domingo, 24 de fevereiro de 2013

QUANDO A IGREJA PARA DE CRESCER


1º Trimestre/2013


EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTINUADA - Tema: “Igreja – Missão e Crescimento”

Subsídio para lição 9 da revista da EBD – Educação Cristã Continuada.

Leitura Básica: Atos 4:33-35


 

 

A mão do Senhor estava com eles, e muitos, crendo, se converteram ao Senhor”(Atos 11:21)

 

INTRODUÇÃO


A igreja foi instituída para crescer, quantitativamente e, principalmente, qualitativamente. Quando isso não acontece é porque, primeiramente, há fatores internos que impedem esse crescimento. Digo interno porque fatores externos nunca foram obstáculos ao crescimento da igreja (cf. Mt 16:18). Um determinado líder perguntou a outro: “o que devo fazer para minha igreja crescer?”. O outro respondeu: “A pergunta está errada, o correto seria perguntar: “por que a igreja não está crescendo?”. A igreja é um organismo vivo, ela cresce por si só. Se ela não cresce, então, é porque está enferma. Um organismo enfermo, tende a definhar e pode até a morrer. Veja o que o apóstolo Paulo falou à igreja de Corinto: “Por causa disso há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem” (1Co 11:30). O maior milagre na vida de uma pessoa é o novo nascimento. A falta do milagre do novo nascimento é a razão principal da existência de tantas igrejas locais raquíticas, anêmicas, nanicas, compostas de pessoas vazias, sem nenhuma experiência profunda com o Senhor. Sem o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo muitos igrejas estão caminhando de forma recreativa e festiva para o inferno. É lamentável!

A lição do grão de mostarda


“Outra parábola lhes propôs, dizendo: O Reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem, pegando dele, semeou no seu campo; o qual é realmente a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu e se aninham nos seus ramos”  (Mt 13:31,32).

Ao propor a parábola do grão de mostarda, o Senhor Jesus quis revelar como seria o crescimento de sua Igreja, após ter tido um inicio revestido de muita humildade, sem qualquer aparência exterior, quase imperceptível aos olhos dos homens, ou à semelhança de um grão de mostarda que um homem, pegando dele, semeou no seu campo. Contudo, apesar de um começo sem toques de trombetas”, tal como uma hortaliça, a Igreja teria um rápido crescimento, da mesma forma que o pé de mostarda que “...crescendo, é a maior das plantas e faz-se uma árvore, visto que embora sendo uma hortaliça, chega a atingir até quatro metros de altura. Nós acrescentamos que a Igreja do Senhor, contida no cristianismo, se destacaria na imensa Horta na qual o grão de mostarda foi plantado, que seria, infinitamente maior, deixando lá em baixo, rastejando sobre a terra, os pés de pepinos, alface, couve e diversas outras hortaliças, que bem podem representar as “grandes religiões” fundadas por homens como Confúcio, Buda, Maomé, e tantos outros. O crescimento da Igreja foi fundada no calvário, inaugurada no pentecostes, e que, hoje, está em toda a Terra.

“...mas, crescendo, é a maior das plantas”. A Igreja que começou com “o Semeador” que “saiu a semear”, que foi inaugurada no Pentecostes, quando ali no Cenáculo estavam reunidos “quase cento e vinte pessoas”(Atos 1:15), começou a crescer tal como cresce uma hortaliça, conforme podemos constatar pelo livro de Atos dos Apóstolos. Logo no dia da inauguração, após a pregação de Pedro, “o Pé de Mostarda” teve um considerável crescimento – “...agregaram-se quase três mil almas”(Atos 2:41). O Pé de Mostarda não parou mais de crescer. Em Atos 4:4 lemos que muitos dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a “quase cinco mil”. O número, agora já não dava para contar, falava-se em multidão – “E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais”(Atos 5:14). Depois passou a falar-se em multiplicação – “E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos e grande parte dos Sacerdotes obedecia a fé “(Atos 6:7). Em seu crescimento, “o Pé de Mostarda” começou a estender “seus ramos” para fora de Jerusalém – formavam-se as igrejas locais – como projeção dos “ramos” - “...as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia, e Samaria tinham paz e eram edificadas, e se multiplicavam”(Atos 9:31). A Igreja cresceu tal como cresce uma hortaliça, no caso, a mostarda. Pouco mais de trinta anos depois de sua fundação, a Igreja já havia alcançado todo o Império Romano, o que significa dizer que a Igreja havia chegado “...aos confins da terra”(Atos 1:8), conforme declaração de Paulo, quando falando do “...evangelho que já chegou a vós, como também está em todo o mundo”(Cl 1:5-6). Continuando a crescer... Chegou até nós!

