domingo, 27 de abril de 2014

Aula 05 - OS DONS DE ELOCUÇÃO


2º Trimestre/2014

 
Texto Básico: 1Co 12:7,10-12; 14:26-32

 
“Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém” (1Pedro 4:11).

INTRODUÇÃO


É válido repetir: os Dons são originados na graça de Deus e são ministrados, doados e distribuídos pelo Espírito Santo; eles são dados não para projeção pessoal, mas para o serviço; sua finalidade é a realização de alguma obra e ajuda concreta a alguém; não é uma espiritualidade intimista e subjetiva.

Nesta Aula, estudaremos a respeito dos três Dons de Elocução, a saber, Dom de Profecia, Dom de Variedade de Línguas e o Dom de Interpretação das Línguas. Os principais propósitos destes Dons são: edificação, exortação e consolação da Igreja (1Co 14:3). A igreja precisa ter muito cuidado com a manifestação destes Dons, pois atualmente, há muita confusão e falta de sabedoria no uso dos mesmos, principalmente  o de profecia. Por isso é assaz oportuno o estudo sobre este tema, a fim de que não sejamos enganados pelos falsos profetas que têm ardilosamente se infiltrados no meio do povo de Deus.

I. DOM DE PROFECIA (1Co 12:10)

“Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação” (1Co 14:3).

1. O que é o Dom de Profecia? O Dom de Profecia, relacionado por Paulo em 1Co 14:3, é um Dom de manifestação sobrenatural de mensagem verbal pelo Espírito, para a edificação, exortação e consolação do povo de Deus. Ao dizer que a profecia edifica, exorta e consola, o apóstolo Paulo não fornece uma definição, apenas cita os resultados da mensagem transmitida em uma linguagem que as pessoas conhecem. O maior valor da profecia é que ela, uma vez proferida, sendo de Deus, edifica a coletividade e não unicamente o que profetiza.

Em nossos dias, temos visto que os termos ”profecia“ e ”profetizar“ têm sido mal utilizados. Muitas pessoas falam de si mesmas palavras boas como se elas fossem verdadeiras profecias, e ainda motivam outras pessoas a fazerem o mesmo. Paulo perguntou: “... Porventura são todos profetas?“ (1Co 12:29). Essa pergunta foi feita para mostrar que nem todas as pessoas são profetas, ou seja, nem toda pessoa possui o Dom de Profecia dado pelo Espírito Santo. Desejar uma bênção para o próximo ou ter palavras de vitória tem sido encarado como uma profecia, o que é um erro terrível, pois os verdadeiros profetas falavam o que recebiam do Senhor: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”(2Pe 1:21). Portanto, à luz da Bíblia, nem todas as pessoas são profetas e a vontade do homem, por mais bondosa que seja, não pode originar uma profecia verdadeira. Também, profetizar não é pregar um sermão preparado, mas transmitir palavras espontâneas sob o impulso do Espírito Santo, para a edificação do indivíduo ou da igreja local, bem como levar à convicção do pecado e a consciência da presença de Deus (1Co 14:24,25).

2.  A relevância do Dom de Profecia. O Dom de Profecia na igreja é originado pelo Espírito Santo, não para predizer o futuro, mas para fortalecer e promover a vida espiritual, a maturidade e o caráter santo dos crentes. A profecia é necessária para impedir a corrupção espiritual e moral do povo de Deus. Apresenta-se, assim, como uma verdadeira manifestação de alívio e de descanso ao crente que, revigorado pela profecia, tem alento para prosseguir na sua caminhada rumo ao Céu. Este Dom é tão importante para a Igreja que o apóstolo Paulo exortou a sua busca (1Co 14:1).

Obviamente, nem toda profecia vem de Deus, ou Paulo não teria escrito 1Co 14:29 dizendo: “Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem”. O apóstolo João alerta: “Amados, não deis créditos a qualquer espírito: antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora” (1João 4:1).

Falsos profetas e falsas profecias estão no mundo atualmente. A falsa profecia leva ao engano e faz com que a pessoa seja manipulada ou dominada por falsos profetas que têm objetivos malignos e planos escusos. Mormente nos dias atuais, a profecia deve ser julgada e que o profeta deve obedecer ao ensino bíblico (1Co 14:29-33).

Pode acontecer que a pessoa que é agraciada com o Dom de Profecia receba a revelação do Espírito Santo e, por fraqueza, imaturidade e falta de temor de Deus, falar além do que devia. Portanto, quem profetiza deve ter o cuidado de falar apenas o que o Espírito Santo mandar, não alegando estar "fora de si" ou "descontrolado", pois "os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas" (1Co 14:32). 

3.  Propósitos da Profecia. O Dom de Profecia é concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para trazer mensagens de Deus com a finalidade de edificar, exortar e consolar a igreja – este é o tríplice propósito da profecia neotestamentária.

a) Edificação. Na edificação os crentes são espiritualmente transformados mais e mais para que não se conformem com este mundo (Rm 12:2-8). Neste processo, os crentes são edificados na santificação, no amor a Deus, no bem-estar do próximo, na pureza de coração, numa boa consciência e numa fé sincera.  Por isso, todas as profecias devem ser devidamente julgadas à luz da Bíblia, a fim de que não venham causar confusão à igreja nem abalar a fé daqueles que ainda não possui uma firme edificação.

b) Exortação. A exortação tem por sinônimo o encorajamento divino para os servos de Deus. Significa ajudar, assistir, incentivar, estimular, animar, consolar, unir pessoas separadas, admoestar. Todos esses significados revelam a missão da profecia, pois o Espírito Santo inspira o profeta a animar, despertar, alertar e falar palavras de encorajamento tanto à Igreja como a alguém em particular.

c) Consolação. A consolação é o terceiro propósito da profecia do Novo Testamento. Tendo em vista o fato de que estamos em um mundo decaído, que pode nos tirar a esperança e a alegria, esta função é indispensável para o fortalecimento da fé do povo de Deus.

Na vida terrena, temos, sempre, aflições, como nos disse o Senhor Jesus, mas é necessário que tenhamos sempre bom ânimo. Este ânimo é dado pelo Senhor e, portanto, é fundamental que as pessoas a quem o Senhor tem concedido este Dom o exercitem, de modo a impedir que os crentes sejam tomados pelo desânimo, em especial nos instantes de aumento da iniquidade como os vividos pela Igreja neste período imediatamente anterior à vinda do Senhor.

