terça-feira, 25 de junho de 2013

LIÇÕES BÍBLICAS DO 3º TRIMESTRE DE 2013


 


 

 



 

No 3º Trimestre de 2013 estudaremos, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o tema: “Filipenses - A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja”. As lições serão comentadas pelo pastor Elienai Cabral. Foram divididas nos seguintes temas:

 

Lição 1— Paulo e a Igreja em Filipos.

Lição 2— Esperança em Meio à Adversidade.

Lição 3— O Comportamento dos Salvos em Cristo.

Lição 4— Jesus, o Modelo Ideal de Humanidade.

Lição 5— As Virtudes dos Salvos em Cristo.

Lição 6— A Fidelidade dos Obreiros do Senhor.

Lição 7— A Atualidade dos Conselhos Paulinos.

Lição 8— A Suprema Aspiração do Crente.

Lição 9— Confrontando os Inimigos da Cruz de Cristo.

Lição 10— A Alegria do Salvo em Cristo.

Lição 11— Uma Vida Cristã Equilibrada.

Lição 12— A Reciprocidade do Amor Cristão.

Lição 13— O Sacrifício que Agrada a Deus.

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“Filipenses – A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja”


Neste trimestre iremos estudar sobre a Carta de Paulo aos Filipenses. Esta carta foi escrita em circunstâncias difíceis, enquanto o grande apóstolo estava preso em Roma.

A nota dominante em toda a carta é a alegria triunfante. Paulo, embora fosse um prisioneiro, era muito feliz, e incentivava e ainda incentiva seus leitores para sempre se regozijarem em Cristo (Fp 4:4). Na verdade, o conceito de “regozijo” ou “alegria” aparece dezesseis vezes em quatro capítulos. As páginas irradiam a mensagem positiva e triunfante de que, por causa da obra que Cristo fez por nós (Fp 2:6-11;3:12), por causa da obra do Espirito Santo em nós e através de nós (Fp 1:6,12-14,18-26;2:12,13;4:4-7,10-13), e por causa do plano de Deus para nós (Fp 1:6,9,10;3:7-14,20,21;4:19), podemos e devemos nos regozijar!

Também, a alegria apresentada em Filpenses envolve uma ardente expectativa da iminente volta de Cristo. Essa expectativa dominante no pensamento de Paulo é observado em suas cinco referências à volta de Cristo, e em cada referência há uma nota de alegria (Fp 1:6,10;2:16; 3:20;4:5).

Outro fator que é observado nesta Carta é sobre “a humildade de Cristo como exemplo para a Igreja”, que é o tema que será discorrido ao longo do trimestre. Se todos os cristãos da atualidade pudessem ser conscientizados a olharem para Cristo como o exemplo de humildade, certamente, todos os problemas internos das igrejas seriam corrigidos. Não haja dúvida, o melhor remédio para curar os males de uma igreja local é olhar par Jesus, seguir os seus passos e imitar o Seu exemplo. A humildade é o remédio para os males que atacam a unidade da Igreja local. A Igreja de Filipos estava sendo atacada por inimigos externos e por intrigas internas. Para corrigir os dois males ela deveria olhar para Jesus.

O Rev. Hernandes Dias Lopes, citando William Hendriksen, corretamente afirma que há uma área em que Cristo não pode ser nosso exemplo: Não podemos imitar os Seus atos redentivos nem sofrer e morrer vicariamente. Contudo, com o auxílio de Deus, podemos e devemos imitar o espírito que serviu de base para esses atos. A atitude de auto-renúnica, com vistas a auxiliar outros, deveria estar presente e se expandir na vida de cada discípulo (Mt 11:29; João 13:12-17; 13:34; 21:19; 1Co 11:1; 1Ts 1:6; 1Pe 2:21-23; 1João 2:6). Se Jesus não é o nosso exemplo, então nossa fé é estéril, e nossa ortodoxia, morta. (1)

Aqueles que aceitam Jesus Cristo como Salvador passam a fazer parte de uma comunidade de crentes, a Igreja. Os centres devem obedecer a seu Salvador por causa de quem Ele é e pelo que Ele fez a nosso favor. Paulo descreve este fato de forma eloquente nos seguintes textos:

“que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. “Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens ;e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz”(Fp 2:6-8).

Nestes versículos, Paulo mostra a humildade integral de Cristo. Ele enfatiza como o Senhor Jesus deixou a glória incomparável do Céu e humilhou-se como um servo, sendo obediente até à morte para o beneficio dos outros.

Este mesmo sentimento deve existir nos seus seguidores, os quais foram chamados para viver com sacrifício e renúncia, cuidando dos outros e fazendo-lhes o bem.

Enfatiza o apóstolo Paulo: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para que o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2:3-5).

Na verdade, entre o povo de Deus, a humildade é um imperativo: “...revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas graça aos humildes”(1Pe 5:5). Também, Tiago diz que Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (Tg 4:6), e o apóstolo Pedro ordena: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte”(1Pe 5:6).

Em fim, a humildade deve ser a marca do cristão, pois seu Senhor e mestre foi “...manso e humilde de coração”(Mt 11:29).

 

Luciano de Paula Lourenço


 

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(1)  FILIPENSES – A ALEGRIA TRIUNFANTE NO MEIO DOS PROVAS – Rev. Hernandes Dias Lopes

 

domingo, 23 de junho de 2013

Aula 13 - EU E MINHA CASA SERVIREMOS AO SENHOR


2º Trimestre/2013

Texto Básico: Josué 24:14-18,22,24

 

“Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus,  em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR”(Josué 24:15).

 

INTRODUÇÃO


Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus,  em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR”. Esta é uma afirmação de fé por Josué no Antigo Testamento. Este versículo expressa o coração de um grande líder espiritual no final de sua vida. Nestas palavras simples encontramos a vontade de Deus expressamente afirmada. Josué é o exemplo de um homem que persistiu em ser fiel a Deus e que foi recompensado por sua fé. Mas ele fez questão de reafirmar a fé em Deus para a sua família.

Josué tomou a decisão junto com sua família para servir ao Senhor. Será que você e sua casa servirão ao Senhor? Precisamos estar cientes de que nossas decisões têm consequências boas ou más, não só sobre nós, mas também sobre outras pessoas. A decisão egoísta afeta nossas famílias de forma negativa. Da mesma forma, a decisão de servir a Deus influencia positivamente nossas famílias.  A família que serve fielmente ao Senhor jamais será destruída. Devemos servir ao Senhor e fazer tudo ao nosso alcance para ver que a nossa família siga o nosso exemplo. Que possamos dizer com ousadia: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”.

I. JOSUÉ – UMA DECISÃO EXEMPLAR


1. A firme tomada de posição. Josué, ao término de seu governo, tomou uma posição firme e resoluta ao lado de sua família. Quando exortava o povo a se definir, ante a idolatria, ele disse: “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR” (Js 24:15). Ele deixou patente aos olhos do povo que a vida de adoração e fidelidade a Deus não pode dispensar a dimensão familiar.

