domingo, 5 de março de 2017

Aula 11 – VIVENDO DE FORMA MODERADA


1º Trimestre/2017

Texto Base: 1João 2:12-17

"Melhor é o longânimo do que o valente, e o que governa o seu espirito do que o que toma uma cidade"(Pv.16:32).

INTRODUÇÃO

Estudaremos mais uma virtude do Fruto do Espirito, a Temperança, em oposição à glutonaria e à prostituição, obras da carne. Temperança é a qualidade de quem é moderado, de quem tem autocontrole, de quem é capaz de dominar seu espírito, seus sentimentos, suas paixões. Disse o sábio Salomão: “Melhor é o longânimo do que o valente, e o que governa o seu espírito do que o que toma uma cidade” (Pv.16:32), ou, como diz a Bíblia, na Linguagem de Hoje: “Vale mais ter paciência do que ser valente, é melhor saber se controlar do que conquistar cidades inteiras”.

Nesta época pós-moderna, a palavra temperança, ou domínio próprio, soa de forma estranha nos ouvidos das pessoas. Podemos dizer que, para boa parte das pessoas desta geração indisciplinada, se a escolha for entre felicidade e autocontrole, talvez ouçamos alguém se dizer cansado de autocontrole e que agora pretende viver a vida com toda a sua adrenalina. Prevalece a ideia que autocontrole e alegria são incompatíveis. No entanto, a Bíblia nos adverte a não permitir que o pecado tenha domínio sobre nós (Rm.6:14). O homem que vive no pecado não possui o domínio de suas ações, de seus sentimentos, segundo afirmou Jesus: “...todo aquele que comete pecado é servo do pecado”(João 8:34). Quem vive sob o domínio, ou poder do pecado, vive, também, sob o domínio de seus desejos, sentimentos, paixões. Daí, só pode produzir “as obras da carne”, conforme descritas em Gálatas 5:19-21. O crente fiel, aquele no qual está sendo formado o Fruto do Espírito, tem o poder de governar o seu espírito, porque “... o fruto do Espírito é:...temperança”.

I. TEMPERANÇA, O DOMÍNIO DAS INCLINAÇÕES CARNAIS

A Temperança, ou domínio próprio, é uma dádiva que depende de nossa submissão a Deus. O texto sagrado é claro ao dizer que é melhor o que governa o seu espírito do que o que toma uma cidade (Pv.16:32). Ora, diante desta circunstância, não se vê como possa ser considerado temperante o homem que tenha, com suas próprias forças, obtido um suposto equilíbrio interno. Muito pelo contrário, pela própria definição do proverbista vemos que o temperante é alguém dotado de grande poder, tanto que é considerado maior do que um conquistador, que é a imagem mesma do poder do ponto-de-vista humano. Para alguém ter tamanho poder, só se estiver com Aquele que detém todo o poder no céu e na terra. Por isso, o que governa a si próprio só pode ser aquele que está em comunhão com o Senhor, o que se torna possível quando fazemos o que Ele nos manda.

Quando temos dificuldade em controlarmos os nossos instintos, torna-se preciso que nos aproximemos mais do Senhor, que meditemos na Sua Palavra e mantenhamos uma vida de oração, a fim de que apreendamos qual é a Sua vontade. Conhecendo a Deus, certamente adquiriremos a temperança.

Sem dúvida, são muitas as áreas de ação onde opera a Temperança na vida de um crente fiel. Destacamos algumas delas:

1. Temperança no falar – Domínio da Língua. A língua é o órgão responsável pela articulação das palavras. É, pois, pela palavra que o homem exprime o que está dentro dele, ou o conteúdo do seu coração. O Senhor Jesus afirmou que “o que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca isso é o que contamina o homem” (Mt.15:11). O que sai da boca, sai através das palavras, e as palavras são articuladas através da língua. É, pois, pela língua que o homem se identifica a serviço de quem ele está prestando, se de Deus ou de Satanás.