O bom ânimo é fundamental para que se faça algo na obra do Senhor. Quem nos mostra é o próprio Deus, que deu palavras de ânimo a Josué antes que se iniciasse, efetivamente, a sua gestão diante do povo de Israel(Js 1:6); como também o conselho que Davi, homem segundo o coração de Deus, ministrou a seu filho Salomão, pouco antes de morrer e após ter mandado aclamá-lo como novo rei sobre Israel(1Cr 22:13; 28:20); ou as palavras de Jesus em algumas ocasiões (Mt 9:2,22; Mc 6:50; Lc 8:48); Paulo, também, usou deste dom no retorno às igrejas que fundara ao término da sua primeira viagem missionária (At 14:22).

II. VARIEDADES DE LINGUAS (1Co 12:10)

“... e a outro, a variedade de línguas...”.

1. O que é o Dom de Variedades de Línguas? É o Dom dado pelo Espírito Santo para que as pessoas sejam instrumentos da voz do Senhor, para que o Espírito Santo demonstre que Se comunica com o Seu povo. Este Dom é evidência da Onipresença divina no meio do Seu povo, uma presença que nos faz descansar e que nos traz edificação.

Este Dom é diferente das línguas estranhas como evidência do Batismo com o Espírito Santo. Segundo a Bíblia, as línguas estranhas são um sinal para os não crentes (1Co 14:22). Quem possui este Dom deve orar pedindo que o Senhor também conceda o Dom de Interpretação. O que profetiza edifica o outro, mas o que fala línguas estranhas edifica a si mesmo. Parece que na igreja de Corinto havia uma desordem no culto quanto aos Dons de Línguas. Paulo exorta os crentes dizendo que eles estavam “como que falando ao ar” (1Co 14:9), ou seja, não havia proveito algum, já que ninguém era edificado. Portanto, segundo Paulo, aquele que fala em outras línguas fala a Deus e não aos homens. Ele não é um Dom público, mas íntimo, particular, e pessoal. Portanto, o Dom de Variedades de Línguas é um Dom para sua intimidade com Deus.

Achei bastante esclarecedores alguns pontos destacados pelo rev. Hernandes Dias Lopes acerca do Dom em epígrafe: (1)

a) Quem fala em outras línguas não é entendido, porque fala em mistério (1Co 14:2). A língua é algo que acontece no âmbito espiritual e não no racional. O apóstolo Paulo esclarece: “Pelo que, o que fala em outra língua deve orar para que a possa interpretar. Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera” (1Co 14:13). A própria pessoa que fala em outra língua não entende o que está falando. A mente dela não é edificada, pois não sabe o significado das suas palavras. Se essa pessoa não entende o que fala, muito menos, as outras pessoas entenderão. Ela está falando em mistério.

b) Quem fala em outra língua edifica-se a si mesmo e não à igreja (1Co 14:4). Esse Dom é íntimo e particular. Seu propósito não é a edificação da igreja, mas a auto-edificação. Visa sua intimidade com Deus.

c) Quem fala em outra língua não se torna entendido, por isso não edifica a igreja (1Co 14:5-11). Paulo apresenta três ilustrações a respeito do que ele fala nestes versículos. A primeira é quanto aos instrumentos musicais (1Co 14:7) - Se uma pessoa assentar-se para tocar piano e não conhecer as partituras musicais arrancará do piano apenas barulho e música desagradável aos ouvidos. A segunda ilustração é da trombeta (1Co 14:8) - Se uma pessoa der um sonido incerto ninguém se preparará para a batalha; haverá confusão no meio do arraial dos soldados e não preparação para a batalha. A terceira ilustração que Paulo usa é de uma conversa interpessoal (1Co 14:9-11) - Imagine você, um brasileiro, conversando com um japonês; vocês não conhecem a língua um do outro; por conseguinte, não haverá entendimento nem compreensão nessa possível conversa. Assim, Paulo diz que se você falar em outra língua, não poderá edificar a igreja, pois sua fala será incompreensível para as outras pessoas. A edificação passa pelo entendimento.

d) Quem fala em outra língua não entende o que fala (1Co 14:13-15). Não podemos ser despojados do nosso entendimento na adoração. Nosso culto precisa ser racional (Rm 12:2). A sua mente exerce um papel fundamental na adoração. O culto aceitável a Deus é um culto racional e lógico, em que é preciso unir os três elementos básicos da nossa vida: razão, emoção e vontade.

e) Quem fala em outra língua não pode edificar os outros (1Co 14:16,17). A pessoa que está falando em outra língua agradece a Deus, porém, quem está do seu lado não poderá dizer amém, por não entender o que está sendo falado. E se não entende não pode ser edificado.

f) O uso do Dom de Variedade de Línguas no culto público precisa ser com ordem (1Co 14:27,28). Paulo está dizendo neste texto que se houver intérprete pode falar, mas, no máximo três pessoas, e uma pessoa depois da outra. É preciso existir ordem no culto público. Se as pessoas falam ao mesmo tempo, o entendimento é prejudicado e a edificação se torna impossível.

g) O uso errado do Dom de Variedade de Línguas escandaliza os incrédulos (1Co 14:23). Há parâmetros claros para o funcionamento deste Dom. O primeiro parâmetro que Paulo diz é que os crentes não podem falar em outras línguas ao mesmo tempo. Essa prática pode levar o indouto que entra no templo a pensar que os crentes estão loucos. Essa prática não contribuiria para o entendimento dos incrédulos nem para a edificação dos crentes.

h) O Dom de Variedades de ínguas não deve ser proibido (1Co 14:39). Foi o Espírito Santo quem deu esse Dom à igreja, e tudo que o Espírito Santo dá é coisa boa. Portanto, não temos o direito de rejeitar aquilo que é dádiva do Espírito Santo.

2. Qual é a finalidade do Dom de Variedade de Línguas?  Todos os outros dons alistados na Bíblia são dons para a edificação da igreja; esse é o único dado para auto-edificação (1Co 14:4).  É por essa razão somente que esse Dom é inferior aos demais dons. À medida que o possuidor deste Dom fala em línguas vai sendo edificado, pois o Espírito Santo o toca e o renova diretamente (1Co 14:2).