A vida espiritual de Josué era tal que não bastava que ele, individualmente, servisse a Deus, mas se fazia necessário que fosse acompanhado de sua família e, por isso, havia se dedicado a cuidar para que sua casa também lhe seguisse. Obviamente que o fato de os seus filhos e demais descendentes serem fiéis a Deus era consequência de uma opção própria, mas a fidelidade, a obediência e o exemplo de Josué tinham sido fundamentais, preponderantes para que os seus resolvessem seguir-lhe no serviço e adoração ao Senhor. Certamente, Josué reforçara esta necessidade ao vislumbrar o triste caso de Acã que, no seu desatino, acabou levando toda a sua família à perdição (Js 7:24-26). Acã pecara e levara toda a sua família a pecar com ele, pois, do modo como procedeu, fica claro que sua família estava ciente do pecado e com ele consentiu, dele se fazendo participante. É realmente triste quando a família deixa a graça de Deus (“Acã” significa “desgraça”) e se deixa levar pelo pecado. Pense nisso!

2. O perigo da omissão dos pais. A maior parte dos ataques contra a família cristã tem sucesso porque os lideres do lar não tomam posição desde cedo. Muitas vezes, as crianças são criadas fazendo o que bem querem e entendem. Os adolescentes ficam entregues a si mesmos, e os jovens tem absoluta independência. Esse é um modelo de família que não corresponde aos princípios bíblicos. A educação tardia, quando já são adolescentes ou jovens, tende a perder sua eficácia. A decisão de servir a Deus com a família deve ser o mais breve possível. Famílias que aceitam a Cristo, quando os filhos já são grandes tem maior dificuldades em levá-los aos pés do Senhor. A Palavra de Deus recomenda aos pais que criem os seus filhos “na doutrina e admoestação do Senhor” (Ec 6:4b). Essa decisão deve ser prioritária na vida dos pais. Assim agiu Josué, porque ele sabia que, de outra forma, não haveria esperança para o seu lar.

Paulo nos adverte: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente”(1Tm 5:8). O sacerdote Eli viu a glória de Israel desvanecer-se porque não corrigiu com energia os seus filhos néscios. Por não ter cuidado dos seus, teve sua casa amaldiçoada, perdeu os dois filhos num único dia e morreu com a péssima notícia do roubo da arca da aliança.

II. O EXEMPLO DECISIVO E CORAJOSO DE NOÉ


1. Noé andou com Deus.Noé era varão justo e reto em suas gerações; Noé andava com Deus” (Gn 6:9). Noé tinha qualidades importantíssimas para um servo de Deus: era "varão justo" e "reto em suas gerações". Além disso, ele tinha a "graça" de Deus (Gn 6:8).

Não seria maravilhoso se um dia Deus dissesse de você: "este é um homem justo e reto." Ou: "esta é uma mulher reta(íntegra)”. Não é isto que você gostaria de ser? Mas por que Noé foi considerado um homem justo e reto? A Bíblia afirma: "Noé andava com Deus".

Lembra-se de Abraão? Ele é chamado "o Pai da Fé". Um dia Deus Se apresentou a ele e disse-lhe: "...Eu sou o Deus Todo-poderoso, anda na minha presença e sê perfeito" (Gn 17:1). Tudo que Deus esperava de Abraão era que ele andasse com Deus. O resultado disso seria uma vida de perfeição.

O que dizer de Davi? A Bíblia afirma que: "... achei a Davi filho de Jessé, varão conforme o meu coração..." (Atos 13:22). Ah se um dia Deus pudesse dizer isso de nós! O que mais poderíamos esperar? Mas, por que foi que Davi tornou-se "o homem conforme o coração de Deus"? Qual era a maior obsessão da vida de Davi? Nos Salmos 116 encontramos: "Andarei perante a face do Senhor, na terra dos viventes" (Salmos 116:9).

Você percebeu que existe uma frase que é denominador comum na vida de todos os homens mencionados? Isso mesmo! A frase é: "Andou com Deus". Todos eles foram perfeitos porque andaram com Deus. Existia um relacionamento maravilhoso de amor entre Deus e eles. Em sua experiência, tinham chegado ao ponto de não conseguirem mais viver separados de Deus. Por isso Deus os considerou perfeitos, santos, justos, íntegros e retos.

O interessante é que há sempre alguma coisa curiosa na vida de todos eles:

- Noé um dia ficou embriagado a tal ponto que tirou a roupa e ficou nu, dando um vexame para toda sua família. A despeito disso, Deus diz que ele era justo e reto entre seus contemporâneos.

- Abraão um dia foi tão covarde que teve medo de dizer que Sara era sua mulher e afirmando que era sua irmã, quase empurrou Faraó ao adultério. Os resultados teriam sido terríveis se Deus não interviesse milagrosamente. Mas, sabe o que Deus diz dele? "Abraão era perfeito". O apóstolo São Paulo até o chama de "o pai da fé".

- E o que dizer de Davi? Um dia ele mergulhou nas águas turvas do assassinato, da intriga e do adultério. E sabe o que a Bíblia diz dele? Que Davi era um homem "conforme o coração de Deus".

Para os seres humanos, uma pessoa é perfeita, santa, justa, íntegra, quando nunca comete nenhum erro, quando faz tudo certinho, quando cumpre todas as normas, leis e regulamentos. Para Deus, uma pessoa é perfeita quando se dispõe a andar com Ele, quando faz de Cristo o mais importante da vida. Quando compreende tudo o que Cristo fez na cruz por ele e clama por um novo coração capaz de amar, quando sente dor por todo o sofrimento que causou a Cristo com seus erros passados. Para Deus uma pessoa é perfeita quando olha para a cruz e se apaixona por Cristo a ponto de dizer: Ó Senhor Jesus, eu Te amo. Eu Te amo tanto que sem Ti a vida não tem sentido. Ajuda-me, por favor a andar Contigo!

Nesse instante, o maravilhoso Deus de amor derrama lágrimas de alegria e segura a fraca mão do homem com Sua mão poderosa. E no instante daquele toque, o passado fica apagado para sempre, não importa se fomos bêbados ou covardes, adúlteros ou assassinos, tudo fica enterrado. Porque naquele momento passamos a ocupar o lugar de Cristo. Ele nos oferece Seus méritos, Sua vida vitoriosa, Seu caráter perfeito e ao mesmo tempo toma sobre Si os nossos pecados e sofre a punição que merecemos por causa deles.

Enfim, Noé andou com Deus fielmente num mundo todo entregue ao pecado; nós devemos e podemos também. Ele é um exemplo significante para os pais de família de hoje, que vivem num mundo cujas características morais são semelhantes às do mundo na época de Noé. Os pais precisam andar com Deus para poderem ver sua família salva.

2. Vivendo numa sociedade corrompida. “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra” (Gn 6:5,11,12). Noé viveu numa das épocas mais terríveis, em termos morais e espirituais, um mundo corrompido, como o mundo atual, que desdenha da santidade, e valoriza a promiscuidade pecaminosa do homem sem Deus. A corrupção, a violência, a depravação sexual e outros males eram globais. Em toda a história, houve pecaminosidade, mas nos dias atuais essa pecaminosidade tem sido aumentada em índices muito elevados que ultrapassam o que havia no tempo do patriarca do Dilúvio. Este é o tempo que precede a volta de Jesus (Mt 24:37,39). Pais de família estão perplexos quando veem seus filhos sendo levados pela onda avassaladora de imoralidade e corrupção. O que fazer? O exemplo de Noé é marcante e inspira confiar no Deus Todo-Poderoso.

3. A salvação de Noé e sua família. Apesar de todo o clima de rebeldia e de maldade reinantes na face da Terra, Noé alcançou graça aos olhos do Senhor. E como era um homem justo e temente ao Senhor, Deus revelou a Noé o Seu propósito de destruir o mundo, mas também o de salvá-lo da destruição, não somente a ele, como também a toda a sua família (Gn 6:18). Após essa revelação divina, Noé se esforçou para que o propósito divino se tornasse realidade.