- As ameaças ao crescimento. O crescimento do reino de Deus sempre tem gerado o surgimento de ninhos de aves dos céus no meio do povo de Deus, com grandes malefícios para a obra de Deus. Quando olhamos o nosso país não podemos deixar de ver a repetição do que aconteceu nos dias de Constantino. Hoje, o povo de Deus já não é mais tão perseguido como antigamente, mas a arma do inimigo não tem sido mais o uso de fogueiras de bíblias ou as pedras que, décadas atrás, eram atiradas nos pequenos salõezinhos ou humildes templos dos nossos irmãos. Hoje em dia, o adversário não mais precisa fazer uso destes expedientes, porque já tem grandes ninhos na mostarda adulta, ninhos como os interesses político-partidários de alguns, o mercantilismo de outros, a vida fácil e luxuosa de muitos. Para muitos, as igrejas locais passaram a ser meio de vida, fonte de sobrevivência, causa de lucro, assim como fora predito nas Santas Escrituras (2Pedro 2:1-3). O resultado deste estado de coisas é o prejuízo para a obra de Deus, o início da perda de esplendor da mostarda adulta.

I. IDENTIFIQUE O PROBLEMA


Se uma igreja não cresce quantitativamente e espiritualmente, o primeiro passo a ser dado rumo à solução desse problema é encontrar sua causa. Vejamos algumas causas, dentre várias outras, que podem impedir o crescimento da igreja:

1. Centralização excessiva. Há líder que pensa que é super-homem, o “rei da cocada preta”, e que sem ele não se pode falar em desenvolvimento. Pensa ele que os demais membros da igreja são incapazes de dar crescimento a obra sem a sua intervenção presencial. Circunscreve todas atividades da igreja em torno de si como se a igreja local fosse propriedade sua. A falta de confiança no corpo eclesiástico constituído, se é que há algum, faz com que haja centralização excessiva do trabalho. Se alguém se destaca na igreja local, principalmente aqueles que possuem dom de liderança, suas “asas” são cortadas e impedido de assumir qualquer ministério na igreja que o deixe em evidência.

O líder não pode fazer tudo sozinho, deve delegar tarefas a outrem. Faz parte da liderança saber delegar funções, atribuir tarefas e missões a quem o Senhor preparou para exercê-las. Moisés, por exemplo, embora tivesse sido um grande general no passado, não vacilou em nomear Josué para comandar o exército na guerra contra os amalequitas (Ex 17:9), enquanto ele, Arão e Hur oravam durante a batalha. Faz-se necessário que o líder saiba delegar tarefas, tudo fazendo segundo a orientação divina, mas jamais se esquecendo que o fato de ter sido chamado à liderança não significa que tenha de fazer tudo sozinho.

O autêntico líder é receptivo aos conselhos – é humilde. Lembram-se de Moisés no início da jornada à Canaã? A centralização excessiva quase o levou a desastre administrativo e espiritual do povo de Israel(quase dois milhões de pessoas). Mas, chegou um homem inteligente, Jetro, e o alertou que centralizar excessivamente o trabalho de Deus era um erro crasso. Ao ver que Moisés decidia sozinho todas as causas do povo, que se aglomerava todos os dias para ser atendido por ele, Jetro, dentro de sua experiência, sugeriu a Moisés que efetuasse a descentralização do poder, resolvendo apenas as causas mais graves, criando maiorais de mil, de cem, cinquenta e de dez para resolver as “pequenas causas”, trazendo agilidade e paz para o povo de Israel. Moisés prontamente atendeu ao conselho de Jetro, demonstrando ser uma pessoa humilde e receptiva a criticas. Que grande qualidade de um líder: o de ouvir conselhos (ler Ex 18:13-24).

Na atualidade, muitos líderes não querem ouvir conselhos, nem aceitam que surjam conselheiros e, muito menos, auxiliares. Querem ter súditos, pessoas que somente saibam dizer “amém”, mas que não têm qualquer poder decisório. O resultado é a ineficiência, o esgotamento do líder e um acúmulo cada vez maior de problemas sem solução, causando um prejuízo muito grande à obra de Deus. Como ensinou Jetro, a descentralização, o aproveitamento de homens e mulheres que o Senhor põe à disposição do seu povo, é fundamental para que o líder subsista e o povo de Deus venha em paz ao seu lugar (Ex 18:23), que é o céu.

