atos 5:11), pode orar (Atos 12:5) e pode falar (Mt 18:17). Pessoas que são chamadas para saírem do pecado não continuam participando do mal no mundo, porque elas estão santificadas ou separadas do pecado (ler João 17:14-23; Colossenses 1:13; 1Pedro 2:9; 1João 4:5-6). Deus chama o povo para deixar o mal deste mundo através da mensagem do evangelho (2 Tessalonicenses 2:13-14). Aqueles que são convertidos verdadeiramente a Cristo são chamados santos (1 Coríntios 1:2; Colossenses 1:1-2).

Entender o conceito bíblico de igreja como um corpo de pessoas chamadas para fora do pecado, para serem santos, ajuda-nos a apreciar a riqueza da descrição de Paulo da “Igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (Atos 20:28). Jesus não morreu para comprar terra e edifícios, nem para estabelecer alguma instituição. Ele morreu para comprar as almas dos homens e mulheres que estavam mortos no pecado, mas que agora têm salvação e esperança de vida eterna (Rm 5:8; 1Co 6:19,20).

2. A Igreja: Organismo, não Instituição. Muitas pessoas têm a noção errada de que a igreja é uma instituição, independente do povo que compõe a igreja. Este não é o conceito bíblico de igreja. Jesus não morreu para estabelecer uma instituição, mas para salvar o povo do pecado (Atos 20:28; 1Co 6:20). Jesus e o Pai não habitam numa instituição organizacional, mas no povo que os obedece (João 14:15, 23). Em vez de falar de uma instituição, a Bíblia descreve a igreja como um corpo composto de membros vivos (Rm 12:4-5; 1Co 12:12-27; Cl 1:8,24; Ef 5:23). Estes membros do corpo são “blocos” ou “pedras” usados na construção da igreja (1Co 3:10-15).

Muitas pessoas sugerem que a “igreja universal” é constituída de todas as congregações locais no mundo. Isto não é um conceito bíblico. Uma igreja local consiste de cristãos que se reúnem num determinado lugar. Eles podem ser identificados e contados (Rm 16:14,15; 1Co 16:19; Cl 4:15). A igreja universal consiste de todos os discípulos de Cristo em todo o mundo. Nenhum homem é capaz de identificar e contar todos os membros deste corpo universal. Tentativas de contar todos os verdadeiros cristãos em uma nação ou no mundo ilustram a ignorância e a vaidade dos homens. Somente Deus pode contar e identificar seus “primogênitos arrolados nos céus” (Hb 12:23).

3. O Modelo de Jesus para Sua Igreja. Durante sua vida na terra, Jesus escolheu 12 homens, chamados apóstolos, para revelar e espalhar a mensagem depois de sua ascensão. Começando em Atos 2, estes homens pregaram e ensinaram o evangelho em Jerusalém. Logo, outros seguidores de Cristo estavam indo de lugar a lugar, ensinando a mesma mensagem. Olhemos para a cidade de Antioquia da Síria como um modelo do que aconteceu quando pessoas receberam o evangelho lá (Atos 11:19-26). Vários cristãos foram a Antioquia. Eles pregaram o evangelho do Senhor Jesus (At 11:20). Muitos foram convertidos ao Senhor (v. 21). Os novos convertidos foram exortados a permanecer no Senhor (v. 23). Como resultado, muitas pessoas foram unidas ao Senhor (v. 24). O que é ressaltado em tudo isto é, claramente, o Senhor: Pregando o Senhor, conversão ao Senhor e lealdade ao Senhor.

A próxima coisa que lemos é a igreja se reunindo (Atos 11:26). Evidentemente, aqueles convertidos ao Senhor reuniam-se e trabalhavam como uma igreja (congregação). Esta igreja logo recolheu dinheiro para mandar aos irmãos pobres em outra cidade (Atos 11:27-30).

Mais tarde, a igreja mandou dois de seus cinco profetas e mestres para espalhar o evangelho em outras áreas (Atos 13-14). Estes dois, Barnabé e Paulo, pregaram a Jesus em muitas outras cidades e logo, nelas também, foram estabelecidas igrejas (Atos 14:23). Paulo e Barnabé, alegremente, relataram à igreja de Antioquia sobre o trabalho do Senhor durante a viagem (Atos 14:27). É válido ressaltar que não há nenhuma indicação de que a igreja de Antioquia exercesse qualquer controle sobre as outras igrejas. Antes, presbíteros (também chamados bispos e pastores, na Bíblia) foram escolhidos dentro de cada uma destas congregações para supervisionarem-na (Atos 14:23). Nunca, na Bíblia, os presbíteros foram autorizados a supervisionar outra congregação além da qual foram eles selecionados (Atos 20:28; 1Pedro 5:1-3).