O homem que exerce o controle sobre sua língua, usando-a para glória de Deus, é um servo de Deus e está ao seu serviço. O homem que não consegue exercer o domínio sobre sua língua, falando tudo que quer e tudo que pensa, não medindo suas consequências, está usando sua língua a serviço de Satanás.

Lembre-se que sinceridade não é falar tudo o que se sabe, mas, apenas o que for necessário. O homem não precisa falar tudo o que sabe, mas, precisa saber, com segurança, tudo o que fala. O Salmista Davi dizia: “E assim a minha língua falará da tua justiça e do teu louvor todo o dia” (Salmo 35:28).

O controle da língua é disputado por Deus e por Satanás. Assim, quando o homem deixa o Espírito Santo controlar sua vida e desenvolver nele o Seu Fruto, sua língua será um instrumento de bênçãos nas mãos de Deus, porque “...o fruto do Espírito é:...temperança”.

Pelo uso da língua, sem temperança, o homem pode provocar uma guerra; pelo uso da língua, com temperança, o homem pode provocar a paz. O Crente fiel tem o controle de sua língua e pode ser um instrumento de paz, porque “...o fruto do Espírito é:...temperança”. 

Quando a língua está sob o controle de Satanás, então “...não há retidão na boca deles; as suas entranhas são verdadeiras maldades, a sua garganta é um sepulcro aberto; lisonjeiam com a sua língua” (Salmo 5:9). Por isto disse Salomão que “...a boca do tolo é uma destruição” (Pv.10:14).

É certo que o homem, sem a ajuda do Espírito Santo não pode exercer o autocontrole, ou a temperança sobre sua língua. Mas, eu e você, se somos crentes fiéis, então nós podemos, porque “...o fruto do Espírito é:...temperança”.

2. Temperança na forma de agir. A fé não elimina a prudência, ou a temperança. Como virtudes do Fruto do Espírito, fé e temperança somam-se, não concorrem entre si. Há pessoas que em nome da fé, agem sem qualquer moderação, sem autocontrole, emitindo cheques, para Deus cobrir, efetuando compras para o Senhor pagar.

Paulo afirmou: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp.4:13). Porém, esperava pelo tempo de Deus para agir, usando sua fé. Por muitos anos alimentou o desejo de ir a Roma, mas, era um homem que exercia o controle sobre suas ações. Não fazia uso da fé para agir de forma abrupta e descontrolada. Ele tinha sua vontade controlada e esperava pelo tempo de Deus, conforme confessou aos Romanos: “Pedindo sempre em minhas orações que, nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de ir ter convosco. Porque desejo ver-vos, para vos comunicar algum dom espiritual, a fim de que sejais confortados...muitas vezes propus ir ter convosco (mas até agora tenho sido impedido...” (Rm.1:10-13).

Um homem controlado pelo Espírito Santo, através da temperança, tem o domínio sobre suas ações. Não realiza, de forma impensada, sem qualquer controle, este ou aquele negócio, grande ou pequeno; deixa primeiro amadurecer suas ideias. Mesmo na defesa de seus direitos, não busca, precipitadamente, a lei e a justiça. Exercendo o autocontrole sob sua forma de agir, espera pelo momento de Deus, para tomar uma decisão, para realizar um negócio, para empreender uma viagem.

Conta-se que no exército alemão quando um soldado se sentia ofendido só podia levar sua queixa ao seu superior 24hs após ocorrido o incidente. Era o tempo para pensar sobre a conveniência, ou não, de apresentar sua queixa. Assim, também, por tomar atitudes precipitadas, por falta de temperança, muitos têm agido de forma incorreta. O Senhor Jesus falou sobre a necessidade de planejarmos nossas ações – “Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?” (Lc.14:28).

Agir, tomar atitudes, assumir compromissos sem planejamento, sem autocontrole, não é próprio de um crente fiel, porque “...o fruto do Espírito é:...temperança”.

3. Temperança entre Orçamento e Despesas. É possível encontrar famílias arruinadas, financeiramente, por falta de autocontrole entre Orçamento e Despesas. Gasta-se por conta do que pensa que vai ganhar, abusa-se do crédito especial, no uso dos cheques, ou dos cartões, afunda-se nas prestações, há até quem compre para Jesus pagar.