3. A atualidade do Dom. O Dom de línguas continua sendo um sinal divino para a igreja atual quanto foi nos dias da Igreja Primitiva, logo não deve ser desprezado e nem proibido (1Co 14:39). Por causa dos excessos e equívocos cometidos no uso desse Dom, muitos negam sua importância e o rejeitam. Porém, foi o Espírito Santo quem deu esse Dom à Igreja e tudo que o Espírito Santo dá é coisa boa. Portanto, não temos o direito de rejeitar nem de falar mal daquilo que é dádiva do Espírito Santo. O fato de uma pessoa usar o Dom de forma errada não deve nos levar para o outro extremo, o de proibi-lo. O importante é corrigir a prática e não proibi-la. Se Deus lhe deu esse Dom, usufrua-o para sua edificação. Se Deus não lhe deu, não tenha complexo de inferioridade.

III. INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS (1Co 12:10)

“... e a outro, a interpretação das línguas”.

1. Definição do Dom. É uma habilidade sobrenatural, concedida pelo Espírito Santo, que torna o crente capaz de interpretar, na sua própria língua, aquilo que é falado pelo crente em linguagem celestial. Não se trata de “tradução de línguas”, mas de “interpretação de línguas”. Este Dom opera juntamente com o Dom de línguas, formando ambos uma profecia (1Co 14:5,13,27,28).

Há pregadores que emocionam seus auditórios ordenando que falem todos em línguas, ao mesmo tempo, como sinal da presença de Deus na reunião. Paulo, porém, recomenda que, em cultos públicos, quem fala em línguas: (a) ore para que possa interpretá-las(1Co 14:13); (b) que ore também com o entendimento quando orar em línguas(1Co 14:15); (c) fale, no culto, dois, no máximo três, e que haja intérprete(1Co 14:27), e (d) na ausência de interpretação, que se cale o falante(1Co 14:28). Portanto, é preciso reavaliar as atitudes de certos pregadores que contradizem o que a Bíblia diz no tocante ao falar em línguas no culto.

Na igreja de Corinto, se não houvesse intérprete, o irmão devia permanecer calado na igreja. Podia ficar em seu lugar e falar silenciosamente em outra língua consigo mesmo e com Deus, mas não tinha permissão de se expressar em público – “Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja e fale consigo mesmo e com Deus” (1Co 14:28). Essa exortação cabe muito bem no quadro exortativo das igrejas hodiernas.

2. Há diferença entre Dom de Interpretação e o de Profecia? Sim, claro! Segundo o pr. Elinaldo Renovato, “o Dom de Interpretação de Línguas necessita de outra pessoa, também capacitada pelo Espírito Santo, para que interprete a mensagem e a igreja seja edificada; do contrário, os crentes ficarão sem entender nada. Já a profecia é auto-suficiente em sua ação para quem a ouve”. Sobre isso esclareceu Estêvam Ângelo de Souza, objetivamente: “não haverá interpretação se não houver quem fale em línguas estranhas, ao passo que a profecia não depende de outro dom”.

CONCLUSÃO

Observamos, portanto, que cada Dom Espiritual tem uma finalidade específica no meio do povo de Deus; tem um propósito, que é o de dar condições para que o crente prossiga a sua jornada em direção à Jerusalém celestial. Tem-se, portanto, no exercício dos dons espirituais, uma inequívoca demonstração do poder de Deus (1Co 2:4), mas sem qualquer oportunidade de exibicionismo ou de glorificação humana, mas única e exclusivamente para a glória de Deus e para pregação do Cristo crucificado (1Co 2:2). O Dom deve ser usado livre de escândalos, engano, falsificação, e dentro da decência e da ordem que a Palavra de Deus preceitua (1Co 14.26-40). Amém!

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Assembleia de Deus – M. Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

 Revista Ensinador Cristão – nº 58 – CPAD.

(1) 1Corintios (como resolver conflitos na Igreja) – Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.

Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald. Mundo Cristão.

Os Dons do Espírito Santo – Dr. Caramuru Afonso Francisco. PortalEBD.

 Dons Espirituais & Ministeriais(servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário) – Elinaldo Renovato. CPAD.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Aula 04 – DONS DE PODER


2º Trimestre/2014
 
Texto Base: 1Corintios 12:4,9-11
 
“A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (1Co 2:4,5).

INTRODUÇÃO

Nesta aula estudaremos os Dons de Poder – Dom da Fé, Dons de Curar e Dom de Operação de Maravilhas. Aqui, a palavra Poder significa autoridade. Portanto, quando a Bíblia nos diz que o Senhor nos deu Poder, significa que ele nos conferiu autoridade. Assim sendo, os Dons de Poder são aqueles que mostram a Soberania de Deus, a sua Onipotência, a sua Autoridade sobre as forças da natureza, sobre o ser humano, sobre os demônios. Eles são concedidos pelo Espírito Santo à Igreja a fim de auxiliá-la na propagação do evangelho, para que o nome do Senhor seja glorificado. Através dos Dons de Poder a soberania de Deus sobre todas as coisas e a Sua presença no meio da igreja são confirmadas. Jamais devem ser utilizados para a exaltação pessoal.
I.  O DOM DA FÉ (1Co 12:9)
“A outro, no mesmo Espírito, a fé” (1Co 12:9).
1. O que significa Fé? A definição Bíblica de Fé, bastante usual, está na Epístola aos Hebreus 11:1, onde se lê que “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não  onde se lê veem” (Hb 11:1). Esta definição mostra a total confiança e dependência que devemos ter em Deus.
A Fé é um elemento fundamental na vida espiritual do crente, a ponto de a Bíblia dizer que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11:6). Na caminhada para o Céu, a fé é o combustível e sem esta fé jamais conseguiremos chegar ao destino, ao fim das nossas almas: a salvação eterna. O apóstolo João também diz que a fé é a vitória que vence o mundo (1Jo.5:4), de forma que podemos muito bem inferir que todas as promessas maravilhosas feitas por Jesus à Igreja, constantes das sete cartas às igrejas da Ásia (Ap 2:7,11,17,26;3:5,12,21), estão destinadas somente aos que têm fé, vez que foram dirigidas aos que vencerem e só vence, como explica João, quem tem fé. Por fim, não nos esqueçamos que, como diz Paulo, Deus só requer uma coisa dos crentes: que todos sejam fiéis (1Co.4:2). Aprender sobre a Fé é essencial para quem deseja viver eternamente com o Senhor.