Como é típico na história dos homens, algumas mudanças entraram gradativamente e desviaram os Cristãos deste modelo original. Pouco a pouco, o desenvolvimento de uma organização foi se estendendo acima das igrejas. Grupos de homens e igrejas mais importantes começaram a controlar as outras igrejas. As igrejas começaram a se tornar parte de uma hierarquia. A lealdade a Cristo foi substituída pela lealdade à “igreja”.

O pior de tudo é que, vergonhosamente, pastores e mais pastores estão se desvinculando da estrutura eclesiástica e rompendo com suas denominações para criar ministérios particulares, em que o líder se torna o dono da igreja. A igreja passa a ser uma propriedade particular do pastor. O ministério da igreja torna-se um governo dinástico, em que a esposa é ordenada, e os filhos são sucessores imediatos. Não duvidamos de que Deus chame alguns para o ministério específico em que toda a família esteja envolvida e engajada no projeto, mas a multiplicação indiscriminada desse modelo é deveras preocupante. O meu maior desejo é que esses pastores convertam-se dos seus maus caminhos, antes que seja tarde demais, antes que sua mente fique cauterizada e a apostasia não mais ofereça lugar à piedade e a honestidade (ler Pv 29:1).

II. MÉTODOS DE CRESCIMENTO MAIS USUAIS


Não existe um método perfeito, ou ideal. Cada Igreja necessita descobrir qual é o método que é apropriado para a sua realidade cultural, geográfica, econômica e espiritual. Todo e qualquer método pode ser eficaz se aplicado adequadamente. A ordem bíblica prioritária é: “ir e fazer discípulo”; qualquer método aplicado é auxiliar a isto. Apresentamos a seguir os métodos mais usuais de crescimento, utilizados principalmente pela Assembléia de Deus:

 

a)      Evangelismo pessoal – “Mas os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra” (At 8:4). Pode ser feito através da simples distribuição de folhetos.

b)      Pequenos grupos – “E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo” (At 5:42). Os irmãos do Novo Testamento reuniam-se nas próprias casas a fim de evangelizar e ter comunhão uns com os outros(At 5:42). Atualmente, a China adota este modelo, devido as restrições políticas. Deus tem abençoado muito essa igreja, apesar das perseguições.

c)       Campanhas Evangelisticas  “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? “(Rm 10:14).Promover cultos evangelísticos –seja na igreja local, em um auditório alugado, numa enda, numa praça, num estádio – são exemplos de camapnhas evangelísticas.

d)      Através dos meios de comunicação: radio, internet, televisão, periódicos – “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16:15). É um dos métodos assaz profícuo e que se deve usá-lo de maneira sábia e com escrúpulo. Bastante usual, atualmente.

e)      Igrejas “mãe e filha” – “E, quando esta epístola tiver sido lida entre vós, fazei que também o seja na igreja dos laodicenses; e a que veio de Laodicéia, lede-a vós também” (Cl 4:16). Este método é aplicado para atender aqueles membros que moram mais distante do local de reuniões. Os membros podem morar em bairros que estejam crescendo em população, mas que não disponham de uma igreja sequer; então, a igreja decide tornar-se “mãe” e montar uma igreja “filha” no bairro ou região onde não há igrejas pertencente àquele ministério ou denominação.

Vivemos dias em que há uma desesperada competitividade de crescimento quantitativo de pessoas nas igrejas locais. Diversas inovações e modismos têm-se ingressado nas igrejas locais a fim de atingir o alvo pretendido pelos líderes descompromissados com o reino de Deus. Com este comportamento, está-se apenas criando adeptos para a igreja apóstata que adorará o Anticristo. Tomemos cuidado, pois, se assim procedermos, estaremos tão somente repetindo o feito dos fariseus dos dias de Jesus, os quais, segundo o próprio Cristo, “percorriam o mar e a terra para fazer um prosélito e, depois de o terem feito, o faziam filho do inferno duas vezes mais do que eles próprios” (Mt 23:15). Que Deus nos guarde!

III. PADRÕES BÍBLICOS DE CRESCIMENTO DA IGREJA


No livro de Atos, na Versão Almeida Revista e Corrigida, há pelo menos cinco referências a respeito do crescimento da Igreja, a saber: 2:47; 5:14; 6:7; 9:31; 12:24; 19:20. Vejamos cada uma das referências para, do texto sagrado, podermos extrair o que significa crescimento.

1. Atos 2:47“Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”.

Nesta primeira referência ao crescimento da Igreja, na descrição que Lucas faz da igreja primitiva, vemos que o crescimento é o resultado da perseverança na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações (At 2:42). O crescimento apresenta-se como consequência de uma vida espiritual. A igreja crescia porque servia a Deus. O crescimento, portanto, é uma demonstração visível de uma realidade invisível, qual seja, o da salvação por meio do Evangelho de Cristo Jesus.