Aos Saduceus, o Senhor Jesus disse: “...Porventura, não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus?” (Mc.12:24). Pelas Escrituras nós sabemos que o segredo de uma boa administração pessoal e familiar consiste em dar lugar para que o Espírito Santo possa realizar sua obra em nossa vida, porque “o fruto do Espírito é: temperança”.

4. Temperança no cuidado com o Corpo. Moderação no vestir e na alimentação. Há quem faça uma certa confusão entre humildade e santificação, com desleixo, desmazelo, pão-durismo ou avareza. Para ser humilde e santo não há necessidade de passar fome, alimentar-se mal, falta de bom gosto no vestir. Quem pode deve alimentar-se bem e vestir-se com bom gosto. O que a Bíblia condena são os excessos, não o necessário. Comer, alimentar-se é uma necessidade, porém, comer de forma exagerada, por vicio, por gulodice, a Bíblia chama de glutonaria, e esta está relacionada como sendo obra da carne (cf. Gl.5:21).

Vestir-se bem, com bom gosto, a Bíblia não condena. O Senhor Jesus quando foi preso estava vestido com uma túnica de alto preço, uma veste, na época, usada por príncipes (João 19:23,24). Certamente tinha sido um presente; ele não a vendeu para dar o dinheiro aos pobres. Preferiu usá-la na noite em que ia celebrar a última Páscoa, e a primeira Santa Ceia.

Para as mulheres, Paulo recomenda: “que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia...” (1Ts.2:9). A Bíblia, na Linguagem de Hoje, usa a expressão “roupas decentes e simples”. O conceito de pudor, no vestir, varia de um lugar para o outro, principalmente variando em relação ao clima. É certo, contudo, que quando Deus vestiu Adão e Eva, seu propósito foi o de cobrir a nudez. Assim, em qualquer lugar do mundo, se as vestes contribuírem para transformar o corpo em objeto de desejo carnal, esta veste, biblicamente, não pode ser chamada de “traje honesto, com pudor”.

É, pois, através da Temperança que o crente fiel encontra o equilíbrio entre o máximo e o mínimo, tanto na alimentação, como também na sua maneira de vestir-se, porque “o fruto do Espírito é:...temperança”.

II. PROSTITUIÇÃO E GLUTONARIA, O DESCONTROLE DA NATUREZA HUMANA

“Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição”(1Ts.4:3).

A Prostituição diz respeito a todas as práticas sexuais pecaminosas, inclusive o homossexualismo (Dt.23:17; 1Co.6:10,16; 1Ts.4:3). No seu sentido original, a prostituição refere-se aos pecados do sexo, de maneira geral, porém, tanto na Bíblia, como em nossos dias, a Prostituição está ligada ao comércio do corpo, à venda do sexo.

A Prostituta é conhecida como meretriz e rameira. Em Israel não podia haver prostituta, ou rameira e nem sodomita – “Não haverá rameira dentre as filhas de Israel; nem haverá sodomita dentre os filhos de Israel”(Dt.23:17).  O dinheiro da prostituta não podia ser aceito na Casa do Senhor – “Não trarás salário de rameira... à casa do Senhor, teu Deus, por qualquer voto...”(Dt.23:18). Até o seu dinheiro era considerado como “... abominação ao Senhor, teu Deus”.

1. Fugi da prostituição - “Fugi da prostituição. Qualquer outro pecado que o homem comete, é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo” (1Co.6:18). A Bíblia ordena: resistir ao diabo – “...resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”(Tg.4:7). Resistindo, o diabo foge; porém, a Bíblia não manda resistir à prostituição, mas manda fugir dela. Aqui é o crente que tem que fugir. “Fuji da prostituição...”(1Co.6:28) - esta é a palavra de Paulo a todos.  “Foge, também, dos desejos da mocidade...”(2Tm.2:22) - esta é a palavra de Paulo aos jovens. Assim, em relação à prostituição, a melhor defesa é fugir. Alguém pode dizer: “eu sei até onde posso ir”, porém, Paulo diz: “foge”! Outros podem dizer que fugir é covardia, mas, Paulo diz: “fugi”!  José fez isto – fugiu (cf. Gn.39:7-12).