Explicando o que é Fé Natural, Fé Salvadora e Fé Ativa

- Fé Natural. É a chamada fé esperança, fé intelectual. Esta fé nasce com o homem, faz parte da natureza humana. Ela é essencial para a vida sobre a face da Terra.  É a crença baseada na habitualidade ou no raciocínio humano. Assim, quando nos sentamos em uma cadeira, cremos que não iremos cair e que a cadeira nos aguentará, apesar de sermos mais pesados do que ela. Quando estendemos um braço num ponto de ônibus fazendo sinal para que ele pare, cremos que o motorista irá parar e abrir a porta para que entremos e assim por diante.
A Fé Natural dá ao homem motivação para lutar, para progredir, para superar dificuldades. Quando o homem perde a Fé Natural, ele cai no desânimo, perde a vontade de viver, de lutar. É ela que faz com que o homem seja um ser religioso, faz com que ele creia sempre em algo, ou alguém superior a ele. Ouvindo falar de um Deus Criador, ele, com facilidade, crê na sua existência – “Tu crês que há um só Deus? Fazes bem...”(Tg 2:19), ou seja, nisto não há nada de excepcional. E Tiago acrescenta: “... também os demônios o creem e estremecem”. Não ouvindo falar de um Deus Criador, então o homem inventa os seus próprios “deuses”. Ele sente necessidade de crer. Porém, este crer, mesmo que seja no Deus Verdadeiro, através da fé natural, não muda nada em sua vida.
Esta fé nada representa no campo espiritual, é fruto da lógica humana. Os cientistas e filósofos têm chegado à conclusão de que toda atividade intelectual tem uma dose de fé, e esta fé é a fé natural, que, entretanto, não pode ser o critério, o parâmetro a ser seguido pelo servo de Deus. É óbvio que o servo do Senhor também possui esta fé, pois se trata de um ser humano, mas não pode deixar que esta fé seja o seu guia exclusivo. Este, aliás, é o sentido da afirmação de Paulo, de que devemos andar por fé e não por vista (2Co 5:7).
- “Fé Salvífica” ou “Fé Salvadora”. É a crença de que Jesus é o único e suficiente Senhor e Salvador de nossas vidas. Quando alguém dá crédito à pregação do Evangelho, considera-se um pecador e se arrepende dos pecados e crê que Jesus pode perdoá-lo e se submete à vontade de Deus, crendo que Jesus pode dar-lhe a vida eterna e levá-lo ao Céu, age com a “fé salvadora” ou “fé salvífica”. Esta fé não nasce no homem, mas é dom de Deus (Ef 2:8). Através da Palavra de Deus(Rm 10:17), o Espírito Santo convence o homem do pecado, da morte e do juízo (João 16:8-11) e, deste modo, o homem crê e, mediante esta fé, é justificado (Rm 5:1), ou seja, posto numa posição de justo diante de Deus, o que lhe permite ter paz, isto é, comunhão com Deus, sendo vivificado em Cristo. Esta Fé é a que concede salvação para o homem. Logo, não é bíblico orar pedindo fé.  Ou o homem é nascido de novo e já recebeu a fé, ou não é nascido de novo, e não tem fé. Aquele que já tem, não precisa pedir; aquele que não tem, não adianta pedir – “... nós sabemos que Deus não ouve a pecadores...”(João 9:31). Segundo a Bíblia, a fé não vem pelo pedir, mas, pelo ouvir. Não adianta pedir porque não está escrito que a fé vem através da oração, ou pelo pedir, mas, sim “... pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus”(Rm 10:17). O que é bíblico é orar pelo crescimento da fé, como pediram os discípulos – “Disseram então os apóstolos ao Senhor: acrescenta-nos a fé”(Lc 17:5). Eles não disseram: “dá-nos fé”, mas, “acrescenta-nos a fé”. Acrescentar significa ajuntar alguma coisa à outra para torná-la maior.
- Fé Ativa. É a confiança absoluta em alguém ou em algo. É precisamente este o significado em que se deve entender fé enquanto Fé Ativa. Esta Fé é exercida diariamente pelo cristão, após ter aceitado Jesus como seu Senhor e Salvador. Trata-se da atitude de confiança em Deus, de crédito à sua Palavra, às suas promessas. Somente podemos dizer que temos fé se dermos crédito à Palavra de Deus e dar crédito à Palavra de Deus é fazer o que Ele manda ali. Esta fé é o combustível que nos leva a caminhar em direção à Jerusalém celestial. É o elemento que nos faz superar todos os obstáculos e a enxergar as circunstâncias sob o prisma espiritual. Foi esta Fé que fez com que os antigos vencessem todas as dificuldades, como nos mostra o escritor aos Hebreus no capítulo 11. É esta Fé que nos faz vencer o mundo (1João 5:4).
Portanto, todos os salvos têm Fé Salvadora e Fé Ativa, mas nem todos são contemplados com o Dom da Fé. Este Dom é dado, conforme a vontade do Espírito Santo, para o desenvolvimento e expansão do Reino de Deus, para que seu nome seja glorificado.
2. A Fé como Dom. “A outro, no mesmo Espírito, a fé” (1Co 12:9). O Dom da Fé trata de uma confiança extraordinária, especial, que faz com que pessoas tenham uma crença pontual além dos limites do imaginável e que, mediante esta confiança, realizem coisas que estão além do alcance da imaginação humana. Temos sempre ouvido ações e gestos de servos do Senhor que, tomados pelo Espírito com uma fé excepcional, agem de acordo com a vontade de Deus e servem para a sua glorificação.
Não se trata da fé para salvação, mas de uma fé sobrenatural especial, comunicada pelo Espírito Santo, capacitando o crente a crer em Deus para a realização de coisas extraordinárias e milagrosas. É a fé que remove montanhas (Mc 11:22-24) e que frequentemente opera em conjunto com outras manifestações do Espírito, tais como as curas e os milagres.
3. Exemplo bíblico do Dom da Fé. Este Dom só se manifesta quando surge uma necessidade. Foi o que aconteceu com Paulo no navio que o levava a Roma. Ele usou de autoridade para impedir que algum mal se fizesse aos presos e, assim, sendo um simples prisioneiro, dirigir e comandar a própria salvação de todos os que ali estavam (At 27:30-36). Também, o Dom da Fé é visto na operação da cura do coxo na porta do Templo, registrada em Atos 3.
Pedro teve a fé milagrosa para ordenar ao coxo que levantasse e andasse em nome de Jesus. O profeta Elias tinha o Dom da Fé segundo o relato de 2Reis 1:10-12(o fogo do céu consome 100 homens).
Outra demonstração de Fé registrada na Bíblia é episódio ocorrido no Mar Vermelho, logo após a saída do povo de Israel do Egito. Diante daquela situação sem saída, Moisés ergue-se como um gigante da fé ao encorajar o povo a não temer o inimigo que se aproximava vorazmente (Êx 14:13,14).
II. DONS DE CURAR (1Co 12:9)
“E a outro, no mesmo Espírito, dons de curar” (1Co 12.9).
1. O que são os Dons de curar?  São recursos espirituais, de caráter sobrenatural, que atuam na cura das doenças do corpo, da alma e do espírito – tanto dos crentes quanto dos incrédulos (cf. Mt 4:23-25;10:1; At 3:6-8;4:30). Nos primórdios da igreja, esta experiência era constante no ministério dos discípulos. O Espírito Santo concedeu-lhes os Dons de Poder, que confirmaram e fortaleceram a vida cristã.
Não devemos confundir os Dons de Curar com o sinal de cura de enfermos, que se trata de uma operação divina feita para a confirmação da pregação do Evangelho. Os Dons de Curar são repartidos pelo Espírito Santo especificamente a alguns, enquanto que, na operação de cura, Deus se manifesta para confirmar a Sua Palavra.
Observe a expressão bíblica: “dons de curar”. Por está no plural, não deixa dúvidas de que se trata de “dons especiais para casos específicos”; indica diferentes atitudes de curar enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de um dom especial de Deus.
Os Dons de Curar não são concedidos a todos os membros do corpo de Cristo (1Co 12:11,30). Todavia, todos eles podem orar pelos enfermos. Jesus disse: “curai os enfermos”(Mt 10:8). Havendo fé, os enfermos são curados. Muitas vezes a cura das enfermidades na igreja é impedida por causa do pecado escondido, não confessado; é o que diz Tiago 5:16: “Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sarei”. Portanto, os crentes devem confessar seus pecados a Deus e a Igreja (quando esta for ofendida e escandalizada). O pecado na igreja estorva as orações dos crentes e impede a manifestação do poder sanador divino na congregação.