O modelo para “crescimento de igreja” apresentado em o Novo Testamento não é o Cristo agindo por intermédio de alguns poucos homens e mulheres e sim através de todos os membros da Igreja local. Deus não usa ‘métodos e estratégias’ por melhores e mais bem elaborados que possamos imaginar. Deus usa homens e mulheres consagrados e sempre dispostos a realizar a Sua obra! No término de sua Epístola aos Romanos, Paulo envia saudações a diversos homens e mulheres, seus “cooperadores em Cristo” que muito trabalharam no Senhor (Rm 16:3-16). Ele ainda recomenda: Paulo recomenda: “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função" (Ef 4:15). Portanto, para uma Igreja local crescer é necessário o envolvimento de todos: "Dele todo o corpo" (Ef 4:16). Por amor a Cristo e seu corpo, todos devem se envolver.

2. Falta de sustento financeiro. O dinheiro está no âmago de muitos problemas das igrejas. A contribuição financeira da igreja deve ser única e exclusivamente destinada para subsidiar o trabalho de evangelização(pregação e ensino da Palavra de Deus e serviços sociais), organização e manutenção dos templos e o sustento dos obreiros que vivem exclusivamente do Evangelho (Lc 10:7; 1Co 9:14). Às vezes a escassez de recurso financeiro pode arrefecer um pouco a implementação de determinadas metas, mas quando isso acontece é porque houve um mau planejamento de seu gasto ou má administração dos recursos financeiros arrecadados. Quantas atividades das igrejas locais, muitas delas excessivamente burocráticas ou, mesmo, totalmente alheias aos objetivos primordiais da igreja, não têm canalizado os esforços e os parcos recursos humanos e financeiros das igrejas locais? O resultado disso: o esgotamento do sustento financeiro.

Muitos líderes exigem dízimos de seus liderados para financiar estilos de vida extravagantes. Aqueles que verdadeiramente procuram seguir a Jesus precisam buscar sua vontade no Novo Testamento. Ali encontramos tanto instruções dadas por apóstolos inspirados, como exemplos de como as igrejas obtinham e usavam o dinheiro no serviço do Senhor.

Os líderes das igrejas locais devem administrar com sabedoria, honestidade e com senso de responsabilidade as finanças da Igreja visando único e exclusivamente o seu crescimento e a expansão do Evangelho.

3. Falta de conhecimento. Muitos membros e congregados desconhecem as suas responsabilidades porque não são ensinados pelos líderes, que compõe o corpo eclesiástico da igreja local. Muitos, por falta de ensino, pensam que oração, evangelismo, educação cristã são de responsabilidade única e exclusiva do pastor. Por isso não se dispõem a evangelizar, a irem à Escola Dominical, a buscarem a Deus em oração, etc.

A falta de conhecimento de muitos membros e congregados é a causa da falência espiritual de muitas igrejas locais. Foi assim que aconteceu com Israel (o reino do norte), o que culminou na sua destruição. O profeta diz: "O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento..." (Os 4:6). Em Israel, os maiores culpados pela falta de conhecimento do povo eram os lideres (reis, profetas e sacerdotes). O sincretismo religioso despertou afeição do povo, sempre chamou a atenção do povo, mas isso só ocorria porque o povo estava morto espiritualmente, a apostasia já tinha grassado toda a nação. Deus reprovou severamente esse comportamento a ponto de desterrar o povo de Israel (reino do Norte) para sempre! A falta de conhecimento da verdade, da Palavra de Deus, levou o povo à destruição (Os 4:6).

Nas igrejas locais da atualidade, também, os lideres, que na ânsia de ver a igreja crescer quantitativamente, de ver resultados rápidos, usam de métodos espúrios, não dando importância para o crescimento qualitativo do povo. Quem poderia imaginar, há alguns anos atrás, que haveria “blocos carnavalescos evangélicos”? Quem poderia dizer que haveria o “heavy metal rock evangélico”? Isto para não falar de “novenas evangélicas”, “amuletos evangélicos” (sal grosso, rosas ungidas, óleo santo etc.), “samba evangélico”, “comunicação com santos do Paraíso”, “cultos evangélicos dirigidos por anjos” e tantas outras heresias e modismos que têm invadido e confundido muitos que cristãos dizem ser. Tudo isso na ânsia de ver a igreja cheia de pessoas. O resultado de toda essa adesão irresponsável e incontrolável é a secularização da igreja, é a banalização do evangelho, é a conformação com o mundo. O lema é: “venha como estás, e fique como estás”. O objetivo precípuo de toda essa banalização é a entronização do deus mamom. A lógica é clara: quanto mais gente mais dinheiro. Por isso, os lideres desses movimentos sincréticos distanciam o povo da verdade, da Palavra de Deus, e os conduzem consigo à perdição eterna.