Deus prometeu que salvaria Noé, mas Noé teve de construir a arca, como sinal de sua fé e obediência. Além de fé na palavra do Senhor e da obediência à ordem divina, o gesto de Noé em construir a arca revelou, também, o amor que tinha aos seus familiares (Hb 11:7). Esse amor de Noé também se evidencia pelo fato de ter propagado a mensagem divina a todos os homens de seu tempo durante a construção da arca (2Pe 2:5). Esta pregação, naturalmente, começou com a sua própria família, pois Noé tinha o propósito de salvar a sua família e, ao iniciar a construção da arca, deu conhecimento aos seus familiares do que se tratava.

A família de Noé foi salva, mas porque creu na mensagem pregada por ele. A salvação da família de Noé estava no propósito de Deus e a arca foi construída de forma a acolhê-la durante o dilúvio, porém esta salvação somente foi possível porque cada integrante da família de Noé entrou na arca (Gn 7:7). Caso os filhos e noras não tivessem entrado na arca, não teriam se salvado do dilúvio.

Noé fez a sua parte, construindo a arca, pregando a palavra, sendo o exemplo de fé e obediência a Deus para os seus familiares, mas a salvação dependeu do gesto de cada integrante da família. Obviamente que a fidelidade, a obediência e o exemplo dados por Noé foram decisivos para que seus familiares cressem na palavra do Senhor e entrassem na arca. Deus criou todos os meios e as condições para que a família toda fosse salva e cumpriu a Sua promessa de salvá-la, tendo os seus integrantes crido e confiado no Senhor.

Assim é que devemos também fazer com relação a nossas famílias: crer na palavra do Senhor, obedecer às ordens divinas, pregar a palavra aos nossos familiares e vivê-la para servirmos de exemplo. A decisão de se salvar é individual, depende de cada integrante da família, mas, se nos esforçarmos, seremos um elemento preponderante na escolha pela vida de nossos familiares. Deus tem interesse em salvar nossas famílias e devemos agir de modo a que isto se torne uma realidade.

III. O EXEMPLO DOS RECABITAS


Na história da humanidade Deus sempre teve um remanescente fiel que lhe agradava e não se conformava com o sistema vil do mundo. Esses lhe eram peculiares pelo fato de servirem de modelo para os povos contemporâneos e futuros. Foi assim que aconteceu com a família dos recabitas.

1. Uma família exemplar. Os recabitas eram nômades, provavelmente descendentes dos quenitas (ou queneus). Moisés era casado com uma quenita (Juízes 1:16), filha de Jetro. Este povo se juntou aos hebreus em sua caminhada para a terra de Canaã.

O ascendente direto dos recabitas foi Recabe(1Cr 2:55), sobre quem pouco sabemos. Sabemos mais sobre um de seus descendentes, Jonadabe(Jr 35:6).

O rei Saul demonstrou bondade para com eles (1Sm 15:6), pela simpatia que sempre demonstraram para com os hebreus.

Jonadabe trabalhou com Jeú, no século 9 a.C., quando o rei, contemporâneo de Eliseu, se empenhou na destruição dos seguidores de Baal em Israel(cf 2Rs 10:15-28).

A maioria dos quenitas morava em cidades, adotando um estilo de vida urbano (1Sm 30:29). No entanto, Jonadabe convocou seus descendentes a um novo tipo de vida, renovando-lhes o sentido de sua existência. Jonadabe pediu ao seu clã que conservasse uma vida simples, sem consumo de bebida alcoólica (vinho), sem construção de casas e sem a formação de fazendas. Até à época de Jeremias permaneciam fiéis ao estilo de vida implantado pelo fundador: Jonadabe, filho de Recabe. Eram miais de 200 anos de fidelidade.

Os recabitas entram na história do povo de Deus de maneira heróica. Jonadabe, fundador do clã, participou com Jeú(rei de Israel) do extermínio da casa de Acabe e dos sacerdotes de Baal, conforme 2Reis 10:15ss. Jonadabe identificou-se com aquele que zelava pelo Senhor e por fazer cumprir as palavras proféticas contra a casa de Acabe. Apesar dos desvios de Jeú e de outros líderes em Israel, os recabitas mantiveram-se fiéis à Lei de Deus, embora não passassem de forasteiros entre os hebreus.

Honravam a tradição de seus antepassados. Os recabitas foram obedientes e demonstraram respeito às tradições de seus pais - ”Assim, ouvimos e fizemos conforme tudo quanto nos mandou Jonadabe, nosso pai" (Jr 35:10). Jonadabe é um exemplo de pai. Ele deixou uma instrução. Certamente, não falou apenas uma vez, mas ensinou com palavras e com atos de compromisso, e com tal intensidade, que marcou seus filhos, netos e bisnetos. É uma família exemplar. Se quisermos agradar ao Senhor, precisamos obedecer-lhe. A obediência é uma prova do nosso amor a Deus.

2. Um exemplo de fidelidade. Quando Nabucodonozor invadiu a terra de Judá, os recabitas se refugiaram em Jerusalém (Jr 30:11), e lá Jeremias foi encontrá-los, enviado por Deus. Talvez Jeremias já os conhecesse, porque eles exerciam a profissão de metalúrgicos, tão importantes à época. Talvez Jeremias deva ter pensado: "vamos ver se esse pessoal resiste ao meu convite". Imagino que Jeremias sabia que aquela gente era cônscia de que ele era um profeta de Deus; logo, eles iam levar a sério sua palavra. Muitos, talvez, duvidassem que aqueles nômades resistissem a prova de Jeremias. Quem sabe se muitos não faziam até mesmo apostas, semelhantes àquelas que ainda são feitas quando há um desafio a enfrentar por parte de alguém que será provado. Todavia, a resposta deles foi de uma fidelidade a toda prova (cf Jr 35:6-11). Os recabitas permaneceram fiéis às suas convicções, e não desobedeceram aos princípios estabelecidos por seu antepassado (Jonadabe). Com essa dramatização, Deus queria exortar ao povo de Judá que o exemplo de fidelidade e temperança dos recabitas era digno de ser imitado. Por meio dessa dramatização Jeremias chamou a atenção para fidelidade e obediência dessa família à ordem do seu antepassado.

Por sua fidelidade, Deus recompensa os recabitas:E à casa dos recabitas disse Jeremias: Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Visto que obedecestes ao mandamento de Jonadabe, vosso pai, e guardastes todos os seus mandamentos, e fizestes conforme tudo quanto vos ordenou, assim diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: Nunca faltará varão a Jonadabe, filho de Recabe, que assista perante a minha face todos os dias” (Jr 30:18,19). Todos os crentes que conhecem os ensinos divinos e os praticam fielmente para honrarem ao Senhor, à igreja e aos pais receberão a bênção e a recompensa do Senhor.

Os recabitas tornaram-se um singular exemplo de moderação, prudência e fidelidade a todo o povo de Deus. Isto nos mostra que, mesmo em tempos de grande apostasia, Deus tem servos fiéis, que não se afastam de seus mandamentos. A fidelidade aos princípios divinos fez a diferença no caso dos recabitas, e o mesmo acontece com aqueles que insistem em ser fiéis ao Senhor em tempos de esfriamento espiritual.