Os “Dons de Cura” são operados juntamente com a Fé do doente?

Em certas ocasiões os doentes eram curados através da fé possuída pelo indivíduo que fazia a oração – veja o caso da cura do coxo no templo formosa; não houve nenhuma iniciativa de fé por parte do doente -, mas a fé por parte da pessoa aflita é importante e algumas vezes essencial. Veja uma situação que ocorreu com Paulo na cidade de Listra, por ocasião de sua primeira viagem missionária: “Este ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos, e vendo que tinha fé para ser curado, disse em voz alta: Levanta-te direito sobre teus pés. E ele saltou e andou” (At 14:9-10). Paulo estava exercendo o dom de cura, não obstante sua ordem para que o coxo levantasse foi dada depois de perceber que ele tinha fé para ser curado. Esse fato ocorrido com o apóstolo Paulo em Listra, nos ensina que a pregação da Palavra de Deus é uma forma de incutir fé nas pessoas que nos ouvem: “De sorte que a fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus” (Rm 10:17).
Conforme Mateus 13:58, Cristo não curou todos os enfermos por causa da incredulidade do povo - “E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles”. Desta feita, deduz-se que quem possui o Dom da cura não tem poder de curar a todos os enfermos; deve, portanto, ser dado lugar à vontade soberana de Deus e à atitude e condição espiritual do enfermo.

A Fé do homem é uma condição relativa, não absoluta, para o recebimento da cura divina.