4. Acomodação e resistência à mudança. Acomodação é sinal de mornidão espiritual, tal qual havia igreja de Laodicéia (AP 3:15,16); ou está morta espiritualmente, tal qual a igreja de Sardes (Ap 3:1-6). Às vezes, a acomodação e resistência às mudanças é resultado de embaraço na desenvoltura do trabalho, por parte dos líderes; ou, com maior incidência, falta de união e comunhão entre os líderes responsáveis por “ministérios” dentro da igreja local. Também, muitos resistem às mudanças por causa do orgulho que tem impregnado o seu “eu”. Não acatam ideias que visam o crescimento da obra, exatamente porque se o idealizador do Plano for exitoso em sua empreitada poderá trazer-lhe maior honra. É isso mesmo, muitos líderes procuram honra e não honrar o nome do Senhor Jesus – é a síndrome de Saul (1Sm 18:7,8). Ninguém pode ser melhor do que ele dentro da igreja, senão...fica fora do contexto (no mínimo, desempenho ministerial). A competitividade se instaurou de tal maneira no seio da igreja que os pastores não conseguem mais confiar uns nos outros. Eles estão sempre disputando terreno, querendo ser maior do que outro. A insegurança tem feito com que muitos adoeçam tanto no corpo quanto na alma. Isso é um sério problema que impede o crescimento da igreja.

II. ESTABELEÇA O PLANO DE MULTIPLICAÇÃO


Ao lado da direção indispensável do Senhor Jesus, torna-se absolutamente necessário que o líder saiba precisamente o que está a fazer e como deve fazê-lo, usando do que é trivial em administração para que tenha bom êxito. Assim, torna-se necessário planejar, organizar, executar e controlar, a fim de que, no tempo previamente fixado, possam ser obtidos os resultados desejados. Mas, é bom estar cônscio de que nenhuma mudança que vise à melhoria da igreja local poder ser implementada apenas com base na capacidade humana. O Espírito Santo guiará o líder em cada passo que der no sentido de fazer da igreja uma congregação que cresce e se multiplica.

1. Comece com um plano de oração. A oração é o principal investimento que a igreja local deve efetivar, se quiser alcançar mudança espiritual eficaz na igreja. Infelizmente, damos pouco valor à oração. Nossos cultos de oração, quando existem, não são frequentados pelos líderes. Perguntaram a Paul Yong Cho, quando veio ao Brasil, qual a diferença entre a igreja no Oriente e no Ocidente. Ele respondeu: “Nosso templo fica cheio para cultos de oração e vazio para festas e o de vocês vazio para oração e cheio para festas”. Meus irmãos, isso não pode ser assim! Quando uma igreja pára de crescer é porque os seus lideres e liderados não oram com insistência e devoção. Isso não é um ministério exclusivista para determinados grupos de pessoas selecionadas, não; é um dever de todos os membros e líderes, indistintamente. Muitas igrejas marcam vigílias para mostrar que oram, mas na verdade nessas vigílias nada de espiritual de verdade acontece, só barulho sem fundamento e sem lógica, pessoas conversando, cânticos infindáveis e nauseabundos, cujas letras, a maioria, são reprovadas ao passar pelo crivo da Palavra de Deus. 

Se quiser que haja uma direção de Deus para o objetivo a alcançar, então é necessário que a igreja ore, inclusive todos os lideres. O pastor da igreja deve ensinar e motivar as “ovelhas do Senhor” a orar e a criar o hábito da oração. Não é criar “círculos de oração” onde somente as mulheres freqüentam, não!  Todos, indistintamente, devem ser motivados a buscar ao Senhor em oração. Deve-se estabelecer horários para que os crentes possam reunir-se a fim de orar juntos. Agindo assim, certamente, a igreja experimentará um grande crescimento, principalmente o qualitativo (ler Atos 2:23-31).