A fidelidade e a temperança dos recabitas ficaram gravadas para sempre nos anais da literatura bíblica como um exemplo vivo de uma devoção completa que Deus procura no homem. O propósito dos recabitas viverem separados do mal deve ser o alvo dos verdadeiros seguidores de Cristo. Todos os pais crentes devem, da mesma maneira que Jonadabe, ensinar aos filhos os princípios santos que os ajudarão a permanecer fiéis a Deus e à sua Palavra. Pense nisto!

CONCLUSÃO


Assim como Josué deu um bom exemplo para sua família seguir a Deus, cada homem cristão deve fazer uma declaração semelhante à família que o Senhor lhe deu.  A quem você servirá hoje? “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”.

Agradeço a Deus por mais um trimestre letivo, rico de bênçãos espirituais. Agradeço, também, a todos que me acompanharam durante este trimestre. “O SENHOR te abençoe e te guarde; o SENHOR faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o SENHOR sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz” (Nm 6:24-26).

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Revista Ensinador Cristão – nº 54 – CPAD.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal.

A Família Cristã e os ataques do inimigo – Elinaldo Renovato – CPAD.

E serás salvo tu e tua casa – Dr. Caramuru Afonso Francisco – PortalEBD.

 

 

segunda-feira, 17 de junho de 2013

O LIDER CONCRETIZA OS ALVOS


Subsídio Teológico para a lição 12 – Educação Cristã Continuada

Texto Básico: João 21:15-17

“Disse-lhe Jesus: Pastoreai as minhas ovelhas” (João 21:16)











INTRODUÇÃO

Um alvo é um objetivo específico que se pretende alcançar em um tempo específico. Na vida, de um modo em geral, só conseguimos êxito quando concretizamos nossos alvos. Cada área da nossa vida tem de ser consolidada por alvos alcançados. Estabeleça seus alvos na sua vida espiritual, familiar, material e pessoal e lute porque o seu sucesso depende de sua capacidade de perseguir e concretizar os alvos.

I. SISTEMA DE LIDERANÇA


Um sistema é um conjunto de elementos interconectados, de modo a formar um todo organizado. Todo sistema possui um objetivo geral a ser atingido.


 II. ESTABELECENDO ALVOS

Líderes vencedores tem iniciativa e estabelecem alvos, e trabalham para alcançá-los. Vencedores são pessoas comprometidas com aquilo que fazem, e a dura realidade é que “quem não estabelece alvos, na verdade não quer se comprometer”. Líderes vencedores fazem todos os dias o que desanimados fazem de vez em quando. Líderes vencedores estabelecem alvos.

1. Critérios importantes. Estabelecer alvos não é uma tarefa difícil, porém existem alguns critérios importantes para isso:

a) Faça um planejamento. Planejar não é perda de tempo, é aperfeiçoar a aplicação dos recursos e as chances de sucesso. É ampliar significativamente as possibilidades de concretizar a visão. É mirar o alvo com precisão antes de queimar a pólvora e disparar o tiro. E quando regamos o planejamento com oração, o Espírito Santo opera maravilhosamente tanto nessa fase quanto na execução. Ele é especialista em planejamento.

b) Seja específico. Um alvo não deve ser um vago desejo, mas algo específico. Quanto mais específico for seu alvo, melhor será e muito mais perto você estará de alcançá-lo. É muito vago dizer: “neste ano vamos ganhar o bairro inteiro para Jesus”. Porém, aquele que especifica o seu alvo diz: “até o final do mês evangelizaremos aquelas três famílias”. Quando você especifica seu alvo, ele se torna um alvo real, atingível, você vê o progresso do seu objetivo e Deus honra a sua atitude.

c) Anuncie seu alvo à sua igreja local, ou à sua equipe de liderados. Ninguém irá cooperar com algo que não conhece. Quando o líder anuncia seu alvo, ele eleva seu nível de comprometimento e também compromete a equipe com o alvo anunciado.

d) Faça os preparativos para alcançar o alvo. Todo casal que espera um bebê, faz o seu enxoval. Se você quiser mais pessoas na congregação que você dirige, prepare no mínimo mais cadeiras. É claro que este é um exemplo do mínimo que se pode fazer, mas realmente se o líder quer mais pessoas na sua igreja local, ele não medirá esforços para que isso aconteça, envolvendo todos os seus liderados com planejamento inteligível, a fim de concretizar o alvo pretendido. Chamamos isso de coerência.

2. O exemplo de Paulo. Paulo era um dos líderes espirituais da igreja do seu tempo. Ele compreendia o seu papel e se esforçava para concretizar aquilo que Deus havia colocado sobre suas mãos.

Alguns alvos do ministério de Paulo em relação à igreja de Colossos:

a) Consolar o coração dos irmãos - “para que o coração deles seja confortado...” (Cl 2:2). Paulo entendia que o seu ministério implicava em encorajar aqueles que estavam desfalecendo. Para isso, ele ensinava o evangelho da glória de Cristo (cf Cl 1:27).

b) Manter os irmãos unidos pelo amor - “... e vinculado juntamente em amor...”(Cl 2:2b). Para vivermos perfeitamente os nossos relacionamentos no corpo de Cristo precisamos do amor. Paulo lutava por isso. Seus esforços eram para que todos pudessem vivenciar o amor em suas relações. Segundo ele, o amor é o “vínculo da perfeição” (cf. Cl 3:14).

c) Proporcionar o deleite dos irmãos em Cristo - “... e eles tenham toda a riqueza da forte convicção do entendimento, para compreenderem plenamente o mistério de Deus, Cristo, em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Cl 2:2c, 3). Além de estar unida pelo amor, Paulo deseja ver a igreja se maravilhando na “riqueza” provinda da “forte convicção do entendimento” (Cl 2:2). Essa convicção deveria ser na pessoa de Cristo, o “mistério de Deus”. Nele, estão “ocultos” o “tesouro da sabedoria e do conhecimento” (Cl 2:3) – tesouro porque a sabedoria e o conhecimento do amor de Deus foi revelado em Cristo.

Cristo é o maior tesouro que podemos ter. Nada nessa vida poderia proporcionar a certeza da salvação, senão a obra redentora de Deus em Cristo.

d) Impedir o engano entre os irmãos - “Assim, digo para que ninguém vos engane com raciocínios falazes” (Cl 2:4). O bom líder não pode se omitir de exortar a igreja contra os falsos mestres. Paulo advertiu aos Colossenses acerca das maquinações que alguns falsos mestres estavam tentando convencê-los. Com seus raciocínios ardilosos procuravam desviar a fé deles em Cristo. Os falsos líderes se utilizavam de vãs sutilezas em sua filosofia (cf. Cl 2:8). A omissão dessa função pode ser fatal para a fé daqueles que são crianças espirituais. Atualmente temos visto muitos falsos mestres, que se utilizam da mídia para ludibriar a fé de muitos. A teologia da prosperidade é um exemplo dos falsos ensinos que tentam relegar Cristo da fé.

3. O exemplo de Pedro.  Pedro era um líder entre os discípulos devido à sua personalidade. Ele era aquele que "dava a sua cara a tapa" fazendo aquilo que os discípulos tinham vontade, mas não tinham coragem para fazer.