A Fé, seja daquele que vai ser curado ou daquele que intercede por um outro, é a única condição para que a cura seja efetivada (Mt 9:22; At 3:6). Entretanto, a fé do homem é uma condição relativa, não absoluta, para o recebimento da cura divina. Há momentos que a resposta de Deus, em relação à cura, é negativa, e quando isso acontece devemos aprender a lidar com a soberania divina. Mesmo homens de fé, como Moisés e Paulo, deixaram de ter suas orações atendidas (Dt 3:26; 2Co 12:8,9). Deus as ouviu, mas, no caso específico de Paulo, por motivos que estão além da compreensão humana, disse-lhe que sua graça seria suficiente. Paulo fora usado por Deus para que muitas pessoas fossem curadas, no entanto, ao dirigir-se a Timóteo, quanto a uma enfermidade estomacal, recomenda-lhe a ingestão de um pouco de vinho (1Tm 5:23). Fazemos uma ressalva de que essa é uma recomendação particular de Paulo a Timóteo, que não pode ser transformada em doutrina. Do mesmo modo, não podemos pensar que a busca do auxílio médico seja pecado, devido ao exemplo de Asa (2Cr 16:12) - Asa fora reprovado, nesse sentido, porque preferiu depositar sua confiança nos médicos, e não no Senhor. Há bons médicos que podem atuar como instrumentos de Deus para a obtenção da cura das doenças. A esse respeito disse Jesus: “Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes” (Mt 9:12).
2. O Propósito dos “Dons de Curar”. A cura tem sido uma das marcas identificadoras da pregação pentecostal ao redor do mundo. É algo destinado aos que creem; é uma realidade atual e indispensável para que demonstremos a presença de Deus no meio da Igreja, para que o nome do Senhor seja glorificado; mas não devemos nos esquecer de que o propósito da cura divina não é a saúde física de alguém, mas, sim, a glorificação do nome do Senhor (At 4:21), a confirmação da palavra da pregação(Mc 16:20; 1Ts 1:5) e a comprovação da presença de Deus no meio do seu povo(At 10:38; 1Co 2:4,5). Por causa disso, nem sempre Jesus cura, pois a cura tem propósitos que não se confundem com a nossa vontade ou com os nossos caprichos. Por isso é importante sabermos o por quê alguém está doente, a fim de que compreendamos qual o propósito do Senhor nesta doença.
Portanto, aqueles que pregam a cura divina não podem esquecer que o maior milagre continua sendo o perdão dos pecados (Mc 2:10-12). Além disso, é bom saber que nem todos são curados. Há exemplo na Bíblia em que apenas uma pessoa, em meio a uma multidão, recebeu essa dádiva, como é o caso do paralítico do tanque de Betesta(João 5:1-8). Isso porque a cura é um ato eminentemente divino e Deus cura a quem e quando lhe apraz.
3. A necessidade desses Dons. Os Dons de Curar são de grande valor na pregação do Evangelho, por isso a necessidade da atuação desses Dons. É promessa de Jesus à Sua igreja a delegação de poder para curar enfermidades, como parte da missão de pregar o evangelho (Mc 16:15-18). As pessoas em geral são descrentes do poder de Deus, mas quando veem uma cura de impacto, como a cura de câncer, de diabetes, de paralisia, ou de qualquer doença degenerativa, as pessoas são compelidas a ter sua fé despertada para o poder de Deus em suas vidas. Milagres de cura, sem transformação de vidas, pelo poder do evangelho de Cristo, tornam-se apenas elementos de “shows” para glorificação do pregador. Mas, quando as curas contribuem para glorificação a Deus, têm grande valor para a divulgação do evangelho. (1)
O pr. Elinaldo Renovato, citando Stanley Horton, diz “que ninguém pode dizer: Eu tenho o dom de curar, como se este dom pudesse ser possuído e ministrado ao bel-prazer da pessoa. Infelizmente, o que se vê, em muitos programas de TV, de determinadas igrejas, é o endeusamento do pastor, do bispo ou apóstolo, que ministra curas de maneira cotidiana. Não ousamos dizer que pessoas não são curadas, em tais igrejas. Mas a exaltação do ministrante de curas ofusca a glória que só pertence a Deus”. (1)
4. Os salvos podem adoecer? Claro que os salvos adoecem! Vivemos no mundo sujeito às consequências do pecado, e a Terra foi maldita por causa do pecado do homem (Gn 3:17). Portanto, enquanto estivermos aqui estaremos sujeitos às doenças e à morte. Um dia, os salvos se revestirão de incorruptibilidade (1Co 15:54); por enquanto, embora Jesus tenha poder para nos curar, segundo a sua vontade (1Jo 5:14; Mt 6:9,10), estamos sujeitos às enfermidades. Os pregadores da saúde perfeita sempre “exigem” a cura e dizem que o Senhor cura sempre, pois a saúde é um direito do crente (CIC). Por que, então, Eliseu morreu em decorrência de uma enfermidade (2Rs 13:14)? Por que Timóteo e Trófimo não foram curados (1Tm 5:23; 2Tm 4:20)? Se a saúde é um direito do crente, por que ele fica doente? Em Salmos 41:3, está escrito: “O Senhor o sustentará no leito de enfermidade; tu renovas a sua cama na doença”. O fato de que a saúde faz parte do plano de Deus para a salvação não significa que a doença venha a ser erradicada da vida de todo aquele que aceita a Jesus Cristo como Senhor e Salvador da sua vida. Assim como o fato de ser salvo não nos livra da morte física, consequência praticamente inevitável do pecado e que acomete tanto os salvos quanto os ímpios, assim também não estamos imunes à doença. Jesus cura os enfermos, este é um sinal de que venceu a morte e o inferno, de que é o Salvador do mundo, mas daí a se dizer que todo salvo não fica doente há uma grande distância.
III. O DOM DE OPERAÇÃO DE MARAVILHAS (1Co 12:10)
1. O Dom de Operação de Maravilhas.e a outro, a operação de maravilhas” (1Co 12:10). São operações de milagres extraordinários e espantosos pelo poder de Deus. São fatos que fogem à explicação das leis naturais. São ocorrências difíceis de explicar, que aparentemente contradizem a ordem natural das coisas. Por isso, os sinais e maravilhas são uma demonstração de que Deus criou o mundo, não se confunde com a sua criação e, além disso, participa desta criação, fazendo intervenções que modificam as leis por Ele mesmo estabelecidas, quando isto é da sua vontade e atende aos seus sublimes propósitos.
2. Exemplos bíblicos. Através deste dom Deus opera: Algo sobrenatural (2Rs 4:1-7 – Eliseu multiplica o azeite da viúva); Algo que vai contra todas as leis da natureza (2Rs 4:32-37 – A ressurreição do filho da sunamita); Algo que vai contra as leis da química e da física (2Rs 6:1-7 – Eliseu faz flutuar o ferro de um machado); Algo que está acima da compreensão e raciocínio humano, capaz até mesmo de mudar toda a ordem universal (Josué 10:12-13 – Josué ora e Deus prolonga a luz do dia).
Mais exemplos: Elias multiplica o azeite da viúva de Sarepta (1Rs 17:13-16); a transformação da água em vinho (João 2:7-11); a ressurreição de Lázaro (João 11.39-44); a multiplicação dos pães(Mt 14:19-21). A ressurreição é um exemplo poderoso de operação de maravilha, não se trata de cura, pois o corpo já está morto. O expelir demônios também é um exemplo de operação de maravilha.
Filipe - A Bíblia diz que pela instrumentalidade de Filipe Deus operava grandes maravilhas (Atos 8:6,13). Paulo - A Bíblia ressalta que “Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias”(Atos 19:11).
3. D diferença entre os Dons de Curar e o Dom de Operação de Maravilhas. Enquanto o primeiro estará sempre relacionado com o restabelecimento da saúde, o segundo atinge a esfera da matéria em geral, sem estar ligado com a saúde de alguém. Embora algumas curas sejam chamadas de maravilhas ou milagres, como por exemplo, a perna de alguém crescer, este milagre manifestou os dons de curar.
4. O cuidado com a supervalorização dos milagres. Conquanto Deus realize sinais e maravilhas através do seu povo santo, os mesmos não devem nortear a vida do crente. Sinais e maravilhas são feitos pelo Senhor, que utiliza a instrumentalidade humana para esse fim, mas isso não significa que eles são o indicativo para a orientação de Deus às nossas vidas. Há pessoas que se colocam como reféns de milagres, como se estes fossem o marco regulatório para a vida cristã, e não tomam nenhuma postura ou atitude na vida se não virem milagres à sua volta. Tais pessoas precisam aprender a crer que os milagres são parte do Evangelho, mas que a Palavra de Deus é que deve nortear a vida do crente. Os sinais seguem aqueles que seguem a Palavra de Deus, e não os que creem seguem os milagres.
Afirma o pr. Elinaldo Renovato: “O cristão não tem autorização divina para ‘decretar’, ‘determinar’ ou ‘exigir’ a cura de enfermos. A nossa relação com Deus não se dá em forma de barganha”. Diz mais: “Quem opera os sinais e as maravilhas é o Senhor, não o homem. Toda ação decorrente dos dons vem do Espírito Santo e, por isso, não podemos agendar dias nem marcar horários para sua operação”. Concordo com ele.
CONCLUSÃO
Jesus quer continuar a confirmar a sua obra por meio de nós através dos Dons Espirituais de Poder. Estes Dons não cessaram, continuam disponíveis à Igreja, pois a pregação do Evangelho só vai cessar quando o Senhor Jesus voltar. Basta que nos coloquemos diante do altar do Senhor, ou seja, apresentemos nosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”; apresentemos uma vida de consagração a Deus, uma vida de santificação. O Senhor nosso Deus usa vasos limpos, ou purificados pelo sangue de Cristo, vasos que não estejam em conformidade com o mundo. Coloque-se na presença do Senhor e deixe que o Espírito de Deus o use. Amém!
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Assembleia de Deus – M. Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
 Revista Ensinador Cristão – nº 58 – CPAD.
1Corintios (como resolver conflitos na Igreja) – Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.
Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald. Mundo Cristão.
Os Dons do Espírito Santo – Dr. Caramuru Afonso Francisco. PortalEBD.
 (1) Dons Espirituais & Ministeriais(servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário) – Elinaldo Renovato. CPAD.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA PÁSCOA