É válido ressaltar, outrossim, que quando a Bíblia fala em “prostituição", não se está referindo apenas ao comércio do corpo, mas é tradução da palavra grega "pornéia", que significa "impureza sexual", ou seja, é algo muito mais amplo do que o simples comércio do corpo. Assim, quando a Bíblia nos manda fugir da prostituição, manda-nos fugir de toda e qualquer ação que revele impureza sexual, seja ela de que natureza for.

A prostituição é uma das obras da carne (Gl.5:19). Como novas criaturas, precisamos abster-nos da prostituição e de todo o tipo de infidelidade conjugal. Um dos compromissos assumidos no casamento é a fidelidade conjugal. É, sem dúvida, um dos maiores pilares de sustentação do casamento. A segurança espiritual e emocional do casal depende da fidelidade que cada um devota ao outro. Sem fidelidade, o casamento desaba. As estruturas do casamento não são preparadas para suportar a infidelidade. Esta tem efeito devastador no matrimônio, no lar e na família.

Mas, infelizmente, nestes últimos dias da Igreja, Satanás tem se utilizado desta arma contra o casamento. “Ninguém é de ninguém”, costuma-se dizer e se propaga a tolerância e a admissão de “aventuras extraconjugais” por parte de marido e mulher, chegando mesmo a se dizer que tal comportamento reforça a “sexualidade” e o “afeto” entre os cônjuges. Mentiras satânicas que têm por objetivo tão somente a disseminação da impureza sexual. A Bíblia é bem clara a este respeito: “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus” (1Co.6:10) e, ainda, “aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará” (Hb.13:4b). Por fim: “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira” (Ap.22:15).

Para evitar a infidelidade é necessário que o casal se mantenha debaixo da orientação da Palavra de Deus. O esposo, amando sua esposa de todo o coração, como Cristo ama a Igreja. A esposa, amando o esposo da mesma forma e lhe sendo submissa pelo amor. Em termos práticos é necessário cultivar, tratar, regar e cuidar da planta do amor, para que as ervas daninhas da infidelidade não germinem no coração de um dos cônjuges.

Portanto, nosso corpo pertence ao Senhor, pois Ele nos criou (1Co.6:13). Que jamais venhamos a usar nossos membros para a prostituição, mas para manifestar a glória de Deus.

2. A Punição de Deus. Enganam-se aqueles que pensam que o Deus do juízo está dormindo, inativo ou indiferente ao que acontece no mundo com relação à impureza sexual. O estado de degradação em que a sociedade se encontra já é uma retribuição divina, uma manifestação temporal do seu juízo. No dia do juízo, a sentença eterna de Deus será apenas esta: "Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo..." (Ap.22:11). A penalidade eterna do homem será experimentar eternamente os resultados de seu abominável pecado.

A humanidade é como um caminhão que desce ladeira abaixo. Deus está com o pé no freio, e o homem, com o pé no acelerador. Deus quer evitar a tragédia, e o homem acelera rumo ao abismo, até o momento que Deus tira o pé do breque e esse caminhão avança desgovernado para uma terrível tragédia. O que acontece é que Deus tira a culpa. O homem consegue pecar e a consciência não o acusa mais. Aí ele se gloria no pecado e aplaude o vício. As pessoas mergulham no pântano mais asqueroso da imoralidade e se corrompem ao extremo sem nenhum constrangimento, isso é o juízo de Deus. Por que Deus não manda fogo e enxofre como fez com Sodoma e Gomorra? Pior é entregar o pecador ao fogo do seu coração, preparando-o para o fogo do juízo.