Todavia, antes de se converter, Pedro tinha um grande defeito: se sentia muito autoconfiante. Ele era um homem que confiava em suas próprias forças. Antes de Jesus ser crucificado, ele olhou para Jesus e disse: “... Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei" (Mc 14:31). Pedro achava que outros poderiam cair, mas, ele nunca. Outros poderiam trair o Senhor Jesus, mas, ele nunca. Nunca devemos confiar nas forças humanas, nós não passamos de barro. Não somos nada sem Cristo. Ele disse: "... sem Mim nada podeis fazer"(João 15:5). A coluna vertebral do cristianismo é Cristo. Pedro se esqueceu disso e caiu. Caiu feio, beijou o pó. Desceu lá no fundo do poço, traiu. Negou a Cristo três vezes. Mas, confrontado por sua consciência e pelo olhar do Mestre, chorou amargamente, arrependido do seu fracasso (Lc 22:61-62).

A despeito dos fracassos vergonhosos de Pedro, Jesus não desistiu dele


Após a ressurreição, Jesus aparece pela terceira vez aos discípulos, junto ao mar de Tiberíades (João 21:1,13). Depois de uma refeição que oferecera aos discípulos, Jesus conversou com Simão Pedro. Em dado momento, perguntou-lhe três vezes: “Amas-me? (João 21:15-17).

Jesus estava ensinando que, se Pedro não o amasse acima de qualquer coisa, jamais estaria apto para pastorear seu rebanho. Talvez este tenha sido um princípio já esquecido por muitos. Não tenho dúvidas de que o que verdadeiramente encoraja e leva um pastor a se desgastar e trabalhar na obra do Senhor não é a recompensa do dinheiro e dos bens materiais, mas o amor por Jesus e ao  seu rebanho, o amor pelos pecadores perdidos e a certeza de que a obra é de Deus e dele vem a nossa recompensa.

AMAS-ME?

Jesus não questionou as respostas de Pedro. Antes, lhe desafiou a levantar-se com proeminência para a vida, em concretizar com amor o alvo de segui-lo e pastorear Suas ovelhas. É o que qualquer líder inspirador deve fazer.

Esta pergunta, também, é dirigida a todos nós cristãos. Devemos estar cônscios de que para servir ao Senhor é necessário, acima de qualquer ato ou bem neste mundo, amá-lo de coração. Em se tratando do pastor, especificamente, que é visto por todos como exemplo do rebanho, amar a Jesus é a maior garantia de que se está preparado para apascentar suas ovelhas - a igreja.

Ações de Pedro, no período da formação da Igreja, no afã de concretizar o alvo proposto por Jesus


Embora os outros apóstolos tenham muitos a ensinar, Pedro pode servir como paradigma por ter sido um dos primeiros líderes da Igreja do Senhor Jesus.

a) A prática da oração. Em Atos 1:13-14, os discípulos e, naturalmente Pedro, estavam orando. Aguardavam o cumprimento da promessa do derramamento do Espírito Santo para prosseguir a caminhada histórica do cristianismo. A experiência da oração constitui-se no elemento central da vida pastoral de Pedro. Foi o segredo da prática ministerial da igreja nascente. A oração estabelece equilíbrios: em nossa vida interior, entre nós e o próximo e entre nós e Deus. E, ainda hoje, nenhum projeto terá sucesso sem essa base de sustentação espiritual.

b) A prática da pregação. Na pregação, a prática do apóstolo Pedro pode ser vista em Atos 2:14-40, no dia do pentecostes; em Atos 3:11-26, na porta do templo, chamada Formosa; em Atos 10:34-43, na casa de Cornélio. As pregações de Pedro sempre deram um significado cristão e salvífico aos fenômenos do Espírito.

c) A prática de ganhar almas. Dentro do trabalho cristão, o maior de todos os alvos é ganhar almas para Jesus. Em Atos 3:1-10, através de Pedro e João, acontece a cura de um coxo; em Atos 5:15, o apóstolo faz muitos milagres; e, em Atos 9:32-43, acontece a cura de Eneias e a ressurreição de Dorcas. Ele conseguiu agir da mesma forma que seu Mestre. O interesse principal nos episódios miraculosos era o de suscitar nas pessoas a decisão de aceitar a salvação em Jesus. Por isso, compete ao pastor ou ao que ministra a enfermos e aflitos trazer conforto e consolo, reavivar sua esperança e fortalecer sua fé.

d) A prática do testemunho. Alguns textos, como Atos 4:1-23; 5:17-18; 5:26-32; 5:41-42, mostram que, nas mais diversas situações, Pedro fazia questão de se identificar como cristão. As ondas de perseguição foram iniciadas pelos saduceus. Mas Pedro não se importava com isso, pois, pregando à multidão no templo ou respondendo às acusações no tribunal, sua preocupação não era a sua própria defesa, mas a honra e a glória do Senhor.

e) A prática do supremo serviço. Jesus tinha determinado uma tarefa suprema a ser realizada, e que Pedro devia cumpri-la conforme o próprio Senhor a faria: pastorear com amor o rebanho de Deus (João 21:15-17). Humildemente, Pedro buscava compreender as necessidades dos outros, certo de que a ele cabia a tarefa de pastorear as ovelhas com amor sacrifical, mas que o rebanho pertencia ao próprio Deus, a quem um dia todos teriam de prestar contas (1Pe 4:5,8; 5:1-4).

Pedro, o grande líder da igreja primitiva, concretizou o alvo estabelecido pelo Senhor. No final de sua vida, à semelhança do Sumo Pastor, exorta aos presbíteros de então: “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós...” (cf 1Pe 5:1-4). A exortação é atemporal. O alvo está proposto. Pense nisso!

III. COMPREENDENDO AS NECESSIDADES


Um líder deve ter sensibilidade - quase espiritual - para perceber e entender as necessidades prementes das pessoas, do meio em que atua ou pretende atuar. Após termos determinado as necessidades das pessoas e expresso de forma clara, então poderemos estabelecer os nossos alvos. Isto pode estar relacionado tanto ao aspecto profissional secular (negócios em geral) como ao orbe evangélico, visando o crescimento do reino de Jesus Cristo: a Igreja.

Uma das formas de constatar as necessidades das pessoas com relação a alguma atividade que se pretende implementar é através de pesquisa de campo. Se o método aplicado for bem feito e capaz de representar bem o universo da pesquisa, então se conhecerá as necessidades das pessoas, e assim pode-se estabelecer os alvos a serem concretizados.

IV. GERENCIAMENTO ATRAVÉS DE ALVOS


Quando falamos em gerir através de alvos, queremos dar a entender que terá de identificar os seus alvos, e então conduzir o trabalho a ser feito de modo que os alvos determinados sejam alcançados. Provavelmente, essa é a maneira mais eficiente de conduzir qualquer espécie de trabalho.

A maior parte dos problemas que envolvem o trabalho cristão resulta do fato de os líderes evangélicos não terem fixado alvos claros, ou então nem mesmo compreendem a diferença entre um alvo e uma atividade. Eles dão mais atenção a terem reuniões e a traçarem projetos a curto prazo. Fazem uma ideia de que essas atividades são para a glória do Senhor, mas não sabem como julgar se tais atividades são tão bem sucedidas quanto deveriam ser.

Aprendemos a gerir por meio de alvos quando contemplamos as nossas organizações como um todo, com propósitos definidos que somos capazes de compreender. E então, nós e aqueles com quem estamos a trabalhar, podemos estabelecer alvos que podem ser atingidos e avaliados.  

Pensemos em Ester. O alvo dela era a salvação do seu povo. Tudo quanto ela fazia tinha o propósito de salvá-lo da morte decretada. A fim de atingir o seu propósito, concretizar o seu alvo final, ela precisou de alcançar outros alvos, secundários, como o de obter a atenção e a aprovação do rei.