 
 
“CRISTO, NOSSA PÁSCOA, FOI CRUCIFICADO POR NÓS” (1Co 5:7).

"ASSIM, POIS, O COMEREIS: OS VOSSOS LOMBOS CINGIDOS, OS VOSSOS SAPATOS NOS PÉS, E O VOSSO CAJADO NA MÃO; E O COMEREIS APRESSADAMENTE; ESTA É A PÁSCOA DO SENHOR” (Êx 12.11).

NESTA SEMANA, MUITOS DOS QUE CRISTÃOS DIZEM SER COMEMORAM A PÁSCOA. EMBORA DE MANEIRA ERRADA, FORA DO CONTEXTO BÍBLICO, COMEMORAM.

MAS, QUAL O VERDADEIRO SENTIDO DA PÁSCOA?

A PÁSCOA FOI INSTITUÍDA, ORIGINALMENTE, COMO A FESTIVIDADE SÍMBOLO DA LIBERTAÇÃO DO POVO DE ISRAEL DO EGITO, NO EVENTO CONHECIDO COMO ÊXODO.

O POVO DE ISRAEL VIVEU NO EGITO DURANTE 430 ANOS APROXIMADAMENTE. OS ÚLTIMOS ANOS DESTE PERÍODO FORAM DE DURA ESCRAVIDÃO, POIS O FARAÓ QUE REINAVA OPRIMIU O POVO DE ISRAEL. POR ESTA RAZÃO, O POVO CLAMOU AO SENHOR POR LIBERTAÇÃO, E ELE ENVIOU UM LIBERTADOR, MOISÉS, PARA ORDENAR A FARAÓ QUE DEIXASSE O POVO PARTIR PARA A TERRA PROMETIDA.

FARAÓ NÃO DEU OUVIDOS ÀS PALAVRAS DE MOISÉS E DEUS ENVIOU DEZ PRAGAS PARA FORÇAR FARAÓ A OBEDECER À SUA PALAVRA. A DÉCIMA E ÚLTIMA PRAGA, FOI A PRAGA DA MORTANDADE DOS PRIMOGÊNITOS EGÍPCIOS; E FOI NO MOMENTO EM QUE ESTA PRAGA ESTAVA POR VIR, QUE DEUS INSTITUIU A PÁSCOA COM O PROPÓSITO DE LIVRAR O POVO DE ISRAEL DA MORTE E LIBERTÁ-LO DO CATIVEIRO EGÍPCIO.

O SENHOR DEUS EMITIU UMA ORDEM ESPECÍFICA AO SEU POVO, CUJA OBEDIÊNCIA TRARIA A PROTEÇÃO DIVINA E A CONSEQUENTE LIBERTAÇÃO DA ESCRAVIDÃO. CADA FAMÍLIA DEVERIA TOMAR UM CORDEIRO, SACRIFICÁ-LO E COMÊ-LO ASSADO. DEPOIS DEVIAM PASSAR O SANGUE DO CORDEIRO NOS UMBRAIS E NAS VERGAS DAS PORTAS, POIS O ANJO DA MORTE PERCORRERIA A TERRA E PASSARIA POR CIMA DAS CASAS QUE TIVESSEM O SINAL DO SANGUE, POUPANDO OS SEUS PRIMOGÊNITOS.

DAÍ O TERMO PÁSCOA, DO HEBRAICO PESAH, QUE SIGNIFICA “PASSAR POR CIMA”, OU “POUPAR”.

A PARTIR DAQUELE MOMENTO DA HISTÓRIA, O POVO DE DEUS IA CELEBRAR A PÁSCOA TODA PRIMAVERA, OBEDECENDO ÀS INSTRUÇÕES DIVINAS DE QUE AQUELA CELEBRAÇÃO SERIA "ESTATUTO PERPÉTUO" (EX 12:14), COMO UM MEMORIAL DESSA LIBERTAÇÃO. ERA, PORÉM, UM SACRIFÍCIO COMEMORATIVO, EXCETO O SACRIFÍCIO INICIAL NO EGITO, QUE FOI UM SACRIFÍCIO EFICAZ.

A PÁSCOA, POIS, CONTINHA UM SIMBOLISMO PROFÉTICO, COMO “SOMBRAS DAS COISAS FUTURAS”, QUE APONTAVA PARA UM EVENTO AINDA POR VIR, A REDENÇÃO EFETUADA POR CRISTO.

O APÓSTOLO PAULO AFIRMOU:CRISTO, NOSSA PÁSCOA, FOI SACRIFICADO POR NÓS”. O CORDEIRO MORTO ERA COMO UM MODELO ANTECIPADO DO SACRIFÍCIO DE CRISTO NA CRUZ PELOS NOSSOS PECADOS.

EM SUMA...