2. Estabeleça objetivos claros. Ao elaborar um plano de crescimento é necessário que os objetivos sejam bem definidos, claros e inteligíveis, e estejam dentro da baliza de possibilidade de realizações. Os objetivos quando são bem delineados e esclarecidos poderão estimular entusiasmos nos congregados a se envolverem na obra. Um objetivo do tipo “pregar o Evangelho aos perdidos” é muito vago e não provê nenhuma orientação. Não adianta estabelecer objetivos que são humanamente inatingíveis, utilizando-se do pretexto de que vivemos por fé e não por vista. A ignorância espiritual, o autoritarismo e a soberba podem anular qualquer progresso da igreja local. Usemos, pois, do senso de responsabilidade e da autocrítica.

Os objetivos já estão delineados? Já foram submetidos à apreciação do Espírito Santo? Há consenso entre os demais líderes de ministérios? Então, num momento apropriado, dê ciência à igreja; aproveite a ocasião para, em uníssonos, num forte clamor a Deus, em humildade e submissão, entregar ao Dono da Obra o Plano elaborado.

Mas, é bom estar ciente de que, por se tratar da Obra de Deus, o Espírito Santo muitas vezes pode alterar aquilo que dantes tínhamos planejado. Foi o que aconteceu com o apóstolo Paulo em sua segunda viagem missionária. Veja isso em Atos 16:9-15. Paulo tinha planejado fazer a segunda viagem missionária com Barnabé (At 15:37). Entretanto, quem afinal o acompanhou foi Silas (At 15:40), enquanto que Barnabé, juntamente com João e Marcos, foi para Chipre (At 15:39). A Grécia (Europa) ainda não pertencia aos planos do apóstolo Paulo, mas Timóteo, filho de pai grego, parecia querer apontar para esta possibilidade. Timóteo tornou-se, assim, uma das pontes do Evangelho entre Jerusalém e Filipos. A mudança radical nos planos de Paulo foi provocada pela ação do Espírito Santo (At 16:6). Atos 16:6-8 descrevem a tentativa de Paulo de seguir os seus planos, mas o poder de Deus traçou novos rumos para o Evangelho. Mesmo não sabendo certo para que lugar ir, Paulo e seus companheiros obedeceram à ação de Deus. É isso aí, no reino de Deus, quem comanda é o Espírito Santo. Nós temos que obedecê-lo. Paulo se colocava plenamente à disposição do Espírito Santo porque ele tinha uma meta a atingir. E somente se comportando dessa maneira ele poderia conseguir atingir o seu principal alvo. Disse ele: “uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”(Fp 3:13,14).

A seguir, listamos alguns exemplos de objetivos estabelecidos por igrejas que cresceram e se multiplicaram (sugestão do comentarista da lição):

a)      Fazer uma pesquisa no bairro ou região vizinha, a fim de determinar locais que precisam de igrejas (p. ex. próximo mês).

b)      Fundar igrejas em outros bairros, de forma que as pessoas possam se congregar mais próximas de suas casas (p. ex. por trimestre).

c)       Treinar uma nova equipe de líderes para dar assistência às novas congregações (p. ex. uma por semestre).

3. Compartilhe o plano com a igreja e seus líderes. Se já tem um plano estabelecido, com metas claras e já submetidas ao Espírito Santo, então compartilhe com a igreja e com os demais líderes de departamentos e ministérios. A igreja toda deve ser envolvida, respeitando as habilidades e limitações de cada um. Para que haja crescimento é  necessário que todos saibam sua missão no corpo: "...cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor " (Ef 4:15,16). O todo é constituído das partes. Cada parte deve cooperar visando o suprimento do corpo. Cada parte realiza sua função, seja ela qual for. Por isso cada um de nós deve possuir um profundo senso de missão, ou seja, quem sou eu e o que devo fazer. Deus respeita a identidade de cada um dentro do corpo, mas é necessário que cada um de nós saiba claramente qual é o seu ministério para poder cooperar. Enquanto apenas uns se preocupam em trabalhar e outros estão apenas observando, nunca conseguiremos desenvolver a missão para a qual Deus tem nos chamado. Note como você é importante aqui, pois o corpo cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função. O pastor da igreja deve ser o principal exemplo nessa empreitada. Todos vão observá-los como paradigma. Se ele esmorecer ou ficar acomodado, não tenha dúvida, os envolvidos se conformarão ao seu comportamento.

III. IMPLEMENTE O PLANO


Já que o Plano delineado foi concluído, já que foi submetido ao conhecimento da Igreja, já que houve um claro e sincero consenso entre os líderes e liderados, já que intercederam ao Senhor para  Ele tomar a direção na execução, então, implemente o Plano.