Vamos pensar um pouco sobre a preparação e o dar um sermão evangélico. Digamos que o alvo final é obter decisões a favor de Jesus Cristo. Para atingirmos esse fim, estabelecemos para nós mesmos o seguinte alvo: um sermão eficaz. A fim de conseguir isso, precisamos de bom conteúdo, precisamos saber como se estuda a Bíblia. Isso pode significar que teremos de aprender como se usam instrumentos como uma concordância bíblica ou um comentário. Naturalmente, isso significa que precisamos saber ler. E para que apresentemos um bom sermão, talvez tenhamos de fazer um curso de homilética (a arte de pregar). Também teremos de ter um bom conhecimento da gramática da nossa língua e dispor de um vocabulário eficiente. Desta maneira vemos que, para que cheguemos ao nosso alvo final, teremos de atingir certo número de alvos. Isto é gerir por meio de alvos. Um líder cristão precisa compreender isso, devendo ser capaz de explicar isto aos seus obreiros.

CONCLUSÃO


O desejo de Deus é que aprendamos a colocar em prática o propósito maravilhoso que Ele tem para as nossas vidas através de alvos mensuráveis e não vivamos por aí fazendo as coisas de qualquer jeito, sem organização. Lute e descubra o que Deus tem pra você e estabeleça como você vai fazer cada coisa e quando vai fazer. Deus o abençoe e conte com a sabedoria e a unção do Espírito Santo.

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal, CPAD.

Princípios para uma boa liderança - Pr. Cleverson de Abreu Faria.

 

 

domingo, 16 de junho de 2013

Aula 12 – A FAMILIA E A IGREJA


2º Trimestre_2013

 
Texto Básico: Romanos 16:1-5,7,10,11,13,15,24

 
“Alegrei-me quando me disseram: vamos à Casa do Senhor” (Sl 123:1)

 

INTRODUÇÃO


A Família e a Igreja são duas instituições profundamente interligadas. São dois projetos de Deus e que continuam sob sua proteção e que são objetos do seu amor.

A Igreja é uma instituição que, embora planejada por Deus desde antes da fundação do mundo, somente foi criada e estabelecida nesta nossa atual dispensação, a dispensação da graça (Ef 3:1-11). Ela foi a primeira organização social constituída, existiu antes da escola, antes do próprio Estado, e pode subsistir independentemente de qualquer outra instituição social.

A Família, do ponto de vista sociológico, é considerada como uma unidade básica e universal. Básica porque dela depende a sociedade; universal, porque ela se encontra em todas as sociedades humanas, de uma forma ou de outra.

Por mais que Satanás e seus agentes, humanos e espirituais, se empenhem em destruir essas duas instituições, elas são indestrutíveis.

I. FAMILIA: O ELEMENTO BÁSICO DA IGREJA


A igreja Local é formada pela soma de suas famílias. A igreja é o reflexo das famílias. Famílias bem estruturadas formam igrejas bem estruturadas. Isto é verdade, e Satanás sabe disto! Por esta razão, de forma mais acentuada nestes “últimos dias”, ele tem investido, pesadamente, contra a estrutura familiar, de forma especial, através da televisão, usando, principalmente, suas novelas. Desmoralizando o casamento, incentivando as uniões ilícitas, enaltecendo a liberdade sexual, quebrando a hierarquia familiar, retirando ou coibindo a autoridade dos pais, o objetivo de Satanás é enfraquecer, desmoralizar, acabar com a estrutura familiar. Porém, seu alvo principal é a Igreja. Ele sabe que combatendo a família, está prejudicando a Igreja.

1. Sem a família a Igreja não funciona. Família e igreja são instituições que não se confundem, que não podem ser absorvidas uma pela outra, mas que se interdependem, isto é, que devem existir ao mesmo tempo, cooperando uma com a outra. Assim ocorreu no ministério de Jesus Cristo e na igreja primitiva, assim deve ocorrer entre nós.

A família pré-existe à igreja como instituição. Deste modo, toda e qualquer igreja local será constituída de famílias, famílias que, nem sempre, estarão totalmente integradas na igreja local, já que, em mais uma demonstração de que família e igreja não se confundem, Jesus, de modo realista, afirmou que, por causa do Evangelho, haverá, em alguns lares, dissensão, pois a salvação é individual e, embora seja objetivo e propósito do Senhor a salvação de todos os integrantes do grupo familiar, isto, às vezes, não acontecerá (Mt 10:34-36). De qualquer forma, a igreja sempre será constituída de famílias e deverá levar em consideração esta estrutura familiar o seu dia-a-dia, no cumprimento da sua missão.

Sendo pré-existente à igreja e não se desfazendo como grupo social, mesmo quando totalmente integrada à igreja, a família exerce um papel primordial para a vida da igreja local. É impossível que surja alguma igreja sem família, daí porque ser fundamental que a família colabore e coopere para a igreja, inclusive porque, sem a família, a igreja simplesmente não existirá.

2. A família como extensão da Igreja. Podemos dizer que o lar deve ser uma extensão da igreja, e a igreja, uma extensão do lar. A família de Deus deve viver e conviver no ambiente do lar, de tal forma que a presença de Deus possa ser sentida, no seu seio, não apenas quando seus membros reúnem-se na igreja local. Quando uma família serve a Deus, e os pais cultivam o saudável costume de realizar o culto doméstico, os filhos valorizam o lugar onde se adora ao Senhor coletivamente.

Para que a família seja uma extensão da igreja local, é da maior importância que nela haja um ambiente espiritual, que valorize a adoração a Deus. Se adolescentes e jovens, além de viverem conectados a internet, passam horas diante da televisão secular, assistindo novelas e outros programas alienantes, será muito difícil alcançar esse objetivo de ver a família integrada na igreja. A solução para possibilitar essa integração família-igreja e vice-versa é a realização do culto doméstico. O saudoso pastor Estevam Ângelo, descrevendo a respeito do culto domestico, disse certa feita: “Se a família quiser assistir a sete cultos a mais por semana, fazendo o culto domestico, terá uma igreja em casa”. Alguém duvida disso?

Hoje, conquanto existam grandes e até suntuosos templos, o ideal seria que cada família cristã continuasse sendo uma igreja, em miniatura; que cada Lar cristão fosse um “braço”, ou uma extensão de sua igreja.

II. A IGREJA ACOLHENDO AS FAMILIAS


A igreja local é formada por famílias. Se a igreja é formada por famílias, é certo que a igreja fortalece os relacionamentos familiares e a comunhão entre irmãos congregados. Na igreja a família aprende a ter comunhão com outras pessoas e famílias. A igreja fortalece a família, a qual sendo bem estruturada espiritualmente fortifica a igreja, que tende a crescer quantitativa e qualitativamente. Estou de acordo com o que o pr. Elinaldo Renovato diz: “A maior parte das famílias, no mundo atual, está desorientada, sem rumo e sem segurança, em direção à eternidade; o espírito do anticristo trabalha diuturnamente para destruir a instituição familiar. A Igreja do Senhor Jesus Cristo é a única entidade, no mundo, que se preocupa com o futuro espiritual da família. É no ambiente da igreja local, que a comunidade em sua volta pode descobrir que existe uma proposta relevante para o fortalecimento do casamento, do lar e da família”.