A PÁSCOA SIMBOLIZA TRÊS COISAS: LIBERDADE DA ESCRAVIDÃO, SALVAÇÃO DA MORTE E CAMINHADA PARA A TERRA PROMETIDA.

PARA OS HEBREUS, ISSO TINHA UM SENTIDO FÍSICO, POIS HAVIA A ESCRAVIDÃO DO JUGO EGÍPCIO A SER SUBVERTIDA, UMA MORTE IGNOMINIOSA IMINENTE A SER SUPLANTADA E A ESPERANÇA DE UMA TERRA A SER CONQUISTADA.

PARA NÓS, HOJE, A PÁSCOA TEM UM SENTIDO DE NATUREZA ESTRITAMENTE ESPIRITUAL. O SACRIFÍCIO VICÁRIO DE CRISTO, UMA VEZ PARA SEMPRE, SIGNIFICA PARA NÓS:

-        A NOSSA LIBERTAÇÃO DA ESCRAVIDÃO DO MUNDO E DE SATANÁS(EGITO E FARAÓ);

-        A SALVAÇÃO DA MORTE ETERNA(SEPARAÇÃO ETERNA DE DEUS, SEGUNDA MORTE);

-        E A GLORIOSA ESPERANÇA DA NOSSA MORADA NA FORMOSA JERUSALÉM CELESTIAL. CAMINHAMOS AVANTE NA CERTEZA DE QUE O CÉU ONDE CRISTO HABITA É O NOSSO DESTINO FINAL, ONDE “ESTAREMOS PARA SEMPRE COM O SENHOR”.

O ÂMAGO, PORTANTO, DO EVENTO DA PÁSCOA É A GRAÇA SALVADORA DE DEUS.

DEUS TIROU OS ISRAELITAS DO EGITO, NÃO PORQUE ELES ERAM UM POVO MERECEDOR, MAS PORQUE ELE OS AMOU E PORQUE ELE É FIEL AO SEU CONCERTO, COMO REZA O TEXTO SAGRADO:

O SENHOR NÃO TOMOU PRAZER EM VÓS, NEM VOS ESCOLHEU, PORQUE A VOSSA MULTIDÃO ERA MAIS DO QUE A DE TODOS OS OUTROS POVOS, POIS VÓS ÉREIS MENOS EM NÚMERO DO QUE TODOS OS POVOS, MAS PORQUE O SENHOR VOS AMAVA; E, PARA GUARDAR O JURAMENTO QUE JURARA A VOSSOS PAIS, O SENHOR VOS TIROU COM MÃO FORTE E VOS RESGATOU DA CASA DA SERVIDÃO, DA MÃO DE FARAÓ, REI DO EGITO” (Dt 7.7,8).

SEMELHANTEMENTE, A SALVAÇÃO QUE RECEBEMOS DE CRISTO NOS VEM ATRAVÉS DA MARAVILHOSA GRAÇA DE DEUS, COMO DIZ O APÓSTOLO PAULO:

“PORQUE PELA GRAÇA SOIS SALVOS, POR MEIO DA FÉ; E ISSO NÃO VEM DE VÓS; É DOM DE DEUS. NÃO VEM DAS OBRAS, PARA QUE NINGUÉM SE GLORIE” (Ef 2:8,9).

HOJE, COMEMORAMOS A PASSAGEM DA MORTE PARA A VIDA. NÓS MERECÍAMOS MORRER, MAS DEUS PROVIDENCIOU UMA GRANDE SALVAÇÃO PORQUE NOS AMAVA DEMAIS!

“PORQUE DEUS AMOU O MUNDO TANTO, QUE DEU O SEU ÚNICO FILHO, PARA QUE TODO AQUELE QUE NELE CRER NÃO MORRA, MAS TENHA A VIDA ETERNA” (JOAO 3:16).

MAS DEUS NOS MOSTROU O QUANTO NOS AMA: CRISTO MORREU POR NÓS QUANDO AINDA VIVÍAMOS NO PECADO” (Rm 5:8).

JESUS, O CORDEIRO DERRAMOU O SEU SANGUE POR NÓS, PARA QUE POSSAMOS TER VIDA!

 “E O SANGUE DE JESUS, SEU FILHO, NOS PURIFICA DE TODO PECADO” (1JOÃO 1:7). 

PELA FÉ DEVEMOS NOS COBRIR COM O SEU SANGUE, ASSIM COMO O SANGUE QUE FOI PASSADO NAS PORTAS DAS CASAS DOS ISRAELITAS! MAS COMO FAZEMOS ISTO? CRENDO QUE JESUS MORREU EM MEU LUGAR, QUE PAGOU O NOSSO CASTIGO NA CRUZ.

“SE VOCÊ CONFESSAR COM A SUA BOCA QUE JESUS É SENHOR E CRER EM SEU CORAÇÃO QUE DEUS O RESSUSCITOU DENTRE OS MORTOS, SERÁ SALVO” (Rm 10:9).

MAS JESUS NÃO PERMANECEU MORTO, ELE RESSUSCITOU NA PÁSCOA! ELE DEU NOVO SIGNIFICADO A ESTA DATA. ELE TROUXE A “BOA-NOVA”, ESPERANÇA DE UMA VIDA MELHOR. TROUXE ENSINAMENTOS PARA QUE O POVO SE LIBERTASSE DO SOFRIMENTO E DO MAL. ELE VEIO PARA NOS RECONCILIAR COM DEUS E NOS DAR A CHANCE DE VIVER UMA VIDA ABUNDANTE, JUNTAMENTE COM ELE.

A SUA RESSURREIÇÃO SIMBOLIZA O INÍCIO DE UMA VIDA NOVA, UMA VIDA LIBERTA DA ESCRAVIDÃO DO PECADO!

JESUS É A NOSSA VERDADEIRA PÁSCOA! JESUS É O NOSSO LIBERTADOR! - “PORQUE CRISTO, NOSSA PÁSCOA, FOI SACRIFICADO POR NÓS” (1Co 5:7b).

SOMENTE PODEMOS DIZER FELIZ PÁSCOA SE JESUS FOR O NOSSO CORDEIRO! ELE É SEU CORDEIRO, QUE LIBERTOU VOCÊ DO PECADO E DAS MALDIÇOES? ENTÃO, PODEMOS DIZER COM ALEGRIA E EM ALTA VOZ:

FELIZ PÁSCOA!!

 

LUCIANO DE PAULA LOURENÇO