Observe o texto: “acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”. Vemos aqui que o crescimento da Igreja se trata de uma obra divina, de algo que é feito pelo Senhor e não pelo homem. Isto é importantíssimo, pois, se o crescimento da Igreja é obra do Senhor, não há como o homem querer criar mecanismos que, por si sós, tragam crescimento à Igreja.

Além de o texto indicar que o crescimento é obra do Senhor, também nos mostra que a Igreja cresce através do número de “salvos”, ou seja, “daqueles que se haviam de salvar”, um texto que é, em tudo coerente, com a narrativa das primeiras conversões, quando Lucas diz que se agregaram quase três mil almas que “foram batizadas de bom grado” visto que “receberam a Palavra” (At 2:41).

As pessoas que ingressaram na Igreja eram aquelas que haviam recebido a palavra. Que palavra? A pregação feita por Pedro para que se arrependessem e fossem batizados em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados e recebessem o dom do Espírito Santo (At 2:38), que se salvassem daquela geração perversa (At 2:40). Pessoas que tinham sido compungidas em seus corações com a pregação do apóstolo (At 2:37).

Portanto, quando se fala em crescimento da Igreja não se fala em números, embora eles existam (Lucas fala das quase três mil almas que se converteram em Pentecoste e que subiram para quase cinco mil após a cura do coxo da porta Formosa), mas, sim, em salvação de almas. O crescimento era medido por um duplo critério: qualitativo-quantitativo. Não havia apenas crescimento numérico, mas crescimento numérico de salvos.

Portanto, para que a igreja cresça faz-se preciso que preguemos a Palavra de Deus, que preguemos o arrependimento dos pecados, pregação esta que seja precedida de uma vida de oração e de busca do poder de Deus.

2. Em Atos 5:14 – “E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais”. Neste texto é dito que “multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais”.

O que torna o cristianismo atraente? É fácil ser levado para as igrejas por causa das bonitas programações, dos bons pregadores, do tamanho dos templos, das belas instalações ou da comunhão que existe entre o povo de Deus. Na igreja cristã primitiva, as pessoas eram atraídas pelas expressões do poder de Deus em ação: a generosidade, a sinceridade, a honestidade, a união dos membros e o caráter dos líderes.

Deus quer acrescentar mais cristãos à sua igreja, e não apenas renovar e melhorar a programação das atividades ou conceder instalações maiores e mais modernas.

3. Atos 6:7. Após o episódio da instituição do diaconato, que pôs fim à murmuração existente na igreja, é dito que “crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé”.

Neste texto, vemos mais uma vez que o crescimento da Igreja é aliado ao crescimento da Palavra de Deus, ou seja, somente crescia o número de salvos, porque crescia a pregação da Palavra. Não há, pois, como crescer uma igreja local se não houver crescimento da pregação da Palavra, da pregação do Evangelho, pregação esta que deve levar em conta a necessidade de arrependimento dos pecados. Tanto assim é que os próprios inimigos da Igreja testemunham que Jerusalém estava cheia da doutrina, doutrina que tinha, como ponto proeminente, o perdão dos pecados por meio do sangue de Jesus (At 5:28).

Não se trata, nem de longe, de criar “pontos de contato” com o público, com o auditório, de se fazer “palatável” ou “agradável”, muito menos “simpático” ou “popular”, como se defende hodiernamente nos variados “movimentos de crescimento de igrejas”, baseados no marketing, que, para “vender seu produto”, tem de criar condições emocionais e psicológicas favoráveis ao público a fim de lhe motivar a adquirir o produto. Absolutamente não! A Igreja precisa mostrar ao mundo uma “boa nova”, a de que, em Jesus, podemos ter o perdão dos nossos pecados e alcançar a salvação, sem o que iremos irremediavelmente para a eterna separação de Deus.

O crescimento da Palavra gera a multiplicação de discípulos, diz o texto, inclusive grande número de sacerdotes, classe que, se esperaria, seria mais resistente à pregação do Evangelho, pelo recente histórico de confronto entre eles e o Senhor Jesus. No entanto, o crescimento da Palavra de Deus, a pregação contínua das Escrituras levou muitos dos sacerdotes a realmente entenderem, pelo Espírito Santo, que Jesus era o Cristo, passando, então, a obedecer à fé.

O crescimento da Palavra de Deus não resultava, apenas, em multiplicação numérica, mas em aumento do número daqueles que “obedeciam à fé”. Havia real conversão, real transformação. As pessoas abandonavam as suas velhas formas de viver e passavam a viver de acordo com a Bíblia Sagrada, com a doutrina dos apóstolos.