1. A natureza humana da Igreja. A igreja local é uma instituição composta de seres humanos dotados de sentimentos, desejos e volição. Nesse caso, a igreja é "humana" em  sua constituição e composição. E onde há  pessoas há relacionamentos. A nossa identidade é formada em relação com os outros. Somos seres relacionais, feitos para vivermos em comunidade, no diálogo e na amizade. O Cristianismo jamais pode ser vivido em isolamento. Portanto, as igrejas locais devem priorizar, facilitar e promover os relacionamentos com uma atitude de abertura para o outro.

Todavia é inevitável problemas de relacionamentos, haja vista que cada pessoa humana é diferente uma da outra. Não fomos feitos em série, como robôs, somos indivíduos. A igreja, no seu aspecto local, não é formada por anjos, ou por espíritos, mas por pessoas, de carne e osso, com suas virtudes e defeitos. Só a igreja no seu sentido universal, como noiva do Cordeiro, é que não tem problemas ou defeitos.

As lideranças cristãs devem atentar bem para a essa realidade humana, na igreja local. É necessário sabedoria divina para administrar o rebanho de Deus, pois são constituídos de pessoas humanas. Com sabedoria e graça de Deus é possível, sim, desenvolver-se uma liderança participativa. Em primeiro lugar, com a participação de Deus, através do Espírito Santo, governando o lado espiritual. Em segundo lugar, com a participação da liderança, em harmonia e integração com os liderados, nas decisões de ordem humana ou administrativas.

Concordo com o pr. Elinaldo Renovato quando diz que não há mais lugar, nos tempos presentes, para governos autocráticos e prepotentes, que dirigiam a igreja como se fossem seus donos ou seus capatazes, com poderes absolutos sobre as vidas das pessoas e de suas famílias. Esse estilo foi causador de muitas divisões e descontentamentos, e matou espiritualmente muitas pessoas, excluídas por motivos banais, sem fundamento bíblico. Esse tempo passou. Por outro lado, não se deve admitir que a igreja local seja espaço para um governo democrático, no sentido sociológico da palavra, como "governo do povo, pelo povo e para o povo". Esse estilo também mata, conduz o povo ao liberalismo e ao relativismo, que ignora os ditames da Palavra de Deus. Pense nisso!

2. A Família e a Igreja – A igreja, no principio, se reunia nas casas. Segundo a história, Roma era tolerante com as muitas religiões existentes no Império. Porém, para Roma o cristianismo não era reconhecido como uma religião; daí, nos primeiros séculos, não foi permitido a construção de templos cristãos.

a) A igreja se reunia nas casas. Cada família era uma igreja, em miniatura; cada lar cristão era um templo. Havia uma igreja em cada casa onde vivia uma família cristã. A igreja não sendo reconhecida, no principio, e perseguida, num segundo momento, reunia-se, clandestinamente, nas casas, talvez em obediência à vontade de Deus, visto que com base nesta estrutura familiar, em menos de setenta anos, já se havia fundado igrejas, além da Judéia, Samaria e Galiléia, também em toda Ásia Menor, norte da África e se iniciava a conquista da Europa.  Ainda na era apostólica os cristãos já eram conhecidos como “...estes que têm alvoroçado o mundo...”(Atos 17:6).

b) Havia um entrelaciomamento entre a igreja e a família, entre a família e a igreja. Nos três primeiros séculos, e, de forma especial, no primeiro século, quando o Novo Testamento estava sendo escrito, família cristã era como sinônimo de igreja cristã. Assim, não há muitos escritos doutrinários destinados, especificamente, à família, embora ela tenha um papel predominante na igreja. Acontece que todos os ensinos, todas as orientações doutrinárias dirigidas à igreja se aplicavam também às famílias, dado o entrelaçamento existente entre estas duas instituições divinas.

c) “A Igreja que está em sua casa”. Esta expressão é encontrada muitas vezes no Novo Testamento. O uso das casas dos cristãos para divulgação do Evangelho e para o ensino da Palavra de Deus, começou em Jerusalém. Como vimos, a igreja foi inaugurada numa casa, quase que com certeza, na casa de Maria, mãe de Marcos, o autor do Evangelho que tem o seu nome. Foi ainda nessa casa que a Igreja continuou se reunindo, especialmente em cultos de oração, conforme se lê em Atos 12:12.  Em Atos 5:42 temos outro registro do uso das casas, pela igreja: “E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo”.

Como se pode observar, as famílias abriam suas casas para uso da igreja. Era, pois, muito forte a relação entre a família e a igreja.

Foi ainda numa casa onde residia uma família que as portas da salvação e do batismo com o Espírito Santo foram abertas aos gentios. Aconteceu na casa de Cornélio (vide Atos 10).

Era também nas casas das famílias cristãs que os obreiros itinerantes, inclusive Paulo, em suas viagens missionárias, eram acolhidos e hospedados.

Em Filipo, Paulo hospedou-se na casa de Lídia – “E depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos rogou, dizendo: se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e ficai ali. E nos constrangeu a isso” (Atos 16:15).

Casas abertas por famílias acolhedoras contribuíram para o crescimento da Igreja. Paulo fez referência, também, a outra irmã hospedeira – a irmã Febe – “...porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo” (Rm 16:2).

São, ainda, diversas as passagens bíblicas que fazem referência à igreja reunindo-se nas casas, tais como estas:

“As Igrejas da Ásia vos saúdam. Saúdam-vos afetuosamente no Senhor, Aquila e Priscila, com a Igreja que está em sua casa”(1Co 16:19).

“... ao amado Filemon, nosso cooperador, e à nossa irmã Afia, ao amado Arquipo, nosso camarada, e a igreja que está em tua casa” (Filemon 1:2).

“Saudai aos irmãos que estão em Laodicéia e a Ninfa e a igreja que está em sua casa”(Cl 4:15).

Como se pode observar, havia, no primeiro século, laços muito fortes no relacionamento entre a Família e a Igreja.

3. A família do obreiro. “Não raro, há obreiros que são atacados indiretamente por Satanás, que atingindo a família deles, os atinge também. É triste ver um filho de pastor fora dos caminhos do Senhor, mas é ainda mais triste ver que na congregação há pessoas que murmuram e acusam o ministro por essa situação.  Ao invés de orarem por seu pastor e pela família que ele tem, falam mal do obreiro, mas quando um dos seus precisa de oração, é ao pastor que recorrem pedindo oração e até visitas!  Aprendamos a interceder por nossos ministros e por suas famílias, pois são alvo dos ataques do Inimigo. Demonstremos amor por nossos líderes apresentando seu lar ao Senhor, para que toda a família possa estar diante de Cristo, pois um dia nós mesmos podemos precisar dessas orações” (ensinador cristão).

O bom relacionamento dos obreiros com os membros (famílias) da igreja e estes com os obreiros faz-se necessário para se evitarem conflitos desnecessários em torno de coisas que podem ser perfeitamente superados com compreensão e amor. Veja o que a Bíblia diz:

a) Relacionamento do obreiro com o membro: “Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” (1Pe 5:1-3).

b) Relacionamento do membro com o obreiro: “E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós e que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam; E que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra. Tende paz entre vós” (1Ts 5:12,13).

Assim, diante do que nos mostra a Bíblia, cremos que é possível haver absoluta harmonia e compreensão no relacionamento entre obreiros e famílias da igreja local, de modo que os componentes das famílias (pais e filhos) possam integrar-se plenamente no seio da comunidade cristã, sem conflitos, sem dissensões e sem divisões, que só trazem dissabores para a obra do Senhor.