O juízo mais severo de Deus é dar ao homem o que ele quer (Rm.1:24,26,28). Não há castigo maior para o homem do que Deus o entregar a si mesmo. Deus pergunta: "É isso que você quer? Seja feita a sua vontade". Esse é o maior juízo de Deus, entregar o homem a si mesmo, à sua própria vontade. Os homens que tanto amam o esgoto do pecado são enviados para lá; o que querem, eles terão.

Deus entrega esses "filhos da ira" (Ef.2:3) desprotegidamente a si próprios, a saber, às concupiscências de seu coração (Rm.1:24), às paixões infames (Rm.1:26), a uma disposição mental reprovável (Rm.1:28), ou seja, à maneira que eles próprios escolheram para viver. Em outras palavras, Deus os entregou à sensualidade (Rm.1:24,25), à perversão sexual (Rm.1:26,27), e à vida antissocial (Rm.1:28-32). Assim, os perdidos gozam para sempre da horrível liberdade que sempre pediram; porém, essa liberdade é a mais perturbadora escravidão.

3. A glutonaria e seus males. Enquanto a prostituição é um pecado com o corpo, a glutonaria é um pecado contra o corpo. Comer, alimentar-se é uma necessidade, porém, comer de forma exagerada, por vicio, por gulodice, a Bíblia chama de glutonaria, e está relacionada como sendo obra da carne (Gl.5:21). O Glutão revela falta de equilíbrio espiritual e emocional.

Na sua bondade eterna, Deus colocou o prazer na comida, a fim de que a atividade necessária da alimentação não fosse sem sabor e desagradável. No entanto, não podemos buscar o alimento apenas pelo prazer; aí está a causa da gula. Gula é comer além do necessário para se alimentar. Tudo o que comemos, depois que já estamos satisfeitos, é uma forma de gula, que pode ser pequena ou grande. Para alguns, o prazer do comer, passou a ser um fim em si mesmo, e tem nisto a sua satisfação. Se frustram quando a refeição não é suculenta e variada. Escrevendo aos filipenses, o apóstolo Paulo se refere àqueles cujo “deus é o ventre” (Fp.3:19), isto é, o alimento.

É importante observar que, em momento algum, a Bíblia defende que a comida seja um obstáculo a uma vida de comunhão com Deus. Comer e beber não é pecado, nem mesmo ter uma mesa farta para celebração e desfrute daquilo que legitimamente se obteve (Ec.5:18,19:6:2 e 8:15). O que a Bíblia não autoriza é o desperdício (lembremo-nos de que Jesus mandou recolher o que sobrou da multiplicação dos pães), o comer por puro prazer e extravagância, o alimentar-se sem qualquer necessidade.

Atualmente muitas são as opções para se comer além dos limites: rodízios de carne, massas, self-service sem balança, etc. A Palavra de Deus é incisiva contra o pecado de glutonaria (Lc.21:34; Gl.5:21; 1Pd.4:3). O consumo exagerado de alimentos resulta em obesidade, um mal que está associado principalmente às doenças cardiovasculares. Muitos crentes em Jesus preocupam-se somente com o bem-estar da alma, esquecendo-se de que também precisam zelar pelo corpo através de uma alimentação equilibrada. Muitos maltratam o corpo e depois ficam a clamar a Deus por um milagre. Façamos a nossa parte. Nosso corpo é templo do Espírito Santo, por isso, precisamos cuidar bem dele, tendo uma alimentação saudável e equilibrada (1Co.6:19).

III. VIVENDO EM SANTIFICAÇÃO E DEIXANDO OS EXCESSOS

"Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus" (2Co.7:1).

1. Vivendo em Santificação. A santificação é parte integrante da vida cristã, e o cristão que não deseja a santificação está perdendo o temor a Deus. A vida cristã somente pode progredir e se desenvolver se houver separação do pecado, o que deve ser perseguido até o dia do arrebatamento da Igreja.

Como Deus deseja também nos auxiliar no processo de santificação, Ele nos dá o seu Santo Espírito para habitar em nós e nos orientar nesta separação do mundo, ou seja, separação do pecado, não dos pecadores.