Uma coisa deve estar claro: todos na igreja, dentro das suas habilidades, devem participar da implementação do Plano. Se for necessário gastar recursos e mais tempo para capacitar os envolvidos na Obra, que assim seja; aliás, isto não é gasto é investimento.

O Novo Testamento, o mais autêntico manual de técnicas para “crescimento de igreja”, estampa em suas páginas que o crescimento da igreja local depende simplesmente de toda a comunidade cristã local, lavada e remida pelo precioso sangue de Jesus! É bem verdade que na Igreja Primitiva haviam pregadores brilhantes. E o que, então, fizeram os demais crentes? Ficaram de braços cruzados, ouvindo, meros espectadores, apenas capazes de levantar as mãos e balançarem-nas, assim como as folhas de uma palmeira ao vento e serem ‘fluentes’ em falar palavras incompreensíveis? Nada disso! Lucas nos diz em Atos 2:40-47 que TODOS os crentes de Jerusalém eram ativos, compartilhavam e adoravam ao Senhor! TODOS eram participantes e cooperadores! E isto se torna de grande relevância, pois naqueles dias “levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e TODOS, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria” (At 8:1). Eles ficaram sem os seus líderes – pregadores brilhantes – mas “dispersos iam por toda parte pregando a palavra” (At 8:4). Eram homens e mulheres comuns fazendo aquilo que estiveram fazendo antes: testemunhando, testificando com suas vidas, servindo a Cristo, falando sobre a Palavra de Deus. E qual foi o resultado disto? Atos 9:31 responde: “A Igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor e, no conforto do Espírito Santo, CRESCIA EM NÚMERO”!!!

Vocês já atentaram como uma família, pais e filhos, de agricultores trabalham? Isso mesmo: uns preparam a terra, outros semeiam, uns cultivam, outros colhem. Em um passado não tão distante toda família trabalhava no campo, isso era muito comum. Uma pessoa solteira não tem condições de trabalhar com a mesma velocidade ou eficácia do que uma família com quatro ou mais membros. Se em uma igreja apenas um ou dois trabalham ela não irá crescer como deveria a não ser que todos trabalhem. A conta é simples: se o irmão X planta vinte sementes por dia e se a irmã Y trabalhar também, eles plantarão quarenta. Se o irmão Z também ajudar, plantarão sessenta, e assim por diante. Portanto, plantar igrejas é semelhante ao trabalho realizado pela família que sempre trabalhou na agricultura para sobreviver, todos devem participar.

CONCLUSÃO


O crescimento da igreja deve ser equilibrado: qualitativo e quantitativo. Mas, o que é mais importante para a Igreja, a quantidade ou a qualidade? Segundo Rick Warren este é, infelizmente, um mito bastante propagado quando se fala em crescimento de igreja. É como se a igreja tivesse de escolher entre quantidade e qualidade. Ele define: “Quantidade se refere ao tipo de discípulos que uma igreja produz; quantidade se refere ao número de discípulos que uma igreja está produzindo”. Toda igreja deve buscar o maior numero de pessoas possíveis e também desejar que essas pessoas se tornem crentes de qualidade. Qualidade produz quantidade e quantidade cria qualidade. A igreja em Jerusalém possuía qualidade e quantidade (cf. Atos 6:1-7). Crescer em qualidade de vida: em intimidade com Deus, na oração e em santidade e no caráter de Cristo. Crescer em quantidade: em número de pessoas salvas pelo sangue de Jesus.

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Dinheiro – a prosperidade que vem de Deus – rev. Hernandes Dias Lopes.

O que a Bíblia Ensina Sobre a Igreja e seu Dinheiro? - Dennis Allan.

O árduo trabalho missionário – Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal, CPAD.

A secularização da Igreja – Dr. Caramuru Afonso Francisco.

 

2 comentários:

  1. Olá, meu querido irmão Luciano. Gostei muito de suas publicações. Tenho a honra de convidá-lo a ser um seguidor do meu blog, para que possamos interagir com nossas produções, colaborando com o crescimento da EBD ao tempo em que evangelizamos cumprindo assim o tripé deste setor de educação cristã. Meu Blog: eclesia21.blogspot.com.br

    Grato,

    Seu irmão em Cristo, Moraes

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  2. Muito bom irmão, como pastor evangélico que sempre busco aprender, me alimentei muito com este estudo, Deus abençoe teu ministério!!

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