III. A FAMILIA NA IGREJA LOCAL


1. A comunhão da família. A família é o lugar para partilharmos nossa vida. Deus quer que vivamos juntos. A essa experiência compartilhada, a Bíblia chama de comunhão. Sem a comunhão da família não há comunhão da igreja, haja vista que a igreja é composta de famílias.

A comunhão é algo que agrada as pessoas e também a Deus, pois ela nos traz bem-estar, paz e alegria.  Assim expressa o salmista Davi: "Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em  união!” (Salmos 133:1). Segundo o pr. Elinaldo Renovato, neste versículo Davi se refere à família de  irmãos de sangue em crise, ou,  de acordo com Matthew Henry, o homem segundo o coração de Deus escreveu "esse salmo por ocasião da  união entre as tribos quando todas elas se uniram unânimes para fazê-lo rei". Logo, o Salmo davídico pronuncia a bênção para uma família que anda em  comunhão. “Irmãos e irmãs que vivem em  paz no  lar  e fora dele são tão valiosos quanto o  óleo que ungiu Arão, o  sumo sacerdote. Numa casa pacífica e unida, as bênçãos do  Senhor se manifestam”.

2. Envolvendo-se com o Corpo de Cristo. Toda a família deve se envolver  com as atividades da  igreja.  Ali, é o espaço religioso onde adoramos a Deus e proclamamos o Evangelho de  Jesus. A família deve participar de maneira ativa:

a) Adorando a Deus. É uma grande bênção quando a família sente-se alegre em ir à igreja para adorar a Deus, participando ativamente do culto e não apenas como meros assistentes (Sl 122:1). Aliás, Deus quer que cada família seja uma igreja, isto é, que, em cada família da igreja local, exista uma atmosfera de adoração a Deus. Se a família for um altar na presença de Deus, todos os integrantes irão, desde o seu lar, levar uma brasa acesa para as reuniões e atividades da igreja local e a reunião de brasas acesas produzirá, inevitavelmente, um incêndio espiritual de grandes proporções. Se cada crente, já em sua casa, tiver o fervor do Espírito, não há como impedir uma operação, uma demonstração de poder e de Espírito nas reuniões e atividades da igreja local. Na igreja primitiva, as igrejas já estavam em casa, ou seja, ali mesmo, nas casas, Deus já estava presente e Se fazia manifestar pelo Seu Espírito. Muito da fraqueza e vulnerabilidade das igrejas dos nossos dias está, precisamente, no fato de que as famílias, os lares que compõem a igreja local, serem lugares totalmente secularizados, ou seja, os lares dos crentes tornaram-se um ambiente mundano, um lugar profano, um recinto onde não se sente nem se invoca a presença de Deus.

b) Servindo a Deus. Os pais devem dar o exemplo, engajando-se no serviço a Deus, estimulando seus filhos a fazerem o mesmo. Quando os filhos participam de atividades, na igreja local, cantando, tocando, participando da evangelização; quando são alunos da Escola Dominical, ao lado de seus pais, dificilmente o maligno consegue afastá-los dos caminhos do Senhor. Envolvidos na obra do Senhor, os filhos se afastam do mundo.

c) Contribuindo financeiramente. Desde cedo, a família deve ser ensinada sobre a importância da contribuição financeira para a casa do Senhor. Os filhos precisam conscientizar-se de que contribuir financeiramente para o sustento da obra de Deus é também uma forma de adoração a Deus, e uma forma de expressar gratidão a Deus pelas bênçãos de Sua provisão.

3. Comportamento da família na casa de Deus. A família deve ser educada a saber comportar-se no ambiente da igreja local. Há dois célebres textos que falam da reverência que o cristão deve expressar no culto: “Guarda o teu pé, quando entrares na casa de Deus; e inclina-te mais a ouvir do que a oferecer sacrifícios de tolos” (Ec 5:1); “Mui fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém à tua casa, Senhor” (Salmos 93:5).

Algumas recomendações importantes que os membros(as famílias) devem atentar:


1)     Não adentrar o templo apressadamente, nem pisando com força. Os descrentes não fazem isso no cinema, por exemplo, e a Casa de Senhor é um lugar santo em todo tempo. Ela foi consagrada a Deus.

2)     Se você chegou um pouco cedo, não espere o culto começar  para entrar no templo. Se você não entra, sem uma razão que justifique isso, você está contribuindo para a desordem no culto sagrado. Antes de sentar-se, ore primeiro a Deus. Não faça uma oração por mera formalidade. Fale mesmo com Deus, orando pelo culto.

3)     Evite usar com frequência o banheiro do templo. Banheiro de templo é para casos específicos ou emergências. Pessoas que no culto ficam entrando e saindo de banheiro ou estão doentes, ou são viciadas nisso, ou estão se exibindo, ou não querem santificar o culto ao Senhor.

4)     Há pessoas que se comportam muito mal nas igrejas, conversando, sem reverência. Não fique a conversar com ninguém durante o culto, sob pretexto nenhum. Controle sua mente e sua língua. Se você não controla a sua língua, não controla nada mais na sua vida.

5)     Ensine suas crianças a se comportarem na Casa de Deus: como entrar no templo, como andar dentro do templo sem chamar a atenção, como sair do templo em ordem etc. Há crianças que se comportam como se estivessem num parque de diversão na hora do culto. Isso é falta de educação doméstica. O obreiro e sua família devem ser exemplo dos demais irmãos (Ec 5:1).

6)     É reprovável durante o culto ao Senhor o costume de mascar chiclete ou qualquer outra goma, chupar balas ou comer qualquer coisa. A Casa do Senhor não é lugar para tais coisas. Na antiga lei mosaica, essas pessoas sairiam mortas do templo. Mas o espírito da lei continua em vigor. São por essas coisas que muitos crentes em nossos dias já perderam o fervor espiritual, o temor de Deus e estão frios na fé, sem saber o porquê.

Será que o incrédulo, ao entrar em nossa igreja no momento do culto, percebe que os crentes estão adorando ao Senhor em espírito e em verdade, e é levado a adorar a Deus também, "testemunhando que Deus está, de fato, no meio de vós" (1Co 14:25)? Pense nisso!!

CONCLUSÃO

A Família é a célula substancial da Igreja; é o elemento constitutivo da igreja local. A família e a Igreja foram criadas por Deus, e cada uma tem um propósito diverso: a família busca conceder os meios para que o homem cumpra o seu papel nesta terra; a Igreja é a assembléia dos salvos(famílias), em comunhão, criada para promover o Reino de Deus na Terra, atingir a perfeição espiritual e perseverar até o fim, a fim de alcançar a glorificação do corpo. Deste modo, vemos que a família e a Igreja têm objetivos distintos, mas que se interdependem, pois não pode um salvo cumprir sua tarefa na igreja sem fazê-lo dentro de sua família. Sem a família, a igreja, simplesmente, não existirá e não poderá cumprir o seu papel. Eis um dos mais importantes motivos para que o diabo tente destruir as famílias, pois, em as destruindo, estará atingindo, de modo fatal, as igrejas locais.  Que Deus guarde, preserve e abençoe sobremaneira todas as famílias!

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Revista Ensinador Cristão – nº 54 – CPAD.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal.

A Família Cristã e os ataques do inimigo – Elinaldo Renovato – CPAD.

A Família e a Igreja – Dr. Caramuru Afonso Francisco – PortalEBD.