Crescimento importa em conversões, em mudanças de atitudes. Temo visto isto, porventura, nas megaigrejas tão mencionadas e imitadas na atualidade?

4. Atos 9:31 – “Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia, e Samaria tinham paz e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e na consolação do Espírito Santo”. Aqui, Lucas dá conta do crescimento da igreja na Judéia, Samaria e Galileia, dizendo que elas tinham paz e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo. O crescimento era qualitativo-quantitativo.

O crescimento mencionado por Lucas, aqui, abrangia as igrejas surgidas da dispersão dos crentes de Jerusalém, por causa da perseguição liderada por Saulo (At 8:1). Este crescimento mostra, de pronto, que a pregação do Evangelho, que havia alcançado toda Jerusalém, não era obra apenas dos apóstolos, mas, também, dos crentes em geral. Isto nos mostra que a igreja não se circunscrevia às reuniões que, até então, haviam ocorrido no alpendre de Salomão, no templo de Jerusalém (At 5:12), mas também havia reuniões em casas, onde os discípulos em geral serviam a Deus e pregavam a Cristo (At 5:42), porque todos, ou, pelo menos, grande parte dos discípulos haviam sido igualmente revestidos de poder (At 4:31).

Constantes eram as reuniões de oração entre os crentes (At 12:12-17), que tinham uma vida comunitária que trasbordava as quatro paredes do templo (At 2:44,46). Na verdade, diante da real conversão dos crentes, eles não podiam calar-se diante do amor de Deus derramado em seus corações pelo Espírito Santo, e tinham a noção da necessidade e da urgência da pregação do Evangelho (1Co 9:16), levando, assim, as boas novas de salvação para toda Judéia, e Galiléia, e Samaria.

5. Atos 12:24 – “E a palavra de Deus crescia e se multiplicava”. Lucas volta a dizer que “a Palavra de Deus crescia e se multiplicava”, depois de ter narrado a trágica morte de Herodes Agripa I, que havia mandado matar Tiago. Esta afirmação mostra que, apesar da perseguição e da própria vingança do Senhor contra Herodes, a Igreja prosseguia crescendo e, por causa da Palavra de Deus. Perseguições não impedem o crescimento da Igreja, desde que haja evangelização, desde que haja o anúncio de Cristo Jesus aos perdidos. Temos feito isto num instante de peculiar intensificação da perseguição contra a Igreja?

6. Atos 19:20 – “Assim, a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia”. Aqui Lucas está falando do ministério de Paulo em Éfeso. Até mesmo Éfeso, bastião da idolatria e da feitiçaria (At 19:19,25-27), estava sendo eficazmente evangelizada por Paulo e muitas almas se convertiam, porque “assim a Palavra de Deus crescia poderosamente e prevalecia”. Não há crescimento da Igreja, não há manifestação do poder de Deus contra todas as potestades malignas, se não houver o anúncio de Cristo Jesus e de Sua salvação.

7. Atos 28:30,31“E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara e recebia todos quantos vinham vê-lo, pregando o Reino de Deus e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum”.

O livro de Atos, a propósito, termina mostrando Paulo em uma casa alugada em Roma, pregando o reino de Deus e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus sem impedimento algum (At 28:31), a mostrar que este é o cerne de toda atividade que vise o crescimento da Igreja.

A Igreja foi feita para crescer. É o grão de mostarda que se torna a grande árvore; as três medidas de farinha que leveda toda a massa. No entanto, para que isto ocorra, é necessário que deixemos que o crescimento se dê por conta de Deus, pois se trata de uma obra divina, mas que, neste crescimento, a parte que nos cabe é pregar o Evangelho, ensinar a doutrina dos apóstolos, ir ao encontro dos perdidos.

CONCLUSÃO

A Igreja crescerá se todos os crentes se mobilizarem a fim de, seja em templos, seja em casas, seja em uma reunião coletiva, seja em reuniões em pequenos grupos, levem pessoas que não conhecem a Jesus Cristo ao conhecimento do Evangelho, mediante uma pregação que seja precedida de revestimento de poder, de oração, consagração, meditação nas Escrituras, de um testemunho fiel, de quem é temente a Deus e está sempre na companhia e consolação do Espírito Santo.

Não podemos admitir que haja crescimento de igreja sem que se pregue a Cristo e Este, crucificado (1Co 2:2), sem que fale da necessidade do perdão dos pecados pelo sangue de Jesus (At 5:28-32). A utilização de uma “mensagem aguada”, de um “evangelho light”, de um evangelho tolerante ou omisso quanto ao pecado não produzirá crescimento de igrejas, mas, quando muito, apenas um aumento de sócios ou frequentadores que não serão muito diferentes de quaisquer outras associações ou organizações.

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

O CRESCIMENTO DA IGREJA PRIMITIVA – Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco.

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