Não há como termos uma vida santa se esta não for permeada da temperança, do domínio próprio. Se não nos dominarmos a nós mesmos, o que só é possível mediante a ação do Espírito Santo em nossas vidas, seremos dominados pelo pecado. O pecado, então, habitará em nós o que é exatamente o contrário da santidade.

A temperança envolve três atitudes importantíssimas para a manutenção de uma vida santa, ou seja, de uma vida separada do pecado, a saber:

a) A prevenção dos atos futuros. O homem temperante sempre analisa o que está para fazer diante da vontade do Senhor. É alguém que é atento ao que está a fazer e o que isto significará no seu relacionamento com Deus. Esta atitude é o que a Bíblia chama de prudência e de vigilância. É um dos aspectos da temperança. Jesus recomenda que sejamos prudentes como as serpentes (Mt.10:16) e o apóstolo Paulo nos informa que a graça de Deus abunda em nós em toda a sabedoria e prudência (Ef.1:8). O salvo é um homem comedido e, portanto, cauteloso em relação ao futuro.

b) O comedimento e autocontrole no presente. O homem temperante, é alguém que, a cada instante, comete ações controladas, sóbrias, continentes, mostrando, a cada gesto, o senhorio de Cristo na sua vida. Administra os instintos, separa-se do pecado a cada momento. A Bíblia diz que quem é santo deve se santificar ainda (Ap.22:11).

c) Autoexame e vigilância constantes. O homem temperante, sem cessar, faz um autoexame dos atos a praticar e dos que está praticando, bem como dos que praticou, a fim de que mantenha o controle sobre os seus instintos. O controle é o exame minucioso, uma duplicata das ações, que nos permite verificar como se encontra a nossa comunhão com o Senhor. Por isso, manda Paulo que o homem se examine a si mesmo ao participar da ceia do Senhor (1Co.11:28) e Jesus determina, ao falar do sermão escatológico, que devemos, sobretudo, vigiar (Mc.13:37). A vigilância só é possível se houver a moderação, como nos deixa claro o apóstolo Pedro, mais de uma vez (1Pd.4:7, 5:8). Só há autoexame e vigilância quando temos temperança.

2. O comportamento do crente deve evitar toda a aparência do mal - “Abstende-vos de toda aparência do mal” (1Tes.5:22). O crente tem um dever de viver uma vida digna perante os demais - “Vivei, acima de tudo, por modo digno do Evangelho de Cristo” (Fp.1:27).

A conduta do crente deve refletir a de uma pessoa transformada, que foi lapidada pelo poder do Espírito Santo. Há uma grande necessidade de mantermos uma conduta exemplar. Para tanto, é mister grande empenho para atingir tal objetivo. Somos exortados, pela Palavra de Deus, como deve ser a nossa conduta “para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (Fp.2:15).

Tudo o que nos distanciar do mal e nos aproximar de Deus, deve ser feito pelo salvo. Tudo aquilo que não contribui em coisa alguma para nossa aproximação com Deus deve ser evitado. Portanto, quando formos meditar sobre esta ou aquela conduta, lembremo-nos que o que está em jogo é o nosso relacionamento com Deus e que Deus quer que nós nos santifiquemos.

O Espírito Santo, que habita em nós, deseja nos ajudar a abandonar todo excesso e todo o pecado. Ele nos ajuda a ter uma vida equilibrada, sadia e santa.

CONCLUSÃO

“A temperança, como fruto do Espírito Santo, nos ajuda a ter uma vida disciplinada e feliz. Que venhamos ser cheios do Espírito, aprendendo com Ele a disciplina espiritual em todas as áreas de nossa vida”.

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Luciano de Paula Lourenço

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Revista Ensinador Cristão – nº 69. CPAD.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Gálatas, a carta da liberdade cristã.

Antônio Gilberto. O Fruto do Espírito. CPAD.

Ev. Caramuru Afonso Francisco. Temperança, o fruto da disciplina.PortalEBD_2005.

Comentário Bíblico Pentecostal. Novo Testamento. CPAD.

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